Em algumas redes da capital, o imunizante começará a ser comercializado nos próximos dias e deverá custar entre R$ 132,76 e R$ 138,53. Subsecretaria de Vigilância à Saúde estuda a viabilidade de ofertar o composto na rede pública
Os brasilienses já correm à procura da vacina contra a dengue, que deve chegar à rede privada nos próximos dias. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) definiu, na segunda-feira (25/7), o preço da dose. O imunizante, produzido pela empresa Sanofi, deverá custar entre R$ 132,76 e R$ 138,53. E algumas clínicas particulares do Distrito Federal têm lista de espera pela imunização.
Não é para menos. Em 20 de julho — data do boletim epidemiológico mais recente —, a Secretaria de Saúde do DF confirmou 16.764 casos da doença. No mesmo período de 2015, foram 8.968. A incidência da enfermidade faz o GDF estudar a possibilidade de disponibilizar o composto na rede pública. Até agora, no entanto, a medida está apenas em fase de estudo.
Enquanto isso, o jeito é pagar. Na clínica Imunocentro, pelo menos 20 pessoas aguardam a chegada da vacina. Segundo o administrador da empresa, Aloísio Novaes, 50 doses do imunizante foram encomendadas. “Os lotes não chegaram porque estávamos aguardando a divulgação do preço. Embora o valor tenha sido divulgado ontem (segunda), ainda não definimos quando vamos começar a aplicar a vacina”, explicou Novaes. Com duas unidades no Plano Piloto, a Imunolife informou que vários pacientes mostraram interesse em receber a imunização. O número exato de pessoas que aguardam a vacina, no entanto, não foi divulgado.
O Sabin também comprou os lotes da vacina e, até a segunda quinzena de agosto, começará a comercializá-las. A infectologista Ana Rosa Santos, responsável pelo Sabin Vacinas, esclareceu que cada frasco do imunizante tem cinco doses. “Se um deles é aberto pela manhã, terá que ser usado completamente em um prazo de seis horas, que é o tempo útil da vacina”, explicou Asa Rosa. Por esse motivo, a rede de clínicas atenderá os clientes por meio de um agendamento.
O tratamento inclui três doses, com seis meses de intervalo entre elas. Outros imunizantes estão sendo produzidos contra a doença — entre eles, a vacina do Instituto Butantã, que iniciou testes com voluntários em junho de 2016.
Paciente
A recepcionista Kaely Pereira Cavalcante, 24 anos, teve dengue em abril deste ano. Após passar duas semanas sem conseguir levantar da cama, ela conta que, assim que as clínicas começarem a disponibilizar o imunizante, tentará garantir uma dose para evitar uma nova infecção.
A recepcionista Kaely Pereira Cavalcante, 24 anos, teve dengue em abril deste ano. Após passar duas semanas sem conseguir levantar da cama, ela conta que, assim que as clínicas começarem a disponibilizar o imunizante, tentará garantir uma dose para evitar uma nova infecção.
Sofri demais. Meu corpo e cabeça não paravam de doer. Farei de tudo para não ter que enfrentar as dores que senti"
Segundo a infectologista Ana Rosa, testes apontaram que, em 75% dos casos, a vacina teve eficácia. Em 93% das incidências graves, também mostrou-se efetiva. Ana Rosa disse ainda que o imunizante previne a internação em 80% dos casos. Ela, contudo, reiterou que o combate ao mosquito transmissor da doença não pode ser abandonado. “Tivemos ótimos resultados com a vacina, mas precisamos continuar combatendo os focos do Aedes Aegypti”, concluiu.
Rede públicaProcurada pelo Metrópoles, a Subsecretaria de Vigilância à Saúde (SVS) do DF comunicou, em nota, que analisa a viabilidade epidemiológica e econômica da compra do imunizante. No texto, a SVS informou que “tem interesse em adquirir a vacina, principalmente, levando em consideração a elevação no número de casos que ocorreram no início deste ano, mostrando-se um quadro atípico em relação aos anos anteriores”.
O estado do Paraná deu início, nesta terça-feira (26), a uma campanha de vacinação contra a dengue com a vacina da Sanofi. O número de doses não foi informado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).