segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Crescimento empresarial da zona do euro atinge máxima de 4 anos, mostra PMI

Por Jonathan Cable

LONDRES (Reuters) - A atividade empresarial da zona do euro acelerou no ritmo mais rápido desde meados de 2011 em novembro, mais do que o esperado, uma vez que a moeda fraca e os cortes de preços ajudaram a impulsionar as novas encomendas, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) nesta segunda-feira.
"São bons números. Para a região como um todo estamos olhando para um crescimento de 0,4-0,5 por cento. Não estamos vendo apenas a atividade atingir máximas, mas também o emprego e novos negócios", disse o economista-chefe do Markit, Chris Williamson.
O PMI Composto do Markit, baseado em pesquisas junto a milhares de empresas e visto como um bom guia do crescimento, saltou para a máxima de mais de quatro anos de 54,4 este mês, contra 53,9 em outubro e expectativa em pesquisa da Reuters de 53,9.
O índice tem ficado acima da marca de 50 que separa crescimento de contração desde julho de 2013.
O PMI de indústria atingiu a máxima de 19 meses de 52,8, contra 52,3 em outubro. Já o PMI de serviços expandiu no ritmo mais rápido desde maio de 2011, atingindo 54,6 contra 54,1.

O fracasso de 14 anos de guerra contra o terrorismo jihadista O que deu errado na luta contra o terrorismo desde o 11 de Setembro? A França saberá aprender as lições com os EUA?

Em junho de 2014, um membro armado do Estado Islâmico acenando uma bandeira na cidade síria de Raqqa, reduto da organização jihadista. / REUTERS
Tudo o que acontece agora já aconteceu antes. Como se estivesse lendo um roteiro escrito por outra pessoa, François Hollande parece seguir os mesmos passos dados por George W. Bush há 14 anos. E não só o presidente da República, mas a França inteira, inclusive a Europa e o mundo, enfrentam um filme de terror que já tinham visto, um pesadelo que já conhecem e, até mesmo, alguns erros que arriscam repetir.
A primeira analogia oferece a dimensão e o caráter do ataque. O inimigo escolheu lugares significativos de cada um dos países. Para destruí-los ou perpetrar-lhes o maior dano possível. No 11 de Setembro foram as Torres Gêmeas, como um símbolo da arrogância capitalista, em Nova York; e o centro de comando militar da principal potência, o Pentágono, em Washington, ainda que os terroristas também quisessem lançar um avião contra o Capitólio. No 13 de Novembro, a noite da Paris multicultural e desinibida, os bistrôs e bares entre a Bastille e a République, e o camarote presidencial no Stade de France, onde se encontrava François Hollande para acompanhar um jogo de futebol, o esporte mais popular, entre as seleções da Alemanha e da França. Todo um simbolismo de Europa.
Após a semelhança no objetivo dos terroristas, a semelhança nas reações, estimuladas pelo caráter presidencialista de ambos os sistemas políticos. Em ambos os casos, o presidente e comandante-em-chefe se dirige a seus compatriotas, reúne os parlamentares e responde à guerra com a guerra. Idêntica é a resposta dos cidadãos, reunidos em apoio ao presidente e à bandeira nacional. Uma onda de simpatia e solidariedade com o país amigo atacado se transporta a seus aliados e vizinhos. Todos éramos americanos, agora todos somos Paris. Os ataques transformam os dirigentes máximos, Bush à época e Hollande agora, em sua imagem, comportamento e, até mesmo, ideias. Eles também transformarão suas políticas, nas quais facilmente se romperá o delicado equilíbrio entre segurança e liberdade. E até mesmo mudarão suas relações internacionais: no caso de Bush, levou a uma guinada unilateral e agressiva na política externa e à divisão da Europa, e, no de Hollande, já levou a uma reaproximação com a Rússia.
O inimigo é o mesmo, nas suas características e ideologia, embora não seja estritamente em seu nome
O inimigo é o mesmo, nas suas características e ideologia, embora não seja estritamente em seu nome e nos meios utilizados. E esse é o fato mais preocupante, uma vez que 14 anos depois o monstro não foi derrotado. Em vez disso, cresceu e multiplicou os seus tentáculos e até mesmo a sua capacidade mortífera. Mohamed Atta e seus colegas utilizaram aviões como armas de destruição em massa, e para sequestrá-los utilizaram cortadores e facas de plástico. Abdelhamid Abaaoud e seus comandados, por sua vez, agiram com Kalashnikovs e explosivos, manejados com precisão militar. Os primeiros pertenciam à Al Qaeda, e os segundos ao autodenominado Estado Islâmico, o mais recente e bem-sucedido avatar de um terrorismo que cresce e se espalha por todo o mundo até conquistar territórios onde impõe sua violência desenfreada, como já aconteceu na Síria e no Iraque.
A repetição do filme, agora em território europeu e com alcance e perigo amplificados, é a expressão de um fracasso múltiplo e contínuo. Há um fracasso imediato na prevenção dos ataques, principalmente por falhas atribuídas a polícias e serviços secretos. Atta e seus amigos puderam treinar em uma escola de aviação na Flórida, e Abaaoud e seus aliados cruzaram fronteiras e postos de controles policiais sem serem detectados. Mas há uma falha mais fundamental na resposta antiterrorismo e, sobretudo, na ação sobre as causas dessa violência sem precedentes nos países onde se origina. Se a guerra global contra o terror é efetivamente uma guerra, parece claro que 14 anos depois estamos perdendo. Os erros do passado explicam os erros do desastre de agora, de forma que se repetirmos estaremos aprofundando o fosso no qual nos afundaremos no futuro.
O erro com as consequências mais greves foi o desmantelamento das estruturas do Estado baathista, cujos generais se tornaram a estrutura militar do Califado terrorista
Os erros em série de Georges Bush já são um clássico, conhecidos por todos. A guerra preventiva e fora das convenções internacionais. As mentiras da CIA sobre as inexistentes armas de destruição em massa que serviram para justificar a invasão do Iraque. A limitação das liberdades e dos direitos individuais através do chamado Patriot Act ou das leis de exceção aprovadas em massa pelos parlamentares sob a emoção patriótica suscitada pelos ataques. O uso da tortura, do sequestro e da execução extrajudicial de terroristas. O horror de Abu Ghraib, a prisão iraquiana onde os prisioneiros eram torturados, abusados sexualmente e fotografados por soldados norte-americanos. A criação de limbos jurídicos, comoGuantánamo, onde suspeitos foram detidos indefinidamente sem denúncias formais ou julgamentos.
Todos esses erros foram propaganda de presente para o terrorismo. E ainda mais do que isso. Nada seduz mais os terroristas do que a erosão dos valores atribuídos ao Ocidente e a anulação das liberdades e garantias individuais em prol da luta contra o terrorismo. Com essa primeira batalha já ganha, todas as partes se igualam nessa guerra e se abrem às atitudes equidistantes daqueles que denunciam a violência. Mas o maior erro e a consequência mais grave foi o desmantelamento das estruturas do Estado baathista e, especialmente, de suas forças armadas, cujos generais se tornaram a estrutura militar do Califado terrorista.
Bush sabia que Saddam Hussein não tinha nada a ver com a Al Qaeda ou com os ataques de 11 de Setembro. Mas também tinha conhecimento das pesquisas de opinião apontando que os ataques tinham aguçado o apetite por guerra entre os seus compatriotas. Só faltava uma desculpa para se lançar à nova guerra que seus assessores neocons pediam. Foi fornecida pela CIA com a fabricação de provas falsas sobre as armas de destruição em massa. Com elas, se lançou à invasão e à derrubada de Saddam, com a ideia inicial, totalmente fracassada, de transformar o Iraque em uma democracia próspera e exemplar, que virasse um exemplo a se espalhar por toda a região, sem perceber que estava fabricando um Estado rachado e esquartejado, subordinado ao inimigo iraniano e minado pelo terrorismo sectário em que se transformou o país árabe.
Nada seduz mais os terroristas do que a erosão dos valores atribuídos ao Ocidente e a anulação das liberdades em prol da luta contra o terrorismo
Não foi uma cadeia de erros, mas sim um grande erro estratégico. A pergunta não é o que deu errado, mas se alguma coisa do que foi feito deu certo. Será difícil que a França, e os europeus com ela, incorram nas mesmas falhas graves, principalmente em uma invasão em grande escala. O desmantelamento de um Estado sem contar com uma rápida e eficaz substituição de estruturas políticas, administrativas e de segurança sempre foi uma operação de altíssimo risco. Bush e seus neocons não levaram em conta, assim como Cameron e Sarkozy com a destruição da Líbia de Gadafi, ou Obama com sua inibição a respeito da destruição da Síria de Bashar al-Assad. A verdadeira força do Estado Islâmico, ou seja, seu território, as armas capturadas de exércitos desmantelados e grande parte dos numerosos guerreiros recrutados, se deve à destruição de três Estados árabes desde 2003, sem que existisse nem planos nem recursos para construir estruturas alternativas estáveis.

Do 11 de Setembro a Mali

  • 11 de setembro de 2001. O maior atentado terrorista da história, perpetrado pela Al Qaeda, deixa 3.000 mortos nos EUA. Washington lança a chamada guerra contra o terror.
  • 07 de outubro de 2001. EUA invadem o Afeganistão e derrubam o regime do Taliban, que, segundo Washington, dava abrigo a Osama bin Laden. Em 2003, a OTAN se uniu à operação com outros países, entre eles a Espanha.
  • 11 de janeiro de 2002. Chegam os primeiros prisioneiros ao centro de detenção em Guantánamo (Cuba), aberto para abrigar suspeitos de terrorismo. O presidente Obama prometeu fechar a prisão, mas o processo esbarra em um bloqueio do Congresso à transferência de presos para os EUA.
  • 12 de outubro de 2002. Um atentado da Al Qaeda em uma boate de Bali (Indonésia) deixa 202 mortos e 300 feridos.
  • 20 de março de 2003. Uma coalizão de países liderada pelos EUA invade o Iraque alegando que Saddam Hussein tem armas de destruição em massa, que nunca foram encontradas, e dava apoio à Al Qaeda. O ditador caiu e se iniciou um longo período de violência sectária. Deixou um país vulnerável à expansão do jihadismo.
  • Janeiro de 2004. São reveladas as torturas cometidas por soldados norte-americanos contra prisioneiros na prisão de Abu Ghraib, no Iraque. As fotos dos maus-tratos provocam ira no mundo árabe.
  • 11 de março de 2004. Membros de uma rede jihadista ligada à Al Qaeda detonam dez bombas em quatro trens de Madri, causando 191 mortes.
  • 7 de julho de 2005. A Al Qaeda explode três bombas no metrô de Londres e uma quarta em um ônibus. Morrem 56 pessoas.
  • 14 de janeiro de 2010. O Iêmen declara guerra à Al Qaeda. Também mantém conflitos abertos com a insurgência xiita no norte e com separatistas no sul, que acabaram se enfrentando em uma guerra civil a partir de 2015, que ainda continua.
  • 25 de janeiro de 2011. Inspirada pela primavera árabe tunisiana, uma multidão vai às ruas do Cairo e consegue, em 11 de fevereiro, a renúncia de Hosni Mubarak. Embora tenha havido um Governo eleito pelas urnas, sua vida foi breve. Em 3 de julho de 2013, o Exército deu um golpe de Estado.
  • Fevereiro de 2011. Começa a guerra na Líbia, após a repressão brutal de manifestações por parte de Gaddafi. O regime é derrotado. O país continua até hoje em caos.
  • 15 de março de 2011. Começa a guerra na Síria entre o regime e os grupos rebeldes; muitos deles aderiram ao Estado Islâmico (EI).
  • 1 de maio de 2011. EUA matam Bin Laden em uma operação secreta no Paquistão.
  • 5 de julho de 2014. O líder do EI, Abu Bakr al-Baghdadi, se apresenta em Mossul como o primeiro califa em gerações.
  • 7 de janeiro de 2015. Chacina no Charlie Hebdo em Paris: 12 mortos
  • 10 de outubro. Morrem 102 pessoas em um atentado com bombas em Ancara.
  • 31 de outubro. Um avião russo cai no Egito, com 224 pessoas a bordo, por uma bomba plantada por terroristas.
  • 13 de novembro. Os atentados de Paris causam 129 mortos.
  • 20 de novembro. Ataque a hotel com 170 reféns em Bamaco, capital do Mali.

Polícia francesa libera foto de terceiro homem-bomba de ataques em Paris Outros 2 autores de explosões no Stade de France já tiveram fotos divulgadas. Atentados na capital da França aconteceram no último dia 13.

A polícia francesa divulgou neste domingo (22) a foto do "terceiro autor morto nos atentados cometidos em 13 de novembro no Stade de France". Em sua conta do Twitter, a polícia pede para aqueles com informações sobre o homem que entrem em contato.
Polícia francesa publicou foto do terceiro homem-bomba de ataque ao Stade de France no Twitter (Foto: Reprodução/Twitter/@PNationale)Polícia francesa publicou foto do terceiro homem-bomba de ataque ao Stade de France no Twitter (Foto: Reprodução/Twitter/@PNationale)
Os investigadores haviam anunciado na sexta-feira (20) que esse homem, que se explodiu nas proximidades da porta H do estádio, foi registrado no dia 3 de outubro desse ano na ilha grega de Leros, ao mesmo tempo que outros dois homens-bomba, que também já tiveram suas fotos divulgadas, mas ainda não foram identificados.
Investigações
Mais de uma semana após os atentados, a segurança continua rígida dentro da França e as autoridades francesas e de outros países europeus continuam investigando como um grupo de militantes do Estado Islâmico conseguiu planejar e executar tantos ataques simultâneos sem levantar suspeitas.
Bruxelas, capital da Bélgica, amanheceu neste domingo (22) em estado de alerta máximo pelo segundo dia consecutivo, cheia de policiais pelas ruas, com lojas fechadas e transporte parado. O governo teme o risco de um atentando com armas e explosivos como os que ocorreram em Paris.
Entre os suspeitos do atentado que tiveram a identidade divulgada pelas autoridades, um segue foragido. Na última grande operação policial, executada na quarta-feira (18) em Saint-Denis, na periferia ao norte de Paris, três pessoas morreram, inclusive o homem apontado como principal mentor dos ataques.
Veja quem são os jihadistas envolvidos, segundo o governo francês:
Montagem mostra suspeitos que estariam por trás dos ataques em Paris. Do topo, em sentido horário: Abdelhamid Abaaoud (o líder, 28 anos, belga), Samy Amimour, um homem não identificado, Bilal Hadfi (francês) e Salah Abdeslam  (Foto: AFP)Montagem mostra suspeitos que estariam por trás
dos ataques em Paris. Do topo, em sentido horário:
Abdelhamid Abaaoud (o líder, 28 anos, belga),
Samy Amimour, um homem não identificado, Bilal
Hadfi (francês) e Salah Abdeslam (Foto: AFP)

Adbdelhamid Abaaoud
Nacionalidade: belga, com ascendência marroquina
Paradeiro: foi morto em 18 de novembro por policiais, em Saint-Denis
Considerado o mentor do múltiplo ataque, o belga Adbdelhamid Abaaoud era o jihadista mais procurado pela Bélgica desde janeiro, quando a polícia frustrou um plano de atentado contra o país, supostamente elaborado por ele. Segundo agências de notícias, Abaaoud foi flagrado por câmeras de segurança circulando pelo metrô parisiense, na região de Montreuil, na noite dos ataques. Abaaoud foi morto na quarta-feira (18), durante uma grande operação policial em Saint-Denis, na periferia no norte de Paris.
Salah Abdeslam
Nacionalidade: francesa
Paradeiro: foragido
Nascido em 15 de setembro de 1989 em Bruxelas, na Bélgica, Salah Abdeslam, de 26 anos, foi apontado como suspeito pela polícia francesa, que divulgou uma foto e o descreveu como "uma pessoa perigosa". A polícia fez uma megaoperação em Molenbeek, na região de Bruxelas, nesta segunda-feira para tentar localizá-lo. Ainda não está claro o papel dele nos ataques. Fontes policiais acreditam que ele estivesse envolvido em tarefas de logística.
Omar Ismail Mostefai
Nacionalidade: francesa, de ascendência argelina
Paradeiro: morreu durante o ataque na casa de shows Bataclan
Omar Ismail Mostefai tinha 29 anos e era um cidadão francês de origem argelina. Um pedaço de seu dedo foi localizado na casa de shows Bataclan, onde 80 pessoas morreram. Mostefai tinha um histórico de crimes leves, mas nunca havia sido preso. Os serviços de segurança consideram que ele se radicalizou em 2010, mas ele nunca foi implicado em uma investigação de contraterrorismo. Seis pessoas próximas a ele foram presas no dia seguinte ao atentado.
Bilal Hadfi
Nacionalidade:
 francesa
Paradeiro: morreu em uma das explosões perto do Stade de France
Francês, nascido em 22 de janeiro de 1995, morava na Bélgica. Ele foi um dos homens-bomba que participaram da série de três explosões que ocorreram ao redor do Stade de France, durante o jogo amistoso entre França e Alemanha. As informações foram dadas pela senadora francesa Nathalie Goulet em entrevista à emissora americana CNN. Uma fonte do departamento de inteligência europeu afirmou ao jornal americano "The Washington Post" que Hadfi havia lutado com o Estado Islâmico na Síria.
Ibrahim Abdeslam
Nacionalidade: 
francesa
Paradeiro: morreu ao acionar um cinto explosivo no bar Comptoir Voltaire
De nacionalidade francesa, nascido em 30 de julho de 1984 em Bruxelas, na Bélgica, Ibrahim Abdeslam, de 31 anos, morreu ao acionar o cinto com explosivos no bar Comptoir Voltaire, às 21h43 no horário de Paris, ferindo gravemente uma pessoa. O jornal "Le Monde" informa que Ibrahim havia alugado, na Bélgica, o automóvel Seat, usado em outros ataques pouco antes de ele morrer. Mas não se sabe ele se encontrava no veículo no momento daquelas ações.
Samy Amimour
Nacionalidade:
 francesa
Paradeiro: morreu durante o ataque na casa de shows Bataclan
Nasceu em 15 de outubro de 1987 em Paris, e vivia no subúrbio de Drancy, ao norte de Paris. Amimour era conhecido das unidades de combate ao terrorismo, após ter sido colocado sob investigação e controle judicial por tentar viajar ao Iêmen. Ele foi acusado de terrorismo em uma investigação em 2012. Segundo a família, em 2014 Amimour estava na Síria, onde se casou.
Hasna Ait Boulahcen
Nacionalidade: francesa
Paradeiro: foi morta em 18 de novembro por policiais, em Saint-Denis
Hasna Ait Boulahcen foi identificada como prima de Abdelhamid Abaaoud, e é suspeita de ser a primeira mulher-bomba na França. Segundo uma fonte próxima da jovem, ouvida em condição de anonimato pela France Presse, Hasna se radicalizou há seis meses, é trocou as calças jeans e chapeu de cowboy pelo niqab (túnica que cobre todo o corpo, com exceção dos olhos), mas não estudava o Alcorão.
Na quarta-feira, quando a polícia chegou ao apartamento em que ela, Abaaoud e uma terceira pessoa estavam, Hasna supostamente detonou explosivos que levava presos ao corpo. Não se sabe, porém, se a explosão foi provocada por tiros dos policiais (veja o momento da explosão no vídeo acima).
Foto não datada cedida pelo departamento de imigração grego mostra o homem que usava o passaporte em nome de Ahmad Al Mohammad quando se explodiu do lado de fora do Stade de France, em Paris, na sexta (13) (Foto: Greek Migration Ministry via AP)Foto não datada cedida pelo departamento de
imigração grego mostra o homem que usava o
passaporte em nome de Ahmad Al Mohammad
quando se explodiu do lado de fora do Stade de
France, em Paris, na sexta (13)
(Foto: Greek Migration Ministry via AP)
Homem não identificado
Paradeiro: 
morreu ao acionar explosivos perto do Stade de France
As autoridades buscam a identidade de um homem cuja foto apareceu em um passaporte aparentemente falsificado em uma das cenas dos ataques em Paris. O passaporte sírio tinha o nome (Ahmad Al Mohammad) de um refugiado que, depois, foi encontrado em um centro de imigrantes na Sérvia.
O refugiado tem o mesmo nome que consta no passaporte, mas não se parece ao homem da foto que estava no documento em Paris. As forças de segurança trabalham com a hipótese de que o passaporte seria uma falsa pista orquestrada pelo Estado Islâmico.
Hamza Attou
Nacionalidade: 
belga
Paradeiro: foi preso na Bélgica
O belga de 21 anos foi indiciado na terça (17) como um dos motoristas que ajudaram na fuga de Salah Abdeslam de Paris após os ataques. Relatos de testemunhas e imagens de câmeras de segurança apontam que ele estava em um carro preto que foi parado e logo depois liberado na fronteira da França com a Bélgica na manhã de sábado.
Mohammed Amri
Nacionalidade: 
belga
Paradeiro: foi preso na Bélgica
Também indiciado por participação em atividade terrorista o belga, de 27 anos, é visto em um segundo carro, acompanhando o de Attou, nas imagens de câmeras de segurança. Os dois são de Molenbeek e teriam ajudado Salah Abdeslam a fugir de Paris e entrar na Bélgica poucas horas após os atentados na capital francesa. O advogado de Amri admite que ele esteve em Paris para buscar o amigo Abdeslam, mas diz que ele não participou de nenhum dos ataques.

Gasolina ou etanol? Confira quais carros rodam melhor com um ou outro combustível Aumento do preço do etanol deixou a escolha sobre qual combustível usar mais apertada para quem tem carro flex. Linha de corte para o etanol é 70% do valor da gasolina

Rodrigo Clemente/EM/D.A Press

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do litro do etanol em Minas Gerais é de R$ 2,40, enquanto o da gasolina é de R$ 3,50. O percentual do valor do derivado da cana-de-açúcar em relação ao derivado do petróleo é de 68,6%, número muito próximo à linha de corte de 70%, que é o consumo médio do primeiro em relação ao segundo. Isso acontece porque o etanol não tem a mesma energia da gasolina e precisa ser usado em maior quantidade para gerar potência semelhante.

Acontece que 70% é um valor médio. Existem alguns modelos que funcionam melhor com etanol e superam esta média, assim como outros que são mais eficientes com gasolina. Para saber quem é quem, pegamos a última versão da tabela de eficiência energética do Inmetro e fizemos o cálculo do consumo de etanol em relação ao da gasolina. A média de todos os veículos flex que participam do programa ficou em 69,2% e não os 70% de costume. Ou seja, na média desta amostra, para valer a pena usar o etanol, seu preço deve estar até 69,2% do valor da gasolina.
Mas encontramos casos em que esse percentual é bem maior. Como o Fiat Siena 1.4, no qual esse percentual é de 80,6%. Note que isso não significa que o modelo seja mais econômico. Dentro da sua categoria, o Siena foi mal, tendo obtido classificação C, consumindo (em ciclo urbano) 7,1km/l com etanol e 8,8km/l com gasolina. Mas o sedã foi tão mal com gasolina, que o preço do etanol pode estar até 80,6% do da gasolina que ainda vale a pena usá-lo. Encontramos outros modelos que superam a média convencional, como o Kia Picanto 1.0 automático, com 72,8%, e o Hyundai i30 1.6 automático, com 73,1%, mas nenhum tão discrepante como o Siena.

Também encontramos modelos bem abaixo dessa média, como o Citroën C3 1.5, que obteve 63% de consumo de etanol em relação à gasolina. As três variações mecânicas do Honda Civic também estão abaixo: o motor 1.8 com câmbio automático tem 64,7%; o 1.8 manual, 66%; e o 2.0 automático, 65,9%. Quer saber como o seu veículo está nesse quesito? Consulte a lista que preparamos com todos os modelos e suas variantes mecânicas que participam do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular.
FAÇA VOCÊ MESMO Alguns motoristas gostam de interagir mais com o carro. Se este é o seu perfil, talvez seja interessante calcular o consumo real do seu carro com cada combustível. Para achar esse valor, confira quantos quilômetros você rodou desde a última vez que encheu o tanque e divida pelo volume de combustível registrado na bomba. Essa é a média de quilômetros por litro do seu carro. Para achar a relação etanol/gasolina, multiplique o consumo médio com etanol por 100 e depois divida esse resultado pelo consumo médio de gasolina. O número encontrado é o percentual etanol/gasolina.

Alguns cuidados devem ser tomados para que o consumo fique próximo do real: abasteça sempre no mesmo posto, na mesma bomba e, se possível, no mesmo horário. Interrompa o abastecimento no primeiro clique da bomba. Certifique-se de que o percurso rodado durante a medição seja semelhante ao da sua rotina, sem muitos trechos de estrada ou subidas acima da média.

Mauricio Macri ganha as eleições e será o novo presidente da Argentina Com 60% das urnas apuradas, Macri vence com 54% dos votos contra 46% de Scioli

Mauricio Macri fala com a imprensa. / IVAN ALVARADO (REUTERS)
O liberal Mauricio Macri (Cambiemos) será o novo presidente da Argentina, segundo a apuração de 63% das urnas. O opositor se impôs nas urnas ao peronista Daniel Scioli (Frente para la Victoria) com 53,5% dos votos contra 46,5% em um domingo tranquilo deeleições presidenciais. No entanto, parecia que tudo já tinha sido decidido no primeiro turno, onde ocorreu a verdadeira reviravolta. Macri se tornou então o favorito e não saiu desse pedestal. A única dúvida era que distância teria de seu rival, um dado importante para saber com que força seu Governo dará a partida em uma situação econômica delicada.
Macri conseguiu forçar o segundo turno em 25 de outubro com um resultado inesperado —37% a 34% em favor de Scioli— e desde então não parou de crescer, enquanto Scioli e a situação mudavam totalmente de estratégia, em desespero,para tentar estimular o voto anti-Macri e convencer os argentinos, sobretudo das classes populares, de que tinham de ir votar paradefender seus programas sociais e os direitos adquiridos nestes anos.A mudança chegou à Argentina com uma sensação de normalidade absoluta, sem denúncias de fraude, sem tensões, e com um dia ensolarado na capital. Nada a ver com as primárias de agosto, quando se votou depois de uma das piores inundações de que se tem notícia na província de Buenos Aires e houve todo tipo de denúncias. Tudo apontava então para uma vitória da situação. Mas pouco a pouco Macri foi ganhando terreno e Scioli perdendo, em um ambiente de cansaço do kirchnerismo que as pesquisas não conseguiram detectar.
Toda a campanha se concentrou na ideia de que com Mauricio Macri viria um cataclisma, mas no dia em que realmente se votou, nada aconteceu. Daniel Scioli, que durante três semanas tentou convencer os argentinos de que seu rival é “um perigo”, inclusive se esqueceu ontem dessa guerra e até tentou retomar sua amizade com Macri. Os dois eram amigos há 30 anos, pertencem ao mesmo círculo de filhos de empresários milionários e são da mesma geração, mas nos últimos dias tudo parecia rompido entre eles.
Scioli se encarregou ontem de relembrar que Macri esteve em seu casamento e que esteve com seu rival poucas horas depois de ter sido liberado de um duríssimo sequestro que sofreu em 1991. Tinham uma amizade estreita. Macri insiste que Scioli foi “uma grande decepção” pela campanha duríssima que protagonizou nos últimos dias. “Está lançando a imagem de que sou uma má pessoa que vai prejudicar seu país”, queixava-se na quinta-feira.
Esta batalha entre dois homens da elite econômica do país, que vêm de mundos alheios à política —Macri do futebol, como presidente do Boca Juniors, e Scioli de um esporte para milionários como as lanchas de corrida— chegou a seu fim e Scioli busca a reconciliação e até falou da relação de suas esposas. “Karina conhece Juliana há muitos anos e essas são as coisas que perduram, a política é uma circunstância”, sentenciou. Scioli tentou usar a seu favor a figura do Papa, próximo ao peronismo, e voltou a citar as palavras de Francisco: “Votem com consciência”.
E, no entanto, apesar desta aparente tranquilidade em um país de longa tradição democrática interrompida por várias ditaduras no século XX, a virada que a Argentina dá é notável. Sem solução de continuidade, passou-se de 12 anos de kirchnerismo, nos últimos tempos voltado à esquerda, e com uma política econômica heterodoxa concentrada em um claro protecionismo para manter a indústria local e os empregos e um controle férreo da venda de dólares, a um candidato como Macri, alheio ao peronismo e ao radicalismo que vem da direita e defende posições liberais, ainda que agora se defina como “desenvolvimentista”. O entorno de Macri afirma que ele sabe que país vai enfrentar e não fará uma virada de 180 graus, mas manterá um certo protecionismo e fará as reformas muito devagar, respeitando os sindicatos. Mas a verdade é que no mundo econômico se assume que virão curvas nos próximos meses.
Macri optou neste domingo por sua habitual mensagem otimista sem entrar em muitos detalhes. “É uma enorme alegria, sinto que estamos em um dia histórico, que vai mudar nossas vidas. Espero que comece uma nova fase na Argentina. Viemos com tranquilidade e esperamos que hoje seja uma festa. Quero dizer muito obrigado a todos. Sinto uma enorme alegria e estamos todos sabendo que é um dia histórico que vai mudar nossas vidas”, afirmou pouco depois de votar.
Terceiro na disputa, o peronista dissidente Sergio Massa, que ficou fora do segundo turno e cujos 5,2 milhões de votos eram cobiçados por todos, também quis ser otimista, ainda que claramente oposto a Macri: “Para além do resultado, hoje termina uma etapa e começa uma nova. Será preciso arregaçar as mangas e trabalhar por uma Argentina melhor”. O país entra assim em uma nova etapa que nunca tinha explorado, um governo alheio ao radicalismo e ao peronismo que dominaram os últimos 70 anos, apesar de Macri ter alguns componentes de ambos em sua equipe.

Por que as escolas privadas estão perdendo alunos nos EUA? Da BBC Mundo

AP
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Image captionNúmero de estudantes em escolas privadas, especialmente as católicas, vem caindo
Nos Estados Unidos, assim como em quase todos os países do mundo, matricular os filhos em escolas particulares é tradicionalmente um símbolo de status. Mas, nos últimos dez anos, houve uma mudança e o número de estudantes em instituições do tipo no país vem caindo.
O percentual de crianças matriculadas na educação privada caiu de 12% do total de alunos em 1995 para 10% em 2012, segundo dados do Centro Nacional de Estatísticas Educacionais, um órgão do governo americano.
Essa queda, de 5,9 milhões pera 5,3 milhões de alunos matriculados neste período, foi ainda mais acentuada em instituições de ensino católicas.
Especialistas não estão seguros do motivo disso. Mas alguns pensam que a solução do problema se resume a uma palavra: latinos.
Eles acreditam que o futuro da educação privada e, especialmente, dos colégios católicos do país, depende do quão rápido será possível convencer os milhões de imigrantes hispânicos do país a escolher estas escolas, em vez das públicas, para educar seus filhos.

Reputação

APImage copyrightAP
Image captionImigrantes de países católicos buscaram colégios privados para formar seus filhos
Nas décadas passadas, milhões de famílias de imigrantes de países católicos, como Irlanda, Itália e Polônia, buscaram estas escolas para a formação de sues filhos em um novo país.
A seu favor, entre outros fatores, estas instituições sempre contaram com uma reputação exemplar. Cerca de 98% de quem se forma em uma escola católica termina fazendo uma universidade, diante de 81% da média de todos os colégios do país.
Além disso, entre as escolas particulares, as católicas tendem a ser as mais baratas, porque muitas vezes as matrículas são subsidiadas pela Igreja. Uma escola particular laica de alto nível pode custar mais de US$ 30 mil por ano nos Estados Unidos.
"Hoje, uma escola católica custa ao redor de US$ 3,8 mil (R$ 14,3 mil) por ano no primário e, depois, cerca de US$ 10 mil (R$ 37,5 mil)", diz a irmã Dulce McDonald, chefe de políticas públicas da Associação Educativa Nacional Católica dos Estados Unidos (NCEA, na sigla em inglês).
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Image captionEscolas católicas estão entre as mais baratas do ensino privado americano
Mas seu apelo tem diminuído. Entre 2005 e 2015, o número de estudantes em colégios católicos privados caiu 20%, para pouco menos de 2 milhões. E 1648 destas escolas fecharam, quase uma em cada cinco das existentes há uma década, segundo o NCEA.
Para a irmã McDonald, essa queda de popularidade se deve em parte ao aumento do preço das escolas em meio a uma recessão econômica.
"O custo destas escolas tem aumentado pela pressão de satisfazer as crescentes expectativas em torno das instalações, tecnologia e salários dos funcionários", diz ela.
Outros veem a causa na reforma pela qual tem passado a educação pública nos Estados Unidos e que tem permitido a multiplicação de escolas independentes, administradas total ou parcialmente de forma privada, mas financiadas pelo Estado.
Também ganhou força a prática de educar os filhos em casa: 3% dos estudantes do país, ou cerca de 1,7 milhões de crianças e adolescentes, aprendem fora da escola, segundo o governo americano.

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Image captionInstituições oferecem ajuda financeira para aumentar matrículas de latinos
Alguns colégios privados, em especial os de maior reputação, têm buscado compensar a queda de matrículas com a busca por estudantes abastados de outros países atraídos pela boa fama da educação americana.
Mas outros acreditam que a solução pode estar na crescente população hispânica do país. Dada sua origem majoritariamente católica, já existem estratégias de mercado voltadas exclusivamente para eles.
"Dos novos estudantes, 15% são hispânicos", destaca McDonald. "Há esforços em áreas de grande presença latina, como Los Angeles, e algumas universidades têm criado programas para aumentar as matrículas de latinos, como oferecer ajuda financeira para estudar nelas."