segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Saiba porque você Não pode ser multado por ter Escapamento Esportivo!

Saiba porque você Não pode ser multado por ter Escapamento Esportivo!

Dólar salta 3,37% e volta ao patamar de R$ 4,10 Moeda norte-americana atingiu maior alta desde 21 de setembro de 2011

Presidente Dilma afirmou que governo está extremamente preocupado com alta do dólar / ShutterstockPresidente Dilma afirmou que governo está extremamente preocupado com alta do dólarShutterstock
O dólar saltou mais de 3% nesta segunda-feira e voltou ao patamar de R$ 4,10, com o mercado pressionando o Banco Central após reforçar a atuação no mercado de câmbio e diante do quadro de aversão a risco nas praças internacionais, além de preocupações com a possibilidade de novos rebaixamentos da classificação de risco do Brasil.

O dólar avançou 3,37%, a R$ 4,1095 na venda, maior alta desde 21 de setembro de 2011 (+3,75%).

Na quinta-feira passada, a moeda norte-americana chegou a renovar o recorde intradia, a quase R$ 4,25, mas anulou praticamente todo esse avanço, terminando a semana com alta de apenas 0,44% e abaixo de R$ 4, após o BC ter elevado suas ações no mercado de câmbio.

"O mercado está peitando o BC. Não tem refresco", disse o operador da corretora de um importante banco nacional, sob condição de anonimato.

Só nas três sessões anteriores, o BC atuou dez vezes – incluindo leilões de swaps para rolagem –, mas nunca vendendo dólares das reservas internacionais no mercado à vista.

Neste pregão, a autoridade monetária apenas deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais, que equivalem à venda futura de dólares, que vencem em outubro. O BC vendeu a oferta total de até 9,45 mil contratos e, com isso, rolou US$ 8,504 bilhões, ou cerca de 90% do lote total, correspondente a US$ 9,458 bilhões.

A atuação do BC tem vindo em conjunção com o Tesouro Nacional, que anunciou programa de leilões diários de venda e compra de títulos públicos. Na operação desta sessão, no entanto, não vendeu nem comprou papéis, impulsionando os juros futuros a uma forte alta.

No fim de semana, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o governo está "extremamente" preocupado com a alta do dólar por conta de empresas endividadas na moeda norte-americana, mas afirmou que as reservas internacionais do país impedem que haja uma "disruptura" por conta do câmbio.

"Foi importante o BC entrar porque o mercado estava descontrolado, mas o mercado vai continuar em viés de alta enquanto esses problemas políticos e econômicos continuarem no radar", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.

Ele se referia ao quadro conturbado na política e na economia local, o que vem alimentando expectativas de que o Brasil pode perder seu selo de bom pagador com outras agências além da Standard & Poor's.

O dólar ampliou o avanço na última hora da sessão devido a essa perspectiva, após o diretor-geral da Fitch para o Brasil, Rafael Guedes, repetir que a perspectiva negativa atribuída à nota de crédito do país significa que a agência vê chance de mais de 50% de rebaixar o país nos próximos 12 a 18 meses. A agência colocou o rating brasileiro em perspectiva negativa em abril passado.

No entanto, Guedes também sinalizou que a agência não deve retirar do Brasil o selo de bom pagador quando tomar sua decisão sobre a nota ao afirmar que, "historicamente", a Fitch não corta rating em dois degraus, o que seria necessário para retirar o grau de investimento.

Nesta sessão, contribuiu também para a alta do dólar a aversão a risco nos mercados externos, com pressão sobre moedas emergentes como os pesos chileno e mexicano. Os mercados estão apreensivos com a possibilidade do Federal Reserve, banco central norte-americano, elevar os juros ainda neste ano.


Pesaram ainda preocupações com o crescimento econômico mundial, especialmente em relação à China e economias emergentes no geral, que vêm reduzindo o apetite por ativos de risco.

"Não cabem atalhos na Constituição", diz comandante do Exército Villas Boas

Operadora canadense promete o Android Marshmallow para o dia 5 de outubro

 Na próxima terça-feira (29), a Google vai realizar um evento no qual as novas versões do smartphone Nexus devem ser anunciadas oficialmente. A data também deve marcar o lançamento oficial da versão 6.0 do Android, conhecida pelo apelido “Marshmallow”, que deve trazer uma série de novidades aos usuários do sistema.
Ao menos se depender das informações divulgadas pela operadora canadense Telus, não vai demorar muito para quem tem um modelo mais antigo do Nexus começar a receber a atualização. Segundo informações divulgadas por elas, seus clientes devem começar a receber as novidades a partir do dia 5 de outubro deste ano.
A empresa afirma que o Nexus 5 e o Nexus 6 vão ser os primeiros a receber o Android 6.0 Marshmallow, embora tenha mencionado que essa informação ainda pode ser alterada. Conforme o esperado, a atualização também deve chegar a produtos de marcas como SamsungLG e Sony, embora isso deva demorar um período maior graças às diversas personalizações que essas companhias costumam fazer.
A distribuição da nova versão do sistema também vai depender de fatores como a localização global de cada pessoa e a operadora contratada. Como muitos brasileiros sabem, muitas vezes o fato de uma atualização ser liberada para um aparelho não significa que ela vai chegar ao país devido a empresas que demoram em disponibilizá-la a seus clientes.

JARBAS VASCONCELOS | DEPUTADO FEDERAL DO PMDB “Dilma Rousseff repete Collor ao entregar cargos por apoio na reforma”

deputado Jarbas Vasconcelos. / FABIO RODRIGUES POZZEBOM (ABR)

Logo ao cumprimentar o interlocutor o deputado federal pernambucano Jarbas Vasconcelos pede desculpas pelo diminuto espaço de sua sala anexo 4 da Câmara, em Brasília. Acostumado nos últimos anos a ocupar gabinetes espaçosos do Senado, da prefeitura do Recife e da governadoria de Pernambuco, o peemedebista dissidente de 73 anos não desistiu da política de bastidor. No ano passado, quase deixou a vida política, depois de 45 anos de atuação. Só não vestiu o pijama de aposentado porque decidiu continuar fazendo o que fez nos últimos oito anos no Senado, criticar o PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a atual presidenta Dilma Rousseff.

Pergunta.
 O senhor é um dos poucos deputados federais críticos ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Por qual razão resolveu assinar um manifesto contra a permanência dele na presidência da Casa?Na entrevista, concedida na última quarta-feira ao EL PAÍS, Vasconcelos explicou as razões que o fizeram ser, ao mesmo tempo, amado e odiado por opositores e por aliados do atual Governo. Sem meias palavras, diz o que pensa sobre colegas de partido, como Eduardo Cunha (“uma pessoa sem escrúpulos”), e sobre a gestão dilmista (“arruinou o país”).
Resposta. Quando eu estava no Senado, eu o imaginava apenas como um hábil lobista. O partido o apoiou, o Raul Henry – que era deputado e hoje é vice-governador do Pernambuco pelo PMDB – disse a mim que ele tem uma linha completamente diferente, mas que era um camarada que bem cercado poderia conduzir a Câmara. Achei naquele momento exagerado ele atribuir à Dilma e ao PT uma luta específica contra ele. Ele tentava levar isso muito na fantasia.
P. Quando o senhor fala naquele momento se refere a qual período?
R. No começo do ano, antes da lista do Janot [5 de março]. E quando ele assumiu a Câmara ele começou a trabalhar de forma atabalhoada. A Câmara não trabalhava. Era um trabalho precário. Ele tem o mérito de ter feito a Câmara ter voltado a trabalhar, mas de forma primária, por produção. Estamos trabalhando até tarde da noite para passar uma falsa imagem de que se está trabalhando.
P. Por que falsa imagem?
Não acredito que uma pessoa maculada, sem escrúpulos como Eduardo Cunha, possa presidir um processo de impeachment
R. Aqui se votou reforma política que foi uma piada. Uma reforma que não inseriu duas coisas básicas, o fim da coligação para eleição proporcional e a cláusula de desempenho, que no mundo inteiro varia de 3% a 5% para o partido ser representado, aqui deixou que os partidos precisariam eleger só um deputado ou senador. Era melhor não ter. Essas duas iniciativas iriam, se não resolver, ao menos melhorar em muito o ambiente aqui. Poderia acabar com o toma lá e dá cá. Temos 34 partidos, e 28 com representantes aqui. Não há parlamento que funcione com essa bagunça toda.
P. O único problema foi essa reforma política?
R. Não. Discutimos aqui terceirização, que precisa ser regulamentada, e a maioridade penal, que ambos os lados têm argumentos sólidos, plausíveis, que precisam ser ouvidos. O Eduardo Cunha fez todas essas votações e discussões em uma tarde, em uma noite, em uma madrugada. Isso tudo de forma precária.
P. A sociedade ficou distante do debate?
R. Isso. E a imprensa local não acompanhava. Não dava uma ênfase para mostrar que essa atitude é inaceitável. É inconveniente, apressada, atabalhoada. Terminamos o primeiro semestre desta maneira. Logo na sequência ele foi denunciado. Eu defendi o afastamento dele da presidência. Fiz através da tribuna, de artigo naFolha de S. Paulo e de entrevistas. Ele não se afasta. Eu não tenho dúvida de que as últimas delações premiadas, além da do Fernando Baiano, vão mostrar muita coisa. Junta com essa última, que mostrou que era ele (Cunha) quem dava a última palavra no esquema da Petrobras, com as declarações do camarada (o lobista Júlio Camargo) de que pagou 5 milhões de dólares para ele, é muita coisa. Quando essa denúncia se avolumar, se encorpar e o Supremo Tribunal Federal acolher, a situação dele passa a ser débil, difícil. Pessoas que antes não queriam nem assinar manifesto vão ficar à vontade para assinar porque a suprema corte aceitou a denúncia. Um réu para presidir a Câmara fica difícil.
P. Na sua opinião, ele poderia conduzir o processo de impeachment?
R. Não acredito que uma pessoa maculada, sem escrúpulos como Eduardo Cunha, possa presidir um processo de impeachment. É um processo complicado. Um processo inovador, porque será no início de um mandato. Um processo diferente do de [Fernando] Collor, porque ele era um aventureiro. Ela não é. Collor não tinha partido. Ela tem. Collor tinha meia dúzia de deputados em um tal de PRN, que não representava nada. Ela tem um partido que tem a maior bancada da Câmara. Maculado, cheio de problemas, mas ainda é um partido. Essa coisa mesma do PMDB, dos ministérios, atrapalha também.
P. Esse era outro ponto interessante. Renan Calheiros, Eduardo Cunha e Michel Temer disseram que não iriam indicar ministros nessa reforma que se aproxima. Por outro lado, os deputados indicaram...
Essas coisas já deram em mensalão, em petrolão, vai acabar dando em outro “ão”, de novo
R. Quem está indicando é a dupla de araque Leonardo Picciani, o líder do PMDB, e o Cunha. Picciani se juntou a Dilma e tem conversado com o governador [Luiz Fernando] Pezão, do Rio de Janeiro. Como se isso fosse a contragosto de Eduardo.
P. E não é?
R. Não é. Nesta semana fui na reunião da bancada do PMDB convocada pelo Picciani. Ele falou que a Dilma o chamou para conversar, tiveram uma conversa longa, e ela teria prometido cinco ministérios ao PMDB na reforma ministerial. Dois para a Câmara, dois para o Senado e um para a direção do partido. Eu pedi a palavra pela ordem disse que isso era uma coisa altamente inconveniente, que a gente estava nos últimos estertores do Governo Dilma e isso não era discutirmos agora. Pedi para me retirar e saí.
P. Nem votou contra a indicação?
R. Não. Saí logo depois de falar. Acredito que esse fato atrapalha. O Renan Calheiros tem sido cuidadoso. O Michel Temer também dizendo que não se envolve. E essa dupla de araque querendo aproveitar. Não tem como dar certo. Collor fez isso, quando estava para cair.
P. Isso o quê? Negociar apoio em troca de cargos?
R. Sim. Fez uma ampla reforma do mundo político, econômico e social daquele momento. Eram pessoas altamente qualificadas, o que não é o caso do PMDB. Não são nomes qualificados, estrelados, referências. O PFL naquela época, que é o DEM de hoje, indicou pessoas qualificadas para ajudar o Governo, e deu no que deu. O dólar disparando, a economia afundando e a presidente fazendo esses movimentos. Eu estava disposto a fazer uma revisão dos meus votos com relação aos vetos presidenciais.
P. O senhor votou pela derrubada dos vetos, certo?
R. Sim. Eu estava imaginando mudar. Pensei em manter os vetos entendendo o argumento de corte de gastos. Mas decidi não me misturar com essas pessoas que só iam votar com o Governo em troca de cargos. Eu resolvi mostrar a minha disposição de que o Governo não tem uma base e ela tem de resolver. Não eu, que sou oposição aqui. Quando assumi em fevereiro deste ano, anunciou-se que a base aqui na Câmara era de 400 deputados do Governo e 113 da oposição.
P. Sim, era uma das maiores bases.
R. Tinha mais do que no segundo mandato de Lula. Hoje, ela não tem base para sustentar as coisas delas, nem veto. Tem de ir atrás da oposição. Tem de fazer as imoralidades dela, negociando apoios por cargos. Essas coisas já deram em mensalão, em petrolão, vai acabar dando em outro “ão”, de novo. A inflação está descontrolada, o dólar disparando, o desemprego aumentando. Acho que ainda não chegamos ao fundo do poço.
P. Tem para onde afundar mais?
R. Tem e vai afundar. Os pressupostos da economia estão todos desarranjados, desarticulados. Para onde essa mulher vai nos levar? Aí você olha na Câmara dos Deputados somos comandados por um camarada de nenhum nível, sem nenhuma confiança envolvido em falcatruas de toda natureza. É um cara que se diz inimigo da presidente, inimigo do PT e bota um pau mandado dele, o Picciani, para negociar com o Governo. É uma leitura fácil de ser feita. Não precisa ter experiência e ser mais velho, como eu sou. Está à vista de todos. E isso não vai a lugar nenhum. É o desespero de que está no fundo do poço e se agarra a um tronco pensando que é uma pessoa.
P. O PMDB tem muitas divisões, mas ainda assim é o seu partido. Como o senhor se sente vendo-o fazer essas negociações?
R. Eu sou um dissidente há mais de dez anos. Estou aqui na Câmara porque desisti de me aposentar. Eu tinha decidido não concorrer mais. Estava no Senado, até o ano passado e estava pensando em ir para minha casa no fim do mandato. Tive uma atuação toda ela voltada para denunciar o Lula, o PT e Dilma. Os responsáveis por isso, pelo toma lá e dá cá. O aparelhamento da máquina. Os espaços ocupados pelo PT e apaniguados me chamava a atenção. E eu falava quase todos os dias no Senado. Mas o PMDB em Pernambuco indicou o deputado Raul Henry para ser vice-governador. Desisti de aposentar porque não ia ter o que fazer em casa e parei para ajudar a chapa majoritária que eu estava apoiando. Foi aí que me candidatei. Por ser dissidente votei contra o apoio ao PT na chapa para presidente na primeira e na segunda vez. Já tive problemas com o Renan e com o José Sarney.
P. Então, por que não sai do partido?
R. Se tivesse uma reforma política verdadeira, correta, eu pensaria em um novo partido. Em uma coisa nova. Como ela não ocorreu, eu preferi ficar como dissidente.
P. Nessa política de bastidores o senhor assinou os dois manifestos que passaram pela Casa. Um que pede o afastamento do Cunha e outro que pede o impeachment da Dilma. Por qual razão o senhor defende a saída dela?
Só falta o corpo de delito aparecer para ela [Dilma] cair.
R. Não acredito em uma solução judicial. O Tribunal Superior Eleitoral e o Dias Toffoli [presidente do TSE] não votariam contra o PT, Dilma e Lula. O impeachment por si só é uma coisa dura, penosa, traumática porque nunca ocorreu em início de mandato. Collor quando sofreu o impeachment já estava no segundo ano de mandato. Se esse processo contra a Dilma tiver conclusão positiva, teremos uma travessia de três anos. Se não for feito um governo de coalizão nacional, onde as pessoas entrem para valer, essa travessia será tumultuada, penosa. Temos de levar em conta um detalhe que ninguém tem se atentado, a Lava Jato não terminou. Qual é a certeza que isso vá ou não bater dentro do Planalto? O Lula, o Supremo vai decidir se ele vai ser ouvido ou não. Se ele está envolvido. Ele pode ser preso. E se pode bater nele, por que não pode bater nela? A Lava Jato ainda está em pleno funcionamento. O processo de impeachment é muito político e é preciso do corpo de delito. E ele vai aparecer ou através doTribunal de Contas da União ou com mais robustez, mais musculatura, através da Lava Jato. Só falta o corpo de delito aparecer para ela cair. A saída dela, então, é que ela poderia renunciar. Mas concordo com quem diz que ela não tem formação para isso. Ela é dona da verdade. Essa coisa de ex-guerrilheira mexe com a cabeça dela. Se eu acho que a crise não chegou ao final, essa situação de degradação que vive o país vai piorar. Essa pressão de dentro e fora do Planalto pode se avolumar e ela renunciar.
P. Mas isso é difícil.
R. Sim. Concordo. Mas na minha cabeça a situação está definida, ela sai ou através da renúncia ou do impeachment.
P. Independentemente de quem conduza o processo aqui na Câmara?
R. Isso. Ela está repetindo o filme de Collor. O estardalhaço da reforma ministerial dele, os acordos para tentar se salvar, mas não se salvou.
P. O senhor como dissidente não tem o controle da bancada do seu partido. Mas tem alguma ideia de quantos peemedebistas votaria a favor do impeachment?
R. Temos pouco mais de 65 deputados e eu acho que perto de 30 votariam a favor.
P. Mas com esse acordo por mais ministérios, não reduz esse número?
R. Pode dar um abalo nisso aí. Mas tem gente que está determinada a votar pelo impeachment. Você vai juntando aí e acha um pessoal grande.
P. Se estivesse na pele de Dilma Rousseff, o senhor renunciaria?
R. Claro que sim. Se eu presidisse o país e chegasse a um descalabro desse, uma falta de controle de governo, eu sairia. O Fernando Henrique Cardoso disse isso, falando do gesto de grandeza. O gesto de grandeza seria um gesto de dimensão política. Algo que ela não tem. Não tem formação nem dimensão para saber que esse gesto a engrandeceria perante a história. Vamos falar abertamente, porque não sei dizer nada pela metade. Ela não tem formação nem para renunciar, como Jânio Quadros fez [em 1961] nem para dar um tiro no próprio peito como fez Getúlio Vargas [em 1954]. A formação de guerrilheira, de resistente, ela acha que é um golpe, como foi em 1964, e não vai fazer isso.
P. Mas não tem nada a ver com 1964.
[Dilma] não tem formação nem para renunciar, como Jânio Quadros fez nem para dar um tiro no próprio peito como fez Getúlio Vargas
R. Em 1964 você tinha duas forças, de direita e de esquerda brigando. Você acompanhava que teria um golpe ou de direita ou de esquerda. O de direita com os militares e o Carlos Lacerda mais o Adhemar de Barros. E o de esquerda, com Jango [João Goulart]. O Jango tinha um falso esquema militar, que não era militar porra nenhuma. O primeiro teste que teve ele caiu. Aí houve o golpe de direita e ficamos todos aqueles anos em uma ditadura. Hoje, você está no imponderável. E o imponderável em política não tem coisa pior. Eu sei o que vai acontecer, ou a renúncia ou o impeachment. O imponderável agora é quando isso vai acontecer. Naquela época havia muito medo. E agora, quantas pessoas você encontra com medo?
P. Me diga o senhor.
R. Toda vez que volto ao Recife e entro em um restaurante, vou para a rua, um camarada me pergunta quando ela vai sair. Até de maneira áspera. Isso é perguntado por homem, mulher, jovem. Gente com posse, sem posse. Está generalizado.
P. O senhor vê uma possibilidade de golpe hoje?
R. Não. Zero. O país é outro depois de 1964. É outro da época de Collor. O que é bom. Na América Latina golpes são muito difíceis. Você tem o populismo. Na Argentina, na Venezuela, de maneira exacerbada, e no Equador. Você tem a restrição à liberdade de imprensa. Mas no Brasil é difícil ter um veto à imprensa, depois de 64.
P. O PT fala que, se a Dilma sofrer impeachment, será um golpe.
R. Isso é fácil de explicar ao povo. É só mostrar didaticamente que a Constituição previu o impeachment e estamos recorrendo a ele. Acho que devemos esperar um pouco para ter o corpo de delito. Ele vem ou através do TCU ou da Lava Jato.
P. Na sua carreira política, já viu cenário parecido com o atual?
R. Nunca vi nada parecido em 45 anos de carreira política. Vivi os últimos estertores da ditadura diretamente aqui no Congresso. Hoje, tem uma situação de desqualificação, uma mentira persistente, uma tentativa de emplacar essa ideia de que é golpe.
P. Como o senhor vê a postura do Michel Temer nessa crise?
R. Eu não queria estar na pele do Michel. É uma situação difícil. Ele tem também que ajudar, não pode dar declarações que não ajudam em nada. Dizer que Dilma, com 8% de aprovação, dificilmente terminaria o mandato, não era necessário. Muito menos de que ela chega ao último dia do mandato. São declarações que atrapalham o processo, deixa o processo confuso. Atrapalha os dois lados, os que querem que ela fique e que ela saia. Temer deveria cumprir seu papel institucional e se reunir com o seu partido, conversar sobre os próximos passos. Ele deveria chamar o Renan, o Eduardo e os dissidentes para dialogar. Eu já falei com ele sobre essa situação.
P. O que o senhor falou para o vice?
Eu não queria estar na pele do Michel [Temer]
R. Isso que estou lhe dizendo. Nós jantamos um dia e eu falei também que foi um erro ele assumir a coordenação política do Governo e ele me disse que a deixaria, como o fez pouco tempo depois. E eu disse que ele deveria se policiar nas declarações. Mas eu entendo, tem uma questão ética também, de que não pode passar a imagem de que está conspirando. Ele vai ter de chegar um momento e dizer: “não conte comigo. Não posso estar nesses arranjos”. E ele tem de se reunir abertamente.
P. Com quem? Com o PSDB e DEM?
R. Com todo mundo. Precisa conversar sobre o país. O Brasil está indo para o caos e vamos ficar assim porque o PT e o Lula dizem que é golpe? Qual a moral que Lula tem para dizer que é golpe? Dilma tem de ser enfrentada nessa hora. Sem nenhuma coisa de baixo calão, mas enfrentá-la respeitosamente e de maneira transparente. Ela arruinou o país. Como já disse, só temos duas opções: a renúncia ou o impeachment. Todas as duas dão em Michel. E vamos fugir desse debate?
P. Temer é a melhor solução?
R. Não sei. Mas política se faz o que se tem a mão. E o que temos a mão é Michel Temer. O que ele precisa é de se cercar de pessoas corretas, de bem. Pessoas que vão para lá não visando espaço político, espaço físico. Tem de ir para ali com a cabeça consciente de que é uma travessia de três anos, não é algo curto, de seis meses. Isso não é um jogo de damas, mas de xadrez. Se mexer uma peça errado, dá errado.
P. Que diferença o senhor vê do PMDB que o senhor dirigiu no fim da década de 1980 e o de hoje?
R. O MDB e o PMDB foram o elo entre o cidadão e a política nos tempos da ditadura. Quem queria fazer oposição sem ir para a luta armada, seguia no PMDB. O partido carregou essa bandeira por anos, mas se esgotou com o fim da ditadura. Teve um candidato, o doutor Ulysses [Guimarães] que não esteve de acordo com a exigência eleitoral. Os eleitores queriam uma renovação e elegeu o Collor. Pegou o lema de caçador de marajás e, como um aventureiro, ganhou.
P. E o PMDB de hoje?
R. O PMDB desde a eleição de Collor ficou sem uma bandeira. Virou uma federação de partidos que em cada Estado age de uma maneira. E hoje é essa confusão. Piorou ainda mais porque não há posição unânime dentro do partido. É um partido com sede de poder, sem nomes fortes. Ficou nessa de sempre ajudar ou o PSDB ou o PT. Aí se agarrou ao PT e deu no que deu. Se o Brasil andar com uma reforma política, pode ser que o PMDB mingue, se torne um partido médio e cada um crie partidos mais sérios.




Logo ao cumpr

Marte tem 'córregos' sazonais de água salgada, revela sonda da Nasa Veios de salmoura se formam em encostas de montanhas em meses quentes. Descoberta reacende discussão sobre se planeta é habitável por micróbios.

o estudo (Foto: Nasa/JPL/Universidade do Arizona)

Linhas que aparecem e somem em montanhas marcianas são formadas por água salgada escorrendo, indica novo estudo (Foto: Nasa/JPL/Universidade do Arizona)
Algumas montanhas de Marte possuem veios estreitos de água salgada líquida escorrendo em suas encostas, revela um estudo divulgado hoje pela Nasa.
Essas formações, que já haviam sido reveladas antes em imagens do planeta, já eram apontadas como possivelmente originadas de salmouras, mas só agora surgiram evidências diretas do fenômeno.
Essas "linhas de encosta recorrentes", tal qual foram batizadas pelos cientistas, são faixas estreitas, com menos de 5 metros de largura, que aparecem durante as estações quentes em certas regiões marcianas. As linhas se alongam durante algum tempo e depois encolhem nas estações frias.
Linhas recorrentes de encosta formadas por água salgada na cratera Garni (Foto: Nasa/JPL/Universidade do Arizona)Linhas recorrentes formadas por água salgada na cratera Garni (Foto: Nasa/JPL/Universidade do Arizona)
Cientistas não conseguiam confirmar a natureza do fenômeno, porque a resolução das imagens das melhores sondas no planeta não permitia fazer imagens nítidas de estruturas tão estreitas.
A hipótese de que as linhas observadas eram salmoura líquida saiu das temperaturas registradas no local no verão marciano, acima de -23°C. Água com alta concetração de sal, com ponto de derretimento mais baixo, pode existir na forma líquida nessa faixa de temperatura.
Vida marciana?
Um grupo de pesquisadores operando a sonda MRO (Mars Reconnaissance Orbiter), porém, desenvolveu um método para contornar o problema das imagens sem resolução. Lujendra Ojha, do Instituto de Tecnologia da Georgia, e seus colegas conseguiram extrair de imagens com um único pixel os dados espectrais -- separação da luz em diferentes frequências -- capazes de revelar a composição de substâncias.
As informações obtidas pelos pesquisadores estão de acordo com o espectro de sais minerais hidratados, reforçando a hipótese de que os veios recorrentes são formadas com cristais de sal absorvendo umidade da atmosfera marciana. Estão presentes na solução sais de cloro e oxigênio, como cloratos e percloratos.
"Determinar se água líquida existe na superfície marciana é central para a compreensão do ciclo hidrológico e para o potencial da existência de vida em Marte", esceveu Ojha em estudo publicado hoje na revista "Nature Geoscience".
Linhas escuras em monte no centro da cratera Horowitz, em Marte, atribuídas a água salgada líquida (Foto: Nasa/JPL/Universidade do Arizona)Monte no centro da cratera Horowitz com linhas recorrentes (Foto: Nasa/JPL/Universidade do Arizona)
Ainda que a existência do líquido em Marte seja uma novidade, diz a pesquisadora, não é possível dizer ainda que as condições nos córregos de salmoura temporários permitiria a existência de vida. Na Terra, o centro do deserto do Atacama, extremamente árido, é o único lugar parecido com essas condições onde já se viu vida.
"Se as linhas de encosta recorrentes se formam como resultado da delinquescência [absorção de umidade] de sais percloratos, elas podem fornecer condições úmidas transitórias na superfície de Marte, apesar de a atividade da água nas soluções de perclorato ser baixa demais para sustentar a vida de tipo terrestre."

Na ONU, Dilma diz que Brasil não possi problemas estruturais e tem como superar as dificuldades

(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira, em discurso na Assembleia-Geral da ONU, que o Brasil atravessa problemas conjunturais, e não estruturais, e tem condições de superar as dificuldades, pois a economia é mais forte do que há alguns anos.
Primeira chefe de Estado a discursar na 70ª Assembleia-Geral, Dilma reiterou apelo por uma reforma no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas para promover a inclusão de novos países membros, permanentes e não permanentes.
(Texto de Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)