quarta-feira, 16 de março de 2016

Lula pode ir para a Casa Civil. Quarta-feira, 16/03/2016, às 07:40, por Cristiana Lôbo



O destino mais provável do ex-presidente Lula é a Casa Civil. Esta discussão foi iniciada no jantar de ontem, no Palácio da Alvorada, que demorou mais de cinco horas, e deve ser concluída em café da manhã nesta quarta-feira. Inicialmente, o destino de Lula seria a Secretaria de Governo, hoje ocupada pelo ministro Ricardo Berzoini.


Com a mudança na Casa Civil, Dilma precisará definir o destino de Jacques Wagner, que ela pretende manter próximo a ela, com gabinete no Palácio do Planalto. Estas pendências é que impediram de ser batido o martelo na noite de ontem.


Segundo pessoas que conversaram com os participantes do jantar, ontem, Lula chegou a Brasília ainda resistindo à ideia de ocupar um cargo no governo. O argumento que teria pesado foi a oferta de Jacques Wagner para que ele ocupasse a Casa Civil, por ser o segundo cargo mais importante do governo.


O argumento dado a ele, além da conquista da prerrogativa de foro, era o de que o governo Dilma vai enfrentar uma dura batalha nos próximos 60 dias - o processo de impeachment que deve ser instalado tão logo o STF decida o rito de tramitação. Um dos presentes perguntou a ele: "Temos um campeonato em que não tem empate. Sua ideia é jogar no nosso time ou ficar dando palpite de fora do campo?"


Lula, segundo seus interlocutores, demonstra irritação quando se fala que ao se tornar ministro ele escapa da alçada do juiz Sérgio Moro. "E quem vai proteger minha familia?", questiona ele quando trata do assunto.


Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira


QUE PAÍS É ESTE? UM GOVERNO NÃO DEVE MANIFESTAR-SE OFICIALMENTE SOBRE QUESTÕES DA VIDA PESSOAL DE UM CIDADÃO QUE ESTÁ SENDO INVESTIGADO POR CRIME! Onde o poder Executivo na pessoa da Presidente afronta a constituição, nos valores da democracia, vem a público oficialmente ridicularizar o Estado de Direito, escarnecendo o judiciário em tom de ameaça: dizendo que o Governo não reconhece o direito e a legitimidade do Ministério Público em investigar e acusar um amigo da presidente “A questão do “poder investigatório do Ministério Público”, como se convencionou denominá-la, continua pendente de julgamento definitivo pelo Pleno do Supremo Tribunal Federal. O tema é de grande importância para o sistema penal brasileiro e coloca em jogo a validade de centenas de investigações e processos em curso. Apesar disso, nem sempre tem sido tratado com o necessário rigor metodológico, olvidando-se inclusive a comparação com os ordenamentos jurídicos estrangeiros”. Amigo esse que hoje é um cidadão comum e nem faz parte oficialmente do governo, além de possuir inúmeras denuncias comprovadas de crimes cometidos por ele? Quer dizer então que basta ser amigo do rei para estar acima da lei? Vergonha-nos na condição de ser brasileiro ao ver a presidente usar seu cargo, se apropriando do país como se fosse à rainha soberana e inquestionável... Ela só faltou dizer que vai punir os promotores e juízes que estão participando da investigação... A presidente dizer "oficialmente" que o governo não admite que o Sr. Lula seja acusado é o mesmo que dizer que a República Federativa do Brasil não reconhece o poder e as atribuições do judiciário porque não admite que questionem um amigo pessoal da presidente... Ela pensa que é a imperatriz ditadora de uma republiqueta de bananas... Isso é no mínimo imoral! Se ela quer advogar pessoalmente em favor do amigo deveria se destituir antes do seu cargo ao invés de usar o poder do cargo para isso... Isso sim é abuso de poder e de autoridade.

terça-feira, 15 de março de 2016

Bons Homens. Bons Políticos! Homens de VERDADE amam e respeitam os animais...

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS ANIMAIS

Proclamada pela UNESCO em sessão realizada em Bruxelas em 27 de janeiro de 1978

Preâmbulo: Considerando que cada animal tem direito; considerando que o desconhecimento e o desprezo destes direitos levaram e continuam a levar o homem a cometer crimes contra a natureza e contra os animais; considerando que o reconhecimento por parte da espécie humana do direito à existência das outras espécies animais, constitui o fundamento da coexistência das espécies no mundo; considerando que genocídios são perpetuados pelo homem e que outros ainda podem ocorrer; considerando que o respeito pelos animais por parte do homem está ligado ao respeito dos homens entre si; considerando que a educação deve ensinar à infância a observar, compreender e respeitar os animais,

Proclama-se:

Art. 1 - Todos os animais nascem iguais diante da vida e tem o mesmo direito a existência.

Art. 2º
a) Cada animal tem o direito ao respeito.
b) O homem, enquanto espécie animal não pode atribuir-se o direito de exterminar outros animais ou explorá-los, violando este direito. Ele tem o dever de colocar a sua consciência a serviço dos outros animais.
c) Cada animal tem o direito à consideração, à cura e à proteção do homem.

Art. 3º
a) Nenhum animal deverá ser submetido maltrato e atos cruéis.
b) Se a morte de um animal é necessária, deve ser instantânea, sem dor nem angústia.

Art. 4º
a) Cada animal que pertence a uma espécie selvagem, tem o direito de viver livre no seu ambiente natural terrestre, aéreo ou aquático e tem o direito de reproduzir-se.
b) A privação da liberdade, ainda que para fins educativos é contrária a este direito.

Art. 5º
a) Cada animal pertencente a uma espécie, que vive habitualmente no ambiente do homem, tem o direito de viver e crescer segundo o ritmo e as condições de vida e de liberdade, que são próprias da sua espécie.
b) Toda modificação deste ritmo e destas condições impostas pelo homem para fins mercantis é contrária a este direito.

Art. 6º
a) Cada animal que o homem escolher para companheiro tem o direito a uma duração de vida, conforme a sua natural longevidade.
b) O abandono de um animal é um ato cruel e degradante.

Art. 7º - Cada animal que trabalha tem o direito a uma razoável limitação do tempo e intensidade de trabalho, a uma alimentação adequada e ao repouso.

Art. 8º
a) A experimentação animal, que implica em um sofrimento físico e psíquico, é incompatível com os direitos do animal, quer seja uma experiência médica, científica, comercial ou qualquer outra.
b) As técnicas substutivas devem ser utilizadas e desenvolvidas.

Art. 9º - No caso do animal ser criado para servir de alimentação, deve ser nutrido, alojado, transportado e morto sem que para ele resulte ansiedade ou dor.

Art. 10º
a) Nenhum animal deve ser usado para divertimento do homem.
b) A exibição dos animais e os espetáculos, que utilizam animais são incompatíveis com a dignidade do animal.

Art. 11º - O ato que leva à morte de um animal sem necessidade, é um biocídio, ou seja, um delito contra a vida.

Art. 12º
a) Cada ato que leva ã morte de um grande número de animais selvagens, é um genocídio, ou seja, um delito contra a espécie.
b) O aniquilamento e a destruição do ambiente natural levam ao genocídio.

Art. 13º
a) O animal morto deve ser tratado com respeito.
b) As cenas de violência de que os animais são vítimas, devem ser proibidas no cinema e na televisão, a menos que tenha como fim mostrar um atentado aos direitos do animal.

Art. 14º
a) As associações de proteção e de salvaguarda dos animais devem ser representadas em nível de governo.
b) B) Os direitos do animal devem ser defendidos por leis, como os direitos do homem.

Esquema em Furnas pagou propina a Aécio Neves, afirma Delcídio

 postado em 15/03/2016 15:40 / atualizado em 15/03/2016 17:07

De acordo com o delator, o esquema era operado pelo ex-diretor Dimas Toledo; presidente nacional do PSDB diz que todas as acusações são falsas



Em delação premiada, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) afirmou que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) recebia vantagens ilícitas desviadas da diretoria de engenharia de Furnas. De acordo com o petista, o esquema era operado pelo ex-diretor Dimas Toledo, que teria "vínculo muito forte" com o tucano.

Delcídio afirma que os desvios eram repartidos entre Aécio e o ex-deputado José Janene, do PP. O senador petista cita uma conversa que teve com o Luiz Inácio Lula da Silva, em 2005, no qual o então presidente afirmou ter sido procurado por Janene e por Aécio para que Dimas continuasse a frente da diretoria de engenharia de Furnas.


"Agora o PT, que era contra, está a favor. Pelo jeito ele está roubando muito!", teria dito o ex-presidente. Delcídio afirma que seria necessário muito dinheiro para manter três grandes frentes de pagamentos a três partidos importantes (o PP, o PSDB e o PT).

Aos investigadores, Delcídio afirma não conhecer como funcionava o esquema em Furnas, mas garante que a empresa foi usada sistematicamente "em vários governos" para repassar valores aos partidos, da mesma maneira como ocorreu com a Petrobras, conforme revelou a Operação Lava Jato.

Dimas é apontado por Delcídio como um "super diretor", com grande capilaridade política dentro de Furnas, e que os demais diretores eram "meros coadjuvantes" na empresa. De acordo com o senador, Dimas ainda tem grande influência política, tendo conseguido eleger deputado federal o filho Dimas Fabiano (PSDB-MG).

O esquema em Furnas já havia sido citado na delação premiada do doleiro Alberto Youssef. As informações do delator sobre Aécio, no entanto, não foram suficientes para que a Procuradoria-Geral da República requisitasse inquérito para investigar o tucano na Lava Jato. 

Em resposta à referência de Aécio Neves na delação de Delcídio do Amaral, a assessoria do senador diz que todas as acusações são falsas.

Leia a nota na íntegra:

São citações mentirosas que não se sustentam na realidade e se referem apenas a “ouvir dizer” de terceiros.

1 – Delcídio do Amaral se refere a uma fundação que a mãe do senador planejou criar no exterior. Trata-se de assunto requentado já amplamente divulgado nas redes petistas na internet e, inclusive, já investigado e arquivado pela Justiça e pelo Ministério Público Federal há vários anos.

O assunto em questão foi devidamente analisado e arquivado, há mais de cinco anos, em 2010, após a Justiça Federal e o MPF do Rio de Janeiro constatarem a inexistência de qualquer irregularidade. Não houve sequer abertura de ação penal.

Ano passado, membros do PT reuniram material divulgado na internet e voltaram a apresentar a mesma falsa denúncia à Procuradoria Geral da República. Após o fornecimento das informações, o assunto foi novamente arquivado. Desta vez pela PGR, mais uma vez constada a inexistência de qualquer irregularidade.

Em 2001, a mãe do senador Aécio Neves cogitou vender alguns imóveis e aplicar os recursos no exterior. No entanto, o projeto foi suspenso em função da doença do marido dela e a fundação não chegou a ser implementada de fato.

Para o projeto, ela buscou a assessoria de um profissional que havia sido durante anos representante oficial de instituição financeira internacional, legalmente constituída no Brasil, sr. Norbert Muller. À época do contato, não existia qualquer razão para se duvidar da idoneidade profissional do representante.

Durante os seis anos em que o projeto ficou em suspenso (período entre assinatura dos primeiros documentos e o cancelamento definitivo do projeto, em 2007, em função do agravamento do estado de saúde de seu marido), a responsável fez dois pagamentos, em moeda nacional, e no Brasil, ao sr. Muller, referentes a despesas cobradas por ele. Esses valores corresponderam a uma média anual de cerca de 5 mil dólares.

Esses valores foram transferidos pelo representante para uma conta e corresponderam à totalidade dos depósitos realizados que foram integralmente consumidos em pagamentos de taxas e honorários. A conta nunca foi movimentada.

A criação da fundação foi devidamente declarada no Imposto de Renda da titular.

2 - Sobre a menção ao nome do senador Aécio com relação a Furnas, Delcídio repete o que vem sendo amplamente disseminado há anos pelo PT que tenta criar falsas acusações envolvendo nomes da oposição.

É curioso observar a contradição na fala do delator já que ao mesmo tempo em que ele diz que a lista de Furnas é falsa, ele afirma que houve recursos destinados a políticos.

3 – O delator relaciona o nome do senador Aécio ao Banco Rural no contexto da CPMI dos Correios. O senador jamais tratou com o delator Delcídio de nenhum assunto referente à CPMI dos Correios. Também jamais pediu a ninguém que o fizesse.

Nunca manteve qualquer relação com o Banco Rural, teve conta corrente na instituição ou solicitou empréstimos.

É fácil demonstrar que o PSDB não atuou na CPMI dos Correios com o objetivo de proteger ninguém. Pelo contrário, pode ser comprovado o posicionamento do PSDB na CPMI em favor do aprofundamento das investigações de todas as denúncias feitas durante os trabalhos da Comissão, incluindo aquelas relacionadas a nomes de integrantes do partido.

Segue anexa cópia da nota divulgada à época sobre o relatório final dos trabalhos da CPMI dos Correios, no qual é sugerido o indiciamento de integrantes do PSDB envolvidos.

Por fim, e ainda sobre esse assunto, é fácil demonstrar que Delcídio do Amaral não está falando a verdade. Ele diz que foi a Minas tratar com o então governador Aécio de assunto referente à CPMI. É mentira. O relatório final da CPMI data de abril de 2006 e a viagem de Delcídio a Minas ocorreu dois meses depois, no dia 7 de junho de 2006. O que demonstra que ele não poderia ter tratado de assunto da CPMI já encerrada. Na verdade, o encontro ocorrido foi a pedido dele para tratar do apoio partidário a seu nome nas eleições estaduais, em 2006, quando ele pretendia ser candidato no Mato Grosso do Sul.

Polícia fecha fábrica que adulterava cilindros de oxigênio hospitalares. Veja vídeo

PCDF/Divulgação


Produtos não tinham autorização para serem comercializados e poderiam levar pacientes a sofer insuficiência respiratória. Dono do local foi preso e pode pegar até 15 anos de prisão


A Polícia Civil do DF desmontou uma oficina de adulteração de gás oxigênio usado para fins medicinais, nesta terça-feira (15/3). O dono do local, Idevaldo Laurentino Silva, de 55 anos, foi preso. De acordo com a titular da Delegacia de Combate aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DCPIm), Mônica Ferreira, o homem comprava cilindros originais e os misturava com outros cinco ou seis tipos de gases, entre eles, ar comprimido e oxigênio industrial.
Depois de adulterados, os cilindros ficavam com uma parte composta pelo gás original e o resto adulterado, sem benefícios para a saúde. Assim, o paciente primeiro apresentava melhoras ao inalar o oxigênio original e, depois tinha problemas ao utilizar a parte com outros gases, podendo chegar inclusive à morte por insuficiência respiratória.
A operação foi realizada em conjunto com a Vigilância Sanitária do DF, depois que o órgão recebeu uma notificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre um paciente que havia enfrentado complicações após utilizar o gás oferecido pela empresa. De acordo com Gustavo de Lima, gerente de Medicamentos da Vigilância Sanitária local, os cilindros também apresentavam outro tipo de risco, pois ficavam próximos de uma oficina mecânica e, em contato com graxa, o oxigênio tem grandes chances de explodir.
Em depoimento, Idevaldo afirmou que não comercializava oxigênio medicinal havia 10 meses. No entanto, segundo a vigilância sanitária, ele não tinha autorização para fabricar, transportar ou comercializar nenhum tipo de gás. Ele foi autuado por crime contra a saúde pública e por violação das relações de consumo. Se condenado, pode ficar preso de 10 a 15 anos.
A delegada Mônica Ferreira afirmou ainda que existem outras empresas que realizam a mesma prática no DF. “As pessoas que alugam ou compram esse material precisam verificar se os responsáveis possuem o selo da Anvisa para garantir a qualidade dos produtos”, afirma.


Delação de Delcídio do Amaral é homologada pelo Supremo e se torna pública

As revelações, que já vinham fazendo estrago por vazamentos, devem intensificar a crise
No Palácio do Planalto, receio é de que ministro Aloizio Mercadante seja preso
STF homologa delação de Delcídio do Amaral
São Paulo / Brasília 
Se já vinha fazendo estrago enquanto hipótese, a delação do senador Delcídio do Amaral (PT) deve aumentar mais alguns graus na crise política do país após sua homologação pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Teori Zavascki liberou o conteúdo das revelações feitas pelo ex-líder do Governo Dilma Rousseff à Procuradoria-Geral da República nesta terça-feira. A delação confirma tudo o que já vazou do acordo de colaboração premiada, e piora muito a situação para a presidenta Dilma. Mas a oposição ao Palácio do Planalto também pode acabar em maus lençóis.
As primeiras informações sobre o conteúdo da delação davam conta, no meio da manhã, de que o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, teria tratado com um assessor de Delcídio, após a prisão do senador por tentar interferir no andamento da Operação Lava Jato, para negociar seu silêncio — no Palácio do Planalto, o receio é de que Mercadante possa ser preso nos próximos dias. No meio da tarde, o conteúdo da delação, que já havia sido vazado mais cedo por alguns jornais, se tornou público.
A se confirmar, a tentativa de interferência do ministro nas investigações leva a Lava Jato para o centro do Governo, já que Mercadante, gravado por um assessor de Delcídio, é o ministro mais próximo da presidenta Dilma — em entrevista coletiva, Mercadante se defendeu, dizendo que estava preocupado apenas com Delcídio. No depoimento, Delcídio ainda diz que tanto Dilma quanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabiam da existência do esquema de corrupção na Petrobras.
Do outro lado do espectro político, o depoimento de Delcídio pode prejudicar o senador Aécio Neves (PSDB), um dos maiores expoentes da oposição. De acordo com a  delação premiada do senador, Aécio teria atuado, ainda enquanto governador de Minas Gerais, para ocultar dados da quebra de sigilo do Banco Rural, que demoraram a ser enviados à CPI dos Correios, em 2005 — a comissão investigava o esquema do mensalão, cujo procedimento original remonta ao governo de outro tucano, Eduardo Azeredo, que foi condenado a 17 anos de prisão pelo esquema. A outra menção de Delcídio a Aécio em seu depoimento diz respeito a um esquema em Furnas.
Outro que entrou na roda a partir dos vazamentos foi o vice-presidente Michel Temer. Segundo a revista IstoÉ, Delcídio afirmou que Temer apadrinhou João Augusto Henriques, que participou de um esquema de compra ilícita de etanol entre 1997 e 2001, quando o presidente da República era Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Augusto Henriques está preso, mas segundo Delcídio, Temer pressionou para que fosse nomeado pela presidenta Dilma na diretoria internacional da Petrobras, em substituição de Nestor Cerveró — a presidenta vetou.
A homologação do acordo de delação de Delcídio chega quando o mundo político esperava pela notícia de que o ex-presidente Lula poderia virar ministro do Governo Dilma. A própria presidenta Dilma declarou publicamente que gostaria de ter seu mentor político na Esplanada dos Ministérios, mas a suspeita de que Lula se uniria ao Governo para tentar se valer do foro privilegiado contra a investigação da Lava Jato tumultuou o ambiente em Brasília e desgasta ainda mais o Planalto desde que essa possibilidade passou a ser considerada. A Bolsa de Valores opera em queda e os investidores atribuem a baixa a essa eventual ida do ex-presidente ao Governo. Aos olhos do país, é mais uma medida desesperada de Dilma para se manter no cargo.

Repercussão

A estratégia do Governo, agora, é descolar a ação de Mercadante da gestão Dilma. Flagrado em uma conversa com um assessor de Delcídio em que promete ajudar o parlamentar preso, o ministro ainda não se manifestou. Coube a líderes da base aliada no Congresso tomar a linha de frente de defesa do Planalto. Depois de participar de uma longa reunião com o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, os deputados saíram dizendo que Dilma não participou de nenhum ato ilícito e que as delações premiadas precisam ser comprovadas, inclusive nos casos que envolvem opositores.
"Temos a convicção de que todos fazem um esforço para chegar à presidenta. Estamos convencidos de que nada chega à presidenta", afirmou o líder do Governo na Câmara, José Guimarães (PT). "Há três delações premiadas em relação ao senador Aécio Neves e ninguém pode dizer que ele é culpado. A presunção de inocência deve valer para ele e para qualquer outro que for citado. É necessário respeitar o devido processo legal", ponderou o líder do PT na Câmara, Afonso Florence (PT-BA).
Mais cedo, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, seguiu nessa mesma linha. Em um encontro com jornalistas na AGU, Cardozo, que deixou recentemente o Ministério da Justiça, afirmou que todas as investigações precisam ser aprofundadas, independentemente de quem seja o alvo. O ministro reforçou que, até o momento, nada que implicasse a presidenta foi encontrado.

Confira quem foi mencionado na delação de Delcídio

Geraldo Magela/Agência Senado


Integrantes da base governista e da oposição têm seu nomes citados pelo senador




Em delação premiada homologada nesta terça-feira (15/3), pelo Supremo Tribunal Federal, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) denunciou ações de diversos políticos brasileiros – tanto da base governista quanto da oposição. Confira quem foi citado no depoimento do ex-chefe de governo do PT no Senado:


Aloízio Mercadante:
O senador Delcídio do Amaral afirmou em delação premiada que o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, prometeu dinheiro e ajuda para que ele deixasse a prisão e não tivesse seu mandato cassado no Senado. As revelações foram antecipadas pela revista Veja. Em troca, o senador não poderia falar a respeito do governo nas investigações da Operação Lava Jato. De acordo com a publicação, o governo teria tentado o acordo para comprar o silêncio de Delcídio. Areportagem publicou também a transcrição da delação premiada em que o senador revela a tentativa de Mercadante. A conversa teria ocorrido com um assessor de Delcídio, José Eduardo Marzagão. O ministro diz que nunca tentou impedir a delação do senador.
Dilma Rousseff:
Para Delcídio, não há chance de a presidente Dilma Rousseff e demais conselheiros de Administração da Petrobras se livrarem de responsabilidade na compra da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). Dilma era ministra da Casa Civil e chefe do colegiado em 2006, quando foi aprovada a aquisição da refinaria, feita em duas etapas: uma naquele ano e outra em 2012. O negócio é considerado um dos piores já feitos pela estatal. Conforme o Tribunal de Contas da União (TCU), gerou perdas de US$ 792 milhões à companhia.
Lula:
De acordo com a delação, a CPI do Carf é um tema que aflige o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já o procurou para tentar evitar a convocação de Mauro Marcondes e da esposa do lobista, Cristina Mautoni. O casal está preso preventivamente e é réu na Operação Zelotes, que investiga a compra de medidas provisórias durante os governos Lula e Dilma. Investigadores também apuram o pagamento de R$ 2,5 milhões feito pela consultoria de Marcondes à empresa de um dos filhos de Lula. O senador prometeu a Lula “mobilizar uma tropa” para resolver a questão da convocação do casal na CPI do Carf e reuniu-se com líderes da base do governo. Ele disse ainda que requerimentos de “alta periculosidade e sensíveis a Lula, a exemplo da convocação de seus filhos”, foram derrubados na CPI do Carf em novembro após mobilização articulada por ele com líderes da base. no resumo da delação, divulgado nesta terça, o nome de Lula é citado 186 vezes.
Temer 
O vice-presidente Michel Temer foi citado como responsável pela indicação de um diretor da BR Distribuidora que fez aquisições de etanol de forma ilícita. De acordo com Delcídio, Temer foi responsável pela indicação de João Augusto Henriques para a companhia estatal no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Já a compra ilegal de álcool teria ocorrido entre 1997 e 2001. Na oportunidade, Temer era deputado federal e ocupava a presidência da Câmara.
Lewandowski:
De acordo com Delcídio, o ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), teria se encontrado em Portugal com o então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e a própria presidente Dilma Rousseff para tratar da Operação Lava Jato e do processo de impeachment. Além disso, o ministro Aloizio Mercadante teria prometido falar com Lewandowski para interceder pela liberdade de Delcídio. O ministro nega ter participado de qualquer conversa do tipo.
Aécio Neves:
Delcídio disse que o senador e presidente do PSDB Aécio Neves (MG) recebia vantagens ilícitas desviadas da diretoria de engenharia de Furnas. De acordo com o petista, o esquema era operado pelo ex-diretor Dimas Toledo, que teria “vínculo muito forte” com o tucano.
Eduardo Cunha:
O senador  chamou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de “menino de recados” do banqueiro André Esteves em assuntos de interesse do Banco BTG, “especialmente no que tange a emendas às Medidas Provisórias que tramitam no Congresso”. O deputado minimizou a o conteúdo envolvendo seu nome.  “Tem coisa muito mais grave nisso aí para vocês se preocuparem”.
Marcos Valério Fernandes de Souza, operador do mensalão:
Delcídio do Amaral afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio da Silva e o ex-ministro Antonio Palocci atuaram na compra do silêncio do operador do mensalão, Marcos Valério Fernandes de Souza. A negociação teria custado entre R$ 110 milhões e R$ 220 milhões, pagos por empreiteiras do esquema de corrupção na Petrobras – revelado pela Operação Lava Jato.
Gleisi Hoffmann e Humberto Costa:
No acordo firmado com a Procuradoria-Geral da República para colaborar com as investigações, Delcídio avaliou que “se deve dar atenção especial” para o período no qual a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-ministra-chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff, foi diretora financeira de Itaipu, quando vários negócios envolvendo obras teriam passado pelas suas mãos.  Delcídio também alega que o senador Humberto Costa (PT-PE) “agiu com desenvoltura” na Refinaria de Suape (PE). “Ele foi parceiro, entre outras empresas, da White Martins, que sempre contribuiu decisivamente para suas campanhas”, afirmou.
Adir Assad, empresário:
Em delação, o senador afirma que uma das maiores operações de “caixa 2” da campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff em 2010 ocorreu por meio do empresário Adir Assad. O executivo foi condenado por lavagem de dinheiro e associação criminosa em obras da Petrobras em setembro do ano passado e cumpre prisão domiciliar. De acordo com Delcídio, o então tesoureiro de campanha de Dilma e ex-secretário de Saúde da Prefeitura de São Paulo, José Filippi Júnior, orientava os empresários a fazerem contratos de serviços com as empresas de Assad, que repassava os recursos para o Partido dos Trabalhadores. “Esse expediente foi largamente utilizado”, afirmou o delator.

Bovespa fecha em queda de mais de 3%; Banco do Brasil desaba 21% Ibovespa fechou em baixa de 3,56%, a 47.130 pontos. Apesar do tombo desta terça, BB acumula alta de cerca de 30% no mês. Do G1, em São Paulo

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de mais de 3% nesta terça-feira (15), tendo como pano de fundo a queda de commodities, enquanto o componente político também pressiona, em meio a notícias de que cresceram as chances de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumir um ministério no governo da presidente Dilma Rousseff.
O Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, fechou em baixa de 3,56%, a 47.130 pontos, na segunda queda seguida. Veja a cotação.
No mês, o ganho acumulado foi reduzido a 10,13% Até a última sexta-feira, o índice de referência do mercado acionário local acumulava alta de 16%.
No ano, a bolsa tem valorização de 8,72%.
BB cai mais de 20%
As ações ordinárias do Banco do Brasil lideraram a queda entre ações do Ibovespa, recuando 21,17%, pressionado pelas incertezas na esfera política. Trata-se da maior queda percentual diária em 20 anos, desde março de 1996. O banco estatal, que vinha subindo com força neste mês, perdeu nesta sessão R$ 13,5 bilhões em valor de mercado, destaca a Reuters.
Foi a segunda queda seguida dos papéis do BB, que até sexta-feira acumulavam alta de quase 70% no mês, em um dos melhores desempenhos do Ibovespa em março. Mesmo assim, o banco ainda acumula alta de cerca de 30% no mês.
As preferenciais da Petrobras caíram 10,68%, também na esteira de apreensões ligadas ao cenário político e com o petróleo recuando pelo segundo dia. Os papéis da petroleira também acumulam ganhos fortes em março, de quase 30%, mesmo com a perda nesta sessão.
Gerdau perdeu 10,04% em sessão negativa para o setor siderúrgico, com o prejuízo do grupo de R$ 41 milhões no quarto trimestre e o anúncio de cortes nos investimentos também em foco. Usiminas caiu 15,68% e CSN recuou 12,28%. As ações do setor ainda lideram as altas do Ibovespa no acumulado do mês.
Itaú recuou quase 6%, queda semelhante à do Bradesco.
Cenário político
Lula deve se reunir ainda nesta terça-feira com a presidente Dilma para acertar as condições para integrar o governo. O ex-presidente estaria negociando, segundo noticiou a imprensa, mudanças na política econômica.
O ex-presidente ficaria encarregado das relações políticas, em um momento em que o PMDB, principal partido da base aliada, dá sinais de que pretende se afastar do governo, com alguns membros do partido apoiando o processo pelo impeachment de Dilma.
Entre agentes financeiros, o entendimento é que o retorno de Lula possibilitaria sobrevida do atual governo, o que preocupa, uma vez que os mesmos avaliam que a melhora das perspectivas econômicas passa por troca do governo. Há temores também sobre as eventuais alternativas do governo para reanimar a economia.
Na véspera, o Ibovespa terminou o pregão com baixa de 1,55%, a 48.867 pontos.