sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Ficar sem presidente pode ajudar o País, diz Gilmar Mendes

Mendes, em seguida, insistiu que o TSE e o STF rediscutam o assunto das doações privadas (STF)© STF Mendes, em seguida, insistiu que o TSE e o STF rediscutam o assunto das doações privadas
Conhecido pelas declarações duras contra o governo da presidente Dilma Rousseff e o PT, o ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes, disse que ficar sem presidente da República pode até ajudar o Brasil. 
A fala de Mendes ocorreu durante debate sobre como o TSE deveria proceder em relação à decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de proibir as doações de empresas a campanhas eleitorais. Segundo informações do Valor Econômico, o presidente do TSE, José Dias Toffoli, disse ser favorável a que as doações sejam mantidas até o fim do ano, já que a corte constitucional e tribunal de última instância brasileiro não estipulou uma data certa para o fim do financiamento privado.
Por sua vez, Mendes afirmou que em sua decisão o STF considerou as doações ilegais desde sempre, inviabilizando os mandatos de todos os políticos que se elegeram usando o instrumento. "A rigor, hoje, nós não temos presidente da República, o que, talvez, até ajude", afirmou Mendes, alfinetando a presidente Dilma Rousseff, mas sem citá-la nominalmente.
Mendes, em seguida, insistiu que o TSE e o STF rediscutam o assunto das doações privadas.

PAPA FRANCISCO NA AMÉRICA » No Congresso dos Estados Unidos, Papa pede a abolição da pena de morte

O Papa Francisco no Congresso dos Estados Unidos. / EFE (REUTERS_LIVE!)
A mensagem incômoda que o papa Francisco dirigiu ao Congresso dos Estados Unidos pode ser resumida numa de suas frases: “Façam com os demais como quiserem que os demais façam com vocês”.Jorge Mario Bergoglio, que se apresentou como “filho desse grande continente”, repassou ante os congressistas todos os assuntos – mudança climática, redistribuição da riqueza, regulação da imigração, política exterior multilateral – que a maioria republicana vem bloqueando. O Papa pediu que a resposta à chegada de imigrantes seja “humana, justa e fraterna” e defendeu a abolição da pena de morte.
Recebido com um longo aplauso, o Papa voltou a levantar os parlamentares quando, logo após começar, disse: “Agradeço o convite que me fizeram para que lhes dirija a palavra nesta sessão conjunta do Congresso na terra dos livres e na pátria dos valentes”. Mas, pouco depois, lançou um discurso menos complacente. “Se é verdade que a política deve servir à pessoa humana”, disse Bergoglio, “não pode ser escrava da economia e das finanças. A política responde à necessidade imperiosa de conviver para construir juntos o bem comum possível, o de uma comunidade que resigna interesses particulares para poder compartilhar, com justiça e paz, seus bens, seus interesses, sua vida social. Não subestimo a dificuldade que isto significa, mas os incentivo neste esforço.” E acrescentou: “Tratemos aos demais com a mesma paixão e compaixão que desejamos ser tratados. Busquemos para os demais as mesmas possibilidades que queremos para nós. Acompanhemos o crescimento dos outros como queremos ser acompanhados. Em suma: queremos segurança, demos segurança; queremos vida, demos vida; queremos oportunidades, ofereçamos oportunidades. O parâmetro que usemos para os demais será o parâmetro que o tempo usará conosco.”
E, ainda assim, a mensagem do Papa, suave nas formas, sem entrar em cheio em nenhum dos assuntos, queria ser conciliadora. A primeira coisa que Francisco fez, depois de voltar a se apresentar como “filho deste grande continente”, foi colocar os norte-americanos diante do espelho de sua própria história, para demonstrar a eles que personagens como Abraham Lincoln, Martin Luther King, Dorothy Day e Thomas Merton já “apostaram, com trabalho, abnegação e até com seu próprio sangue, em forjar um futuro melhor.” Bergoglio, considerado por uma parte do Congresso como um peronista argentino, um Papavermelho, pretendia assim demonstrar que seu discurso incômodo, os baluartes da doutrina social da Igreja, também está no DNA dos Estados Unidos. Francisco, no entanto, foi contido em seus gestos à direita religiosa. Só mencionou rapidamente um dos cavalos de batalha dos bispos locais e do setor conservador, o casamento homossexual, legal desde junho nos EUA.A mensagem do Papa é incômoda para a maioria republicana do Congresso. Na mudança climática, nas desigualdades, na imigração ena defesa implícita do diálogo com Cuba e Irã, Francisco se alinha com o presidente Barack Obama e o Partido Democrata. O Papa não é um líder político, é um líder espiritual, mas o discurso do Capitólio pode ser lido como uma lista de repreensões contra um partido que nos últimos anos negou a mudança climática, criticou as políticas econômicas redistributivas,bloqueou as tentativas de regular a imigração e se opôs com virulência à política exterior multilateral de Obama. Se Bergoglio fosse outro dos parlamentares que o escutavam, não há dúvida quanto à bancada em que se sentaria.
Tratemos aos demais com a mesma paixão e compaixão que desejamos ser tratados. Busquemos para os demais as mesmas possibilidades que queremos para nós.
"Através de vocês", o Papa se dirigiu aos congressistas, "gostaria de ter a oportunidade de dialogar com milhares de homens e mulheres que lutam todos os dias para trabalhar honradamente (...), com tantos avós que acumulam a sabedoria aperfeiçoada durante anos anos e tentam, de muitas maneiras, especialmente através do voluntariado, compartilhar suas experiências (...), com todos esses jovens que lutam por seus nobres e elevados desejos, que não desejam ser despedaçados pelas ofertas fáceis, que sabem enfrentar situações difíceis, muitas vezes fruto da imaturidade dos adultos".
O papa Francisco fez referência também à violência causada pelo fundamentalismo religioso para pedir aos congressistas muito tato e sabedoria na hora de enfrentá-la: “Combater a violência praticada em nome de uma religião, uma ideologia ou um sistema econômico e, ao mesmo tempo, proteger a liberdade de religião, de ideias e dos indivíduos, exige um delicado equilíbrio dentro do qual temos de atuar. E, por outro lado, pode-se gerar uma tentação para a qual devemos dedicar uma atenção especial: o reducionismo simplista que divide a realidade em bons e maus; permitam-me usar a expressão justos e pecadores. O mundo contemporâneo, com suas feridas, que sangram em tantos dos nossos irmãos, nos convoca a acabar com todas as polarizações que buscam dividi-lo em dois grupos. Sabemos que, no afã de querermos nos libertar do inimigo externo, podemos cair na tentação de alimentar o inimigo interno. Reproduzir o ódio e a violência de um tirano ou de um assassino9 é a melhor maneira de ocupar o seu lugar. A isso este povo diz: Não”.
A imagem de Francisco se dirigindo ao Congresso dos Estados Unidos constitui um símbolo poderoso do lugar central ocupado pelo catolicismo na sociedade e na política norte-americanas. Mas nem sempre foi assim. O Vaticano e os Estados Unidos não mantinham relações diplomáticas até 1984, depois de um intervalo de 134 anos. Há 55 anos, durante a campanha presidencial de 1960, o candidato democrata, John F. Kennedy, que era católico, teve de fazer um grande esforço para desfazer a suspeita de que governaria sob os ditames do Papa de Roma. Personalidades como o reverendo Martin Luther King, que acabou por apoiá-lo, chegaram a questionar, sob essa alegação, sua capacidade de assumir a presidência.
“Acredito em uma América que não seja oficialmente nem católica nem protestante, nem judia, na qual nenhum funcionário público exija nem aceite orientações de políticas públicas da parte do Papa, do Conselho Nacional das Igrejas nem de nenhuma outra fonte eclesiástica”, disse Kennedy em um discurso diante de líderes religiosos em Houston. Dizia-se, então, que um católico –religião associada, à época, aos imigrantes irlandeses, italianos e da Europa central—não conseguiria ser presidente. O prognóstico acabou por se realizar: Kennedy foi o primeiro, e até hoje o único, presidente católico dos Estados Unidos.
O país, porém, se transformou. A hegemonia WASP (acrônimo em inglês para protestantes brancos e anglo-saxões) se desfez. Em 2010, a aposentadoria do juiz da Corte Suprema John Paul Stevens e sua substituição por Elena Kagan, pôs fim a uma era. Pela primeira vez na história, o tribunal não abrigava nenhum juiz protestante. Seis dos novos juízes e cerca de 31% dos congressistas, hoje em dia, são católicos, uma proporção superior aos 20% que representam na sociedade. Joe Biden é o primeiro vice-presidente católico, e 6 dos 15 candidatos à indicação pelo Partido Republicano para as eleições presidenciais de 2016 também o são. Francisco falou diante do Congresso a convite de um outro católico, o speaker ou presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner.
Nos Congresso dos Estados Unidos, Francisco não era um estrangeiro. Estava em casa.

Unidade de Hong Kong da China Merchants Energy Shipping diz que assinou acordo com Vale

(Reuters) - A China Merchants Energy Shipping (CMES) disse nesta sexta-feira que sua unidade de Hong Kong assinou um acordo de embarques de longo prazo com a mineradora brasileira Vale.
A CMES opera petroleiros e graneleiros e tem o grupo Sinopec como acionista, com 20 por cento das ações.

STEPHEN HAWKING | ASTROFÍSICO » Stephen Hawking: “Raça humana terá que sair da Terra se quiser sobreviver” Físico britânico reflete sobre a origem do universo em entrevista exclusiva ao EL PAÍS

VÍDEO: ÁLVARO DE LA RÚA | FOTO: GORKA LEJARCEGI
Merry Christmas”. A emblemática voz metálica do cientista mais famoso do planeta soa em meio à orla marítima da praia de Camisón, em Tenerife, na Espanha, provocando as gargalhadas dos turistas que se aglomeram ao seu redor, sussurrando entre si: “ÉStephen Hawking”, a medida que passa por eles. “É uma brincadeira que costuma fazer para que as pessoas riam”, explica uma das responsáveis da equipe que o segue por todas as partes. Hawking (Oxford, 1942) se encontra na ilha espanhola para apresentar a terceira edição do festival científico Starmus, realizado a cada dois anos e que em sua edição de 2016 reunirá uma dúzia de prêmios Nobel, entre outras figuras reconhecidas da ciência, da divulgação e exploração especial.
As leis da ciência bastam para explicar a origem do Universo. Não é preciso invocar Deus
O físico, recentemente retratado no filme sobre sua vida A Teoria de Tudo, que deu o Oscar de melhor ator a Eddie Redmayne, escreve graças a um sensor na bochecha, onde está um dos poucos músculos que ainda consegue mover por conta da doença neurodegenerativa que sofre. Apesar de contar com vários programas tecnológicos que o ajudam a agilizar o processo de escrita, algumas vezes, dizem seus acompanhantes, pode levar duas horas para responder a uma simples pergunta. Mas ele tem um botão especial para fazer gracinhas com um só clique.
Pergunta. O senhor tem uma agenda vertiginosa de viagens, conferências, entrevistas, festivais... quase como uma estrela do rock. Por que vive dessa forma?Na rua, uma mulher de maiô grita “obrigado por seu senso de humor, Stephen!”, prova do carisma do cientista, que penetrou fundo no imaginário coletivo global muito além dos fãs de ciência. Sete pessoas acompanham o físico nessa viagem, entre assistentes, médicos e gente de sua confiança, sempre atentos a sua frágil saúde de ferro, que o manteve vivo até os 73 anos “contra todos os prognósticos”. É como explica nessa entrevista exclusiva ao EL PAÍS, que teve a ocasião de passar um dia com ele e o organizador do Starmus, o físico Garik Israelian. Hawking fala sobre a necessidade de conquistar o espaço para sobreviver como espécie, do perigo do desenvolvimento dainteligência artificial e sobre o que os jovens cientistas no mundo todo devem esperar do futuro.
Resposta. Sinto que tenho o dever de informar as pessoas sobre a ciência.
P. Gostaria de fazer alguma coisa na vida que ainda não o fez?
R. Viajar ao espaço com a Virgin Galactic.
Se os extraterrestres nos visitarem, o resultado será muito parecido com o que aconteceu quando Colombo desembarcou na América: não foi uma coisa boa para os nativos americanos
P. Um de seus últimos livros fala sobre a teoria de tudo, que uniria a relatividade e a física quântica. Sobre o que será o próximo?
R. Pode ser que meu novo livro seja sobre minha sobrevivência, contra todos os prognósticos.
P. Em muitos países, como na Espanha, o orçamento para a ciência é limitado, e muitos cientistas jovens precisaram emigrar para encontrar trabalho. O que o senhor diria a um jovem de países como o nosso e que pretende ser cientista?
R. Que vá para os Estados Unidos. Lá valorizam a ciência porque ela produz tecnologia.
P. Recentemente o senhor criou uma iniciativa muito ambiciosa para buscar vida inteligente em nossa galáxia. Há alguns anos, entretanto, disse que seria melhor não estabelecer contato com civilizações extraterrestres, porque poderiam nos exterminar. Mudou de opinião?
R. Se os extraterrestres nos visitarem, o resultado será muito parecido com o que aconteceu quando Colombo desembarcou na América: não foi uma coisa boa para os nativos americanos. Esses extraterrestres avançados poderiam virar nômades, e tentar conquistar e colonizar todos os planetas aos quais conseguissem chegar. Para meu cérebro matemático, de números puros, pensar em vida extraterrestre é algo muito racional. O verdadeiro desafio é descobrir como esses extraterrestres podem ser.
De fato, de certo modo minha incapacidade foi uma ajuda. Não preciso dar aulas e participar de comitês chatos
P. Pouco tempo atrás o senhor disse que a informação pode sobreviver a um buraco negro. O que isso significa para uma pessoa comum?
R. Cair em um buraco negro é como se lançar das cataratas do Niágara em uma canoa: se você remar suficientemente rápido, pode escapar. Os buracos negros são a máquina de reciclagem definitiva: o que sai é a mesma coisa que entra, mas processada.
P. No ano de 2015 a teoria da relatividade geral completa cem anos. O que o senhor diria a Albert Einstein se pudesse falar com ele, e o que espera da ciência nos próximos cem anos?
R. Einstein escreveu um artigo em 1939 no qual afirmava que a matéria não poderia comprimir-se além de um certo ponto, descartando a possibilidade da existência de buracos negros.
P. Por que acredita que devemos temer a inteligência artificial? É inevitável que os humanos criem robôs capazes de matar?
R. Os computadores superarão os humanos graças à inteligência artificial em algum momento nos próximos cem anos. Quando isso acontecer, precisaremos nos certificar de que os objetivos dos computadores sejam os mesmos que os nossos.
Acho que todo mundo pode, e deve, ter uma ideia geral de como funciona o universo e de nosso lugar nele
P. Qual acredita que será nosso destino como espécie?
R. Creio que a sobrevivência da raça humana dependerá de sua capacidade para encontrar novos lares em outros lugares do universo, pois o risco de que um desastre destrua a Terra é cada vez maior. Desta forma, gostaria de despertar o interesse do público pelos voos espaciais. Aprendi a não olhar muito à frente, a me concentrar no presente. Ainda quero fazer muitas outras coisas.
P. O Governo espanhol aprovou grandes cortes na ciência nos últimos anos. O que o senhor diria ao Governo?
R. Os espanhóis têm muito interesse na ciência e na cosmologia. Foram grandes leitores do meu livro Uma Breve História do Tempo. É importante que todos tenham bons conhecimentos de ciência e tecnologia. A ciência e a tecnologia estão mudando drasticamente nosso mundo, e é fundamental assegurar que essas mudanças ocorram na direção correta. Em uma sociedade democrática, isso significa que todos precisamos ter conhecimentos elementares sobre ciência, de modo que possamos tomar nossas próprias decisões com conhecimento de causa e não as deixar nas mãos de especialistas. É preciso simplificar, com certeza. A maioria das pessoas não tem tempo para dominar os detalhes puramente matemáticos da física teórica. Mas acredito que todo mundo pode, e deve, ter uma ideia geral de como funciona o universo e de nosso lugar nele. É isso que tento transmitir em meus livros e minhas conferências.
Os computadores superarão os humanos graças à inteligência artificial em algum momento nos próximos cem anos
P. Acredita que é possível ser um bom cientista e acreditar em Deus?
R. Utilizo a palavra “Deus” em um sentido impessoal, da mesma forma que Einstein, para me referir às leis da natureza.
P. O senhor disse que não precisamos de Deus para explicar o Universo tal como ele é. Pensa que algum dia os seres humanos abandonarão a religião e Deus?
R. As leis da ciência bastam para explicar a origem do Universo. Não é preciso invocar Deus.
P. Muitas pessoas precisam de cadeiras de rodas por conta de doenças como a esclerose lateral amiotrófica e muitas outras. Frequentemente enfrentam numerosas dificuldades para levar uma vida normal. Por exemplo, não podem viajar de avião em suas próprias cadeiras [Hawking costuma viajar de barco]. Uma vez que o senhor mesmo experimentou essas dificuldades, tem alguma mensagem para elas sobre a vida e como vivê-la?
R. Apesar de ter a desgraça de sofrer uma doença neuronal motora, tive muita sorte em praticamente todo o resto. Tive a sorte de trabalhar em física teórica, um dos poucos campos nos quais minha incapacidade não era um obstáculo sério, e de ser premiado com a popularidade de meus livros. Meu conselho para outras pessoas com incapacidades seria que se concentrassem em coisas que sua deficiência não as impeçam de fazê-las bem feitas, e que não se lamentem por aquelas nas quais o problema interfere.
Tudo está na mente. Preciso admitir que, quando não sigo o assunto de uma conversa, costumo divagar em reflexões sobre física e buracos negros. De fato, de certo modo minha incapacidade foi uma ajuda. Não preciso dar aulas e participar de comitês chatos, e me deu mais tempo para pensar e pesquisar.
Aprendi a não olhar muito à frente, a me concentrar no presente
P. Muitos cientistas de renome mundial, entre eles 12 prêmios Nobel, participarão do Starmus 3 para reverenciá-lo. Será um acontecimento histórico. Existe algo especial que o senhor queira ver no Starmus 3?
R. O Starmus 3 não se trata somente de buracos negros, campo no qual realizei um trabalho importante, mas abarca também a música e a arte. O Starmus 3 é o lugar onde a ciência séria se encontra com um público mais amplo; onde o pensamento intelectual, as nuances e a complexidade são reverenciados; onde se explora a maneira como trabalham os cientistas e onde são forjadas novas ideias.

Greve do INSS é encerrada na maior parte do país Paralisação dos funcionários durou 78 dias. Entre reivindicações de funcionários estava reajuste salarial de 27,5%.

Após 78 dias, a greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi encerrada na maior parte do país. No entanto, o atendimento será retomado apenas na semana que vem. Ainda vai ser definido – com o governo e com os grevistas – se haverá plantão para repor o tempo parado. As informações são do "Bom Dia Brasil".
Servidores de 20 estados aceitaram a proposta de aumento do governo: 10,8%. Uma parte será paga em agosto do ano que vem e outra em janeiro de 2017. Nesta sexta-feira (25) ainda tem assembleia em mais seis estados.
H1_INSS (Foto: TV Globo)Paralisação durou mais de dois meses
(Foto: TV Globo)
Segundo o sindicato que representa os funcionários, 15 milhões de pessoas deixaram de ser atendidas nesse período de paralisação.
Os funcionários pediram reajuste salarial de 27,5%, a incorporação das gratificações, 30 horas de trabalho semanal para todos os funcionários, realização de concurso público e melhoria das condições de trabalho.
NOS ESTADOS
ACRE
Após mais de 70 dias em greve, os servidores do INSS do Acre decidiram suspender a paralisação no estado. Os atendimentos, segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Acre (Sindsep-AC), devem ser normalizados a partir do dia 1° de outubro. Esse período será para que os servidores normalizem a demanda que ficou acumulada.

PERNAMBUCO
Os servidores do INSS em Pernambuco decidiram terminar a paralisação, após assembleia realizada nesta quinta-feira (24). A categoria aceitou a proposta do Governo Federal, formalizada na quarta-feira, e vai retomar o atendimento ao público na segunda-feira (28).
SANTA CATARINA
Os trabalhadores do INSS em Santa Catarina aprovaram o indicativo de finalizar a greve da categoria, que começou em 7 de julho. Nesta sexta-feira (25), a paralisação chega ao 81º dia no estado. De acordo com Luciano Veras, coordenador do sindicato da categoria no estado, a decisão final deve ocorrer nesta sexta ou no fim de semana.
SÃO PAULO
Os funcionários do INSS de São Paulo também optaram pelo fim da greve. De acordo com o sindicato, a decisão foi encaminhada à plenária nacional dos funcionários, em Brasília, que vai decidir os rumos da paralisação nos outros estados e a data de retorno ao trabalho de todos os grevistas, também em São Paulo.

Dólar opera em queda, e chega a ser cotado abaixo de R$ 3,90 Na véspera, dólar caiu 3,73%, a R$ 3,99 - maior queda diária desde 2008. Na semana e mês, moeda acumula alta de 0,84% e 10,04%, respectivamente

O dólar opera em queda nesta sexta-feira (25) e chegou a ser cotado abaixo de R$ 3,90, dando continuidade ao recuo da véspera, após o Banco Central manter forte sua presença no mercado com anúncio de duas intervenções adicionais, além da esperada rolagem de swaps cambiais.
Às 9h39, a moeda norte-americana caía 1,43%, a R$ 3,9341. Veja a cotação.
Veja a cotação ao longo dia:
Às 9h09, caía 1,84%, a R$ 3,9181.
Às 9h19, caía 2,52%, a R$ 3,8907.
As 9h29, caía 1,78%, a R$ 3,9202.
O BC atuará três vezes no mercado nesta sessão, com um leilão de até 20 mil novos swaps, equivalentes a venda futura de dólares; um leilão de venda de até 1 bilhão de dólares com compromisso de recompra; e oferta de até 9,45 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em outubro.
Entenda: swap cambial, leilão de linha e venda direta de dólares

Véspera
Na quinta, o dólar caiu 3,73%, a R$ 3,9914. Na máxima da sessão, chegou a saltar para R$ 4,2491, segundo a Reuters. A moeda deixou o patamar de R$ 4 no qual permaneceu por dois dias. Foi a maior queda diária desde 2008.

Na semana e no mês, o dólar acumula alta de 0,84% e 10,04%, respectivamente. No ano, há valorização de 50,13%.
A moeda perdeu força e passou a cair depois de declarações do presidente do BC, Alexandre Tombini, que sugeriu que poderão ser feitos leilões de dólares no mercado à vista.
No fim da sessão, o bom humor ganhou mais um impulso com o anúncio de um programa de leilões diários de venda e compra de títulos pelo Tesouro Nacional, em meio a forte volatilidade nos juros futuros.
Questionado sobre o possível uso das reservas internacionais no câmbio, Tombini disse que "todos os instrumentos à disposição do Banco Central estão no raio de ação caso seja necessário à frente".
Operadores relutavam em estimar até que ponto o dólar deve subir, mas é unânime a percepção de que deve continuar pressionada. O dólar subiu nos cinco dias anteriores, acumulando alta de 8,14%.
A moeda norte-americana tem sido pressionada pela deterioração das contas públicas do Brasil e pelas turbulências políticas. Investidores temem que o país perca seu selo de bom pagador por outras agências de classificação de risco além da Standard & Poor's.
Recordes
O dólar ultrapassou a cotação de R$ 4 pela primeira vez na história esta semana, por preocupações com o ajuste fiscal no Brasil e com a possibilidade do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, elevar a taxa de juros do país. Se isso acontecer, os EUA se tornam mais atrativos aos investimentos, e pode haver uma forte saída de dólares do Brasil – seguindo o princípio da oferta e da procura, quanto menos dólares à disposição, mais caros eles ficam.

Levy diz que Brasil tem ferramentas de proteção para garantir bom funcionamento da economia

Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, durante evento no Palácio do Planalto, em Brasília.  14/09/2015   REUTERS/Ueslei Marcelino
SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, destacou na noite de quinta-feira que o Brasil tem as ferramentas de proteção necessárias para garantir o bom funcionamento dos mercados e da economia num momento de turbulência.
Questionado sobre o uso das reservas em um momento de disparada do dólar ante o real, Levy disse que essa é uma possibilidade, mas que cabe ao Banco Central decidir
"Temos 370 bilhões (de dólares) de reservas, isso é um valor muito significativo. Então o Brasil está protegido. E também porque na área do Tesouro acumulamos a partir de março recursos adicionais que nos permitem nesse momento dar fôlego aos investidores", disse ele a jornalistas em evento da revista Isto É Dinheiro, em São Paulo.
Na quinta-feira, o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse que a autoridade monetária irá assegurar que o mercado de câmbio funcione de forma eficaz, e não descartou usar diretamente as reservas internacionais para segurar a escalada do dólar sobre o real.
Sobre o programa de swaps cambiais, o ministro da Fazenda afirmou que esse mecanismo serve como seguro, ou proteção, para as empresas, que segundo ele têm comprado uma parte significativa dos swaps e por isso têm conseguido enfrentar a alta do dólar.
"O swap não é feito para interferir, mas ao mesmo tempo permite que as reservas que o Brasil tem sejam usadas de forma eficiente para proteger o setor produtivo", disse Levy.

Com o dólar rompendo a barreira dos 4 reais, o BC intensificou suas intervenções no câmbio nesta semana com leilões de venda de dólares com compromisso de recompra e leilão de novos swaps cambiais. Na quinta-feira, o dólar chegou a 4,2491 reais na máxima da sessão, mas fechou cotado a 3,9914 reais após as declarações de Tombini.