terça-feira, 8 de março de 2016

Capelania da PMDF abre inscrições para os “cursos da família policial”

Como corpo de astronauta mudou após um ano no espaço – comparado ao de seu irmão gêmeo na Terra Há 2 horas

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Image captionAstronauta sente dores no corpo e hipersensibilidade na pele
O astronauta americano Scott Kelly, que retornou do espaço na semana passada depois de passar quase um ano na Estação Espacial Internacional (EEI), diz sentir fortes dores pelo corpo.
Sente tanta dor nos músculos e articulações que mal consegue dizer onde dói.
"Estou surpreendido pela diferença entre como me sinto agora, fisicamente, em comparação com a primeira missão em que estive", diz em entrevista poucos dias após voltar à Terra.
Kelly passou quase um ano na Estação Espacial Internacional com o cosmonauta russo Mikhail Kornienko.
Na outra missão, Kelly ficou no espaço por 159 dias.
Ele já sabia que sentiria dores musculares e fadiga.
"Desta vez, assim que saí da cápsula (no Cazaquistão) me senti melhor do que na primeira vez", disse.
Mas, após uma pausa, contou que em algum momento começou a sentir um nível de dor muscular "muito maior do que da outra vez".
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Image captionScott foi acompanhado por cosmonauta russo nos 340 dias no espaço
E algo que não havia ocorrido antes: agora, ele sente hipersensibilidade na pele. Segundo Scott, isso ocorre porque a pele não encostou em nada significativo por muito tempo.
"É um sensação de ardência sempre que sento, deito ou ando", contou.

Diferença de altura

É a primeira vez que um americano passa tanto tempo na microgravidade.
Os russos levam vantagem: nos anos 1990, Valery Polyakov passou 438 dias na estação espacial MIR.
Mas o que torna a viagem de Kelly particularmente interessante não são apenas os 340 dias que ele passou na EEI ou as 5.440 voltas que deu ao redor de nosso planeta, mas o fato de seu irmão gêmeo, Mark Kelly, ter ficado na Terra para que fosse estudado o impacto psicológico e fisiológico de uma viagem longa no espaço sobre o corpo humano.
Uma das primeiras mudanças visíveis foi que havia superado seu irmão em altura - tinha 3,81 cm a mais que ele.
"A gravidade se encarregou de colocá-lo no lugar dele", brincou.
Mas poucos dias depois de voltar à Terra - e à força da gravidade -, Scott já tinha voltado ao tamanho normal.
Entender estas mudanças é importante para os especialistas. Os astronautas que voltaram da estação espacial foram recebidos por uma comitiva mas, em um eventual futura missão a Marte, terão que se adaptar sozinhos à chegada a um planeta com uma gravidade diferente da Terra.
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Image captionEles são gêmeos idênticos, mas Scott tem 3,8 cm a mais agora
Os irmãos Kelly foram submetidos - antes e durante a missão - a uma bateria de exames psicológicos e fisiológicos.
Eles devem continuar sendo "ratos de laboratório" por dois anos.
Após o pouso no Cazaquistão, ele foi levado à Noruega para os primeiros exames físicos e seguiu para os EUA. Ele contou que nesse trajeto não conseguiu dormir, por estar "incomodado e com muita dor muscular."
A chegar aos Estados Unidos, foi submetido a mais exames físicos e análises sanguíneas, assim como scanner cerebral.

Má pontaria

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Image captionAo aterrizar, astronautas tiveram ajuda, o que não acontecerá em Marte
O astronauta explica que, entre outras dificuldades, está tendo problemas com pontaria na hora de jogar objetos.
"Fracassei com a primeira coisa que tentei jogar em uma mesa; tentei jogar basquete e não fiz cesta nenhuma vez... mas eu já não era um bom jogador."
Quando astronautas voltam à Terra eles têm tendência a soltar as coisas, como quando estão sem gravidade.
Sobre o mal-estar físico, há várias explicações.
Quando estão em microgravidade, os astronautas perdem massa muscular e densidade óssea, apesar das duas horas de exercícios seis dias por semana.
Scott Kelly
Image captionEfeitos da viagem devem ser totalmente conhecidos em seis anos
Mesmo assim, como não precisam aguentar a gravidade, os músculos ficam mais preguiçosos.
O coração continua bombeando a mesma quantidade de sangue para as extremidades, mas os vasos sanguíneos das pernas não têm que trabalhar tanto para bombear sangue de volta para o coração.
No espaço, os astronautas perdem volume de sangue, razão pela qual Scott recebeu uma transfusão de sangue após o retorno.
Outro problema que os astronautas experimentam é uma inflamação na parte posterior do olho enquanto estão no espaço. Isso causa problemas de visão que podem durar um tempo após o retorno à gravidade.
Estas são só algumas das mudanças que aconteceram no corpo de Scott e, muito provavelmente, em seu companheiro russo.
Mas só saberemos o verdadeiro impacto da viagem em seis anos, quando os cientistas preveem que os resultados da pesquisa serão publicados.

Arrecadação do DF em 2016 não acompanha a inflação e perda de receita chega a R$ 190 milhões

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Para equiparar a alta de 10,7% da inflação, o Distrito Federal precisaria arrecadar, nos dois primeiros meses do ano, R$ 213 milhões a mais do que no mesmo período de 2015. No entanto, só conseguiu aumentar a arrecadação em R$ 22,2 milhões


Nos dois primeiros meses de 2016, a receita tributária do Distrito Federal foi de R$ 2,013 bilhões, contra R$ 1,99 bilhão no mesmo período do ano passado. Embora a diferença de arrecadação de um ano para o outro seja de aproximadamente R$ 22,2 milhões, o DF precisaria ter chegado à cifra de R$ 213 milhões para ao menos equiparar a inflação acumulada entre janeiro do ano passado e o mesmo mês este ano, que chegou a 10,7%, segundo o o Índice Nacional de Preços ao Consumidor-Amplo (IPCA). Ou seja, houve uma perda de receita de aproximadamente de R$ 190 milhões somando-se janeiro e fevereiro de 2016.
Levando-se em conta apenas os meses de fevereiro, a arrecadação aumentou 2,01%, se comparado 2015 e 2016. No ano passado, a receita com impostos e taxas no período foi de R$ 993,3 milhões, enquanto neste ano ficou em R$ 1,014 bilhão, sem considerar a inflação no período.
A alta foi puxada pelo crescimento da arrecadação do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), que subiu de R$ 2.746.876,51 para R$ 3.374.295,99, um acréscimo de 22,84%. Logo depois, vem o aumento na receita do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), com um aumento de 12,75%. No exercício anterior, quem pagou o tributo contribuiu com R$ 44.500.241,02 e, neste ano, com R$ 50.175.195,79.
Os dados fazem parte de um balanço preliminar baseado em dados do Sistema Integrado de Gestão Governamental (Siggo). Eles ainda demonstram a estagnação do setor imobiliário. O ITBI caiu de R$ 22.128.501,40 para R$ 19.438.987,25.

Repórter americana ganha US$ 55 mi na Justiça por ter sido filmada nua secretamente em hotel Há 3 horas

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Image captionRepórter disse que se sentiu envergonhada e humilhada
Um tribunal americano decidiu que a repórter de TV americana Erin Andrews receberá uma indenização de US$ 55 milhões após ser filmada nua em um quarto de hotel sem saber.
Após um dia de deliberações, o júri decidiu que a culpa era 51% do autor do vídeo. A outra parte da indenização (US$ 27 milhões) será paga pelos responsáveis pelo hotel.
Andrews, de 37 anos, repórter da Fox Sports, foi filmada em 2008 pelo olho mágico da porta do quarto por Michael David Barrett. Publicado na internet, o vídeo se tornou viral.
Ela chorou quando o veredito foi anunciado e abraçou seus advogados e sua família.
Depois, em uma declaração no Twitter, agradeceu à Corte, ao júri, aos advogados e à família.
"Fiquei honrada pelo apoio de vítimas por todo o mundo", disse.
"Eles me ajudaram a me manifestar e responsabilizar aqueles que tem como trabalho proteger a segurança e privacidade das pessoas."
Andrews processou Barrett e as duas empresas donas do hotel onde ela foi filmada, em Nashville, por US$ 75 milhões. Ele estava hospedada em um hotel perto da Universidade Vanderbilt, para cobrir uma partida de futebol americano.
Barrett, executivo de uma empresa de seguros de Chicago, admitiu que filmou Andrews e disse que fez isso para ganhar dinheiro. Ele postou as imagens online após o site de fofocas de celebridades TMZ se recusar a pagar por elas.
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Image captionBarrett em foto de 2009; ele foi condenado por perseguição
Barrett se declarou culpado por perseguir Andrews. Ele se hospedou no quarto ao lado do dela e modificou o olho mágico do quarto para fazer vídeos com nudes dela. Ele foi condenado a dois anos e meio de prisão.
Coube então ao júri decidir se a empresa dona do hotel, West End Hotel Partners, e a antiga operadora, Windsor Capital Group, também eram culpadas.
Ela acusou as empresas de negligência por permitir que ele soubesse qual seria o quarto dela para reservar o quarto vizinho.
Barrett, no entanto, disse que fez tudo sozinho. Nas argumentações finais, os advogados de Andrews disseram que ele estava tentando assumir toda a culpa para que ela não ganhasse dinheiro algum no processo.

'Acabou comigo'

Andrews disse que a divulgação do vídeo a deixou com medo, ansiosa e depressiva.
Ela disse ao júri que passou a ser tão cuidadosa que procura câmeras escondidas em aparelhos de ar-condicionado de hotéis e muda de quarto com medo de ser filmada.
"Me senti envergonhada, humilhada, mortificada por causa do vídeo", disse durante seu depoimento, em que chorou diversas vezes.
Andrews disse que um dos momentos mais difíceis foi quando especulou-se que ela mesma havia divulgado o vídeo para ganhar publicidade.
"Todo mundo dizia que eu estava fazendo aquilo para ganhar fama e atenção e aquilo acabou comigo", disse, chorando.
Em um vídeo transmitido durante o julgamento, Barett disse que escolheu Andrews porque ela era popular.

Conheça a norueguesa que, aos 19 anos, é a bilionária mais jovem do mundo


Ferd
A mais jovem bilionária do mundo dedica seu tempo aos cavalos
Mesmo para os altos padrões de bem-estar social da Noruega, Alexandra Andresen é um caso de arregalar os olhos.
Aos 19 anos, a herdeira de um conglomerado de empresas é a bilionária mais jovem do mundo, segundo um levantamento da revista americana de economiaForbes.
Andresen, segundo a publicação, tem fortuna avaliada em US$ 1,15 bilhão e já é dona da nona maior no país escandinavo - em segundo lugar no ranking daForbes, por sinal, está sua irmã, Katharina, um ano mais velha.

'Pódio norueguês'

Só que as duas jovens já eram multimilionárias antes de sequer entrarem na adolescência: em 2007, o pai delas, Jonah, transferiu para cada uma 42% das ações da Ferd, empresa que já foi uma gigante do mercado tabagista norueguês e hoje atua em uma diversidade de setores, da eletrônica aos empreendimentos imobiliários.
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Image captionAs irmãs Andresen
Mas, segundo relatos da mídia norueguesa, as meninas tiveram uma vida normal em Oslo, onde nasceram. Alexandra, em entrevistas anteriores, disse que os pais lhe ensinaram a economizar e que ela dirige carros usados - não é que o sugerem as fotos bem estilo dolce vita que as iurmãs Andresen postam em mídias sociais.
Atualmente, Alexandra vive na Alemanha, onde se dedica à equitação.
Um aviso aos pretendentes: a bilionária namora um lutador profissional de artes marciais, Joachim Tollefsen, de 24 anos.
Katharina estuda Ciências Sociais em uma universidade de Amsterdã. E nenhuma das irmãs trabalha para a Ferd.
Jonah Andresen, usuário frequente do Twitter, e com mais de 55 mil seguidores, faz parte de uma geração de empreendedores escandinavos que data do século 18. Desde 2009 ele financia operações de estímulo financeiro em países pobres.
Curiosamente, a Noruega, apesar de citada frequentemente como exemplo de equilíbrio social, ocupa os três primeiros lugares da lista de bilionários mais jovens do mundo. Além das irmãs Andresen, completa o "pódio"Gustav Magnar Witzoe, herdeiro da Salmar, a principal produtora de salmão do país.

Quais os próximos passos da oposição na batalha do impeachment? Mariana Schreiber Da BBC Brasil em Brasília Há 3 horas

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Image captionAliado de Eduardo Cunha, o deputado Paulinho da Força faz pressão por decisão do STF
O principal elemento que reacendeu o ânimo da oposição foi a revelação do conteúdo de uma suposta delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS), com graves acusações à presidente Dilma Rousseff e seu antecessor, Luís Inácio Lula da Silva, de tentarem intervir na Operação Lava Jato.
Além disso, na sexta-feira, a Polícia Federal fez uma ação contra Lula, que foi levado coercitivamente a depor sobre suspeitas de beneficiamento no esquema de corrupção da Petrobras.
Nesta terça-feira, às 16h, está prevista uma reunião dos líderes da oposição com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. A intenção é pedir que sejam analisados o mais breve possível os embargos movidos pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, na tentativa de modificar a decisão do Supremo sobre o rito do impeachment.
No momento, a tramitação do pedido de impedimento contra Dilma está paralisado à espera de que o STF se pronuncie sobre esses embargos. É a corte que dará a palavra final sobre como deverá ser composta a Comissão Especial da Câmara que emitirá um parecer a favor ou contra a abertura do processo contra a presidente.
Nesta segunda-feira, foi finalmente publicado o acórdão com o resumo da decisão tomada no fim do ano passado, o que abre espaço para que os embargos sejam analisados semana que vem.
Como estratégia de pressão para que o STF decida logo a questão, a oposição combinou de obstruir a pauta de votação da Câmara, disse o deputado Paulo Pereira, o Paulinho da Força, líder do Solidariedade.
"Decidimos sexta que vamos obstruir a pauta para exigir o que o Supremo decida logo os embargos do rito do impeachment. Como as coisas se agravaram mais do que a gente esperava, e isso afeta profundamente a vida de milhões de brasileiros, nós precisamos que o Supremo decida rapidamente".

Julgamento

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Image captionApós romper com o governo, Cunha tornou-se uma das vozes mais ativas da oposição
No julgamento realizado em dezembro, a maioria dos ministros seguiu o voto do ministro Luís Roberto Barroso e decidiu por anular a votação secreta que elegeu a chapa de oposição para ocupar a maioria das cadeiras da comissão.
Sob o argumento de que deveria ser mantido o rito do impeachment do ex-presidente Fernando Collor (1990-1992), eles entenderam que não poderia haver chapa avulsa pois o correto seria que os líderes de cada partido na Câmara indicassem seus representantes (os número de membros de cada legenda é proporcional ao tamanho de sua bancada). Decidiram também que uma eventual eleição teria que ser aberta.
Na tentativa de modificar essa decisão, o DEM peticionou para que fosse incluído no processo a ata da sessão em que foram escolhidos os membros da comissão de impeachment de Collor. O partido argumenta que a eleição só não foi secreta porque os membros indicados foram confirmados por aclamação, já que havia consenso entre os parlamentares.
Para justificar a possibilidade de candidatura avulsa (sem ser por indicação dos líderes), o DEM também cita um trecho em que o então deputado Adylson Motta (PDS-RS) questiona o então presidente da Câmara, Ibsen Pinheiro, sobre a possibilidade de se candidatar de forma avulsa a uma vaga de titular da comissão, já que não queria ser indicado como suplente. Pinheiro responde que era permitido candidatura avulsa, mas que o prazo para inscrição já tinha terminado.
O líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), disse à BBC Brasil que ele e mais três parlamentares da oposição – o líder do PPS, Rubens Bueno (PR), Raul Jungmann (PPS-PE) e José Carlos Aleluia (DEM-BA) – se reuniram com o ministro Barroso em fevereiro. Avelino, Bueno e Aleluia eram parlamentares em 1992.
"Contamos ao ministro que nós três tínhamos participado do julgamento do Collor e ele ficou mais interessado nos nossos argumentos", contou Avelino.

Delcídio

Apesar de a existência da delação de Delcídio não ter sido oficialmente confirmada, os parlamentares da oposição dão como certa sua existência e confiam que seu conteúdo será homologado ainda esta semana pelo ministro do Supremo Tribunal Federa (STF), Teori Zavascki.
Segundo parlamentares da oposição ouvidos pela BBC Brasil, a estratégia é que, assim que isso acontecer, os três juristas que apresentaram o pedido de impeachment aceito por Cunha – Hélio Pereira Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaina Conceição Paschoal – venham a Brasília para um ato político, em que solicitarão oficialmente que seja acrescentada à denúncia original o depoimento de Delcídio.
A principal acusação do pedido original de impeachment se baseia nas supostas irregularidades fiscais cometidas pela administração Dilma em 2014, o que teria permitido ao governo inflar os gastos em ano eleitoral. A intenção agora é usar as supostas revelações do senador para dar fôlego as acusações de corrupção no governo.
"Depois da revelação da delação do Delcídio não tem como o Supremo rejeitar a homologação", acredita Paulinho da Força.
Delcídio, que era líder do governo no Senado quando foi preso em novembro, teria dito no suposto depoimento que a presidente e seu antecessor sabiam do esquema de corrupção da Petrobras. Além disso, afirmou que Dilma tentou usar a nomeação de ministros para o STJ (Superior Tribunal de Justiça) como meio de conseguir a soltura de executivos que estão preventivamente presos pela Lava Jato.
Essa acusação foi negada pelos magistrados citados. O governo diz que Delcídio mente por vingança porque o Planalto não tentou intervir para soltá-lo.
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Image captionLíder do DEM, o deputado Pauderney Avelino é um severo crítico do governo e do PT

Manifestações

Para os adversários do governo, a revelação da suposta delação de Delcídio e a ação da PF contra Lula devem contribuir para aumentar a adesão às manifestações antigoverno convocadas para o próximo domingo. A ideia é que os parlamentares da oposição participem em peso.
"As manifestações já estavam marcadas há muito tempo. Os fatos (da última semana) contribuíram para que venha a dar uma mobilização grande", acredita Rubens Bueno.
Essa visão, no entanto, não é consenso entre analistas políticos.
Segundo Pablo Ortellado, professor do curso de Gestão de Políticas Públicas da USP, a presença de partidos políticos nos protestos pode afastar as pessoas das ruas. Ele vem acompanhando os protestos com pesquisas juntos aos manifestantes e sua conclusão é que prevalece um sentimento de rejeição a toda a classe política, não só ao PT, embora o partido seja o mais criticado pelo grupo.
"Quando analisamos a evolução das mobilizações pelo impeachment em 2015, observamos um efeito aparentemente paradoxal: quanto mais o processo de impeachment se torna viável, do ponto de vista da tramitação parlamentar, menor é a mobilização", nota ele.
"As mobilizações podem ter diminuído no decorrer de 2015 porque, à medida que a tramitação avançava, ficava claro que grupos políticos acusados de corrupção se beneficiavam do processo - em particular o deputado Eduardo Cunha. Essa manipulação política da indignação contra a corrupção deve ter gerado desconfiança e provocado desmobilização", pondera.