São Paulo / Brasília
Após depoimento de Lula, atos pró e contra PT ganham força. Rousseff pede "tolerância" e "união"
A condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Polícia Federal na última sexta-feira aumentou o clima de polarização política vivido no Brasil. A adesão às manifestações pró-impeachment, marcadas há um mês para o próximo domingo, ganharam mais fôlego, assim como os protestos em defesa de Lula e do PT, que prometem estourar pelo país. O medo de enfrentamento entre os dois grupos preocupa o Governo Dilma Rousseff, que nesta terça-feira fez um apelo pela “unidade” do país e disse que os Governos precisam de “paz”.
"No momento em que nós vivemos, mais uma vez, é necessário que a gente repita a importância da tolerância", afirmou a presidenta durante discurso em Brasília. Aparentando cansaço, Rousseff afirmou ainda que a crise pela qual sua gestão passa só será superada caso tenha tranquilidade para governar. "Governos precisam de paz, para que nós possamos ter condições de enfrentar a crise e de retomar o crescimento".
Também nesta terça-feira, o Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que faz parte do partido oposicionista PSDB, afirmou em uma entrevista à rádio Jovem Pan que não permitirá que os manifestantes pró-Lula ocupem a avenida Paulista no domingo, onde ocorrerá o protesto dos que são contra Rousseff. “Havia uma solicitação para ter outra manifestação no sentido contrário e nós dissemos que no mesmo local não pode. Esse pleito a favor do impeachment, contra a corrupção, já estava agendado há mais de um mês”, afirmou ele. “A situação política agravou-se ainda mais no país. Domingo estamos preparados a oferecer toda a segurança para que as pessoas possam se manifestar.”
Desde a última sexta-feira, quando Lula foi conduzido para a sede da Polícia Federal no aeroporto de Congonhas para prestar esclarecimentos por suspeitas de envolvimento com desvios da Petrobras, a adesão às manifestações que pedem a saída de Rousseff, afilhada política de Lula, aumentou. Segundo o jornalFolha de S.Paulo, um monitoramento das redes sociais indicou que a adesão aos atos do próximo dia 13 dispararam. No entanto, o levantamento, feito a pedido do Governo federal, mostra que a adesão é menor do que a do protesto feito no mesmo mês do ano passado, que reuniu quase um milhão de pessoas. A última, feita pelo mesmo grupo em 16 de dezembro passado, já havia sido bem menor.
Desde o fim de semana passado, a militância do Partido dos Trabalhadores, composta por movimentos sociais, sindicais e estudantis, também tem sidoconvocada a ir para as ruas pelos próprios caciques do partido, como Lula. Oficialmente, o partido não convocou nenhuma manifestação para o próximo domingo, mas há a preocupação de que os militantes queiram fazer frente aos oposicionistas e que isso acabe gerando confrontos.
Marco Aurélio Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal, também expressou preocupação nesta terça-feira. “Que cada segmento saia em um determinado dia. Vamos evitar o pior”, afirmou. “Receio um conflito. Receio, inclusive, o surgimento de um cadáver. E a história revela o que leva a esse surgimento”, completou.
Amostras da animosidade entre os grupos já aconteceu por diversas vezes ao longo do último ano, quando a crise política tomou o país. A última delas foi na própria sexta, em frente ao aeroporto, onde Lula prestava seu depoimento. A Polícia Militar teve que ser deslocada para o local.
Por
Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira
Todo esse
mar de lama de corrupção, enriquecimentos ilícitos, nos dar a certeza da
putrefação da política já que não existe ideologia. Um mandato parlamentar
concede ao mau político a fazer negociatas com o erário público de interesses
pessoais, sem o mínimo interesse com os sérios problemas e dificuldades
enfrentadas pela nação, se esquecendo de que a pátria não é um sistema, nem uma
seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a
tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados,
a comunhão da lei, da língua e da liberdade. O voto no Brasil precisa deixar de
ser obrigatório, pois a democracia séria e justa contempla esses benefícios a
todos que não se identifiquem com as propostas de candidatos.