O destino mais provável do ex-presidente Lula é a Casa Civil. Esta discussão foi iniciada no jantar de ontem, no Palácio da Alvorada, que demorou mais de cinco horas, e deve ser concluída em café da manhã nesta quarta-feira. Inicialmente, o destino de Lula seria a Secretaria de Governo, hoje ocupada pelo ministro Ricardo Berzoini.
Com a mudança na Casa Civil, Dilma precisará definir o destino de Jacques Wagner, que ela pretende manter próximo a ela, com gabinete no Palácio do Planalto. Estas pendências é que impediram de ser batido o martelo na noite de ontem.
Segundo pessoas que conversaram com os participantes do jantar, ontem, Lula chegou a Brasília ainda resistindo à ideia de ocupar um cargo no governo. O argumento que teria pesado foi a oferta de Jacques Wagner para que ele ocupasse a Casa Civil, por ser o segundo cargo mais importante do governo.
O argumento dado a ele, além da conquista da prerrogativa de foro, era o de que o governo Dilma vai enfrentar uma dura batalha nos próximos 60 dias - o processo de impeachment que deve ser instalado tão logo o STF decida o rito de tramitação. Um dos presentes perguntou a ele: "Temos um campeonato em que não tem empate. Sua ideia é jogar no nosso time ou ficar dando palpite de fora do campo?"
Lula, segundo seus interlocutores, demonstra irritação quando se fala que ao se tornar ministro ele escapa da alçada do juiz Sérgio Moro. "E quem vai proteger minha familia?", questiona ele quando trata do assunto.
Por
Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira
QUE PAÍS É
ESTE? UM GOVERNO NÃO DEVE MANIFESTAR-SE OFICIALMENTE SOBRE QUESTÕES DA VIDA
PESSOAL DE UM CIDADÃO QUE ESTÁ SENDO INVESTIGADO POR CRIME! Onde o poder
Executivo na pessoa da Presidente afronta a constituição, nos valores da
democracia, vem a público oficialmente ridicularizar o Estado de Direito,
escarnecendo o judiciário em tom de ameaça: dizendo que o Governo não reconhece
o direito e a legitimidade do Ministério Público em investigar e acusar um
amigo da presidente “A questão do “poder investigatório do Ministério Público”,
como se convencionou denominá-la, continua pendente de julgamento definitivo
pelo Pleno do Supremo Tribunal Federal. O tema é de grande importância para o
sistema penal brasileiro e coloca em jogo a validade de centenas de
investigações e processos em curso. Apesar disso, nem sempre tem sido tratado
com o necessário rigor metodológico, olvidando-se inclusive a comparação com os
ordenamentos jurídicos estrangeiros”. Amigo esse que hoje é um cidadão comum e
nem faz parte oficialmente do governo, além de possuir inúmeras denuncias
comprovadas de crimes cometidos por ele? Quer dizer então que basta ser amigo
do rei para estar acima da lei? Vergonha-nos na condição de ser brasileiro ao
ver a presidente usar seu cargo, se apropriando do país como se fosse à rainha
soberana e inquestionável... Ela só faltou dizer que vai punir os promotores e
juízes que estão participando da investigação... A presidente dizer
"oficialmente" que o governo não admite que o Sr. Lula seja acusado é
o mesmo que dizer que a República Federativa do Brasil não reconhece o poder e
as atribuições do judiciário porque não admite que questionem um amigo pessoal
da presidente... Ela pensa que é a imperatriz ditadora de uma republiqueta de
bananas... Isso é no mínimo imoral! Se ela quer advogar pessoalmente em favor
do amigo deveria se destituir antes do seu cargo ao invés de usar o poder do
cargo para isso... Isso sim é abuso de poder e de autoridade.