terça-feira, 24 de novembro de 2015

Lista reúne informações sobre todos os réus da Lava Jato e suas conexões nos processos

Adarico Negromonte

irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte

Adir Assad

empresário paulista que promove shows e eventos

Agenor Medeiros

diretor-presidente da Área Internacional da Construtora OAS

Alberto Gomes

representante da Mendes Júnior

Alberto Youssef

doleiro e operador do esquema

Alexandrino Alencar

ex-diretor da Odebrecht

Aline Corrêa

ex-deputada federal pelo PP e filha de Pedro Corrêa

Ana Toniolo

filha de Othon Luiz e representante da Aratec

André Catão

gerente financeiro do Posto da Torre, do doleiro Carlos Habib Chater

André Santos

operador de câmbio e acusado de transportar dinheiro irregularmente

André Vargas

ex-deputado federal pelo PT

Ângelo Mendes

vice-presidente da Mendes Júnior

Antônio Campello

ex-diretor da Andrade Gutierrez

Antônio Pieruccini

advogado

Antônio Silva

contador da MO Consultoria

Antônio Vieira

executivo do banco português Carregosa

Arianna Bachmann

filha de Paulo Roberto Costa

Armando Furlan

operador e sócio de Fernando Baiano

Assad Janani

proprietário da JN Rent a Car, diretor da Dunel Indústria e irmão do ex-deputado José Janene

Augusto Mendonça

ex-executivo da construtora Toyo Setal

Bernardo Schiller

economista suíço-brasileiro contratado pela Odebrecht

Carlos Chater

dono do Posto da Torre, posto de gasolina em Brasília

Carlos Costa

representante formal da GFD Investimentos, pertencente a Alberto Youssef

Carlos Gallo

controlador da CG Consultoria

Carlos Murari

gerente financeiro da Dunel Indústria

Carlos Rocha

acusado de operar valores no mercado ilegal de câmbio

Carlos Strauch

diretor técnico da Engevix

Celso Araripe

ex-funcionário da Petrobras

Cesar Rocha

diretor da Odebrecht

Cleverson Oliveira

policial civil aposentado e motorista pessoal da doleira Nelma Kodama

Clóvis Peixoto

ex-executivo da Andrade Gutierrez

Cristiano Kok

presidente de Engevix Engenharia

Dalton Avancini

presidente da Camargo Corrêa

Danielle Janene

diretora comercial da Dunel Indústria e filha do ex-deputado José Janene

Dario Galvão

executivo da Galvão Engenharia

Dario Teixeira

laranja de empresa de fachada

Dinorah Chater

mulher de Carlos Habib Chater, dono do Posto da Torre

Ediel Viana

funcionário do Posto da Torre, do doleiro Carlos Habib Chater

Ediel Vinicius

filho de Ediel Viana da Silva e sócio de Carlos Habib Chater

Edilaira Gomes

mulher do ex-deputado André Vargas

Eduardo Freitas

sócio-gerente da empreiteira Freitas Filho Construções

Eduardo Galvão

executivo da Galvão Engenharia

Eduardo Hermelino

vice-presidente da Camargo Corrêa

Eduardo Musa

ex-gerente da Área Internacional da Petrobras

Elton Negrão

diretor da Andrade Gutierrez

Enivaldo Quadrado

ex-dono da corretora Bônus Banval, que atuava na área financeira da GFD

Erton Fonseca

diretor de negócios da Galvão Engenharia

Esdra Ferreira

sócio e diretor do laboratório Labogen

Fabio Corrêa

filho do ex-deputado Pedro Corrêa

Faiçal Nacirdine

empresário que atuava com a doleira Nelma Kodama

Fernando Baiano

lobista conhecido como Fernando Baiano

Fernando Moura

lobista

Fernando Stremel

funcionário da OAS

Flavio Barra

ex-executivo da Andrade Gutierrez

Flávio Machado

executivo da Andrade Gutierrez

Francisco Angelo

sócio oculto da Valotur

Geraldo Toledo

controlador da Deustschebras Engenharia

Gerson Almada

vice-presidente da empreiteira Engevix

Guilherme Esteves

operador financeiro de Barusco

Gustavo Botelho

executivo da Andrade Gutierrez

Hamylton Padilha

representante da Vantage Drilling Corp

Humberto Mesquita

genro de Paulo Roberto Costa

Iara Galdino

doleira

Ivan Vernon

ex-funcionário do ex-deputado Pedro Corrêa

Jayme Alves

agente da Polícia Federal

Jean Luscher

diretor presidente da Galvão Engenharia

João Auler

ex-presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa

João Bernardi

ex-funcionário da Odebrecht

João Henriques

lobista e operador financeiro

João Lazzari

ex-funcionário da OAS

João Procópio

executivo

João Teive

diretor de Novos Negócios na UTC

João Vaccari

ex-tesoureiro do PT

Jorge Zelada

ex-diretor da Área Internacional da Petrobras

José Aldemário

presidente da OAS, conhecido como 'Leo Pinheiro'

José Antunes

executivo da Engevix Engenharia

José Breghirolli

funcionário da Superintendência Administrativa da OAS

José Dirceu

ex-ministro da Casa Civil

José Pascowitch

irmão de Milton Pascowitch

Josué Nobre

controlador da JNobre

Juliana Cordeiro

responsável pelas empresas Da Vinci, Greta Comércio de Confecções e Aquiles de Mour

Julio Camargo

ex-consultor da Toyo Setal

Júlio Santos

ex-sócio minoritário da JD Consultoria

Julio Urnau

acusado de integrar uma organização criminosa de câmbio

Katia Chater

acusado de integrar uma organização criminosa de câmbio

Leandro Meirelles

laranja de Youssef no laboratório Labogen

Leon Vargas

irmão do ex-deputado André Vargas

Leonardo Meirelles

laranja de Youssef no laboratório Labogen

Lilia Loureiro

mulher de Guilherme Esteves

Luccas Pace

operador de câmbio

Lucélio Goes

lobista

Luiz Argôlo

ex-deputado federal pelo SD

Luiz Eduardo

irmão e sócio de José Dirceu na JD Consultoria

Luiz Pereira

diretor da Engevix

Marcelo Odebrecht

presidente da Odebrecht

Marcia Danzi

nora do ex-deputado Pedro Corrêa

Marcio Bonilho

sócio e administrador da empresa Sanko-Sider

Márcio Faria

diretor da Odebrecht

Marcio Lewkowicz

genro de Paulo Roberto Costa

Maria Cardena

secretária do empresário Raul Henrique Srour

Maria Josilene

cuidadora da mãe do empresário Raul Henrique Srour

Maria Penasso

mãe de Nelma Kodama

Maria Stocker

acusada de envolvimento com tráfico de drogas

Mario Góes

lobista

Mário Lúcio

diretor de uma agência de viagens que atuava na empresa GFD

Mateus Coutinho

diretor financeiro da OAS

Matheus Oliveira

advogado e sócio do doleiro Alberto Youssef

Meheidin Jenani

diretor da Dunel Indústria e primo do ex-deputado José Janene

Milton Pascowitch

empresário

Milton Vargas

irmão do ex-deputado André Vargas

Murilo Barrios

sócio da empresa Sanko-Sider

Nelma Kodama

doleira

Nestor Cerveró

ex-diretor da área Internacional da Petrobras

Newton Prado

diretor da Engevix

Nobu Su

acionista controlador da Taiwan Maritime Transportation, empresa proprietária de navio-sonda

Olavinho Mendes

ex-executivo da Andrade Gutierrez

Olavo Moura

cirurgião plástico, irmão gêmeo do empresário Fernando Moura

Oscar Algorta

advogado uruguaio

Otávio Azevedo

presidente da Andrade Gutierrez

Othon Pinheiro

ex-diretor-presidente da Eletronuclear

Paulo Boghossian

ex-diretor da Odebrecht

Paulo Dalmazzo

ex-diretor da Andrade Gutierrez

Paulo Roberto

ex-diretor de Abastecimento da Petrobras

Pedro Argese

sócio da atacadista de medicamentos Piroquímica

Pedro Barusco

ex-gerente-executivo de Serviços e Engenharia da Petrobras

Pedro Corrêa

ex-deputado federal pelo PP

Rafael Ângulo

braço direito do doleiro Alberto Youssef

Rafael Srour

operador de câmbio

Raphael Rodriguez

gestor de empresa de fachada ligada a Youssef

Raul Schmidt

lobista e operador do esquema

Raul Srour

gerente da Distri-Cash, operadora de valores e câmbio

Renato Duque

ex-diretor de Serviços da Petrobras

Renê Pereira

traficante de drogas ligado a Youssef

Ricardo Esposito

policial militar

Ricardo Hoffmann

publicitário e diretor da filial de Brasília da Borghi Lowe

Ricardo Pessoa

presidente da construtora UTC

Rinaldo Gonçalves

ex-gerente-assistente do Banco do Brasil

Roberto Marques

ex-assessor de José Dirceu

Rodrigo Srour

responsável pela parte administrativa da Distri-Cash, operadora de valores e câmbio

Rogério Araújo

diretor da Odebrecht

Rogério Cunha

diretor da área de Óleo e Gás da Mendes Júnior

Rogério Sá

ex-executivo da Andrade Gutierrez

Rubens Andrade

sócio-diretor da CSA Project

Sandra Guimarães

funcionária da UTC

Sergio Mendes

diretor vice-presidente executivo da Mendes Júnior

Shanni Bachmann

filha de Paulo Roberto Costa

Sleiman Kobrossy

Acusado de envolvimento com tráfico de drogas

Sonia Branco

acusada de ser laranja do operador Adir Assad

Tiago Moreira

acusado de participar de crimes ligados a Carlos Habib Chater

Valmir França

motorista do empresário Raul Henrique Srour

Victor Colavitti

controlador da Link Projetos

Waldomiro Oliveira

dono da MO Consultoria

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Créditos

Edição:
Clara Velasco, Larissa Santos, Rosanne D’Agostino e Thiago Reis (Conteúdo) e Leo Aragão (Infografia)
Design:
Karina Almeida e Roberta Jaworski
Desenvolvimento:
Rogério Banquieri, Fábio Rosa e Hector Otavio

Turquia derruba um caça russo na fronteira com a Síria Governo turco afirma que o avião violou seu espaço aéreo e Moscou nega Incidente ocorre em meio ao aumento da tensão do outro lado da fronteira

Um F16 turco prepara-se para decolar na base de Konya, em 2010. / UMIT BEKTAS | REUTERS LIVE

Turquia derrubou na terça-feira um caça vindo da Síria por violar seu espaço aéreo, em um incidente que ocorre em meio ao aumento da tensão do outro lado da fronteira turca e com constantes advertências do Governo de Ancara para que os aviões russos e as forças do regime sírio detenham seus ataques à região turcomana de Bayirbucak, em poder da oposição síria.

Fontes do Governo e da Presidência da Turquia, citadas pela imprensa local, disseram que o avião derrubado era um SU-24 de fabricação russa e utilizado pelas Forças Aéreas desse país na campanha de bombardeios em apoio ao regime sírio. O Ministro da Defesa russo, citado pela agência de notícias RIA, confirmou o fato, mas negou que seu caça tenha violado o espaço aéreo turco. O Executivo turco se reuniu em caráter de urgência e prepara um comunicado para informar seus aliados da OTAN e as Nações Unidas sobre o incidente.“Por volta das 9h20 (3h20 de Brasília) de 24 de novembro, um avião de nacionalidade desconhecida violou em repetidas ocasiões – dez vezes em um período de cinco minutos – e apesar das advertências feitas no espaço aéreo turco, na altura da localidade de Yayladagi (província de Hatay)”, explicou o Estado Maior das Forças Armadas da Turquia em um comunicado: “Por isso e atendendo às normas para entrar em combate, dois de nossos F-16 que se encontravam na área dispararam contra ele”.
O caça caiu, envolto em chamas, cinco quilômetros para dentro do território sírio e é possível ver seus dois pilotos saltarem de paraquedas, mas não se sabe se sobreviveram. Dois helicópteros russos foram utilizados para tentar encontrá-los, mas pelo menos um caiu nas mãos de combatentes turcomanos.
Há dez dias, o regime sírio, apoiado em terra por milicianos iranianos, e por mar e por ar pelas Forças Armadas da Federação Russa, lançou uma ofensiva para tomar a montanhosa região de Bayirbucak, localizada ao sul da província turca de Hatay e habitada majoritariamente por turcomanos ligados à oposição síria, mas infiltrados por grupos jihadistas como a Frente al Nusra, segundo denúncias de Damasco.

Polícia Federal prende empresário e pecuarista Bumlai em Brasília Prisão dele, que é amigo de Lula, faz parte da 21ª fase da Lava Jato. Atual etapa foi batizada de Operação Passe Livre e tem 25 mandados.

Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (24) , em um hotel de Brasília, o pecuarista José Carlos Bumlai, na 21ª fase da Operação Lava Jato. A prisão é preventiva, que não tem data para vencer. Ele será levado para a Superintendência da PF, em Curitiba.
Bumlai deporia nesta terça na  CPI do BNDES, na Câmara, que investiga operações envolvendo o banco, por isso viajou a Brasília. Ele havia sido convocado para prestar esclarecimentos sobre suspeitas de tráfico de influência e favorecimento em contratos firmados pelo BNDES.
Pecuarista do Mato Grosso do Sul e empresário do setor sucroalcooleiro, Bumlai tinha acesso ao gabinete de Lula durante os oito anos em que o petista comandou o Palácio do Planalto. Os dois se conheceram em 2002, apresentados pelo ex-governador sul-matogrossense Zeca do PT, e estreitaram a relação nos anos seguintes.
Um dos delatores da Operação Lava Jato, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, afirmou em depoimento ao Ministério Público Federalx que repassou R$ 2 milhões a Bumlai referente a uma comissão a que o pecuarista teria direito por supostamente pedir a intermediação de Lula em uma negociação para um contrato e que Bumlai afirmou a ele que o dinheiro seria usado para pagar uma dívida imobiliária de uma nora de Lula.
Em entrevista ao jornal "O Estado de S.Paulo" publicada em 25/10, Bumlai afirmou que não repassou R$ 2 milhões para a nora do ex-presidente Lula, desmentindo Fernando Baiano.
O advogado Arnaldo Malheiros Filho, que defende o empresário e pecuarista, disse que a prisão do cliente foi uma surpresa, porque Bumlai estava em Brasília para atender convocação da CPI doBNDES. A defesa afirmou que ainda está se inteirando dos fatos que motivaram a prisão.
Além de prender Bumlai, a PF fez buscas no quarto dele, à procura de provas como documentos e computadores. Dois filhos dele são alvo de condução coercitiva, quando a pessoa é convocada a depor e depois é liberada. Também foram realizadas buscas na casa de Bumlai, em Campo Grande (MS).
Polícia Federal cumpre mandado de busca e apreensão na casa de pecuarista em Campo Grande (Foto: Marcos Ribeiro/ TV Morena)Polícia Federal cumpre mandado de busca e apreensão na casa de pecuarista em Campo Grande (Foto: Marcos Ribeiro/ TV Morena)
A PF cumpre, desde a madrugada desta terça, a 21ª fase da Lava Jato, batizada de Operação Passe Livre. Ao todo, foram expedidos 25 mandados judiciais, sendo um de prisão preventiva (a de Bumlai), além de 25 mandados de busca e apreensão e seis de condução coercitiva (dois para os filhos de Bumlai). A ação é realizada em São Paulo, Rio de Janeiro,  Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
 Empresário José Carlos Bumlai (Foto: Gabriela Biló/ Estadão Conteúdo)Empresário José Carlos Bumlai (Foto: Gabriela Biló/ Estadão Conteúdo)
Na entrevista, Bumlai disse que não é tão próximo de Lula como é noticiado. Mas o pecuarista confirmou que levou um empresário do setor de petróleo para uma audiência com o ex-presidente em 2011 a pedido de Fernando Baiano.
'Passe livre'
As investigações concentradas na atual fase da Lava Jato partem da apuração das circunstâncias de contratação de um navio sonda pela Petrobras com indícios concretos de fraude no procedimento licitatório, segundo a PF.
Entre os crimes investigados na atual fase estão fraudes a licitação, falsidade ideológica, falsificação de documentos, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência e lavagem de dinheiro, entre outros.
De acordo com a PF, complexas medidas de engenharia financeira foram utilizadas pelos investigados para ocultar a real destinação de valores indevidos pagos a agentes públicos e diretores da estatal.
20ª fase
A 20ª fase da Operação Lava Jato cumpriu 18 mandados judiciais e prendeu o ex-gerente executivo da Petrobras Roberto Gonçalves e Nelson Martins Ribeiro, apontado como operador financeiro.

Eles são investigados por receber valores indevidos de representantes de empresas com contratos relacionados às refinarias
 Abreu e Lima, em Pernambuco, e Pasadena, nos Estados Unidos, segundo a PF.O objetivo desta etapa, conforme o Ministério Público Federal (MPF) e a PF foi buscar provas documentais sobre crimes cometidos dentro da petrolífera. Os dois presos são suspeitos de participação no esquema criminoso de fraude, corrupção e desvio de dinheiro.
Ambos tiveram um mandado de prisão temporária expedido. Após o término do prazo, no dia 20 de novembro, a Justiça pediu a prorrogação por mais cinco dias. O prazo vence nesta quarta-feira (25).

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Ministra diz que chuvas farão lama continuar se movendo pelo Rio Doce Izabella Teixeira disse que monitoramento no ES será feito por até 120 dias. Ministra ainda falou que está sendo feito um acompanhamento da fauna. 23/11/2015 20h43 - Atualizado em 23/11/2015 21h44

Reunião aconteceu em um hotel em Linhares, no Norte do Espírito Santo (Foto: Secom/ Governo do Estado)Reunião aconteceu em um hotel em Linhares, no Norte do Espírito Santo (Foto: Secom/ Governo do Estado)
A Ministra do Meio Ambiente Izabella Mônica Vieira Teixeira disse nesta segunda-feira (23) que o governo irá monitorar os impactos do vazamento da barragem da Samarco por até 120 dias na região do Rio Doce, no Espírito Santo. Segundo a Izabella, a época de chuvas poderá agravar a situação, já que a lama que está depositada no rio poderá se misturar à água e continuar descendo o leito. A ministra esteve no ES nesta segunda e sobrevoou a região afetada pela lama de rejeitos de minério no Espírito Santo e também a parte do mar que já foi atingida.
"A lama já chegou ao mar, mas tenho que lembrar que ficou muita pelo caminho e essa lama ainda está descendo. Com as chuvas, essa lama vai levantar e continuar seguindo. Não posso dizer se os impactos foram menores em Minas Gerais ou Espírito Santo", disse Izabella.
A Ministra disse que no sobrevoo percebeu um impacto muito expressivo nas cidades capixabas e que há um empenho em ajudar as pessoas mais afetadas pelo acidente ocorrido em Mariana (MG).
"Medidas precisam ser adotadas emergencialmente, como o atendimento às populações isoladas, que vivem ao longo do Rio Doce e estão sem informações. Também precisamos olhar pelos trabalhadores que tiram seu sustento do rio, como os pescadores. Eles precisam de ajuda e estamos providenciando isso", falou.
Izabella lembrou das intervenções já feitas, antes da chegada da lama ao estado e ao oceano, como a retirada de espécies animais do Rio Doce e de tartarugas das praias. O Ministério do Meio Ambiente também está acompanhando a dispersão de sedimentos no mar.
"Fizemos ações de mitigação, capturamos espécies, que estão sendo protegidas para futura reintrodução ao sistema. Sobre as tartarugas, o Tamar conseguiu tirar todos os ovos que já estavam depositados e colocados em áreas de segurança. Estamos acompanhando também o que está acontecendo com os peixes que estão morrendo, qual o motivo da morte deles", explicou.
Uma equipe da Marinha do Brasil chega ao Espírito santo nesta terça-feira (24) para fazer testes na lama que já está no mar. "[A lama] Não está dando impacto ao estado da Bahia, não está dando impacto a Vitória, não está dando impacto em Abrolhos", garantiu a Ministra.
Ministra com as equipes dos governos federal e estadual percorrendo a praia de Regência (Foto: Secom/ Governo do Estado)Ministra com as equipes dos governos federal e estadual percorrendo a praia de Regência (Foto: Secom/ Governo do Estado)
Lama no mar
A lama da barragem da Samarco, cujos donos donos são a Vale a anglo-australiana BHP Billiton, já adentrou mais de 10 quilômetros no mar do Espírito Santo, de acordo com o Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema). Nesta segunda-feira (23), a prefeitura de Linhares, no Norte do Espírito Santo, orientou a população para que não entre em contato com a água.

Ainda segundo o Iema, a lama já se espalhou por uma extensão de 40 quilômetros pelas praias de Regência e Povoação.
Pescadores contratados pela Samarco enterraram peixes mortos na praia de Povoação, em Linhares, segundo a agência de notícias Reuters. Questionada sobre o enterro dos peixes na praia, a Samarco não respondeu e disse apenas que eles estão sendo armazenados em bombonas (tambores).
Pescadores contratados pela mineradora Samarco, cujos donos são a Vale e a australiana BHP, enterram peixes mortos da praia de Povoação, no Espírito Santo. O local foi inundado por lama após o rompimento de barragens da empresa em Minas Gerais (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)Pescadores contratados pela mineradora Samarco enterram peixes mortos da praia de Povoação, no Espírito Santo. O local foi inundado por lama após o rompimento de barragens da empresa em Minas Gerais (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)
A lama de rejeitos de minério que vazou da barragem da Samarco em Mariana (MG) chegou ao mar neste domingo (22), após passar pelo trecho do Rio Doce no distrito de Regência, em Linhares, segundo o Serviço Geológico do Brasil.
Resgate de peixes no rio
O Iema informa que os peixes encontrados nas águas, agora barrentas, do rio Doce já não têm mais condições de contribuir para o repovoamento do Doce, de seus afluentes e lagoas próximas. Esses organismos já estão debilitados pela condição severa da água misturada a lama de rejeitos e, provavelmente, não sobreviverão ao transporte e também à diferença de condições que encontrarão nas lagoas, segundo o instituto.
Biólogo
O biólogo Marcos Vago explicou que as substâncias contidas na lama que avança pelo mar podem ser transferidas de um peixe para outro, por meio da cadeia alimentar.
"O problema maior da lama no mar é que essa lama contém metais pesados, e esses metais serão distribuídos em cadeias alimentares e aí acontece a transferência dessa substância. Esses metais são acumulativos e podem chegar até o homem, que se alimenta de animais marinhos", diz o biológo.
Ainda segundo Marcos, além do risco da contaminação, os metais presentes da lama podem prejudicar a respiração dos peixes. “A quantidade de minério é muito grande, ele acumula nas brânquias dos animais e pode impedir que eles façam a troca gasosa”, explicou.
“Muitos animais têm a região de Regência como berçário. A maioria das espécies vêm para poder se reproduzir na foz, onde há água salobra. Esses animais são os mais ameaçados”, disse.
Foz do Rio Doce é tomada por lama de mineração (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)Foz do Rio Doce é tomada por lama de mineração
(Foto: Ricardo Moraes/Reuters)
Associação de pescadores
De acordo com a Associação de Pescadores de Regência, peixes mortos estão sendo retirados do mar. “A empresa está pagando pescadores para recolher os peixes mortos e levar para análise, para saber porque morreu, qual é a substância que está no corpo do peixe”, explicou o presidente da Asper, Leoni Carlos.
Ele também comentou a situação dos pescadores da vila. “Está crítica, péssima. Não tem como mais sobreviver do Rio Doce. O pescador hoje que não tem uma esposa empregada ou os filhos empregados não tem como colocar comida na mesa. Tenho 68 anos e criei meus filhos da pesca. Hoje meu neto me pergunta ‘vovô, cadê o Rio Doce?’”, contou.
Leoni Carlos também falou sobre a expectativa em relação ao futuro dos pecadores da região. “Eu não tenho mais esperança. Talvez daqui a uns 10 anos a situação melhore, mas até lá eu já morri”, lamentou.
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23/11 - Versão infográfico barragens Mariana (Foto: Arte/G1)

Ex-sem-teto é nova estrela da música britânica 23/11/2015 17h44 - Atualizado em 23/11/2015 17h47

Benjamin Clementine exibe seu Mercury Prize (Foto: Ian West / PA via AP)Benjamin Clementine exibe seu Mercury Prize (Foto: Ian West / PA via AP)

Benjamin Clementine, de 26 anos, de origem humilde no norte de Londres e com experiência de viver nas ruas em Paris, vira estrela da música britânica ao vencer o prêmio Mercury.


Músicos são presença constante em estações de metrô de várias cidades europeias. Muitos são ignorados pelos que passam, outros arrecadam apenas o suficiente para refeições e alguns garantem que em um bom dia chegam a faturar o equivalente a R$ 200 em cerca de três horas de trabalho.
É raro, porém, que passageiros vejam-se diante de uma futura estrela.
Poucos anos atrás, o britânico Benjamin Clementine cantava e tocava guitarra em estações do metrô de Paris, por alguns trocados que o mantinham vivo.
Passou inúmeras noites nas ruas da capital francesa, dormindo em calçadas, enfrentando o frio e a neve. No último dia 20, Clementine transformou-se num dos mais respeitados cantores da atualidade.
Competindo com nomes consagrados, recebeu o prêmio anual britânico de música Mercury de melhor álbum de 2015, por At Least For Now, seu trabalho de estreia.
Clementine cantava no metrô de Paris (Foto: Reprodução / YouTube)Clementine cantava no metrô de Paris (Foto:
Reprodução / YouTube)
Tempos duros
Cenas dos tempos difíceis de Benjamin Clementine como sem-teto ainda podem ser vistas. Algumas de suas apresentações no metrô parisiense foram registradas em vídeo por passageiros, com seus telefones celulares, e postadas à época no YouTube.
Em uma delas, compartilhada na internet em dezembro de 2012, Clementine equilibra-se no espaço entre dois vagões enquanto oferece aos passageiros sua versão de Rehab, de Amy Winehouse. Na cena, um homem à sua esquerda parece mais interessado no livro que lê, mas uma mulher se aproxima para lhe dar umas moedas – e ele agradece. Outros o acompanham no refrão e cantam "No, no, no".
Em outra apresentação registrada em vídeo, publicado por uma passageira no YouTube em setembro de 2011, ele reproduz os versos de No Woman, No Cry, de Bob Marley. Sua potente voz toma conta dos corredores da estação. "Everything is gonna be alright, everything is gonna be alright", repete um ainda pobre e desconhecido Clementine.
Ele tinha razão. Tudo acabou dando certo. Em outubro de 2013, já de volta a Londres, Clementine surgiu pela primeira vez na TV britânica, no programa musical de Jools Holland, da BBC.
Clementine cantava no metrô de Paris (Foto: Reprodução / YouTube)Clementine cantava no metrô de Paris (Foto:
Reprodução / YouTube)
Piano
Se no metrô sua companheira inseparável era a guitarra acústica, em sua versão profissional seu principal instrumento é o piano. Nele, Clementine apresentou na BBC sua primeira música lançada, Cornerstone, responsável por conquistar a imediata admiração de Paul McCartney.
Com os pés descalços, uma de suas marcas, Clementine impressionou a todos não apenas por sua cativante voz e estilo de tocar, que levaram a comparações com Nina Simone.
Ele mostrou também ter muito a dizer. "Eu estou solitário, sozinho numa caixa de pedra / Eles dizem que me amam, mas estão mentindo / Estou solitário, sozinho na minha própria caixa / E a este lugar que agora pertenço / É a minha casa, casa, casa", canta ele na belíssima Cornerstone.
Nos meses seguintes, Clementine lançou um segundo EP e trabalhou na produção de seu primeiro álbum.
Demorou um ano e meio até que At Least For Now fosse lançado e, apesar do impacto positivo entre críticos e da indicação ao prêmio Mercury, a disputa pela maior glória da música britânica foi acirrada.
Com concorrentes mais badalados ou já consagrados, como a banda indie Wolf Alice, Florence and the Machine e Aphex Twin, Benjamin Clementine não acreditava que poderia sair vencedor. "Sempre quis ser indicado para este prêmio, mas nunca pensei que eu pudesse vencer. Sempre fiz piada sobre isso!", disse o cantor de 26 anos.
Maior prêmio da música
O Mercury é o maior reconhecimento almejado por artistas do Reino Unido e da Irlanda. É entregue ao melhor álbum do ano, escolhido por um júri de 12 pessoas formado por críticos, músicos e compositores.
Entre grandes nomes já vitoriosos estão as bandas Primal Scream, vencedora da primeira edição do prêmio, em 1992, Portishead (1995) e Arctic Monkeys (2006). A cantora PJ Harvey venceu duas vezes, em 2001 e 2011, enquanto Amy Winehouse e Adele foram apenas indicadas, duas vezes cada.
Estar entre os 12 indicados, no entanto, já é considerado uma honra capaz de impulsionar a carreira de qualquer artista. No caso de Clementine, a vitória, já em seu primeiro álbum, apenas três anos depois de sua realidade de cantor de rua, é um feito impressionante – e merecido.
O trabalho de Benjamin Clementine oferece um conjunto de qualidades de que o atual cenário musical mundial anda carente.
Apesar de não ler partituras, ele é um músico de qualidade, autor de melodias que cativam e podem levar muitos às lágrimas. Muitas vezes ele parece apenas declamar sobre as notas do piano, tocado de forma simples e melancólica. Quando decide soltar a voz, Clementine é capaz de chamar a atenção do mais desatento dos ouvintes e comover a mais gelada das almas.
Sua obra tem ainda mais força devido às letras, que tratam de sua experiência de vida e suas emoções. Além de músico e cantor, Clementine é reconhecido como poeta e já disse que pretende lançar um livro com seus versos. "Eu não acho que seja um cantor, acho que sou um expressionista", afirmou ele no ano passado, ao jornal The Guardian.
Quem já conversou com Clementine reparou em sua fala mansa, de tom baixo e tímido, que contrasta com a força de seu desempenho diante do microfone. "Assim que paro de cantar, eu volto a ser tímido. Tenho uma fala mansa porque eu realmente nunca falava com as pessoas. Eu não aprendi a fazer isso", disse ao Guardian.
Como no caso de muitos outros artistas, seu trabalho é resultado direto de sua vida, seja dormindo nas ruas em Paris ou crescendo no bairro de Edmonton, no norte de Londres.
Clementine era o mais novo de cinco filhos, e sua família é originária de Gana, no oeste da África. Problemas com familiares e a sensação de que ninguém em Londres se importaria com sua ausência o levaram a trocar a cidade por Paris, em 2010, aos 21 anos, quando seu interesse por música e literatura já estava consolidado.
Ele admite ter sido um garoto difícil, que escapava das aulas da escola. Diferentemente de outros, entretanto, Clementine não fugia em direção às ruas, mas à biblioteca, onde mergulhava em obras de autores como T.S. Eliot e William Blake. Essa experiência foi vital para que produzisse letras de forte cunho poético, como a de Condolence. "Você sentiu esse sentimento / Me diga, não sinta vergonha / Você sentiu isso antes / Então não me diga / Não me diga o contrário / Eu quase me esqueci, que tolo / De onde eu venho, você vê a chuva / Antes mesmo de a chuva começar a chover."
Para as vítimas de Paris
Benjamin Clementine recebeu o Mercury numa cerimônia na sexta-feira, 20 de novembro, uma semana após os atentados do Estado Islâmico que mataram ao menos 130 pessoas em Paris. Após ser anunciado como vencedor e chamar ao palco todos os outros concorrentes, ele dedicou a conquista às vítimas dos ataques, num discurso interrompido pelo choro que não conseguiu conter.
O vídeo de uma de suas músicas revela como Paris permanece no seu coração. A faixa London fala sobre a esperança por um futuro positivo para Clementine, o que talvez tenha ocorrido antes do que ele esperava. "Londres Londres Londres está te chamando / O que você está esperando, o que você está procurando? / Londres Londres Londres está tudo dentro de você / Por que você está negando a verdade?"
O vídeo, porém, não foi filmado em Londres, mas em Paris. Enquanto canta os belos versos de London, Benjamin Clementine aparece, novamente descalço, no topo de um prédio em sua cidade adotiva. No horizonte, imponente, está a Torre Eiffel, em imagens que servem como uma declaração de amor à paisagem parisiense.
Em tempos de ódio e conflitos, declarações de amor são ainda mais bem-vindas, especialmente quando ignoram fronteiras e aproximam culturas.
O aparecimento de Benjamin Clementine representa mais que um ganho de qualidade para a cena musical britânica – e mundial.
De família africana, nascido no Reino Unido e com a França em sua história de vida, o cantor britânico simboliza a diversidade que compõe cidades como Londres, Paris ou São Paulo, a mesma diversidade que se vê ameaçada por ataques de extremistas como os ocorridos em Paris.
Clementine mostra que a guerra contra o fanatismo não será vencida apenas com bombardeios e aparato policial. Ela também contará com música e poesia.