quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Zuckerberg celebra o nascimento de sua filha doando 99% de sua fortuna Por Max Chan Zuckerberg, primeira filha do fundador de Facebook, ele doará 45 bilhões

Mark Zuckerberg e sua esposa Priscilla com a recém-nascida Max. / AFP
Max Chan Zuckerberg é nome da aguardada filha do fundador do Facebook, que nasceu na última quinta-feira, dia de Ação de Graças em San Francisco. A bebê está saudável e nasceu com 3,53 quilos. Em seu próprio perfil, o fundador da rede social anunciou a boa notícia: “Agradeço a toda esta comunidade pelo carinho e apoio durante a gravidez. Vocês nos deram esperança de que juntos nós podemos construir um mundo melhor para Max e todas as crianças”. Esta declaração serve como apoio para o anúncio de um compromisso de ordem filantrópica que era até o momento desconhecido. Mark e sua mulher, Priscilla, irão doar 45 bilhões de dólares (174 bilhões de reais) para obras de caridade, em uma iniciativa de sua própria criação que levará o nome de Chan Zuckerberg.
O fundo terá como foco incrementar a igualdade, curar doenças e promover o relacionamento entre comunidades de uma maneira mais positiva. Na carta redigida pelo criador do Facebook, ele insiste na necessidade de se pensar nas próximas gerações: “Temos de pensar em investimentos para os próximos 25, 50 e 100 anos. Os grandes desafios exigem horizontes amplos. O pensamento de curto prazo não permite que se resolva aquilo que realmente importa.”
A chegada da criança foi a inspiração para ir atrás de um mundo melhor com base nessa injeção de dinheiro. O casal, ele com 31 anos, ela com 30, é que tomará as decisões sobre o fundo, embora vá, também, reforçar o conselho com especialistas e filantropos com experiência no assunto. Não seria de estranhar que Bill Gates, com quem eles mantêm uma relação estreita, venha a ser um dos consultores.
Zuckerberg avalia estar vivendo o melhor momento de sua carreira, o mais apropriado para fazer isso: “Acabamos de formar a nossa família e nunca havíamos pensado tanto no futuro. Passamos muito tempo pensando nisso”.
Até agora, ele já doou 1,6 bilhão de dólares para ações sem fins lucrativos. “Demos para aquilo que até agora vínhamos achando mais necessário”, responde Zuckerberg a um questionário enviado por email, “comecei aos 26 anos”. O desembolso das doações é de 120 milhões durante cinco anos para projetos educacionais voltados para os mais desfavorecidos na área da baía de San Francisco; 75 milhões para o hospital geral da cidade; e um centro histórico que fornece assistência gratuita. Ele é frequentado por pessoas que vão de mendigos a turistas, passando por aqueles que acreditam da saúde pública e adotam esse espaço como um exemplo de qualidade. Também foram destinados 25 milhões para a luta contra o ebola, além de 100 milhões para o sistema educacional de Newark (próximo a Nova York).
O criador da rede social fez questão de deixar claro que nada disso afetará a sua invenção: “Não queremos que isso afete os investidores ou que tenha qualquer impacto negativo. Nos próximos anos não retiraremos mais do que 1 bilhão ao ano até chegar aos cerca de 45 bilhões”.

Os grandes filantropos

A generosidade é uma das marcas de identificação dos homens ricos da área de tecnologia, embora não seja exclusividade deles. O magnata Warren Buffett ocupa o primeiro lugar na lista da Forbes de 2014, com um aporte de b2,8 bilhões de dólares. Ao longo de toda a sua vida, foram 22,7 bilhões, 37% do total de sua fortuna. O primeiro da lista geral, porém, é Bill Gates, com 53 bilhões doados ao longo de sua vida, desde 1994, quando inaugurou sua fundação. Jan Koum, fundador do WhatsApp, foi um dos mais recentes a se somar á lista, com uma doação de 556 milhões de dólares. Sean Parker, primeiro presidente do Facebook e criador do Napster, registra 550 milhões. Quantia superior à de Mike Bloomberg, com 462 milhões no ano passado. A diferença reside no fato de que, na Costa Oeste, os doadores mal esperam atingir 40 anos de idade, enquanto que em Wall Street, costuma-se aguardar a aposentadoria para então fazer as grandes obras. Na Espanha, Amancio Ortega, criador da Zara, doou 17 milhões de euros para o sistema galego de saúde pública.

OMS emite alerta global sobre zika vírus e reconhece relação com microcefalia Entidade menciona estudo brasileiro do Instituto Evandro Chagas e afirma que 'há definitivamente conexão' entre zika e má formação do cérebro, ainda que não seja necessariamente relação de causalidade.

A Organização Mundial de Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde emitiram nesta terça-feira (1º) um alerta mundial sobre a epidemia de zika vírus.
No comunicado aos países-membros, a organização pede que eles estabeleçam capacidade de diagnóstico da doença e que se preparem para um aumento no número de casos reforçando o atendimento pré-natal e neurológico.
"Há definitivamente uma conexão", afirmou à BBC Brasil em entrevista telefônica o especialista da organização, Dr. Marcos Espinal, diretor do departamento de doenças comunicáveis da Organização Pan-Americana de Saúde.O comunicado da organização reconheceu pela primeira vez oficialmente a relação entre o zika e os casos de microcefalia ao mencionar o estudo brasileiro do Instituto Evandro Chagas, que revelou a presença do vírus em um bebê microcéfalo.
O documento divulgou mapas comparativos de 2014 e 2015, que corroboram a explosão de casos de microcefalia no Nordeste, onde os casos se multiplicaram 20 vezes.
"Há uma conexão entre as duas coisas, mas causalidade é uma outra história. Não podemos dizer 100% que é só o zika vírus a causa da microcefalia, ela pode ser atribuída a diversas questões. Há uma conexão porque há um evidente aumento nos casos de microcefalia no Brasil ao mesmo tempo em que há um surto de zika no país."
Nove países
Segundo a OMS, somente neste ano foram confirmados casos de zika em nove países das Américas. Brasil, Chile - na ilha de Páscoa -, Colômbia, El Salvador, Guatemala, México, Paraguai, Suriname e Venezuela.
O primeiro caso na Colômbia foi registrado em outubro, no Estado de Bolívar. Desde então já foi constatada a presença do Zika em 26 das 36 unidades territoriais.
Em novembro foram observados os primeiros casos em El Salvador, Guatemala, Mexico, Paraguai, Suriname e Venezuela.
"Quão grande é o problema? Bem, nas Américas nove países confirmaram a circulação do vírus", destacou o especialista.
Apesar de considerar a situação alarmante, Espinal ressaltou que a dimensão exata da epidemia ainda é uma incógnita: "Não sabemos ainda a real seriedade do risco", reconheceu.
"Como a doença tem sintomas suaves, muitos casos não são diagnosticados. Pode ser que tenhamos centenas de milhares de casos de zika e o número de casos de microcefalia seja eventualmente baixo", ponderou.
Gravidez
O documento da OMS não faz menção ao uso do controle de natalidade como modo de evitar os casos de microcefalia. A organização recomenda no entanto que grávidas evitem o contato com o mosquito transmissor.
O especialista ressaltou ainda que as mulheres não deveriam deixar de engravidar, mas sim fazerem um escolha consciente.
"Eu não daria o conselho de que todas as mulheres devem evitar a gravidez. É uma decisão delas".
"Há um risco, mas ainda não sabemos. Não sabemos se o risco de o vírus vir a atravessar a placenta é alto ou baixo".

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

01/12/2015 23h45 - Atualizado em 02/12/2015 00h21 Chefe de gabinete de Delcídio cita Renan em depoimento à PF Diogo Ferreira foi indagado sobre bilhete apreendido pela Lava Jato. Assessoria do presidente do Senado disse que ele desconhece o assunto.

O chefe de gabinete do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), Diogo Ferreira, citou o nome do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no depoimento que prestou à Polícia Federal na última quarta-feira (25), dia em que foi preso pela Operação Lava Jato acusado de tentar atrapalhar as investigações do esquema de corrupção que atuava na Petrobras. A TV Globo teve acesso ao depoimento nesta terça-feira (1º).

Em meio ao depoimento, os delegados da PF questionaram o chefe de gabinete de Delcídio sobre documentos apreendidos na residência do assessor e no gabinete do senador do PT.
Um dos papéis que chamaram a atenção dos investigadores é a anotação investigada pela Procuradoria Geral da República que levou o Supremo Tribunal Federal (STF) a decretar aprisão preventiva de Diogo Ferreira e do banqueiro André Esteves, dono do banco BTG Pactual.

Os policiais questionaram ao chefe de gabinete sobre a anotação que começava com “em troca de emendas” e terminava com “André Esteves”. Ao responder, Ferreira respondeu que Delcídio havia entregue o bilhete para ele no início de novembro “registrando o compromisso de falar com Renan Calheiros”. Diogo, no entanto, não informou se o encontro com o presidente do Senado chegou a ocorrer.

Procurada, a assessoria do senador disse que Renan desconhece o assunto.
O bilhete
Escrito à mão no verso de um dos documentos apreendidos pelos investigadores da Lava Jato, o bilhete falava sobre a medida provisória 608, editada em março de 2013, que tratava de créditos tributários registrados na contabilidade dos bancos.
O objetivo da MP era adequar o sistema financeiro brasileiro às exigências de um acordo internacional, chamado de Acordo de Basileia, com regras bancárias mais rígidas.
“Em troca de uma emenda à medida provisória nº 608, o BTG Pactual, proprietário da massa falida do banco Bamerindus, o qual estava interessado em utilizar os créditos fiscais de tal massa, pagou ao deputado federal Eduardo Cunha a quantia de 45 milhões de reais", diz o texto do bilhete.

Eduardo Cunha realmente apresentou uma emenda à essa medida provisória. Nesta segunda-feira (30), contudo, o presidente da Câmara afirmou que a emenda apresentada por ele não favorecia o banco BTG Pactual. O banco, por sua vez, nega ter feito qualquer tipo de pagamento "para suposto benefício referente" à MP.

O nome de Eduardo Cunha não foi citado no depoimento de Diogo Ferreira. Investigadores agora querem aprofundar as apurações para descobrir se o chefe de gabinete de Delcídio tem mais informações sobre a anotação que cita André Esteves e Eduardo Cunha.

Delações vazadas
Diogo Ferreira também foi questionado sobre o acesso que Delcídio tinha a documentos sigilosos de delações premiadas. A PF apreendeu no gabinete do senador uma cópia da delação premiada de Fernando Soares, o Fernando Baiano. Diogo disse que o senador teve acesso a duas delações: a de Fernando Soares, conhecido como Baiano, e à minuta da delação de Nestor Cerveró.
No caso da delação de Baiano, Diogo não soube informar como Delcídio teve acesso ao documento. No caso dos anexos da delação de Cerveró – que ainda não tinha sido assinada – , Diogo informou que o advogado Edson Ribeiro, que também está preso, entregou a delação a Delcídio.

Diogo detalhou que os anexos da delação de Cerveró foram entregues em “várias oportunidades” e a entrega “começou há 3 meses”.  E que no início de novembro, Edson “entregou uma versão mais completa  dos anexos”, contou Diogo à PF.

Perguntado sobre o motivo de isso ter acontecido, Diogo disse presumir que o advogado entregou o documento sigiloso ao parlamentar “no desejo de ser contratado” para fazer a defesa de Delcídio.

Nestor Cerveró
O assessor afirmou, ainda, que Delcídio queria que ele monitorasse os resultados das tentativas da defesa do ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, de conseguir liberdade. Diogo informou que o senador pedia que ele “acompanhasse o andamento de habeas corpus de Cerveró”.

Conforme gravação divulgada pelo filho de Cerveró, Bernardo Cerveró, Delcídio chegou a sugerir uma rota de fuga do ex-diretor para a Espanha pelo Paraguai, no caso de ele sair da prisão.

Outra anotação que dizia “Vai acabar aceitando, papel não vale nada” foi mostrada a Diogo. Ele informou que se tratava de uma bilhete em que ele queria dizer que, antes da homologação, a delação não valia nada.

Ajuda na Petrobras
Questionado sobre a anotação “+3M Notas BR”, Diogo afirmou que se tratava de um pedido do advogado Edson Ribeiro a Delcídio, para que o senador fizesse gestões junto à Petorbras para Edson receber 3 notas de prestação de serviço advocatício à Petrobras, a serem pagas pela seguradora vinculada a Petrobras. Ele citou 3 valores “ 147 mil, 500 mil e 600 mil” para as notas, segundo o depoimento
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Ministério Público de SP pedirá a suspensão da reorganização escolar Medida já foi tomada em Presidente Prudente e em Agudos Pedido de liminar deve sair nesta semana

Escola Silvio Xavier, nesta terça-feira. / M. R.
O Ministério Público de São Paulo vai entrar com um pedido de liminar para suspender da reorganização escolar na capital paulista. Planejada pelo Governador Geraldo Alckmin, a reorganização escolar prevê o fechamento de 92 escolas e a mudança dos ciclos de cursos de outras 754. A decisão do Governo, tomada sem um diálogo prévio com a comunidade escolar, desencadeou uma série de protestos e a ocupação de 200 escolas por alunos em todo o Estado, em uma onda que cresceu nos últimos 15 dias. Essa mesma liminar foi pedida pela comarca de Agudos e Presidente Prudente, no interior do Estado. As medidas ainda esperam julgamento.
De acordo com o promotor João Faustinoni, do Grupo Especial de Educação (GEDUC) do MP de São Paulo, assim que a reorganização escolar foi anunciada pela gestão Alckmin, em setembro deste ano, o MP instaurou um inquérito para buscar uma interlocução entre o Governo e a comunidade escolar. "Mas, como os últimos acenos do Governo foram no sentido de que não há volta", disse o promotor, "é possível que o MP entre com um pedido de liminar para a suspensão da reorganização". Segundo a reportagem apurou, o pedido de liminar deve sair nos próximos dias.
Faustinoni lembra que o mérito da reorganização de Alckmin não está sendo atacado. "Não questionamos se a reorganização é boa ou ruim, até porque, não há estudos suficientes para isso", diz. Mas o MP de São Paulo deve seguir a liminar do promotor Luiz Antônio Miguel Ferreira, de Presente Prudente, que levanta quatro pontos de questionamento: a falta de consulta às famílias dos alunos sobre a reorganização; o fato dos adolescentes não terem sido ouvidos, pois, segundo Ferreira, eles "têm o direito de opinar sobre questões que dizem respeito a eles".

Nesta terça-feira, foi publicado no Diário Oficial o decreto que autoriza a transferência de funcionários da secretaria de Educação. Na prática, essa é a primeira medida oficial para que a reorganização seja implementada e responde, em parte, a um questionamento que surgiu logo quando a reorganização foi anunciada, quando muitos professores não sabiam o que aconteceria com seus empregos.A falta de consulta dos conselhos estaduais e municipais de educação também foi considerada na decisão do MP. O quarto fator presente no documento de Presidente Prudente questiona a maneira como a qualidade das escolas atingidas pela reorganização é avaliada, que, segundo o promotor, não deveria levar em conta somente dados oficiais como a prova do Saresp. "Há outros fatores que devem ser levados em conta", diz Ferreira.
Nesta manhã, alunos da escola estadual Silvio Xavier Antunes, que está na lista das escolas que fecharão, fizeram um protestobloqueando parte da Marginal Tietê, na altura da ponte do Piqueri, zona norte. Ao mesmo tempo, na zona sul, secundaristas bloquearam a ponte João Dias em protesto. Na região central da cidade, pais de alunos e a Polícia Militar invadiram a escola Maria José, ocupada pelos secundaristas. Houve tumulto e a PM usou spray de pimenta para conter os estudantes. Posteriormente, a escola foi reocupada pelos alunos.

01/12/2015 21h12 - Atualizado em 01/12/2015 22h44 PM usa bombas para dispersar ato de alunos que bloqueou avenida de SP Bloqueio da Av. Nove de Julho teve início por volta das 18h30 desta terça. Alunos protestaram contra reestruturação da rede de ensino estadual.

A Polícia Militar usou bombas de efeito moral para dispersar, pouco depois das 21h desta terça-feira (1º), uma manifestação de estudantes na Avenida Nove de Julho, próximo ao Viaduto Júlio de Mesquita Filho, no Centro de São Paulo. Pelo menos quatro pessoas foram detidas. Os alunos protestaram contra a reorganização da rede de ensino estadual e usaram, desde as 18h30, cadeiras para bloquear os dois sentidos da via.
Os policiais dispararam bombas de efeito moral contra o grupo de alunos. Houve correria. Sacos de lixo e outros objetos foram espalhados pelo asfalto. A confusão prejudicou o trânsito de ônibus, que ficaram parados no corredor da avenida em meio ao tumulto. Um dos veículos teve o vidro quebrado. Até as 22h30, não havia informações sobre feridos.Às 21h, os policiais negociavam com os estudantes na tentativa de liberar a avenida. Não houve acordo e os policiais marcharam em direção aos estudantes batendo com os cassetetes nos escudos.

Veja nos vídeos abaixo como foi a ação da PM para desbloquear a avenida:
Manifestantes são detidos pela Polícia Militar depois de ato na Avenida Nove de Julho na noite desta terça-feira (Foto: Reprodução/TV Globo)Manifestantes são detidos pela Polícia Militar depois de ato na Avenida Nove de Julho na noite desta terça-feira (Foto: Reprodução/TV Globo)
A Polícia Militar diz que o protesto começou por volta das 18h30. Cerca de 250 manifestantes participaram deste ato, ainda segundo a corporação. Os pelo menos quatro detidos serão levados para o 78º Distrito Policial, nos Jardins. Até as 22h40, a assessoria de imprensa da PM não sabia informar o que motivou as detenções.
Alunos da rede estadual fizeram pelo menos três manifestações, bloqueando vias de São Paulo, durante esta terça. Eles são contra a reorganização da rede de ensino anunciada pelo governo do estado, que prevê ciclo único nas escolas. A reestruturação deve fechar 93 unidades de ensino. Desde o início de novembro, estudantes ocupam escolas estaduais contra o projeto.
PMs negociam com os estudantes a liberação da Avenida Nove de Julho (Foto: Reprodução/TV Globo)PMs negociam com os estudantes a liberação da Avenida Nove de Julho (Foto: Reprodução/TV Globo)
Estudantes fazem manifestação na Avenida 9 de Julho, na noite desta terça-feira (1) (Foto: Reprodução: TV Globo)Estudantes fazem manifestação na Avenida 9 de Julho, no Centro de SP (Foto: Reprodução: TV Globo)
Bloqueio na Avenida Nove de Julho na noite desta terça-feira (Foto: Reprodução/TV Globo)Bloqueio na Avenida Nove de Julho na noite desta terça-feira (Foto: Reprodução/TV Globo)
Estudantes bloqueiam nesta terça-feira (01) a Avenida Nove de Julho durante protesto contra o plano de reorganização das escolas estaduais do governo paulista. (Foto: Alan Morici/Framephoto/Estadão Conteúdo)Estudantes bloqueiam Avenida Nove de Julho durante protesto (Foto: Alan Morici/Framephoto/Estadão Conteúdo)
Intervenção policial na Marginal
Um outro protesto de estudantes fechou a pista local da Marginal Tietê, na altura da Ponte do Piqueri, na manhã desta terça-feira (1º) em São Paulo. A manifestação foi feita por alunos da Escola Estadual Professor Silvio Xavier Antunes, na Zona Norte da capital, ocupada contra a reorganização de ensino proposta pelo governo paulista.
Estudantes da Escola Estadual Professor Silvio Xavier Antunes, ocupada contra a reorganização educacional do Governo, fecham a Marginal Tietê, próximo a Ponte do Piqueri, na manhã desta terça-feira (1). (Foto: André Lucas Almeida/Futura Press/Estadão Conteúdo)Alunos fecham a Marginal Tietê, próximo a Ponte do
Piqueri, na manhã desta terça-feira (1) (Foto: André
Lucas Almeida/Futura Press/Estadão Conteúdo)
O colégio vai fechar e vai ser disponibilizado para uso Centro Paula Souza ou fins educacionais da Prefeitura. Os manifestantes caminharam até a Marginal Tietê, carregando cadeiras usadas nas salas de aula e que foram usadas para fechar as pistas no sentido Ayrton Senna.
A Polícia Militar acompanhava a passeata e interveio quando houve o bloqueio sob a ponte, retirando os estudantes. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública disse que a corporação tentava "evitar o confronto entre motoristas que avançaram contra os manifestantes que bloqueavam a via".
Segundo a pasta, a PM usou uma bomba de efeito moral para dispersar a confusão. "Houve a necessidade de uso de força moderada para remover um adolescente que se recusava a deixar o local, mas que estava sendo ameaçado de agressão".
Bloqueio
A manifestação começou às 9h20 com ocupação de duas da direita da pista local da Marginal Tietê e terminou por volta das 11h10, com a liberação total da via. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a maior lentidão durante o protesto foi registrada no sentido Ayrton Senna, com 12,4 km de congestionamento nas pistas local, expressa e central.
Um outro grupo de alunos fez um protesto na manhã desta terça-feira na Avenida João Dias, na Zona Sul de São Paulo. Eles usam faixas e instrumento musical para protestar contra a reorganização escolar da rede de ensino paulista. Os manifestantes usavam mesas e cadeiras que representavam uma sala de aula durante o protesto.
Estudantes da Escola Estadual Professor Silvio Xavier Antunes, ocupada contra a reorganização educacional do Governo, fecham a Marginal Tietê, próximo a Ponte do Piqueri, sentido Castelo Branco, na manhã desta terça-feira (1) (Foto: André Lucas Almeida/Futura Press/Estadão Conteúdo)Estudantes da Escola Estadual Professor Silvio Xavier Antunes, ocupada contra a reorganização educacional do Governo, fecham a Marginal Tietê, próximo a Ponte do Piqueri, sentido Castelo Branco, na manhã desta terça-feira (1) (Foto: André Lucas Almeida/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Ocupações em escolas
Cerca de 190 escolas estavam ocupadas por alunos e manifestantes contrários à reestruturação do ensino estadual de São Paulo. O balanço foi divulgado nesta terça-feira pela Secretaria de Estado da Educação. O número é inferior ao apurado pelo Sindicato dos Professores (Apeoesp), que contabiliza 208 unidades paradas.
Nesta terça, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), publicou um decreto que autoriza a transferência de funcionários da Secretaria da Educação de uma escola para outra dentro do programa de reestruturação da rede estadual de ensino. A reorganização é motivo de protestos desde o dia 9 de novembro.
De acordo com o decreto, publicado no Diário Oficial do estado, a transferência vale para "casos em que as escolas da rede estadual deixarem de atender um ou mais segmentos, ou, quando passarem a atender novos segmentos".
Isso porque a reorganização da rede tem como um dos objetivos organizar as escolas por ciclos, segundo o governo de São Paulo, tentando concentrar alunos de uma mesma faixa etária nas escolas.
O decreto do governador Geraldo Alckmin não especifica o número de professores e funcionários de apoio que deverão ser transferidos. A Secretaria da Educação divulgou no início de novembro que 94 escolas seriam fechadas no processo de reestruturação.
Reunião
Em reunião com dirigentes de ensino, o chefe de gabinete da Secretaria da Educação Fernando Padula Novaes, braço direito do secretário Herman Voorwald, afirmou que é preciso adotar “tática de guerrilha” para acabar com o movimento. O encontro foi realizado neste domingo (29) na sede da pasta na Praça da República, no Centro da capital paulista.
O site Jornalistas Livres acompanhou o encontro e divulgou o áudio da reunião, onde a gestão prepara estratégias para desmoralizar as ocupações. Na gravação, o chefe de gabinete repete inúmeras vezes que todos ali estão “em uma guerra”. “A gente vai brigar até o fim e vamos ganhar e vamos desmoralizar [quem está lutando contra a reorganização]”, afirmou.
Também no áudio, Padula fala sobre estratégias para isolar as escolas com ocupações com maior resistência. “Nessas questões de manipular tem uma estratégia, tem método. O que vocês precisam fazer é informar, fazer a guerra de informação, porque isso que desmobiliza o pessoal”, declarou.
Segundo ele, a ideia é ir realizando transferências e deixar “no limite” a escola invadida. O chefe de gabinete ressaltou que o máximo é que ocorrerá naquela escola é que “não começará as aulas como as demais”. O decreto que regulamenta a reorganização vai na contramão da proposta de diáologo com os manifestantes do governador Geraldo Alckmin.
A Secretaria de Estado da Educação anunciou no dia 23 de setembro uma nova organização da rede estadual de ensino paulista. O objetivo é separar as escolas para que cada unidade passe a oferecer aulas de apenas um dos ciclos da educação (ensino fundamental 1, ensino fundamental 2 ou ensino médio) a partir do ano que vem.
A proposta gerou protestos de estudantes e pais porque prevê o fechamento de 93 escolas, que serão disponibilizadas para outras funções na área de educação. Além disso, pais reclamam da transferência dos filhos para outras unidades de ensino.
O chefe de gabinete também afirmou que a polícia está fazendo fotos de quem está nas ocupações e registrado as placas dos veículos estacionados nas redondezas das escolas ocupadas para identificar se há carros da Apeoesp, representantes de partidos e movimentos sociais. Após identificar os proprietários, a Secretaria de Educação pretende entrar com uma denúncia na Procuradoria Geral do Estado contra a Apeoesp.

01/12/2015 23h45 - Atualizado em 02/12/2015 00h21 Chefe de gabinete de Delcídio cita Renan em depoimento à PF Diogo Ferreira foi indagado sobre bilhete apreendido pela Lava Jato. Assessoria do presidente do Senado disse que ele desconhece o assunto.


O chefe de gabinete do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), Diogo Ferreira, citou o nome do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no depoimento que prestou à Polícia Federal na última quarta-feira (25), dia em que foi preso pela Operação Lava Jato acusado de tentar atrapalhar as investigações do esquema de corrupção que atuava na Petrobras. A TV Globo teve acesso ao depoimento nesta terça-feira (1º).

Em meio ao depoimento, os delegados da PF questionaram o chefe de gabinete de Delcídio sobre documentos apreendidos na residência do assessor e no gabinete do senador do PT.
Um dos papéis que chamaram a atenção dos investigadores é a anotação investigada pela Procuradoria Geral da República que levou o Supremo Tribunal Federal (STF) a decretar aprisão preventiva de Diogo Ferreira e do banqueiro André Esteves, dono do banco BTG Pactual.

Os policiais questionaram ao chefe de gabinete sobre a anotação que começava com “em troca de emendas” e terminava com “André Esteves”. Ao responder, Ferreira respondeu que Delcídio havia entregue o bilhete para ele no início de novembro “registrando o compromisso de falar com Renan Calheiros”. Diogo, no entanto, não informou se o encontro com o presidente do Senado chegou a ocorrer.

Procurada, a assessoria do senador disse que Renan desconhece o assunto.
O bilhete
Escrito à mão no verso de um dos documentos apreendidos pelos investigadores da Lava Jato, o bilhete falava sobre a medida provisória 608, editada em março de 2013, que tratava de créditos tributários registrados na contabilidade dos bancos.
O objetivo da MP era adequar o sistema financeiro brasileiro às exigências de um acordo internacional, chamado de Acordo de Basileia, com regras bancárias mais rígidas.
“Em troca de uma emenda à medida provisória nº 608, o BTG Pactual, proprietário da massa falida do banco Bamerindus, o qual estava interessado em utilizar os créditos fiscais de tal massa, pagou ao deputado federal Eduardo Cunha a quantia de 45 milhões de reais", diz o texto do bilhete.

Eduardo Cunha realmente apresentou uma emenda à essa medida provisória. Nesta segunda-feira (30), contudo, o presidente da Câmara afirmou que a emenda apresentada por ele não favorecia o banco BTG Pactual. O banco, por sua vez, nega ter feito qualquer tipo de pagamento "para suposto benefício referente" à MP.

O nome de Eduardo Cunha não foi citado no depoimento de Diogo Ferreira. Investigadores agora querem aprofundar as apurações para descobrir se o chefe de gabinete de Delcídio tem mais informações sobre a anotação que cita André Esteves e Eduardo Cunha.

Delações vazadas
Diogo Ferreira também foi questionado sobre o acesso que Delcídio tinha a documentos sigilosos de delações premiadas. A PF apreendeu no gabinete do senador uma cópia da delação premiada de Fernando Soares, o Fernando Baiano. Diogo disse que o senador teve acesso a duas delações: a de Fernando Soares, conhecido como Baiano, e à minuta da delação de Nestor Cerveró.
No caso da delação de Baiano, Diogo não soube informar como Delcídio teve acesso ao documento. No caso dos anexos da delação de Cerveró – que ainda não tinha sido assinada – , Diogo informou que o advogado Edson Ribeiro, que também está preso, entregou a delação a Delcídio.

Diogo detalhou que os anexos da delação de Cerveró foram entregues em “várias oportunidades” e a entrega “começou há 3 meses”.  E que no início de novembro, Edson “entregou uma versão mais completa  dos anexos”, contou Diogo à PF.

Perguntado sobre o motivo de isso ter acontecido, Diogo disse presumir que o advogado entregou o documento sigiloso ao parlamentar “no desejo de ser contratado” para fazer a defesa de Delcídio.

Nestor Cerveró
O assessor afirmou, ainda, que Delcídio queria que ele monitorasse os resultados das tentativas da defesa do ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, de conseguir liberdade. Diogo informou que o senador pedia que ele “acompanhasse o andamento de habeas corpus de Cerveró”.

Conforme gravação divulgada pelo filho de Cerveró, Bernardo Cerveró, Delcídio chegou a sugerir uma rota de fuga do ex-diretor para a Espanha pelo Paraguai, no caso de ele sair da prisão.

Outra anotação que dizia “Vai acabar aceitando, papel não vale nada” foi mostrada a Diogo. Ele informou que se tratava de uma bilhete em que ele queria dizer que, antes da homologação, a delação não valia nada.

Ajuda na Petrobras
Questionado sobre a anotação “+3M Notas BR”, Diogo afirmou que se tratava de um pedido do advogado Edson Ribeiro a Delcídio, para que o senador fizesse gestões junto à Petorbras para Edson receber 3 notas de prestação de serviço advocatício à Petrobras, a serem pagas pela seguradora vinculada a Petrobras. Ele citou 3 valores “ 147 mil, 500 mil e 600 mil” para as notas, segundo o depoimento
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01/12/2015 23h21 - Atualizado em 02/12/2015 00h11 Congresso derruba veto e eleva teto de aposentadoria de servidor para 75 Dilma justificou que só Executivo pode mudar aposentadoria no funcionalismo. Na mesma sessão, congressistas mantiveram outros dois vetos da presidente. Laís Alegretti e Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília

O Congresso Nacional derrubou nesta terça-feira (1º) o veto da presidente Dilma Rousseff à elevação de 70 para 75 anos da aposentadoria compulsória em todas as esferas do serviço público do país.
A proposta prevê que, além dos servidores da União, dos estados e dos municípios, também serão beneficiados com a nova regra os integrantes do Judiciário, do Ministério Público, das Defensorias Públicas e dos Tribunais e dos Conselhos de Contas.
A mudança no teto de aposentadoria do funcionalismo havia sido aprovada em setembro pelo Congresso Nacional. No mês seguinte, Dilma vetou a proposta com a justificativa de que havia um vício de origem na tramitação do projeto.
Segundo ela, o texto aprovado pelos congressistas "contraria" trecho do artigo 61 da Constituição, que trata das iniciativas da Presidência da República. Este dispositivo constitucional afirma que cabe ao Executivo federal decidir sobre a aposentadoria no serviço público.
No embasamento do projeto, o Legislativo destacou que a elevação do teto de aposentadoria compulsória no serviço público geraria uma economia entre R$ 800 milhões a R$ 1,4 bilhão por ano aos cofres da União nos próximos 55 anos. A explicação é que com a mudança os servidores passariam a se aposentariam "tardiamente".
Na ocasião em que Dilma vetou a proposta, o Ministério do Planejamento informou que não tinha feito estimativas para avaliar se o projeto elevaria ou reduziria os gastos do governo federal.
'PEC da Bengala'
Em maio deste ano, foi aprovada uma emenda à Constituição, apelidada de "PEC da Bengala", que ampliou de 70 para 75 anos a idade para aposentadoria compulsória de ministros de tribunais superiores, como o Supremo Tribunal Federal (STF), e do Tribunal de Contas da União. A medida, porém, não atingia os demais servidores públicos.
Outros vetos
O primeiro veto apreciado - e mantido pelos parlamentares - foi o que barra a inclusão das atividades turísticas no meio rural como atividade rural. Na justificativa do veto, a presidente argumenta que o dispositivo "poderia enquadrar certas atividades turísticas indevidamente como atividade rural, o que possibilitaria uma aplicação distorcida de benefícios tributários no âmbito do imposto de renda rural".
O veto foi mantido pelos deputados, já que a derrubada recebeu 253 votos. Para anular o veto presidencial, seria necessário maioria absoluta (257 votos). Outros 148 deputados votaram pela manutenção e 3 se abstiveram. Como a Câmara manteve o veto, os senadores não chegaram a votá-lo.
O segundo veto apreciado pelos parlamentares impede a criação de um subprograma do Minha Casa, Minha Vida chamado Programa Nacional de Habitação dos Profissionais de Segurança Pública.  A proposta previa a constrição de unidades habitacionais para policiais civis e militares, com subsídio do governo federal. Por 189 votos a 142, os deputados decidiram manter o veto da presidente.