quarta-feira, 16 de março de 2016

Lula vai para Casa Civil e Jaques Wagner para a chefia de gabinete


A presidente Dilma Rousseff decidiu agora há pouco, depois de muitas horas de reunião, que o ex-presidente Lula vai ocupara a Casa Civil do governo, no lugar de Jaques Wagner, que vai para a chefia de gabinete.
Lula define com DIlma uma reforma mais ampla do primeiro escalão do governo. Dilma deve mexer em outras peças do Ministério. Há uma pressão para que o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, deixe o cargo, depois que foi revelada a conversa com o assessor do senador Delcídio do Amaral em que o ministro oferece ajuda para tentar evitar a delação premiada do parlamentar.

A presença de Lula no governo também deve mexer na área da economia do governo. Lula pressiona por uma guinada nos rumos das políticas econômica e monetára, com o uso das reservas internacionais para abatimento de dívidas e uma pressão pela redução da taxa de juros, criando um populismo fiscal.

O presidente do Banco Cnetral, Alexandre Tombini, tem demonstrado incômodo com as notícias de que Lula gostaria de trazer para o governo o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles.

O governo se esforça para convencer que a ida de Lula para o Palácio do Planalto é para tentar salvar o mandato da presidente Dilma. Já a oposição afirma que o oferecimento de um ministério para Lula é para blindá-lo no campo da Justiça. A consequência prática é que Lula se livra da mira do juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba, já que passaria a ter como foro o Supremo Tribunal Federal.

"O escárnio do PT ao Brasil" Carlos José Marques, diretor editorial

Brasileiros, é chegada a hora! Roubaram nosso País como nunca antes na história. As provas estão diante dos seus olhos. O desencanto, a crise política, econômica e moral que hoje vivemos são frutos de uma bandalheira desmedida. Da enganação de promessas populistas vendidas por aqueles que enriqueceram às custas da esperança de todos. Uma manada de larápios petistas, quadrilheiros da pior espécie, tentou se locupletar no poder. Estão mancomunados para driblar as investigações de seus crimes e seguir com os desmandos. 
 
Juntos e de caso pensado, esses bandidos – muitos dos quais já presos e outros a caminho – assaltaram e destruíram boa parte do Estado em 13 anos de controle da máquina. Temos o dever de evitar que eles acabem com tudo. De barrar as articulações de rapinagem que vêm levando à ruína nacional. Nas ruas, democraticamente, mostrando o repúdio da sociedade a esse estado de coisas. O PT e seus líderes, movidos por uma soberba e descaso sem tamanho pela justiça, zombam do clamor por mudanças. 
 
A presidente Dilma, que se apequenou com a avalanche de denúncias envolvendo também o seu nome, correu a apoiar o mentor Lula – e a se dizer indignada – por ele ter de prestar contas por malfeitos. Numa demonstração de vassalagem do Governo, se opôs as instituições legais para bradar a favor do padrinho encrencado. Juntos, da sacada do prédio de Lula (imóvel também relacionado no rol das investigações por favorecimento), os dois, sorridentes, punhos erguidos em clima de campanha, deslumbraram-se com a veneração de parcos militantes, enquanto a esmagadora massa de brasileiros segue perplexa à espera de explicações. 
 
Lula – em mais uma demonstração de escárnio – prefere a fanfarra de discursos políticos a respostas pragmáticas contra as suspeitas que lhe pesam. “Enfiem no cu todo o processo”, disse, no mais flagrante desrespeito aos agentes da lei, em diálogo direto com a presidente Dilma. Um ato patético de quem parece se sentir acima do bem e do mal, com tudo dominado. Sob Lula recaem acusações que, na conta de qualquer cidadão comum, já teriam redundado em cadeia. A dele foi pedida. Em outra instância, de maneira contundente, o Ministério Público apontou em relatório: “há evidências de que o ex-presidente Lula recebeu valores oriundos do esquema Petrobras”. 
 
E mais: ele foi denunciado por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Há provas de que dinheiro de empreiteiras serviu para beneficiá-lo direta ou indiretamente, em acordos ilícitos. O antes fervoroso defensor da ética soube se lambuzar nos mais deploráveis esquemas. E enquanto experimenta os prazeres do enriquecimento pessoal, ganhos da ordem de R$ 50 milhões no seu Instituto, além de presentes e reformas generosas, posa de vítima das elites! Lula é a nova elite! Fato cristalino como água. 
 
Para ele, Dilma e apaniguados, a versão de que são perseguidos serve melhor que os fatos. Mas o discurso não para de pé. No limiar do absurdo passaram a arquitetar a portas fechadas um jeito de driblar o cerco policial com um estratagema nada republicano: colocar o ex-presidente na bancada ministerial, como titular da Casa Civil, para blindá-lo com foro privilegiado. Seria praticamente a confissão de culpa, uma esbórnia que, caso levada adiante, sacramenta o suicídio político de ambos. Como justificar moralmente tamanha desfaçatez? O mais grave é que a hipótese está sendo considerada pela própria presidente! 
 
Ela dá assim o tom de desespero que tomou conta dessa turma diante da inescapável percepção de falência da era petista. Sua gestão desmorona. Dilma – que teria recebido doações ilegais em campanha, segundo inúmeros depoimentos, e interferido nas operações da Lava Jato – não reúne hoje qualquer condição, nem legitimidade, para seguir na presidência. Com uma rejeição recorde, quase absoluta (como nunca antes se viu!), a mandatária não governa mais. Nem se preocupa com isso. Só com a própria sobrevivência e daqueles poucos aliados que a acompanham, reclamando dos dissabores com a polícia. Fim melancólico! Muitos diriam, grotesco. 
 
Aos eleitores resta perceber que o que está em jogo não é mais uma mera questão ideológica, político-partidária. É a evocação de um basta definitivo aos delitos, a impunidade e aos privilégios indecentes daqueles que fizeram da corrupção generalizada seu projeto de poder, como vem sendo diuturnamente comprovado nos autos dos juízes. Nenhuma matilha de criminosos pode se achar no direito de ditar os rumos da Nação. E o engajamento contra tanto descalabro é fator decisivo para o resgate da dignidade e do caráter de um povo abatido, que sonha ver renascer o orgulho de ser brasileiro. 


Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira

Todo esse mar de lama de corrupção, enriquecimentos ilícitos, nos dar a certeza da putrefação da política já que não existe ideologia. Um mandato parlamentar concede ao mau político a fazer negociatas com o erário público de interesses pessoais, sem o mínimo interesse com os sérios problemas e dificuldades enfrentadas pela nação, se esquecendo de que a pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. O voto no Brasil precisa deixar de ser obrigatório, pois a democracia séria e justa contempla esses benefícios a todos que não se identifiquem com as propostas de candidatos.

Dólar dispara à espera de Lula ministro e com rumor sobre saída de Tombini do BC


O dólar começou o dia com forte pressão de alta no mercado à vista, superando os R$ 3,83, em meio a rumores de que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, estaria prestes a deixar o cargo, e diante da possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmar hoje que aceitará ser ministro de Dilma Rousseff, segundo profissionais de câmbio consultados pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.
Às 9h35, o dólar à vista subia 1,96%, a R$ 3,835. Na máxima do dia até agora, a moeda chegou a ser cotada a R$ 3,8365. A piora do cenário político, com a homologação da delação do senador Delcídio Amaral, já havia feito a divisa registrar ontem a maior valorização em cinco meses, com alta de 3,11%.

Reunião de Dilma e Lula termina depois de quatro horas; tema não foi divulgado

O encontro ocorreu na noite desta terça (15) no Palácio da Alvorada, em Brasília, e teve a participação do ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, e da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini.

Agência Brasil

A presidente Dilma Rousseff conversou na noite desta terça-feira (15/3) por quatro horas e meia com seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro ocorreu no Palácio da Alvorada, em Brasília, e teve a participação do ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, e da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini.
Lula e Dilma.jpg
As expectativas para a conversa entre os dois eram muitas, mas até o momento nenhuma informação sobre o teor das discussões foi divulgada. Desde ontem, a possibilidade de Lula ser nomeado ministro de Dilma repercute entre deputados favoráveis e contrários ao governo. Os petistas apoiam a iniciativa devido à habilidade política do ex-presidente, enquanto os oposicionistas classificam a hipótese como tentativa de blindá-lo das investigações da Operação Lava Jato.
Outro assunto de grande repercussão política nesta terça-feira em Brasília foi a delação do senador Delcídio do Amaral (MS), homologada pelo Supremo Tribunal Federal. No depoimento, o parlamentar cita nomes do governo e da oposição que, segundo ele, estariam envolvidos em esquemas de corrupção na Petrobras e em outras empresas públicas. O senador está em processo de desfiliação do PT.
Lula chegou em Brasília no meio da tarde e, antes de se reunir com a presidenta, recebeu alguns parlamentares petistas no hotel em que está hospedado. De acordo com o senador Lindberg Farias (PT-RS), que esteve no encontro, a ocupação de um ministério por Lula “aumenta muito a articulação política do governo” e faria com que o governo saísse “fortalecido na batalha do impeachment”.
Com Dilma, Lula esteve reunido desde cerca das 19h até as 23h20 dessa terça-feira. Até o momento, porém, nenhum anúncio ou comunicado oficial foi feito pelo Palácio do Planalto.


Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira

QUE PAÍS É ESTE? UM GOVERNO NÃO DEVE MANIFESTAR-SE OFICIALMENTE SOBRE QUESTÕES DA VIDA PESSOAL DE UM CIDADÃO QUE ESTÁ SENDO INVESTIGADO POR CRIME! Onde o poder Executivo na pessoa da Presidente afronta a constituição, nos valores da democracia, vem a público oficialmente ridicularizar o Estado de Direito, escarnecendo o judiciário em tom de ameaça: dizendo que o Governo não reconhece o direito e a legitimidade do Ministério Público em investigar e acusar um amigo da presidente “A questão do “poder investigatório do Ministério Público”, como se convencionou denominá-la, continua pendente de julgamento definitivo pelo Pleno do Supremo Tribunal Federal. O tema é de grande importância para o sistema penal brasileiro e coloca em jogo a validade de centenas de investigações e processos em curso. Apesar disso, nem sempre tem sido tratado com o necessário rigor metodológico, olvidando-se inclusive a comparação com os ordenamentos jurídicos estrangeiros”. Amigo esse que hoje é um cidadão comum e nem faz parte oficialmente do governo, além de possuir inúmeras denuncias comprovadas de crimes cometidos por ele? Quer dizer então que basta ser amigo do rei para estar acima da lei? Vergonha-nos na condição de ser brasileiro ao ver a presidente usar seu cargo, se apropriando do país como se fosse à rainha soberana e inquestionável... Ela só faltou dizer que vai punir os promotores e juízes que estão participando da investigação... A presidente dizer "oficialmente" que o governo não admite que o Sr. Lula seja acusado é o mesmo que dizer que a República Federativa do Brasil não reconhece o poder e as atribuições do judiciário porque não admite que questionem um amigo pessoal da presidente... Ela pensa que é a imperatriz ditadora de uma republiqueta de bananas... Isso é no mínimo imoral! Se ela quer advogar pessoalmente em favor do amigo deveria se destituir antes do seu cargo ao invés de usar o poder do cargo para isso... Isso sim é abuso de poder e de autoridade.


SUS poderá fazer perícia do INSS: entenda o que muda no processo Objetivo é melhorar atendimento à população, que hoje demora até quatro meses para conseguir ser avaliada

Postado em 16/03/2016 07:12
 Vera Batista
Minervino Junior/CB/D.A Press - 29/10/15

O governo decidiu acabar com a exclusividade dos médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na concessão de atestados médicos para a concessão de benefícios previdenciários. Ontem, publicou decreto que regulamenta convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS) para perícia e altera normas da Previdência. Entre as novidades, estão a concessão do benefício com base no atestado de qualquer médico (público ou particular) e a regulamentação para o retorno antecipado à atividade.

Para o ministro do Trabalho e Previdência, Miguel Rossetto, a ideia é “melhorar o atendimento à população” e agilizar a concessão de benefícios por incapacidade, por conta da grande fila de espera para a perícia, que em algumas capitais chega a quatro meses. Rosseto disse que, além do decreto, o ministério pediu autorização para abrir este ano concurso público para os quadros do INSS.

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Segundo o secretário especial da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, a medida vai economizar tempo e dinheiro público, e evitará que o trabalhador fique, por período demasiado, sem receber salário ou benefício. Hoje, a população conta com 4,3 mil peritos do INSS. Passará a ter à disposição mais 295 mil médicos do SUS, além dos particulares que poderão dar atestados, após a autorização por ato conjunto dos Ministérios do Trabalho e Previdência e da Saúde, e da edição da Instrução Normativa (IN) do INSS, que deve sair em uma semana, com os detalhes dos procedimentos.

SAIBA MAIS-STF analisa questionamentos da Câmara sobre rito de impeachment

16/03/2016 - 10h29


Prédio do STF, em Brasília
Por Eduardo Simões
SÃO PAULO - O Supremo Tribunal Federal (STF) analisa nesta quarta-feira os embargos declaratórios feitos pela Câmara dos Deputados à decisão tomada pela corte, no ano passado, que definiu o rito de impeachment de um presidente da República.
Ao entrar com os embargos, um instrumento jurídico que visa a esclarecer dúvidas sobre a decisão do Supremo, os advogados da Câmara, presidida pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apontaram que o STF interferiu em questões internas da Casa, que a decisão do ano passada foi marcada por "vícios" e que a Câmara "não pode deixar que seu prestígio e as suas prerrogativas sejam totalmente desconsideradas".
Veja abaixo os principais pontos questionados pela Câmara, onde tramita um pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
CHAPA AVULSA
Ao definir o rito de um processo de impedimento, o Supremo anulou a eleição feita na Câmara para a composição da comissão especial que analisará o pedido de abertura de impeachment contra Dilma.
A corte entendeu que os membros desse colegiado devem ser indicados pelos líderes partidários e não escolhidos em eleição com mais de uma chapa, uma com os nomes indicados pelos líderes e outra avulsa.
Nos embargos enviados ao STF, a Câmara argumenta que a lei de 1950 que trata do impeachment e o regimento interno da Casa, ao tratar especificamente dessa comissão especial, afirmam que ela deve ser "eleita" o que, no entendimento dos advogados da Câmara, permite uma disputa entre chapas e não apenas a ratificação das indicações das lideranças.
Fazem, ainda, uma série de questionamentos sobre as consequências da decisão do Supremo neste ponto, entre elas:
- Se o plenário da Câmara rejeitar os nomes indicados pelos líderes, o presidente da Câmara poderá fazer as indicações para a comissão, ou os deputados terão de realizar quantas votações forem necessárias até completar o número de componentes do colegiado?
- Caso algum dos líderes não faça a indicação correspondente ao seu partido ou bloco partidário, o presidente da Câmara poderá indicar os membros desta legenda ou bloco que farão parte da comissão?
- Uma vez instalada a comissão especial do impeachment, como o STF proibiu a chapa avulsa na escolha dos membros do colegiado, caberá ao presidente da Câmara indicar o presidente e o vice da comissão?
- Como os integrantes da comissão do impeachment serão indicados pelos líderes, e não eleitos em disputa de chapas, eles terão mandato ou poderão ser substituídos a qualquer momento, como ocorre nas demais comissões da Câmara em que os membros são indicados pelos líderes?
VOTO ABERTO
Outro motivo que levou o Supremo a anular a eleição de uma chapa avulsa para a comissão do impeachment foi o fato de a votação ter sido secreta. No entendimento do Supremo, os votos dos deputados teriam de ser abertos.
Os advogados da Câmara argumentam que a votação secreta, com a possibilidade de chapas avulsas, é a regra para eleições de membros de comissões da Casa, o que está previsto no regimento interno.
Com base nisso, os advogados fazem questionamentos, como por exemplo:
- A escolha do presidente e vice da comissão especial terá de ser feita por votação aberta?
- Com relação às escolhas dos presidentes e vices das demais comissões da Câmara, essas votações deverão passar a ser com voto aberto?
- Na votação em plenário sobre os nomes indicados pelos líderes para a comissão do impeachment, os deputados deverão votar na chapa fechada ou poderão rejeitar indicações individuais ou até mesmo todos os nomes indicados por determinado líder?
- Os advogados da Câmara afirmam que a votação para escolher os membros da comissão do impeachment no Senado em 1992, à época do processo que resultou no impedimento do ex-presidente Fernando Collor, foi secreta e questionam o Supremo se a escolha deve ser por voto aberto na Câmara e por voto fechado no Senado, para manter o rito do impeachment anterior.
PAPEL DO SENADO
O Supremo também decidiu no ano passado que, uma vez autorizada a abertura de processo de impeachment pela Câmara, o Senado poderá optar por acolher ou rejeitar a decisão dos deputados. Ou seja, poderá optar por não abrir processo que pode resultar no impedimento, mesmo que a Câmara o tenha autorizado.
Uma vez instalado o procedimento, o presidente da República é afastado do cargo imediatamente até que o Senado julgue o caso e decida pelo impedimento ou não.
Nos embargos, a Câmara afirma que esse trecho da decisão do STF contém um vício "gravíssimo" e afirma que, ao contrário do que decidiu a maioria dos ministros no ano passado, a decisão dos deputados de abrir procedimento de impeachment é vinculativa.
Apontam, ainda, que o Congresso Nacional é formado por duas casas legislativas e que "não há como concluir que o papel da Câmara dos Deputados seja um nada".
Neste ponto específico, os advogados da Câmara questionam o seguinte aos ministros do Supremo:
- Ao analisar a decisão da Câmara de abrir processo de impeachment contra um presidente, os senadores poderão discordar do "juízo político" dos deputados ou terão de se limitar aos aspectos formais da decisão dos deputados e à validade dos atos praticados para a tomada dessa decisão?
Reuters

Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira
Todo esse mar de lama de corrupção, enriquecimentos ilícitos, nos dar a certeza da putrefação da política já que não existe ideologia. Um mandato parlamentar concede ao mau político a fazer negociatas com o erário público de interesses pessoais, sem o mínimo interesse com os sérios problemas e dificuldades enfrentadas pela nação, se esquecendo de que a pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. O voto no Brasil precisa deixar de ser obrigatório, pois a democracia séria e justa contempla esses benefícios a todos que não se identifiquem com as propostas de candidatos.

CÁSSIO CUNHA LIMA I LÍDER DO PSDB NO SENADO Cássio Cunha Lima: “Dar ministério ao Lula é um autogolpe. É o fim do Governo Dilma”

Senador tucano diz que cassação da chapa Rousseff-Temer é melhor opção para o país

Pode garantir nova eleição em outubro, mas impeachment pode sair mais rápido

O senador Cássio Cunha Lima, no dia 4 de março.O senador Cássio Cunha Lima, no dia 4 de março.  Agência Senado
Líder do oposicionista PSDB no Senado, o paraibano Cássio Cunha Lima diz que se a presidenta Dilma Rousseffder, de fato, um ministério ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (ambos do PT) ela estará abdicando de governar. Defensor do impeachment, o parlamentar recebeu a reportagem do EL PAÍS em dois momentos diferentes, na quinta-feira da semana passada (10) e nesta terça-feira (15). Na primeira ocasião, respondia cada pergunta com parcimônia. Na segunda, estava mais agitado, a perna direita não parava de balançar e os olhos grudados no telefone em busca de novas notícias, enquanto conversava com assessores e outros parlamentares que o visitavam em busca de orientação. A ansiedade tinha uma razão. O dia do segundo encontro havia sido marcado por mais notícias negativas para a gestão Rousseff: a homologação da delação do senador Delcídio do Amaral e a possível posse do ex-presidente Lula em um ministério. Era mais uma jornada caótica em Brasília.
Pergunta. Na opinião da oposição, o que falta para a presidenta Dilma Rousseff deixar o cargo?
Resposta. A gente parte do pressuposto que a crise tem nome e endereço: Dilma Rousseff, do PT, Palácio do Planalto. A crise é ela. Pela falta de credibilidade, pela ausência de confiança, tudo isso oriundo da grande mentira que resultou da eleição dela. Quando você rompe os critérios de confiabilidade da relação de um Governo com a sociedade é o fim desse governo. O Governo pode perder popularidade, mas não pode perder o respeito da sociedade, a confiança mínima. E nada disso ela mais tem. A partir daí temos de encontrar dentro da Constituição alternativas para abreviar um mandato. Se fosse no parlamentarismo, ela já teria caído há muito tempo. Como no presidencialismo você tem o impeachment, que é uma espécie de voto de confiança, insistimos nessa via.
P. O crime de responsabilidade, o senhor fala das pedaladas fiscais?
R. Não só as pedaladas, mas os decretos de suplementação orçamentárias sem a autorização do Legislativo. O Orçamento é uma lei, é um decreto. Você só altera uma lei com outra lei e só quem aprova lei é o Congresso. Quando ela mudou o Orçamento sem a autorização legislativa, ela cometeu um crime de responsabilidade. A materialização do crime de responsabilidade está mais que comprovada.
P. Como vocês receberam as informações da delação do senador Delcídio que envolve o ministro da Educação, Aloizio Mercadante (PT-SP), mas também o Aécio Neves?
R. A delação é um instrumento importante de investigação, mas tudo que vem dela tem de ser apurado. Nossa postura é coerente, na defesa das instituições e nas apurações que possam levar à verdade. Sobre o Aécio, sabemos que nada de irregular existe. Nenhuma prova foi apresentada até o momento.
P. A oposição defende a saída do Mercadante do Governo?
R. Por algo semelhante [uma gravação clandestina], o senador Delcídio [do Amaral] acabou preso, mas cabe ao Judiciário se pronunciar sobre isso. Quanto à demissão, esse Governo já perdeu a compostura, já perdeu a moral. Não tem credibilidade. Manter o ministro Mercadante no cargo, é só uma desvalorização a mais.
P. O que representa o ex-presidente Lula assumir um ministério na gestão Dilma?
R. É o anúncio do fim. É o autogolpe. É a primeira vez na história do mundo que um governante ceifa o seu próprio mandato. A presidente Dilma está autodecretando o fim do Governo dela. Sem falar em outras especulações que a vinda do ex-presidente Lula provoca.
P. Nessa lógica, o foco de vocês não seria mais acabar com um Governo Dilma, mas sim com o terceiro Governo Lula?
R. O que queremos é lutar pelo Brasil e buscar saídas rápidas para melhorar a vida da população brasileira. Medidas que recomponham a economia, que tem sido destruída dia após dia.
P. Em um cálculo rápido, o impeachment só deverá sair da Câmara para o Senado em maio. Depois são mais seis meses para julgá-la. Como aproveitar esse embalo dos protestos?
R. Esse prazo serve para o impeachment. No processo que tramita no TSE pode ser mais rápido. Estimamos que a conclusão no TSE ocorra até julho. Se terminar até lá, dá tempo de realizar a eleição para presidente da República junto com a eleição de prefeitos e vereadores. A Justiça Eleitoral já estará toda mobilizada para a eleição municipal, não haverá custo extra. Será a grande oportunidade de se passar a limpo tudo isso porque o próprio Lula pode ser candidato, aí você respeita o artigo primeiro da Constituição que diz que todo o poder emana do povo. E você faz nascer um novo Governo legitimado pelo voto popular.
P. Essa seria a melhor opção, na sua avaliação?
R. Não vejo melhor saída para o país do que você ter a cassação da chapa, mas para isso é preciso afastar o Eduardo Cunha, porque a Constituição determina que afastado o presidente e o vice quem assume é o presidente da Câmara, por no mínimo 90 dias. E Eduardo Cunha não pode assumir a presidência da República nem por nove segundos, ainda mais por 90 dias.
P. O candidato do PSDB neste caso seria o senador Aécio Neves?
R. Não é algo que se esteja discutindo. Mas é natural que seja pelo desempenho que ele teve na última eleição, pelo respeito que ele tem da sociedade, pelo prestígio que tem no partido e pelo recall de 50 milhões de votos que ele teve.
P. O PSDB, agora, quer afastar o Eduardo Cunha, mas o seu partido, até o ano passado, o sustentou na presidência da Câmara com o objetivo de que ele conduzisse o processo do impeachment. Por que esse rompimento demorou?
R. Num primeiro momento houve o benefício da dúvida. As denúncias estavam surgindo ainda e o partido optou por não se precipitar. No momento que as denúncias começaram a ser comprovadas e as reportagens revelaram um certo grau de envolvimento, nós nos afastamos do Cunha.
P. Vários críticos dizem que a oposição tenta emplacar um terceiro turno ao não se contentar com a derrota eleitoral de 2014.
R. Não tem nenhum fundamento. Quando passou a eleição, ainda no domingo, com o resultado proclamado, o Aécio ligou para cumprimentar a presidente Dilma pela vitória. Foi um gesto de reconhecimento de fim de eleição. Não teve nenhuma reciprocidade dela. Passado esse período inicial, não só nós, mas o Brasil inteiro foi surpreendido com a Lava Jato. Imaginávamos que o episódio do mensalão foi algo isolado, os principais responsáveis estavam punidos e era uma página virada na história do Brasil. Só que quando passa a eleição, o país é surpreendido com vários detalhes da Lava Jato. E ele é muito mais grave que o mensalão e se constata que o que existia no Brasil é o comando de uma organização criminosa. Que tinha um projeto de permanência interna no poder. Verificou-se que a eleição ficou maculada por tudo isso e passamos a requerer na Justiça o que é essencial em uma democracia, eleições justas. Se você permite que quem esteja no poder abuse economicamente e politicamente, os outros não ganham a eleição nunca. As práticas criminosas no campo eleitoral foram sobejamente comprovadas e é preciso que as leis fossem cumpridas.
P. O senhor acha que a cassação da chapa ocorre antes do impeachment?
R. Eu acho que o impeachment pode avançar mais rápido, mas defendo que a cassação é a melhor opção. Entre uma solução que fique no âmbito da política e outra que envolva o conjunto da sociedade, eu prefiro a segunda, que é a democracia direta. A outra também, é uma solução constitucional. Mas o Brasil está em um momento tão grave, tão difícil, nossa democracia está doente, tem infecção generalizada provocada pela superbactéria da corrupção e não há melhor remédio para isso do que o voto.
P. E como fica a pecha da oposição de que está sendo golpista?
R. Se houvesse uma nova eleição, derrubaria qualquer ideia de que somos golpistas. Como teria golpe se é o povo que escolhe. Não tem golpe com os detentores do poder.
P. O senhor já teve mandato cassado e alegou que foi vítima de injustiça. Qual a diferença da sua cassação para uma eventual da Dilma?
R. Parto do pressuposto que a lei vale para todos. Por muito menos eu fui cassado. Quando eu era governador na Paraíba, por conta de um programa muito semelhante ao Bolsa Família, a Justiça Eleitoral de forma equivocada entendeu que aquele programa interferiu na vontade do eleitor. Era como se dissesse que o Bolsa Família interferiria na eleição da Dilma. Eu não fui cassado por corrupção, por malversação de dinheiro público, nem por improbidade. Fui por conduta vedada. A partir da minha cassação eu não confrontei com as instituições. Por mais indignado que ficasse, me resignei. Cumpri a minha punição. Hoje sou ficha limpa e por isso sou senador. Nesse momento você define bem quem tem uma posição firme e democrática, que mesmo não concordando, respeita as instituições, não ataca a Justiça, daqueles que quando veem seus interesses contrariados, tentam desestabilizar o sistema. Além do mais, mesmo acreditando que não era justa minha punição, eu acredito que meus dramas pessoais não podem se sobrepor aos valores da democracia e aos princípios essenciais da República.
P. Como o senhor confia nesta Justiça agora?
R. Se no meu caso, recheado de subjetividades, fui cassado, o TSE diante de um caso repleto de objetividades não tem outro caminho a trilhar, senão aplicar a lei para todos.
P. O que faltaria para o impeachment ou a cassação ocorrer faltaria a digital nas irregularidades da presidente?
R. Tem a digital na campanha dela. Mesmo que não se tenha o envolvimento pessoal dela, tem da campanha dela. Quem responde por tudo o que acontece na campanha é o candidato. A lei é muito clara.
P. O Governo fala em saída pela economia. O senhor crê nessa possibilidade?
R. Com esse Governo não. Nossa economia está esfacelando. A responsabilidade disso é a presidente Dilma. Ela não demonstra um sinal que tem capacidade de conduzir o país. O desemprego não para de crescer. A inflação sendo controlada com um custo altíssimo, com taxas de juros que são as mais altas do mundo. Não se tem mais um quadro de recessão, tem de colapso econômico. E é esse quadro que vai derrubá-la.
P. Se ela não cair, a oposição discute novos caminhos com o Governo?
R. Não vejo espaço para isso. Ela perdeu o momento desde quando o Aécio telefonou para felicitá-la pela vitória. Perdeu a oportunidade quando o Congresso voltou a trabalhar e ela não mandou uma pauta com a agenda de reformas que o país precisa. E também nos ataques permanentes que a oposição faz. Já disse que a oposição quer dividir o país e trabalha no quanto pior, melhor.
P. E isso não procede?
R. É claro que não! Quem tem se esforçado para piorar o país é ela e tem conseguido. Quem mais se empenha para destruir o Brasil é a presidente Dilma com toda a sua incompetência. Ela é incapacitada, demonstra inclusive nas falas dela que não tem nexo. Não consegue construir uma frase. Não consegue se articular. Não consegue apontar um caminho de saída para o Brasil. Falta a ela os predicados mínimos para conduzir um país. Ou a gente se livra para acabar com esse Governo ou esse Governo vai acabar com o Brasil.
P. Qual o impacto da manifestação do último fim de semana?
R. Foi uma manifestação avassaladora. A maior da história do Brasil. Ela servirá para exercer um impacto entre os parlamentares. A comissão deve ser instalada em breve, nesta semana ou na outra.
P. Mas como tocar o impeachment com o Cunha na presidência da Câmara, se o senhor disse que não era o ideal tê-lo neste cargo?
R. Você não pode confundir a carta com o carteiro. O Cunha é só o carteiro, ao receber a denúncia e processar. O conteúdo dessa carta são os crimes de responsabilidade praticados pela presidente Dilma. Em paralelo ao processo de impeachment, continua tramitando na Câmara o processo de cassação do deputado Eduardo Cunha, e nós defendemos o afastamento dele da presidência da Casa.
P. O senador Aécio Neves tem se denominado o coordenador da transição. Vocês já consideram que o Governo acabou? Que ele teria de assumir essa função simbólica?
R. O papel do PMDB é fundamental para o desfecho deste processo que estamos vivendo. E o desempenho do senador Aécio será fundamental para que, junto com o PMDB, possa se garantir a conclusão do mandato da presidente Dilma e o início de uma nova etapa na política nacional.
Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira

QUE PAÍS É ESTE? UM GOVERNO NÃO DEVE MANIFESTAR-SE OFICIALMENTE SOBRE QUESTÕES DA VIDA PESSOAL DE UM CIDADÃO QUE ESTÁ SENDO INVESTIGADO POR CRIME! Onde o poder Executivo na pessoa da Presidente afronta a constituição, nos valores da democracia, vem a público oficialmente ridicularizar o Estado de Direito, escarnecendo o judiciário em tom de ameaça: dizendo que o Governo não reconhece o direito e a legitimidade do Ministério Público em investigar e acusar um amigo da presidente “A questão do “poder investigatório do Ministério Público”, como se convencionou denominá-la, continua pendente de julgamento definitivo pelo Pleno do Supremo Tribunal Federal. O tema é de grande importância para o sistema penal brasileiro e coloca em jogo a validade de centenas de investigações e processos em curso. Apesar disso, nem sempre tem sido tratado com o necessário rigor metodológico, olvidando-se inclusive a comparação com os ordenamentos jurídicos estrangeiros”. Amigo esse que hoje é um cidadão comum e nem faz parte oficialmente do governo, além de possuir inúmeras denuncias comprovadas de crimes cometidos por ele? Quer dizer então que basta ser amigo do rei para estar acima da lei? Vergonha-nos na condição de ser brasileiro ao ver a presidente usar seu cargo, se apropriando do país como se fosse à rainha soberana e inquestionável... Ela só faltou dizer que vai punir os promotores e juízes que estão participando da investigação... A presidente dizer "oficialmente" que o governo não admite que o Sr. Lula seja acusado é o mesmo que dizer que a República Federativa do Brasil não reconhece o poder e as atribuições do judiciário porque não admite que questionem um amigo pessoal da presidente... Ela pensa que é a imperatriz ditadora de uma republiqueta de bananas... Isso é no mínimo imoral! Se ela quer advogar pessoalmente em favor do amigo deveria se destituir antes do seu cargo ao invés de usar o poder do cargo para isso... Isso sim é abuso de poder e de autoridade.