sábado, 7 de novembro de 2015

Cães e gatos são resgatados em distrito de Mariana após tragédia ‘População não abandonou os animais’, diz veterinária voluntária. Duas barragens se romperam em Bento Rodrigues nesta quinta-feira.

Cães foram resgatados em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, após rompimento das barragens.  (Foto: Carla Sássi/Arquivo pessoal )Cães foram resgatados em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, após rompimento das barragens. (Foto: Carla Sássi/Arquivo pessoal )
Um grupo de voluntários resgatou cães e gatos em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, na Região Central de Minas Gerais, nesta sexta-feira (6), após o rompimento das barragens da mineradora Samarco. “A população não abandonou os animais. As pessoas que conseguiram sair (andando ou em carros de resgate) levaram os animais”, disse a veterinária Carla Sássi, de Conselheiro Lafaiete.
Formado por estudantes, veterinários, bombeiros civis e membros da Associação Ouropretana de Proteção Animal (Aopa), o grupo de voluntários passou a madrugada na base policial montada próximo ao distrito e teve a entrada permitida por volta das 7h30, de acordo com Carla. “Infelizmente, muitos equinos e bovinos vieram a óbito”, disse a veterinária.
Ao todo, cerca de 50 animais foram resgatados. Carla disse que 32 deles, salvos por seus próprios donos, foram vacinados, vermifugados e receberam anti-pulgas. O grupo conseguiu retirar mais de 15 cães e gatos do lugar nesta manhã. A maior parte dos bichos foi identificada por seus donos ainda na base policial. Aqueles que não conseguiram abrigo foram levados para o canil de Mariana, onde também receberam cuidados.
Cães em estado delicado receberam atendimento em clínica de Ouro Branco  (Foto: Carla Sássi/Arquivo pessoal)Cães receberam atendimento em clínica de
Ouro Branco (Foto: Carla Sássi/Arquivo pessoal)
Dois cachorros em estado mais delicado foram levados para uma clínica veterinária na cidade de Ouro Branco. “Um estava soterrado, repleto de barro, só conseguimos fazer o atendimento inicial no local, estava muito debilitado”, descreveu a veterinária. No outro, da raça poodle, ela identificou uma infecção nos olhos. Ambos foram medicados, limpos e irão para adoção.
“Dez cães mais ariscos e quatro ou cinco gatos não conseguimos resgatar. Colocamos ração e vasilhas de água [em áreas não atingidas] e vamos retornar na segunda-feira”, contou Carla Sássi. A ideia dos voluntários é fazer um mutirão de castração.
Cachorro sujo de lama após resgate em Bento Rodrigues, distrito de Mariana (Foto: Carla Sássi/Arquivo pessoal)Cachorro sujo de lama após resgate em Bento Rodrigues, distrito de Mariana (Foto: Carla Sássi/Arquivo pessoal)
Voluntários resgataram animais em Bento Rodrigues, nesta sexta-feira (6). (Foto: Carla Sássi/Arquivo pessoal)Voluntários resgataram animais em Bento Rodrigues, nesta sexta-feira (6). (Foto: Carla Sássi/Arquivo pessoal)
Aproximadamente 50 animais foram salvos após rompimento das barragens (Foto: Carla Sássi/Arquivo pessoal)Aproximadamente 50 animais foram salvos após rompimento das barragens (Foto: Carla Sássi/Arquivo pessoal)
População não abandonou os animais, disse veterinária Carla Sássi (Foto: Carla Sássi/Arquivo pessoal)'População não abandonou os animais', disse veterinária Carla Sássi (Foto: Carla Sássi/Arquivo pessoal)

OMS declara fim da epidemia de Ébola na Serra Leoa

Na Serra Leoa foram infectadas com o vírus 14.089 pessoas, das quais 3.955 morreram.
OMS declara fim da epidemia de Ébola na Serra Leoa
A Serra Leoa foi declarada este sábado livre da transmissão do vírus do Ébola pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 42 dias depois de ter dado negativo o segundo teste de diagnóstico ao último paciente infectado no país.
Na Serra Leoa foram infectadas com o vírus 14.089 pessoas, das quais 3.955 morreram.
O vírus surgiu em Dezembro de 2013 numa zona arborizada da Guiné, que faz fronteira com a Libéria e a Serra Leoa, pelo que rapidamente se espalhou pelos três países.

"Humano, vejo que estás chorando porque chegou meu momento de partir."

"Humano, vejo que estás chorando porque chegou meu momento de partir. Não chores por favor, quero te explicar algumas coisas.
Tu estás triste porque eu fui embora, e eu estou feliz porque te conheci.
Quantos como eu morrem diariamente sem ter conhecido alguém especial?
Os animais as vezes passam tanto tempo sozinhos a nossa própria sorte.
Só conhecemos o frio , a sede, o perigo, a fome. Temos que nos preocupar em como conseguiremos algo para comer e aonde passaremos a noite protegidos. Vemos muitos rostos todos os dias, que passam sem nos olhar, e as vezes é melhor que nem nos vejam, antes de se darem conta que estamos aqui e nos maltratem.
A vezes temos a enorme sorte que entre tantas pessoas passa um anjo e nos recolhe.
Às vezes, os anjos vêm e são organizados em grupos, às vezes há outros anjos longe e enviam muita ajuda para nós. E isso muda tudo. Se necessário nos levam a outro tipo de anjo que sabem muito, e nos dão remédios para nos curar.
Nos escolhem uma palavra que pronunciam cada vez que nos vêem. Um NOME. Eu acho que o que você diz, é que somos "especiais", deixamos de ser anônimo, para ser um de muitos, e um de vocês.
E conhecemos o que é um lar! Você não tem idéia de como isso é importante para nós? Nós já não temos que ter medo nunca mais, não temos mais fome, ou frio, ou dor, ou perigo.
Se você pudesse calcular o quão feliz que nos faz. Para nós qualquer casa é um palácio! Nós já não nos preocupamos se vai chover, se vai passar um carro muito rápido ou se alguém vai nos ferir. E, principalmente, não estamos sozinhos, porque nenhum animal gosta de solidão, o que mais se pode pedir?
Eu sei que te entristece a minha partida, mas eu tinha que ir agora.
Quero te pedir que não se culpe por nada; te ouvi soluçar que deveria ter feito algo mais por mim.
Não diga isso, fez muito por mim! Sem você não teria conhecido nada da beleza que carrego comigo hoje.
Você deve saber que nós, animais, vivemos o presente intensamente e somos muito sábios: desfrutamos de cada pequena coisa de cada dia, e esquecemos o passado ruim rapidamente. Nossas vidas começam quando conhecemos o amor, o mesmo amor que você me deu, meu anjo sem asas e duas pernas.
Saiba que mesmo se você encontrar um animal que está gravemente ferido, e que só lhe resta apenas um pouquinho de tempo neste mundo, você presta um enorme serviço ao acompanhá-lo em sua transição final.
Como te disse antes, nenhum de nós gostamos de estar só, menos ainda quando percebemos que é hora de partir.
Talvez para você não seja tão importante, que um de vocês esteja ao nosso lado nos acariciando e segurando a nossa pata, nos ajuda a ir em paz.
Não chores mais por favor. Eu vou feliz. Tenho na lembrança o nome que você me deu, o calor da sua casa que neste tempo se tornou minha. Eu levo o som de sua voz falando para mim, mesmo não entendendo sempre o que me dizia.
Eu carrego em meu coração cada caricia que você me deu.
Tudo o que você fez foi muito valioso para mim e eu agradeço infinitamente, não sei como dizer a você, porque eu não falo sua língua, mas certamente em meus olhos pôde ver a minha gratidão.
Eu só vou pedir dois favores. Lave o rosto e começa a sorrir.
Lembre-se que bom que vivemos juntos estes momentos, lembre-se das palhaçadas que fazia para te alegrar.
Reviva como eu todo o bem que compartilhamos neste tempo.
E não diga que não adotará outro animal porque você tem sofrido muito com a minha partida.Sem você eu não viveria as belezas que vivi.
Por favor, não faça isso! Há muitos como eu esperando por alguém como você.
Dê-lhes o que você me deu, por favor, eles precisam assim como eu precisei de ti.
Não guarde o amor que tens para dar, por medo de sofrer.
Siga o meu conselho, valorize o bem que compartilha com cada um de nós, reconhecendo que você é um anjo para nós os animais, e que sem pessoas como você a nossa vida seria mais difícil do que às vezes é.
Siga a sua nobre tarefa, agora cabe a mim ser o seu anjo.
Eu vou estar acompanhando você no seu caminho e te ajudarei a ajudar os outros como eu.
Eu vou falar com outros animais que estão aqui comigo, vou lhes contar tudo o que você tem feito por mim e eu vou apontar e dizer com orgulho: "Essa é a minha família".
Hoje à noite, quando você olhar para o céu e ver uma estrela piscando quero que você saiba que sou eu piscando um olho; avisando a você que cheguei bem e dizendo-lhe "obrigado pelo amor que você me deu".
Eu me despeço agora não dizendo "adeus", mas "até logo".
Há um céu especial para pessoas como você, o céu para onde nós vamos e a vida nos recompensa tornando a nos encontrar lá.
Eu estarei te esperando!

A solução mais provável da crise brasileira pode ser inesperada Para um ex-presidente da República, o Brasil está no meio de uma crise que ninguém sabe como vai acabar: “A solução mais provável é o inesperado”

Oposição entrega ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, novo pedido de impeachment contra Dilma Rousseff, em 21 de outubro. / LULA MARQUES (AGÊNCIA PT)
Aqui e no exterior perguntam ao jornalista qual pode ser a solução mais provável da crise, cada dia mais emaranhada e complexa.
E o jornalista encaminhou a pergunta para alguém que está na política há várias décadas, que já foi presidente da República e que dessa vez preferiu o anonimato.
Sua resposta, por escrito, foi: “Estamos no meio de uma crise nacional que ninguém sabe como vai acabar”, e acrescentou, enigmático: “A solução mais provável é o inesperado”.
Afirmou ainda: “De qualquer forma, este não é o Brasil que nós sonhamos”.
Confesso que a palavra que me impressionou na boca de um político com tanta experiência de voo foi “inesperado”.
Como o Brasil é uma democracia, com uma Constituição sólida da qual ninguém pode escapar sem romper as instituições do Estado, essa possível solução inesperada deveria acontecer dentro desses limites constitucionais: o Governo, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF). Qualquer solução imprevista deveria vir de um deles para que não possa ser condenada como um golpe.
Tal como a crise está configurada hoje, a solução imprevista para a crise por parte do Governo poderia ser apenas a renúncia dapresidenta Dilma Rousseff, já que hoje ninguém acredita nela por mais que já tenha sido alvo da oposição.
E o Congresso? Difícil imaginar uma solução por parte do legislativo que não seja a aprovação do impeachment de Dilma, que deveria ser apresentado por um presidente como Eduardo Cunha, execrado pela opinião pública e por todos os democratas do país. Além disso, essa solução está prevista, não seria inesperada.
Sobraria apenas a possibilidade de que o Supremo Tribunal Federal acabasse surpreendendo com uma solução — essa sim, inesperada —, como ocorreu com o caso Collor, e que aponta com sagacidade neste jornal o meu colega Rodolfo Borges — à época, o STF adequou a lei do impeachment, de 1950, à Constituição de 1988, alterando a forma do julgamento no Congresso.
Seria constitucional porque o STF tem poderes especiais para isso, e seria ao mesmo tempo inesperada e não golpista porque hoje, apesar de todos os problemas e críticas, a mais alta corte do país ainda possui o último halo de credibilidade por parte da opinião pública — 75% dela não confia nos partidos políticos nem no Congresso, e dá à presidenta da República e ao Governo as migalhas de uma das mais baixas aprovações da história da democracia.
Qualquer outra solução passaria, inevitavelmente, pela humilhação de um golpe, seja qual fosse sua cor política. O golpe militar está completamente descartado.
Restaria, e talvez fosse o que preocupava o ex-presidente ao afirmar que a solução para a crise poderia ser inesperada, que na próxima eleição presidencial, seja agora ou em 2018, a sociedade, cansada dos políticos profissionais, apoiasse algum candidato “inesperado” com a incógnita de que pudesse se tratar de algum “aventureiro”, como aconteceu e está acontecendo em alguns países, que em vez de resolver acabasse complicado e agravando a crise política.
De acordo com a maioria dos analistas, a crise começou sendo econômica e estrutural, porque o que está esgotado é o modelo, e acabou se complicando politicamente.
Nessa situação, e já que a crise econômica — seja ela mais grave ou não que a política — não se resolveria sem antes resolver a crise política, o mais provável é que essa tarefa hoje realmente imprevisível e inesperada possa acabar caindo nas mãos do STF, que já foi capaz neste país de resolver positivamente outras crises iguais ou mais difíceis em que a opinião pública era mais exigente e aberta que o Congresso, como em relação ao aborto, as células-tronco, ocasamento entre pessoas do mesmo sexo e agora sobre a liberação das drogas, todos estes temas tabu para o Congresso e o Executivo.
Não é impossível, portanto, que a crise possa realmente acabar tendo um fim imprevisível e cuja solução esteja em grande medida na pressão exercida pela sociedade como um todo sobre os três poderes da Nação.
Tudo isso porque o Brasil dessa crise não é o mesmo país das crises anteriores. É um Brasil mais dividido e exasperado com os poderes públicos, porque o país e a sociedade estão numa luta para sair da apatia e da fictícia unanimidade do passado e começaram a enfrentar os desafios da modernidade. Estamos diante de uma sociedade que não apenas quer ser ouvida, mas também participar na solução da crise cujas consequências econômicas e sociais já começam a penalizar fortemente as famílias.

Mesmo sem aprovar ajuste, governo discute o pós-ajuste Governo tenta montar um cardápio de medidas para a fase do pós-ajuste fiscal e deve ressuscitar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social

Ricardo Stuckert/ Institulo Lula
Mesmo com dificuldades em aprovar as principais propostas de austeridade nas contas públicas, o governo tenta montar um cardápio de medidas para a fase do pós-ajuste fiscal e deve ressuscitar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, abandonado no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
Em reunião realizada na sexta-feira (6/11), com Dilma e ministros, no Palácio da Alvorada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou ações mais rápidas do governo para mostrar que tem capacidade de reagir à crise.
“A gente precisa dar um sinal de que está governando o País”, disse Lula, segundo relato de um participante do encontro. “Não podemos mais ficar na mesmice do economês”, acrescentou, insistindo na necessidade de Dilma reconstruir a base aliada no Congresso, viajar mais pelo País e “vender” esperança para recuperar popularidade.
A ideia de retomar os debates no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, abrigado na Casa Civil, ganhou força a partir da constatação de que aquele fórum, criado no primeiro mandato de Lula, pode produzir sugestões de impacto para uma agenda positiva. Batizado de Conselhão, o colegiado é formado por representantes do governo, dos trabalhadores e dos empresários, mas nunca mais se reuniu.
Lula ainda insiste na liberação de mais crédito, por parte dos bancos públicos, para a retomada do crescimento. A medida sofre resistências por parte da equipe econômica, mas Dilma já começa a admitir que é preciso reativar, de forma gradual, o consumo das famílias.
Antes do encontro no Alvorada, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, telefonou para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na tentativa de evitar novos ruídos com o aliado peemedebista e pedir ajuda para a aprovação do balanço contábil de 2014 do governo, rejeitado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Wagner também conversou com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que pode dar sequência ao pedido de impeachment contra Dilma.
Renan queria adiar a análise das contas por 45 dias, mas Dilma abriu mão do prazo, confiante em virar o ano sem a ameaça do impedimento batendo à sua porta. Foi convencida a enviar logo as explicações para as chamadas “pedaladas fiscais” – manobras contábeis feitas com o objetivo de esconder determinados gastos – pela presidente da Comissão Mista de Orçamento, Rose de Freitas (PMDB-ES).
O problema é que Renan não gostou da articulação feita pelo Palácio do Planalto diretamente com Rose, uma senadora que não é do seu círculo político. Na outra ponta, Cunha se queixou da aproximação de Dilma com o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), considerado o candidato do governo para a sucessão na Câmara.
Diante do mal-estar, Lula pediu a Wagner, então, que apagasse o novo foco de incêndio nas fileiras do PMDB. Ao antecipar o envio de sua defesa ao Senado, Dilma quis indicar que não tem nada a temer e está certa da derrubada do parecer do TCU pelo Senado. Na reunião de ontem, porém, o ex-presidente mostrou preocupação com o clima de beligerância no Congresso, principalmente na Câmara comandada por Cunha.
Na quarta-feira, 4, o governo foi obrigado a fazer acordo na Câmara para adiar a votação do projeto de lei que trata da repatriação de recursos mantidos ilegalmente no exterior, após avaliar que, se insistisse no assunto naquele dia, sofreria uma derrota. A proposta, agora, será levada a plenário na próxima terça-feira.
No diagnóstico de Lula, apesar da agenda negativa provocada pelo ajuste fiscal e pelas investigações da Polícia Federal, que cada vez mais o atingem, a coordenação política do Palácio do Planalto tem tudo para acertar o passo. “Nós não podemos mais errar”, tem repetido o ex-presidente, em todas as reuniões com ministros e deputados do PT. Wagner e outros dois ministros, Ricardo Berzoini, da Secretaria de Governo, e Edinho Silva, da Comunicação Social, são homens da confiança de Lula no Planalto.

Líderes de China e Taiwan apertam mãos em primeiro encontro desde a guerra civil Encontro, porém, tem caráter mais simbólico que pragmático. Em comunicado conjunto, ambos os líderes afirmam que não vão assinar acordos

Foto: Singapore Reuters
O presidente da China, Xi Jinping, e o presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou apertaram as mãos em encontro histórico neste sábado (7/11), em um hotel em Cingapura. Esta é a primeira vez que líderes da China continental e da Ilha Formosa se reúnem desde que as tropas comunistas de Mao Zedong expulsaram o governo nacionalista de Chiang Kai-shek de seu território, em 1949. O encontro, porém, promete ter caráter mais simbólico que pragmático. Em comunicado conjunto, ambos os líderes afirmam que não vão assinar acordos.
Xi e Ma abriram largos sorrisos enquanto apertavam as mãos por mais de um minuto para as câmeras. Nenhuma bandeira nacional estava à mostra no encontro, uma estratégia para escapar à recusa da China em reconhecer a soberania de Taiwan e vice-versa Os dois representantes falaram à imprensa pouco antes do encontro privado agendado, que durou uma hora.
Em sua fala, Xi fez referência ao antigo desejo chinês de reunificação com Taiwan. “Somos uma única família”, disse. “Nenhuma força pode nos separar”, acrescentou. Por sua vez, Ma ressaltou a preferência por manter o status quo. “Ambos os lados devem respeitar seus valores e modos de vida”, afirmou. Boa parte dos chineses considera que a unificação do território chinês é uma questão de tempo, embora os esforços políticos para isso estejam em ritmo lento. Por outro lado, os cidadãos de Taiwan prezam pela independência, sobretudo por questões políticas. Enquanto a China continental é governada por um partido único, em Formosa há democracia pluripartidária com sufrágio universal.
Críticos de Ma em Taiwan temem que a aproximação com o Partido Comunista abra caminho para que Pequim tome o controle da ilha. Neste sábado, centenas de manifestantes se reuniram na frente do Ministério da Economia em Taipei, erguendo faixas que alertavam que Ma pretendia “vender Taiwan”. Por outro lado, parte da população acredita que a disposição de Xi em se encontrar com o líder de Formosa em território estrangeiro é um sinal de respeito ao governo insular, ainda que o protocolo diplomático demande que eles se refiram um ao outro como “senhor”, e não como “presidente”.
Ma deve deixar o cargo após dois mandatos em 2016. Seu sucessor será escolhido em janeiro e especula-se que o encontro com o líder chinês teve por objetivo tentar impulsionar a popularidade do seu partido – algo que o presidente negou durante o encontro com seu contraparte. Fonte: Associated Press.

Eduardo Cunha afirma que o dinheiro em contas da Suíça não é dele Eduardo Cunha, presidente da Câmara, concede entrevista ao Jornal da Globo e fala sobre as acusações de ter dinheiro em contas no exterior.

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Um dos personagens centrais nas maquinações políticas de Brasília, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, decidiu falar sobre as acusações de corrupção e lavagem de dinheiro, que têm como evidências contas na Suíça que até agora ele negou.
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Globo, Cunha agora admite as contas, mas diz que ele não as controlava, e que o dinheiro nelas veio de negócios dele no exterior. Investigadores continuam duvidando da versão do deputado. A entrevista foi conduzida pelo repórter Júlio Mosquéra.
Eduardo Cunha recebeu a equipe da TV Globo em casa, na residência oficial do presidente da Câmara. Em uma conversa inicial, na presença de assessores, apresentou os principais argumentos que usará para tentar convencer os integrantes do Conselho de Ética que não tem nenhuma conta no exterior em nome dele.
Eduardo Cunha refutou a acusação de corrupção e lavagem de dinheiro. Ele admitiu que chegou a acumular um patrimônio jamais declarado ao Banco Central e à Receita Federal, no exterior, mas alegou que tudo foi fruto de transações licitas de comércio internacional e aplicações em bolsas estrangeiras, antes de iniciar sua carreira política.
Ele disse que, posteriormente, abriu mão da titularidade desse patrimônio, tornando-se apenas seu beneficiário. Cunha disse que esta experiência com exportação começou na década de 1980, quando ele diz que passou a vender produtos brasileiros na África.
Júlio Mosquéra: Quais eram os produtos que o senhor comercializava?
Eduardo Cunha: Eram produtos diversos alimentares, de natureza alimentar que eram basicamente produtos de consumo rápido, então consequentemente eu fazia trading, comércio exterior desse tipo de produto. Numa época onde teve muita proeminência que eu comercializei muito é o país que hoje é a República do Congo.
Júlio Mosquéra: Presidente, o senhor tem algum documento que prove esses negócios, a compra aqui no Brasil? A companhia que usou para levar esses produtos e lá fora?
Eduardo Cunha: A companhia era uma companhia constituída fora do Brasil. Obviamente eu estou falando de assunto de 30 anos atrás, eu não tenho documento nem contabilidade de assunto dessa natureza e essa empresa já foi encerrada, desfeita.
Depois, Cunha disse que multiplicou o dinheiro com a venda de mercadorias aplicando em bolsas de valores de Nova York e países da Europa, sempre no exterior, sem nenhuma remessa enviada do Brasil.
Júlio Mosquéra: O senhor tem algum comprovante dessas negociações da época, presidente?
Eduardo Cunha: Isso talvez, se retroagir ao banco que fez isso talvez possa tentar se obter alguma coisa. Eu posso até tentar.
Cunha diz que seu patrimônio no exterior chegou a US$ 4 milhões, que foram concentrados em uma conta no nome dele no banco Merril Lynch, em Nova York, até 2003. Dez anos antes, Cunha entrou para a vida pública como presidente da Telerj.
Júlio Mosquéra: O senhor chegou a declarar isso à Receita Federal e ao Banco Central?
Eduardo Cunha: Você não tinha naquela época uma legislação clara como você tem hoje sobre lucros no exterior ou sobre a obtenção de ganhos no exterior. Não houve uma evasão de divisa, uma transferência de recursos recursos do Brasil pra lá para ser utilizado, o que houve foi ganhos no exterior que não foram declarados aqui.
Em 2003, Cunha decidiu repassar o dinheiro para ser administrado por especialistas em dois trusts constituídos na Escócia com conta na Suíça, trust é uma entidade legal em muitos países, um instrumento  pelo qual se transfere a propriedade de bens e direitos para serem administrados em favor de um ou mais beneficiários.
Depois, Cunha enviou o dinheiro dos dois trusts para um outro aberto em Singapura, também com contas na Suíça. Este ponto é importante para Cunha, porque ele afirmou na CPI que não tem conta no exterior. E mentir aos colegas é motivo para cassaçao de mandato. Ele agora tenta convencer o Conselho de Ética da Câmara de que ser beneficiário de um fundo trust não significa que ele seja o dono das contas.
Júlio Mosquéra: Mas de qualquer forma, presidente, o senhor é o dono do dinheiro? 
Eduardo Cunha: Não, eu sou o dono do dinheiro, não. Eu sou usufrutário em vida, nas condições determinadas.
Júlio Mosquéra: Mas o senhor não acha que para a população brasileira, de uma maneira geral, é difícil não associar esse dinheiro ao senhor, ainda que o senhor seja a pessoa que vai usufruir, beneficiário, para a população, de uma maneira geral, o senhor é o dono do dinheiro.
Eduardo Cunha: Não, veja bem: primeiro lugar, a minha origem é lícita. Em segundo lugar,  eu abri  ão de ser o dono do dinheiro no momento que eu contratei o trust. Se eu quisesse continuar como dono do dinheiro, eu teria não só mantido a conta, tido a conta em meu nome com gestão livre, como  eu teria, talvez, repatriado ou declarado aqui.
Cunha encomendou um parecer jurídico sobre sua situação financeira a advogados na Suíça para comprovar que não é o titular das contas no país, e portanto não teria mentido na CPI da Petrobras.
De fato, o documento afirma que ele "não é indivualmente ou conjuntamente titular das contas", mas o mesmo documento não deixa dúvidas de que o dinheiro é do presidente da Câmara, uma vez que "a lei suíça determina que o beneficial owner é aquele que tem poder efetivo para dispor dos ativos do ponto de vista econômico. O critério decisivo é, portanto, a possibilidade de efetivamente dispor dos ativos".
E  "considerando a possibilidade de revogar o trust, Eduardo Cosentino da Sunha é, ao menos de acordo com o direito administrativo suíço, considerado beneficial owner dos fundos depositados no banco Julius Baer".
Júlio Mosquéra: Agora, presidente, por que o senhor não declarou ao Banco Central e à Receita o dinheiro depositado nesses trusts?
Eduardo Cunha: Porque o Banco Central, eu teria que ter declarado se eu tivesse feito transferência do Brasil pra lá. Para isso tem que ter o registro no Banco Central. E não houve. O recurso foi originado fora.
O Banco Central afirma em sua página na internet que a declaração é obrigatória e que deverá ser feita sempre em nome do beneficiário residente. Tributaristas ouvidos pelo Jornal da Globo também afirmam que a legislação brasileira exige que esses valores sejam declarados à receita e tributados.
Eduardo Cunha considera que a única conta que deveria ter sido declarada com possível pagamento de impostos é a que está em nome de sua mulher, Claudia Cruz.
Eduardo Cunha: Veja bem, há uma discussão, sim, essa discussão pode afetar a conta que foi aberta, que era mantida pela minha esposa, já que o trust que se ocupava da educação, ele não poderia fazer o pagamento direto das despesas. Ele poderia somente reembolsar pela contratação. Então precisava ser pago primeiro para depois ser reembolsado. Então o trust reembolsou a minha esposa das despesas que foram efetuadas de educação. Então,  consequentemente, você pode ter uma discussão  que esses recursos que foram reembolsados poderia ser um rendimento não declarado
Júlio Mosquéra: Deixa eu contrapor duas posições diferentes em relação ao argumento do senhor, presidente. O Banco Central afirma que em todos os casos é preciso fazer uma declaração do beneficiário residente. O senhor é o beneficiário desses dois fundos. Agora apenas do Netherton, que é o que permanece. E também existe uma visão por parte do Ministério Público de que é preciso fazer a declaração do trust justamente para que esse trust não seja usado para esconder ativos no exterior.
Eduardo Cunha: Veja bem, eu discordo dessa interpretação, não sou só eu, os advogados também discordam disso. No caso, nós pegamos o advogado na própria Suíça, que fez o seu parecer com relação a situação contratual existente. Esse parecer está em inglês, com suas documentações todas, tem sua tradução em português, que está muito claro que eu não sou proprietário nominal dos ativos, que eu não detenho conta, obviamente eu não detenho conta e, não detendo ativo, eu não tenho que declarar. Então, essa é uma discussão, o trust é muito antigo no mundo.
O presidente da Câmara respondeu também sobre o depósito de R$ 1,3 milhão de francos suíços em uma de suas contas pelo lobista João Augusto Henriques preso na Operação Lava Jato em setembro.
Henriques disse, em depoimento, que fez o depósito na conta de Cunha, sem saber que  pertencia a ele, a pedido do economista Felipe Diniz, filho do deputado Fernando Diniz, do PMDB de Minas Gerais, que morreu em 2009. Para o Ministério Público, este depósito é pagamento de propina pela participação em negócios da Petrobras.
Cunha afirmou que o depósito deve ter sido o pagamento de um empréstimo que fez ao deputado Fernando Diniz em 2003, antes de constituir o trust.
Júlio Mosquéra: Qual foi o valor? 
Eduardo Cunha: Deve ter sido em torno, naquela época, em torno de R$ 1 milhão, mais ou menos.
Júlio Mosquéra: Mas esse dinheiro o senhor emprestou pra ele lá fora?
Eduardo Cunha: Lá fora.
Júlio Mosquéra: E ele teria usado esse dinheiro lá fora?
Eduardo Cunha: Ele teria usado lá fora.
Júlio Mosquéra: O senhor tem algum comprovante desse empréstimo? 
Eduardo Cunha: Não, eu posso até tentar, se eu conseguir remontar o que aconteceu nesse período, tentar buscar alguma coisa, mas nesse momento comigo não tenho.
Júlio Mosquéra: Agora, presidente, o senhor nunca chegou a cobrar esse dinheiro? Porrque, de fato, é muito dinheiro...US$ 1 milhão.
Eduardo Cunha: Ele morreu! Quando ele estava vivo, sim, obviamente a gente falava sobre isso. e ele tinha, sim, no momento antes dele morrer, ele tinha, sim a orientação, se, por ventura, quando ele tivesse condição de me pagar, de como ele deveria fazê-lo. Ele tinha, sim, a conta, ele tinha o trust. Ele saberia que eu tinha que avisar previamente o trust. O trust deveria concordar.
Investigadores da Lava Jato ouvidos pelo Jornal da Globo disseram que as explicações de Eduardo Cunha visam ocultar que ele usou contas no exterior para esconder dinheiro. Segundo esses investigadores, há indícios de que cunha cometeu sonegação fiscal, evasão de divisas e lavagem de dinheiro por ter mantido recursos no exterior.
Sobre o argumento de Cunha de que não precisaria declarar ao Banco Central o dinheiro lá fora, investigadores disseram que do ponto de vista penal não é importante. Que mesmo sendo só beneficiário como ele diz, os documentos mostram que ele é o dono do dinheiro,  que as contas estavam interligadas e que houve movimentação com cartão de crédito em uma delas.
Júlio Mosquéra: O senhor se arrepende de não ter declarado essas contas? Hoje o senhor teria tão menos problema.
Eduardo Cunha: Não, o problema daí, talvez, a única coisa que a gente possa ter se arrependido é não ter feito uma gestão mais forte para a descoberta desse recurso que o trust teve. Talvez é a unica coisa que eu possa me arrepender, porque é uma coisa que eu não contava como fazendo parte do patrimônio e como não tava sendo utilizado, seria uma coisa que a gente achava que no tempo acabaria sendo reclamada ou poderia ser resolvida, enfim.