sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Janot defende que STF autorize depoimento de Lula na Lava Jato PF pediu ao Supremo para ouvir Lula em inquérito como testemunha. Para Janot, 'nada de objetivo' no momento permite incluir novos investigados.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) no qual concorda com pedido da Polícia Federal para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ex-ministros do governo dele sejam ouvidos na investigação da Operação Lava Jato como testemunhas.

O depoimento de Lula foi pedido pelo delegado da PF Josélio Sousa no inquérito mais importante da Lava Jato no Supremo: o que tem atualmente 39 investigados e no qual se apura se houve a formação de uma organização criminosa na Petrobras para desvio de dinheiro público e pagamento de propina a políticos.

G1 entrou em contato com o Instituto Lula, que informou não ter sido notificado sobre o parecer e que não comentar o caso.
No parecer em que defende a autorização para o depoimento, Janot ressaltou, no entanto, que "não há nada de objetivo até o presente momento" que justifique a inclusão de novos nomes na investigação. Mas apontou que isso não impede que as pessoas sejam ouvidas como testemunhas. Ele destacou que, para que essas pessoas que serão ouvidas passem a ser investigadas, a Polícia Federal terá que apontar objetivamente o motivo.
"Para que a condição jurídica das referidas pessoas seja alterada – de testemunhas para investigados – é necessário que a autoridade policial aponte objetivamente o fato a ensejar a mudança do status, o que será oportunamente avaliado pelo titular da ação penal", diz Janot, que é quem comanda a investigação.
No relatório no qual pediu para ouvir Lula, o delegado apontou que o ex-presidente pode ter se beneficiado, obtendo vantagens para si, para o seu partido, o PT, ou mesmo para o seu governo, com a manutenção de uma base de apoio partidário sustentada às custas de negócios ilícitos na Petrobras.

Embora Lula não tenha mais o chamado foro privilegiado, o pedido da PF foi enviado ao STF porque o inquérito envolve políticos que só podem ser investigados pelo tribunal.
A PF pediu para ouvir ainda a ex-ministra da Secretaria de Relações Institucionais Ideli Salvatti, o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gilberto Carvalho e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que está preso em Curitiba na Lava Jato. Rodrigo Janot concordou com as oitivas deles na condição de testemunhas.
Em relação ao ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, a PF havia apontado suspeitas de que ele tinha conhecimento do esquema. Mas Gabrielli só poderá, assim como os demais, ser ouvido na condição de testemunha.
A polícia pediu mais 80 dias para conclusão do inquérito, para a coleta dos depoimentos, e Janot concordou. A decisão sobre a prorrogação do inquérito e os depoimentos das testemunhas ainda terá que ser dada pelo ministro Teori Zavascki.

Para o procurador, "a eventual imputação de fatos criminosos a pessoas sem prerrogativa de foro no âmbito do presente inquérito deve ser precedida de análise de cada caso concreto".
No parecer, o procurador ressalta que a inclusão de novos investigados em inquéritos no Supremo deve ser feita com "cautela", uma vez que "via de regra" somente quem tem foro privilegiado por ser investigado na Suprema Corte. "Exceções a essa regra ocorrem somente em casos onde haja íntima conexão entre os fatos, de modo de que a separação dos processos traga prejuízo às apurações", diz Janot.

MPF quer prisão preventiva para suposto operador do PMDB Pedido foi protocolado no último dia da prisão temporária de João Henriques. Decisão cabe a Sérgio Moro, responsável em 1ª instância pela Lava Jato.

João Rezende Henriques fez exame de corpo de delito no IML, em Curitiba, nesta terça-feira  (Foto:  Rodrigo Félix Leal/  Futura Press/ Estadão Conteudo )Henriques está preso em Curitiba (Foto: Rodrigo
Félix Leal/ Futura Press/Estadão Conteudo )
O Ministério Público Federal (MPF) pediu a conversão da prisão temporária de João Rezende Henriques em preventiva. Apontado pela Operação Lava Jato como o maior operador de propina na Diretoria Internacional da Petrobras, a prisão temporária de Henriques vence nesta sexta-feira (25).
Cabe ao juiz Sergio Moro, responsável pelos processos de primeira instância da Lava Jato, decidir sobre o pedido. Dentre as possibilidades está o fim da prisão temporária e a liberação do preso, a prorrogação da temporária em mais cinco dias, ou, conforme o pedido do MPF, a conversão em preventiva – sem prazo para terminar.
Entre os dados que embasam o pedido está um depoimento prestado por Henriques à Polícia Federal na manhã desta sexta. Segundo o MPF, ele reconheceu que operava contas no exterior e que fazia alguns pagamentos para "amigos". Ele não informou os nomes, no entanto.
"Trata-se   na   realidade   de   uma   espécie   de   confissão   parcial   e   qualificada   do
investigado. Ele não trata dos fatos na completude e nega as consequências jurídicas ilícitas
de sua conduta", afirmaram os procuradores.
O MPF sustenta ainda que Henriques ainda mantém influência dentro da Petrobras através de amigos com cargos na estatal, e que ele também confirmou ter conhecimento de bastidores políticos envolvendo o PMDB.
19ª fase
A 19ª etapa da Lava Jato, deflagrada na segunda-feira (21), foi considerada um avanço em relação à investigação de outras três etapas da operação. A Polícia Federal associa o nome de João Henriques ao PMDB, uma vez que ele agiria como operador do partido. A direção do PMDB afirma que jamais autorizou ninguém a agir como intermediário, lobista ou operador junto à Petrobras.

Henriques está detido na carceragem da Polícia Federal (PF), na capital paranaense. Também foi detido nesta etapa, José Antunes Sobrinho, que é um dos donos na Engevix.
“Esse operador é investigado por intermediar o pagamento de propinas com destaque, especificamente, por um contrato de compra de navios-sonda pela Petrobras no valor de mais de 1,8 bilhão de dólares, em que a propina ultrapassa 30 milhões de dólares”, disse o delegado Igor Romário de Paula.

Henriques já é réu em uma ação penal da Lava Jato que tramita na primeira instância da Justiça Federal em Curitiba.

Ele responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na mesma ação em que Jorge Luiz Zelada, ex-diretor da área Internacional da Petrobras. As acusações partiram da 15ª fase da Lava Jato.
Avanço
De acordo com a PF, os trabalhos da 19ª etapa são considerados avanços das fases 15ª, 16ª e 17ª.
A 15ª fase foi batizada de Conexão Mônaco e prendeu ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada. Ele está detido no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. A fase teve como foco o recebimento de vantagens ilícitas na diretoria da Petrobras.
A 16ª etapa da operação foi chamada de "Radioatividade" e prendeu Othon Luiz Pinheiro da Silva, diretor-presidente licenciado da Eletronuclear, e Flávio David Barra, ex-executivo da Andrade Gutierrez. Othon está detido em um quartel em Curitiba, e Flávio Barra também está no Complexo Médico-Penal.
Entre os presos da 17ª fase, batizada de "Pixuleco", está o ex-ministro José Dirceu. Ele está detido na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Esta etapa se concentrou em pagadores e recebedores de vantagens indevidas oriundas de contratos com o poder público, alcançando beneficiários finais e “laranjas” usados nas transações.

Campeã do concurso de corpo mais bonito do mundo Fernanda Sierra nega convite para posar nua

Campeã do concurso de corpo mais bonito do mundo nega convite para posar nuaA conquista do BFF (World Beauty Fitness e Fashion), em Las Vegas, nos Estados Unidos deve turbinar ainda mais a carreira da bela que já é uma das referências do fisiculturismo brasileiros. A bela divide sua rotina de treino com trabalhos como modelo e disse que, por enquanto, não tem interesse de posar nua para tristeza dos fãs. Foto: Reprodução/Facebook

Francisco, o Papa, abençoa os cães da família Obama. E com este ato, abençoando também todos os animais.


“Isso é coisa de Gestapo”

Acusado de sonegação, Neymar tem R$ 188 milhões bloqueados na Justiça Receita Federal investiga movimentações financeiras entre 2011 e 2013, e craque prefere se manifestar apenas depois da decisão final nos tribunais

Neymar Barcelona (Foto: AP Photo/Francisco Seco)Neymar é acusado de sonegação de impostos pela Receita (Foto: AP Photo/Francisco Seco)
O desembargador Carlos Muta, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região, determinou o bloqueio de R$ 188 milhões de Neymar, acusado pela Procuradoria da Fazenda Nacional de sonegar impostos de 2011 a 2013, período em que o jogador ainda defendia o Santos e durante a transferência para o Barcelona. A medida preventiva, noticiada primeiramente com exclusividade na edição desta sexta-feira do jornal "Correio Braziliense", é porque o jurista avaliou que há riscos de dilapidação do patrimônio e lesão aos cofres públicos pelo atleta. A assessoria de imprensa do craque vai esperar uma decisão final da Justiça para se manifestar.
A quantia de R$ 188 milhões é equivalente a uma multa de 150% sobre o valor original que, segundo a Receita, o jogador sonegou, de R$ 63,5 milhões. Como representa mais de 30% do patrimônio declarado do "grupo Neymar", de R$ 244 milhões, foram bloqueados os bens dele, seus pais e três empresas da família: Neymar Sport e Marketing, a N & N Consultoria Esportiva e Empresarial e a N & N Administração de Bens Participações e Investimentos.
Na decisão, o desembargador destaca que o jogador, único responsável pelos rendimentos que envolvem seu trabalho, declarou ao fim de 2013 ter bens e direitos no valor de R$ 19,6 milhões, o que seria apenas 8,05% do patrimônio do grupo, sem qualquer bem móvel ou imóvel registrado em seu nome.
Os ganhos do craque com o Barcelona são citados duas vezes na decisão do desembargador, ambas pela declaração de rendimentos ter sido feita erroneamente como ganho de suas empresas, em vez de aquisição como pessoa física. A primeira por causa do adiantamento de 10 milhões de euros (cerca de R$ 44 milhões no câmbio atual) feito pelo clube para Neymar como forma de garantir a transferência ao sair do Santos. E a segunda pelo que ganha do trabalho com o vínculo empregatício que tem com o clube catalão.
O desembargador ainda indica que integrantes do grupo Neymar possuem débitos tributários anteriores de mais de R$ 4,5 milhões.

Suíça abre investigação contra Blatter; Platini também é interrogado Presidente da Fifa é acusado de apropriação indébita e má gestão, por contrato lesivo à entidade firmado com Jack Warner, e pode pegar até dez anos de prisão

Joseph Blatter coletiva Fifa (Foto: Reuters)Joseph Blatter é investigado na Suíça por contrato lesivo à Fifa (Foto: Reuters)
A Procuradoria-Geral da Suíça anunciou nesta sexta-feira que abriu uma investigação criminal contra o presidente da Fifa, Joseph Blatter, enquadrado em dois artigos do Código Penal do país, por suspeita de apropriação indébita e má gestão, podendo pegar até dez anos de prisão. Uma das acusações é de um contrato assinado entre Blatter e o ex-presidente da Concacaf, Jack Warner, em 2005, que teria sido "desfavorável para a Fifa".
A contrato suspeito foi denunciado pela SRF (Rádio Pública da Suíça) em setembro de 2015. A emissora mostrou que Blatter vendeu direitos de transmissão para Jack Warner, então presidente da Associação de Futebol do Caribe, por um valor abaixo do mercado, o que "poderia ser criminalmente relevante".
O contrato data de 12 de setembro de 2005 e mostra que Warner pagou US$ 250 mil pelos direitos de transmissão do Mundial de 2010, na África do Sul, e outros US$ 350 mil pela competição no Brasil quatro anos depois. O documento é assinado por Blatter e Warner. Em 2007, Warner negociou os direitos com a TV Sportmax, depois de tê-los repassado para uma empresa de sua propriedade, a JDI. Estimativas dão conta de que esses direitos teriam sido revendidos por uma quantia entre US$ 18 milhões e US$ 20 milhões.
Além disso, Blatter é suspeito de ter feito um "pagamento indevido" no valor de 2 milhões de francos (cerca de R$ 10 milhões no câmbio de hoje) para o presidente da Uefa, Michel Platini. Esse pagamento foi feito em fevereiro de 2011, com a justificativa de "trabalho feito entre janeiro de 1999 e junho de 2002".
Na manhã desta sexta-feira, procuradores interrogaram tanto Blatter quanto Platini na sede da Fifa, logo após uma reunião do Comitê Executivo da qual os dois participaram. Por causa disso, a tradicional entrevista coletiva da entidade foi cancelada. Além do procedimento, procuradores levaram documentos e computadores da sede da Fifa.
Sede da Fifa em Zurique - coletiva cancelada (Foto: Arnd Wiegmann / Reuters)Sede da Fifa em Zurique cercada de câmeras na expectativa pela entrevista coletiva (Foto: Arnd Wiegmann / Reuters)
Por meio de nota enviada para a imprensa, a Fifa informou que "colabora desde o dia 27 de maio" (data da prisão de Marin e outros dirigentes) com as investigações e que vinha "cumprindo todos os pedidos de documentos, dados e outras investigações". "Vamos continuar com este nível de cooperação", diz a nota.
Embora não haja nenhuma ligação aparente entre os casos, a investigação contra Blatter foi aberta no mesmo dia que a Fifa entregou para a Procuradoria da Suíça todas as contas de e-mails de Jérôme Valcke, secretário-geral da entidade, que foi afastado de todas as suas funções por suspeita de um outro escândalo. Valcke é suspeito de participar de um esquema ilegal de venda de ingressos, embora a própria empresa que o acusa tenha dito ao GloboEsporte.com que ele não embolsou dinheiro.
A Fifa apoia as intervenções das autoridades americanas e Suíças, e continuaremos apoiando de maneira independente, não importa quão perto de casa as investigações cheguem" 
Joseph Blatter, na coluna
semanal da revista da Fifa
Ironicamente, Blatter dedica sua coluna semanal na revista da Fifa aos temas "reformas" e "corrupção". Escreve o agora investigado presidente da entidade:
- A Fifa apoia as intervenções das autoridades americanas e Suíças, e continuaremos apoiando de maneira independente, não importa quão perto de casa as investigações cheguem.
As investigações dos EUA e da Suíça são diferentes e correm paralelamente. Uma delas prendeu em maio sete dirigentes da Fifa em Zurique, entre eles o então vice-presidente da CBF, José Maria Marin. A outra investiga possíveis irregularidades na gestão da Fifa e no processo de escolha das Copas de 2018 (Rússia) e 2022 (Catar).
Sede da Fifa em Zurique (Foto: Arnd Wiegmann / Reuters)Sede da Fifa cercada de jornalistas nesta sexta-feira, em Zurique (Foto: Arnd Wiegmann / Reuters)