sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Ostentação de ex-prefeita é irrelevante para investigação, diz delegado Ricardo Senra - @ricksenra Da BBC Brasil em São Paulo

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Image caption“A presença dela nas redes sociais não foi levada em conta em nenhum momento na investigação, nem é citada no inquérito”, diz delegado da Polícia Federal responsável pelo caso
Apesar de ter ganhado projeção nacional graças à publicação no Instagram de fotos a bordo de jet-skis ou em boates com taças de champanhe, a ex-prefeita de Bom Jardim (MA), Lidiane Rocha, não terá seus perfis em redes sociais investigados.
"A presença dela nas redes sociais não foi levada em conta em nenhum momento na investigação, nem é citada no inquérito", disse à BBC Brasil o delegado da Polícia Federal Ronildo da Silveira, responsável pelo caso. "O Instagram da prefeita, para nós, é irrelevante."
Depois de passar 39 dias foragida, a ex-prefeita se entregou à Superintendência da Polícia Federal(PF), em São Luís, na última segunda-feira (28). Atualmente sem partido (ex-PP), Rocha é indiciada por crimes de associação criminosa, peculato e fraude em licitações para reformas de escolas.
Para o delegado, a importância dada às publicações da "prefeita ostentação" seria "mais uma criação da mídia do que de fato a investigação da polícia".
Magno Linhares, juiz responsável por determinar o destino da ex-prefeita e de seu ex-namorado e ex-secretário de Articulação Política, Beto Rocha, e do ex-secretário de Agricultura Antonio Gomes da Silva, concorda com o delegado da Polícia Federal.
"Eu não avalio pelo aspecto moral, mas pelo aspecto jurídico", diz Linhares, da 2ª Vara do Tribunal Regional Federal (TRF).
"(O foco na ostentação) é interessante, porque mostra que a sociedade está atenta a seus gestores. Mas também mostra um aspecto negativo, porque pode ensejar em pré-julgamento contra os supostos desvios que estão sendo apurados."
Os advogados da ex-prefeita não responderam aos pedidos de entrevista.

Verbas da Educação

Segundo o Ministério Público Federal e a PF, a ex-prefeita e seus assessores teriam participado de fraudes em licitações para a reforma de escolas públicas.
Também teriam sacado, em espécie, R$ 300 mil destinados à merenda escolar do município. "A estimativa é que os supostos desvios cheguem a R$ 15 milhões", diz o juiz responsável pelo caso.
Com IDH de 0,538 (a média nacional é 0,730), o município de Bom Jardim está entre os lanterninhas nos rankings de educação e qualidade de vida de todo o Brasil.
Nas palavras de um morador, pela internet, os cidadãos bonjardinenses convivem com "escolas sem nenhuma condição, ruas sem asfalto, bairros sem água, energia que toda hora falta".
Por isso, segundo os responsáveis pela investigação, os supostos crimes que teriam sido cometidos têm "total prioridade" sobre as imagens de luxo publicadas pela ex-prefeita nas redes sociais.

'Compro o que quiser'

Para o criminalista David Rechulski, especializado em administração pública e crimes de internet, as contas da "prefeita ostentação" na internet são "irrelevantes" na investigação.
"A partir do momento em que se descobre algo efetivo, o comportamento extravagante dela se torna secundário", diz. "Teria relevância maior se ela tivesse cometido algum crime usando meios eletrônicos" - o que, segundo os responsáveis pela investigação, não faz parte do inquérito.
O advogado associa a reação da opinião pública às fotos da ex-prefeita a bordo de jet-skis e em boates com joias e taças de champanhe com a crise política no governo federal.
"As pessoas estão vivendo um desgaste tão grande em relação ao comportamento dos agentes públicos e ao uso do dinheiro público que a forma de usar o dinheiro desviado acaba gerando mais indignação do que o próprio desvio em si."
Pelo Instagram, respondendo a uma crítica em uma foto de sua caminhonete (cujo preço estimado é de R$ 115 mil), a ex-prefeita disse: "Devia era comprar um carro mais luxuoso porque graças a Deus o dinheiro está sobrando".
"Eu compro é que eu quiser. Gasto sim com o que eu quero. Tô nem aí pra o que achem. Beijinho no ombro pros recalcados", afirmou, também pelo Instagram.

PMDB entra em guerra com o PMDB em nome do futuro do PMDB Um terço dos deputados peemedebistas reclama do 'balcão de negócios' criado por Dilma Mesmo investigado na Suíça, Eduardo Cunha mantém poder e cerco a Dilma

Cunha e Picciani na Câmara. / LULA MARQUES (AGÊNCIA PT)
O hall onde fica uma pequena cafeteria na Câmara dos Deputadoscostuma ser um termômetro do que está ocorrendo na Casa. Nos dias normais, está cheio de parlamentares, lobistas, servidores e repórteres. Quando algo está para estourar, fica esvaziado. A conclusão não é de um simples observador, mas de um garçom que há quase duas décadas transita por esse mesmo cafezinho. “Algo grande vem por aí”, alertou o experiente analista, na tarde desta quinta-feira. A análise dele demonstra bem o turbulento momento da crise política e, em especial, os movimentos e divisões de um protagonista, o PMDB, que ganha holofotes pelas oscilações —ora de maior tom governista, ora oposicionista—, e pelo papel de cada um de seus caciques no cenário: o vice-presidente, Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o presidente desta Câmara, Eduardo Cunha – este último às voltas com novas denúncias contra ela na Operação Lava Jato.

Ocorre que o movimento há exarcebado a disputa entre as facções. Uma “bombas” esperadas estourou nesta quinta-feira, minutos depois do garçom fazer essa declaração ao repórter, quando um terço da bancada dos deputados peemedebistas, 22, divulgou um manifesto digno de um partido oposicionista. No documento, os parlamentares reclamam da atitude do partido na Câmara, que se aproximou do Planalto para negociar espaço nos ministérios, e pedem uma nova relação com o GovernoDilma Rousseff (PT).É para acomodar todos esses interesses do partido, que habilmente sempre foi parte da máquina pública desde a redemocratização em 1985,  que nas últimas semanas Rousseff ofereceusete ministérios aos peemedebistas em troca de apoio no Legislativo e de, ao menos, ganhar mais tempo para se fortalecer contra as ameaças de impeachment. A ideia era, nas mudanças de pastas que serão anunciada nesta sexta-feira, contemplar todas as facções da legenda: os deputados, os senadores e o vice.
“Nosso posicionamento em plenário não dependerá desse tipo de barganha por cargos. Temos um só compromisso que é com a nossa consciência, com o Brasil, respeitando a vontade da população, expressa mais de uma vez nas pesquisas e nas ruas do nosso país”, diz trecho da nota, vinda do partido mais experiente em compor Governos de diferentes matizes. Criticam "um balcão de negócios" aberto pela liderança da bancada junto à gestão petista para garantir a aprovação de projetos governistas.
No grupo de deputados cabe tudo. Desde os pró-impeachment, que esperam ansiosamente o Congresso da sigla em novembro para votar pelo desembarque do Governo, até nomes menos óbvios, o que complica o sucesso da presidenta em sua estratégia de pacificação com a legenda. Entre os que assinaram, boa parte diz que, apesar das críticas, apoiará o pacote de ajuste fiscal e atuará para manter os vetos presidenciais que serão analisados na próxima semana. Nem todos, no entanto, garantiram que vão se opor a um eventual pedido de impeachment. É isso o que mais preocupa o Governo.
"Não podemos ter esse viciado troca-troca para sempre. Precisamos de um novo PMDB”, disse um dos signatários do manifesto, o deputado gaúcho Darcísio Perondi. “Pouco mais de 20 assinaram esse manifesto, mas sei que tem vários outros que gostariam de assinar, mas não assinaram por medo”, declarou o deputado por Mato Grosso do Sul Carlos Marun, outro que firmou o documento. Na semana passada, o deputado pernambucano Jarbas Vasconcelos, já havia feito esse alerta ao EL PAÍS, de que ao menos 30 peemedebistas migrariam facilmente da base aliada para a oposição assim que surgissem novos argumentos que justificassem essa mudança.

De críticos a aliados

Um dos pontos que chama a atenção neste documento é que não são apenas os conhecidos críticos à Rousseff ou ex-aliados de Aécio Neves (PSDB) que o assinaram, como o baiano Luício Vieira Lima ou o próprio Vasconcelos. Na lista também há parlamentares muito próximos ao vice-presidente Michel Temer, como Baleia Rossi, de São Paulo, e defensores da presidenta, como Laudívio Carvalho, de Minas Gerais.
O líder da bancada, Leonardo Picciani, do Rio de Janeiro, que ganhou força nas últimas semanas ao se tornar interlocutor direto do Planalto na reforma ministerial, amenizou as críticas e, sem citar nomes, afirmou que alguns dos signatários do manifesto recuaram de suas posições. “Já ouvi alguns deputados dizerem que não tiveram a intenção de fazer um contraponto à posição da bancada [de indicar novos ministros], mas como uma posição construtiva de posições ao país”, afirmou. Picciani disse ainda que não se sente derrotado como o articulador escolhido pelo Governo para atuar junto ao PMDB. “Tenho certeza de que o Governo conta muito mais do que dois terços [dos deputados peemedebistas], ainda somos a maioria”.
Até o início do mês passado, o PMDB era um dos defensores de que a máquina pública deveria ser reduzida. Quase em uníssono defendia a aprovação de um projeto de lei que determinava um limite de 20 ministérios (metade da atual Esplanada). Dizia que não se importava em perder postos de comando para ver essa redução concretizada. Até ensaiou um aplauso quando o Governo Rousseff anunciou que dez pastas seriam cortadas. Hoje, está dividido entre os que se engalfinham por uma vaga no primeiro escalão e entre os que ainda querem essa diminuição. No fim, para agradar a maioria, a tesoura de Rousseff nos ministérios pode ser menor do que a pretendida por ela por aqueles peemedebistas de 30 dias atrás.

CPI dos Transportes quebra sigilo telefônico de 19 pessoas

Ed Alves/CB/D.A Press. Brasil.

A CPI dos Transportes da Câmara Legislativa aprovou na manhã desta quinta-feira (1) a quebra do sigilo telefônico do ex-secretário de Transporte José Walter Vasquez (foto), do ex-diretor do DFTrans Marco Antônio Campanella, do ex-presidente da Comissão de Licitação dos Ônibus Galeno Furtado e do advogado Sacha Reck. Ao todo, os parlamentares pediram a abertura dos dados de 19 pessoas, entre elas empresários do setor.
A Comissão Parlamentar de Inquérito investiga a licitação para renovação do sistema de ônibus de todo o DF, realizada em 2012, durante a gestão de Agnelo Queiroz (PT). O petista Ricardo Valle e o peemedebista Rafael Prudente votaram contra a quebra do sigilo telefônico de José Walter Vasquez, ligado ao PMDB.
Veja quem será atingido com a medida:
1) José Walter Vasquez
2) José Augusto de Andrade Pinto
3) Marco Antônio Campanela
4) Samuel Barbosa dos Santos
5) Galeno Furtado Monte
6) Sacha Breckenfeld Reck
7) Garrone Reck
8) Antonio Carlos Marchezetti
9) Wagner Colombini Martins
10) Victor Bethonico Foresti
11) José Efraim Neves da Silva
12) Maria Zélia Rodrigues de Souza França
13) Auristela Constantino Alves
14) Cristiane Constantino Foresti
15) Hailé Selassié de Goiás Pinheiro
16) Rubens Gama Dias
17) Marco Antônio Gulin
18) Délfio José Gulin
19) Vandir Lopes Júnior

Veja as principais novidades nas regras eleitorais para 2016 Prazo para aprovar leis para as próximas eleições vence nesta sexta-feira. Principais mudanças vêm de projeto sancionado por Dilma nesta semana.

Nesta sexta-feira (2), quando falta exatamente um ano para as eleições muncipais de 2016, vence o prazo para aprovar alterações nas regras eleitorais que vigorem no ano que vem. Com isso, as principais mudanças nas eleições de 2016 com relação às de 2014 foram determinadas pelo projeto de reforma política aprovado no Congresso e sancionado pela presidente Dilma Rousseffna última terça-feira.
Um ponto ainda está pendente e não é consenso no meio político. Como a presidente vetou, no texto sancionado nesta semana, o item que permitia o financiamento empresarial de campanha, e esse veto pode ser derrubado pelo Congresso, não há definição do que pode acontecer caso deputados e senadores restabeleçam o dispositivo. No entanto, se o veto for mantido, não haverá doação de empresas para campanhas no ano que vem.Há ainda outras duas leis, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, que foram sancionadas em dezembro de 2013, por isso serão aplicadas pela primeira vez nas próximas eleições municipais. Uma dessas leis é a chamada minirreforma eleitoral, aprovada pelo Congresso e sancionada por Dilma.
Confira as principais regras eleitorais que serão novidade em 2016:
REFORMA POLÍTICA APROVADA EM 2015
Tempo de campanha
A duração da campanha eleitoral fica reduzida de 90 para 45 dias.
Gastos nas campanhas
Para presidente, governadores e prefeitos, pode-se gastar 70% do valor declarado pelo candidato que mais gastou no pleito anterior, se tiver havido só um turno, e até 50% do gasto da eleição anterior se tiver havido dois turnos.
Período de propaganda eleitoral no rádio e na TV
Diminuiu de 45 para 35 dias.
Tamanho da propaganda na TV
Nas eleições municipais , no primeiro turno, serão dois blocos de 10 minutos cada, para candidatos a prefeito. Além disso, haverá 80 minutos de inserções por dia, sendo 60% para prefeitos e 40% para vereadores, com duração de 30 segundos a um minuto.
Punição por rejeição de contas de campanha ou não prestação de contas
O partido passa a não mais ser punido, somente o candidato em questão pode ter o registro suspenso.
Teto de gasto de campanha de prefeito em município com até 10 mil habitantes
Até R$ 100 mil.
Tempo de filiação partidária para candidatura
Exigida filiação por ao menos seis meses antes das eleições.
Propaganda "cinematográfica"
Nas propagandas eleitorais, não poderão ser usados efeitos especiais,  montagens, trucagens, computação gráfica, edições e desenhos animados.
Veículo com jingles: Fica proibido o uso de qualquer tipo de veículo, inclusive carroça e bicicleta, no dia das eleições.
Participação de debate eleitoral na TV
Só vai participar o candidato de partido com mais de nove representantes na Câmara.

MINIRREFORMA ELEITORAL APROVADA EM 2013
Cabos eleitorais
Podem ser contratados como cabos eleitorais um número limite de trabalhadores de até 1% do eleitorado por candidato nos municípios de até 30 mil eleitores. Nos demais, é permitido um cabo eleitoral a mais para cada grupo de mil eleitores que exceder os 30 mil.
Propaganda em carros
Só com adesivos comuns de até 50 cm x 40 cm ou microperfurados no tamanho máximo do para-brisa traseiro. “Envelopamentos” estão proibidos.
Propaganda em vias públicas
Permitidas bandeiras e mesas para distribuição de material, desde que não atrapalhem o trânsito e os pedestres. Bonecos e outdoors eletrônicos estão vetados.
Redes sociais
A campanha nas redes sociais estará liberada, mas é proibido contratar direta ou indiretamente pessoas para publicar mensagens ofensivas contra adversários.
Substituição de candidatos
Fica limitada a substituição de candidatos. O pedido de troca deve ser apresentado até 20 dias antes do pleito (excetuado caso de morte). A foto do candidato será substituída na urna eletrônica.
Horários de comícios
Comícios de encerramento de campanhas podem ir até  2h da madrugada. Nos demais dias, das 8h à meia-noite. Nas eleições anteriores, os comícios de encerramento de campanha também deviam acabar à meia-noite.
Adesivos em carros
Serão permitidas, mas só com adesivos comuns de até 50 cm x 40 cm ou microperfurados no tamanho máximo do para-brisa traseiro. “Envelopamentos” estão proibidos.

LEI12.875, DE 30 DE OUTUBRO DE 2013
Distribuição de tempo de propaganda no horário eleitoral
A lei tira a exigência de que todo o tempo de propaganda seja distribuído exclusivamente para partidos ou coligações que tenham representação na Câmara. O texto mantém uma parcela da distribuição do tempo para ser dividida entre partidos representados na Câmara, proporcionalmente ao tamanho da bancada, e impede que um parlamentar que migre de sigla transifra o tempo para o novo partido.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Pizzolato poderá ser extraditado para o Brasil a partir de quarta-feira Governo da Itália autorizou que polícia local entregue o ex-diretor do BB. Autoridades brasileiras terão 20 dias para montar logística da extradição.

O governo italiano autorizou que a polícia local entregue o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato às autoridades brasileiras a partir da próxima quarta-feira (7). O Brasil terá 20 dias para montar a operação que irá trazê-lo de volta ao país.
GNEWS_Pizzolato (Foto: GloboNews)Condenado no mensalão, Pizzolato está preso
desde o ano passado na Itália (Foto: GloboNews)
Condenado no processo do mensalão do PT por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, Pizzolato fugiu para a Itália em 2013, usando documentos de um irmão morto, para escapar da prisão. Desde então, o governo e o Ministério Público do Brasil protagonizam uma batalha jurídica para tentar extraditá-lo.
No dia 22 de setembro, o Conselho de Estado da Itália, última instância da justiça administrativa do país europeu, autorizou a extradição do ex-dirigente do Banco do Brasil.
Apesar da decisão, a defesa de Pizzolato ainda pode apresentar um recurso à Corte Europeia de Direitos Humanos, sediada na França, o que poderia paralisar novamente o processo de extradição. No entanto, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, avalia que, desta vez, é mais difícil que ele volte a obter uma decisão que impeça seu retorno ao Brasil.
“É improvável, na minha análise, que ele [Pizzolato] consiga alguma medida cautelar [provisória] para ali permanecer [na Itália]. Esse sistema de recursos, cada vez que você vai afinando, subindo a jurisdição, vai ficando cada vez mais difícil, exigente”, ressaltou Janot.
Na visão do chefe do Ministério Público, a conclusão do processo de extradição de Henrique Pizzolato servirá como “recado”.
“Essa decisão mostra que as decisões da Justiça brasileira não têm mais fronteiras para alcançar, não só nesse aspecto da prisão, como também no aspecto das evasões de divisas. Nós alcançamos réus e bem que foram ilegalmente mandados para fora do país. É um recado com certeza muito forte”, destacou Janot.
Comunicado à embaixada
O próximo passo do rito de extradição é o Ministério da Justiça italiano comunicar oficialmente a embaixada brasileira em Roma de que irá entregar o ex-dirigente do Banco do Brasil. Agentes da Polícia Federal irão à Itália para escoltar Pizzolato de volta ao país.
Ao retornar ao Brasil, Pizzolato será encaminhado para cumprir pena em regime fechado no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. O tempo que ele ficou detido na Itália será descontado da pena de 12 anos e 7 meses de prisão.
Com isso, informaram integrantes da Procuradoria Geral da República, o ex-diretor do BB poderá solicitar a progressão para o regime semiaberto a partir de junho de 2016.

Morreria feliz em combate', disse à família policial que dublou Harry Potter Parentes pediam para Caio Cardoso de Melo deixar a PM do Rio. Beltrame falou que PM morreu após '30 prisões' que polícia fez na região.

O corpo do policial militar Caio Ignacio Cardoso de Melo, que foi dublador do personagem Harry Potter, foi sepultado por volta das 17h desta quinta-feira (1º), no Cemitério Nossa Senhora do Belém, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Cerca de 700 pessoas compareceram ao enterro. Entre elas, estavam familiares, amigos e o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame.
Caio César Dublador Dublagem Harry Potter Daniel Radcliffe JG (Foto: Reprodução: TV Globo)Caio César era dublador de Harry Potter
(Foto: Reprodução: TV Globo)
A família de Caio contou que desejava que ele deixasse a PM. "A gente sempre falou que era para ele sair, que ele não precisava disso, que ele tinha uma outra profissão. Mas ele dizia, o que me conforta muito, que se morresse em combate era para proteger a sociedade e morreria feliz", disse a prima Kelly Santos.

O corpo do policial foi enterrado sob honras militares. Para José Mariano Beltrame, a morte de Caio e outros sete policias de UPPs neste ano não foi em vão. "Pode ser o oitavo policial morto em UPP esse ano, mas esse ano eles mesmos salvaram 1.119 vidas. Nós estamos fazendo um processo aqui no Rio de Janeiro, que é difícil como vocês sabem", afirmou Beltrame.
 O secretário disse ainda não ter dúvidas de que a morte de Caio na Fazendinha, no Conjunto de Favelas do Alemão, foi uma retaliação. "Perdemos um policial aqui vocacionado que não tinha a necessidade de ficar na polícia. Muita gente pedia que ele saísse, mas ele queria ficar porque acreditava no projeto. Ele morreu, sem dúvida nenhuma, como retaliação por causa das 30 prisões que fizemos ali naquele lugar, na semana passada", concluiu ele.
O secretário de segurança José Mariano Beltrame na chegada ao enterro do policial militar (Foto: Marcelo Elizardo/ G1)Beltrame no enterro (Foto: Marcelo Elizardo/ G1)
Entre os presentes no enterro, estavam amigos que Caio fez na profissão de dublador, como Luisa Palomanes e Charles Emmanuel, que faziam as vozes de Hermione Granger e Ron Weasley nos filmes de "Harry Potter". Segundo eles, Caio tinha o sonho de ser PM, mas nunca deixou de ser dublador.

"Nós três, eu, o Caio e a Luisa, dubladora da Hermione, a gente começou a dublar desde pequeno mesmo. Em 2001 (época do primeiro filme), eu estava com 12 anos, ele devia estar com 12 anos e meio. Desde de sempre, os oito filmes, ele dublou o Harry. E também dublou o Daniel Radcliffe (ator de Harry Potter) em outros filmes, como 'A Mulher de preto' e outros trabalhos", disse Charles Emmanuel, a voz de Ron Weasley no filme.
Baleado durante patrulhamento
O soldado da UPP Fazendinha tinha 27 anos e foi baleado durante um patrulhamento de rotina região do Campo do Sargento. Ele morreu na tarde de quarta-feira (30).
Caio foi atingido no pescoço quando patrulhava a região e foi surpreendido por criminosos, segundo a UPP, por volta das 11h. O soldado foi levado para o hospital Getúlio Vargas, mas não resistiu.
Operação no AlemãoAlém de PM, Caio Cesar foi dublador do personagem Harry Potter nos cinemas brasileiros. Ele deixa uma filha de 10 anos.
Um dia após a morte de Caio, moradores relatam assustados em redes sociais um intenso tiroteio na região na manhã desta quinta-feira (1º). De acordo com a Supervia, o teleférico teve o funcionamento suspenso por volta das 6h30 por questões de segurança.  Até as 8h30 não havia informações sobre feridos.
A Policia Militar informou que o Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) realizava durante a manhã desta quinta-feira uma operação no Alemão. De acordo com a PM, não houve registro de presos e apreensões até as 9h20.
J.K. Rowling e PM dublador de Harry Potter (Foto: Editoria de Arte/G1)J.K. Rowling e PM dublador de Harry Potter
(Foto: Editoria de Arte/G1)
J.K. Rowling lamenta
A escritora britânica J.K. Rowling, autora de "Harry Potter", lamentou nesta quinta-feira a morte do policial militar e ex-dublador do protagonista dos filmes baseados na série de livros escrita por ela.
"Completamente triste em saber que Caio César, voz de Harry Potter no Brasil, morreu aos 27 anos. Meus pensamentos estão com a família", escreveu ela em seu perfil no Twitter.
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Atirador dispara em faculdade nos Estados Unidos e deixa mortos Dez pessoas morreram; Obama defende controle de armas. Imprensa diz que atirador era Chris Harper Mercer, de 26 anos; ele morreu.


Do G1, em São Paulo
Um atirador disparou nesta quinta-feira (1º) na Umpqua Community College, faculdade comunitária no estado do Oregon, nos Estados Unidos. A faculdade, que fica a 9,7 km da cidade de Roseburg, foi fechada. A polícia foi ao local, houve troca de tiros com o suspeito, e ele morreu.
Segundo o jornal "The New York Times" e as redes de TV NBC News e CBS News, o atirador seria Chris Harper Mercer, de 26 anos. As emissoras dizem que o nome foi revelado por diversas fontes policiais.
Dez pessoas morreram, segundo disse o xerife do condado de Douglas, John Hanlin, em coletiva de imprensa, sem especificar se o atirador está entre os 10 mortos. Outras 7 pessoas ficaram feridas, sendo três em estado crítico. Ele informou que o atirador era um homem que foi localizado em uma sala de aula. Segundo o xerife, houve troca de tiros, e o suspeito foi morto. Os policiais não ficaram feridos. A governadora do Oregon, Kate Brown, disse em pronunciamento em Portland que o atirador teria 20 anos.

Policiais verificam mochila dos estudantes da Umpqua Community College depois que um atirador disparou no campus (Foto: Mike Sullivan/Roseburg News-Review via AP)Os feridos foram transportados para receber atendimento médico. Outros estudantes e funcionários da faculdade foram levados de ônibus a um centro do condado para encontrar seus familiares.

O presidente Barack Obama agradeceu os policiais que agiram no local e lamentou as mortes em pronunciamento na Casa Branca, em Washington. Disse que seus "pensamentos e orações" estão com as famílias das vítimas, mas que dizer isso não é suficiente. O presidente criticou a facilidade de se obter armas no país e disse que as mortes em massa já viraram "rotina".

"Não deveria ser tão fácil para uma pessoa que queira ferir outras pessoas conseguir uma arma", afirmou o presidente, sem esconder sua irritação. "Qualquer pessoa que faça isso tem uma doença em sua mente", disse. "Somos uns dos maiores países que assiste a essas mortes em massa a cada mês".

Em seu discurso, disse que o país gasta trilhões de dólares para impedir ataques terroristas no país, mas que o Congresso impede a reunião de dados sobre mortes por armas. E pediu ao Congresso para legislar sobre o controle de armas.
Policiais verificam mochila dos estudantes da Umpqua Community College depois que um atirador disparou no campus (Foto: Mike Sullivan/Roseburg News-Review via AP)

Número de mortos
O gabinete do xerife do condado de Douglas diz em comunicado que recebeu relatos do tiroteio às 10h38 locais (14h38, pelo horário de Brasília).

"Aproximadamente às 10h38, recebemos relatos de um tiroteio no Umpqua Community College. As unidades da polícia de várias jurisdições responderam. Estudantes e professores estão sendo transferidos para o Douglas County Fairgrounds e podem ser encontrados lá. Não temos mais informações neste momento", afirma a nota do gabinete.

Até às 20h30 (horário de Brasília) o número de mortos no incidente não estava claro. A rede CNN informava que 10 pessoas morreram e 20 ficaram feridas com os disparos. Já a agência Reuters diz que a imprensa local informava 15 mortos citando a polícia do Oregon. E o procurador-geral do estado disse à afiliada da rede NBC em Portland que 13 pessoas tinham morrido.

Uma testemunha disse ao jornal "Roseburg News-Review" que o atirador perguntou a religião dos estudantes antes de atirar. Kortney Moore, de 18 anos, disse que viu seu professor ser atingido na cabeça e que o atirador disse para todos se deitarem no chão. Depois, o atirador pediu para as pessoas se levantarem e dizerem suas religiões e, então, começou a disparar, disse a estudante ao jornal local.
Estudantes e familiares se reúnem após o tiroteio que deixou na Umpqua Community College, faculdade comunitária no estado do Oregon (Foto: Ryan Kang/AP)Estudantes e familiares se reúnem após o tiroteio que deixou na Umpqua Community College, faculdade comunitária no estado do Oregon (Foto: Ryan Kang/AP)
A polícia do estado informou em comunicado apenas que um atirador atuou no local que ele não representa mais uma ameaça para a comunidade.

A faculdade publicou no Twitter um aviso de que as atividades programadas para o próximo final de semana foram cancelada e que o campus ficará fechado até a próxima segunda-feira (5), sem mencionar o incidente.

A rede CNN informa que a faculdade tem alunos com idade média de 38 anos. Não é uma faculdade tradicional, mas uma instituição para pessoas que estão mudando de carreira para atividades mais técnicas, como enfermagem.
Funcionários, professores e alunos são removidos do campus da faculdade Umpqua em Roseburg, Oregon, após tiroteio (Foto: Michael Sullivan/The News-Review/AP)Funcionários, professores e alunos são removidos do campus da faculdade Umpqua em Roseburg, Oregon, após tiroteio (Foto: Michael Sullivan/The News-Review/AP)
Estudantes são revistados ao sair da faculdade Umpqua, no Oregon, após atirador invadir e disparar (Foto: Mike Sullivan/Roseburg News-Review via AP)Estudantes são revistados ao sair da faculdade Umpqua, no Oregon, após atirador invadir e disparar (Foto: Mike Sullivan/Roseburg News-Review via AP)
Segundo a Every Town for Gun Safety, uma iniciativa que luta pela diminuição da violência decorrente de armas de fogo, o ataque no Oregon foi o 45º em instituições de ensino nos EUA somente em 2015.
Lei no Oregon
O Oregon é um dos estados americanos que permitem a entrada com armas de fogo no campus das universidades públicas – as instituições podem proibi-las apenas dentro dos edifícios.
Ambulâncias chegam com feridos ao hospital Mercy, em Roseburg, apos atirador disparar na faculdade Umpqua (Foto: Aaron Yost/Roseburg News-Review via AP)Ambulâncias chegam com feridos ao hospital Mercy, em Roseburg, apos atirador disparar na faculdade Umpqua (Foto: Aaron Yost/Roseburg News-Review via AP)
Ambulâncias chegam com feridos ao hospital Mercy, em Roseburg, depois que um atirador disparou nesta quinta-feira (1º) na faculdade Umpqua, no Oregon (Foto: Aaron Yost/Roseburg News-Review via AP)Ambulâncias chegam com feridos ao hospital Mercy, em Roseburg, depois que um atirador disparou nesta quinta-feira (1º) na faculdade Umpqua, no Oregon (Foto: Aaron Yost/Roseburg News-Review via AP)


De acordo com o projeto Armed Campuses, que monitora as leis relativas ao tema em cada estado do país, em 2011 a Justiça decidiu que as universidades e escolas públicas do Oregon não tinham mais autoridade para proibir a entrada com armas em seu espaço físico.

A lei permite que cada instituição restrinja armas somente dentro dos edifícios, alojamentos, centros de eventos e salas de aula.

A regra não vale para universidades privadas, que ainda têm o direito de proibir as armas em todo o seu espaço.

Imagem do Google Earth mostra imagem de satélite do Umpqua Community College, onde ocorreu o tiroteio (Foto: Reprodução/Google)Imagem do Google Earth mostra imagem de satélite do Umpqua Community College, onde ocorreu o tiroteio (Foto: Reprodução/Google)

Imagem da faculdade onde ocorreram os tiros, na página da UMPQUA Community College em rede social (Foto: Reprodução/Facebook/UMPQUA)Imagem da faculdade onde ocorreram os tiros, na página da UMPQUA Community College em rede social (Foto: Reprodução/Facebook/UMPQUA)