segunda-feira, 14 de setembro de 2015

No RJ, 'casa do futuro' de R$ 5 mi terá chão que produz energia e ar condicionado que vem do solo Guilherme Aquino De Milão para a BBC Brasil

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Image captionProjeto da casa do futuro custa R$ 5 milhões
É a chamada casa do futuro: terá chão cinético, capaz de transformar os passos em luz. Será autossuficiente em energia elétrica e no abastecimento de água, com uso de chuva recolhida e filtrada. Os ambientes serão climatizados naturalmente, sem ar condicionado. Construída com pré-moldados, não terá nenhum material químico.
Ela será construída em Niterói, no Rio de Janeiro, às margens da Baía de Guanabara, numa praça pública. O projeto completo custa R$ 5 milhões, e é resultado de um "crowdsourcing", financiamento coletivo pela internet, implantado pela empresa Enel Brasil, filial da gigante energética italiana.
O objetivo do experimento é colher informações sobre como as pessoas imaginam a vida doméstica no futuro. A casa faz parte do projeto N.O.V.A (Nós Vivemos o Amanhã), e foi a primeira a receber um dos mais importantes certificados ambientais na América do Sul, o Living Building Challenge.
"Se trata de uma experiência inédita, tecnológica, sim, mas, principalmente, sociológica, no campo do comportamento e dos desejos. Algumas soluções, como a fonte de energia solar, forneceremos nós mesmos, outras iremos buscar nas start-ups envolvidas", disse à BBC Brasil o presidente da Enel Brasil, Marcelo Liévenes, durante a apresentação do projeto em Milão.
A construção integra o programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). As obras começarão em novembro, e a conclusão está prevista para antes dos Jogos Olímpicos, em agosto de 2016.
"Usaremos antigas técnicas de arquitetura no Brasil com mais de 500 anos, como o cruzamento da ventilação, a fonte geotérmica, pois escavando 20 m no solo conseguimos climatizar os ambientes naturalmente, substituindo o ar condicionado. Temos ainda o ensinamento do modernismo, com a paisagem entrando na residência", disse o arquiteto responsável pelo projeto, Arthur Casas.

Como será?

A construção terá 375 m² e será feita num terreno de 1000 m². As águas cinzas serão recicladas, assim como os dejetos e o lixo orgânico, que serão transformados em gás metano. Vidraças inteligentes dispensarão limpeza e irão alterar transparência em função da luminosidade externa.
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Image captionPesquisadores querem saber quais serão as mudanças de ritmos e hábitos no consumo de moradores
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Image captionMonitores ligados à internet informarão consumo de luz, água e gás e dados de saúde dos moradores
O pavimento da casa será de concreto modulado, que pode ser facilmente retirado e substituído. As tubulações e fiações passarão por baixo dele. Já a quadra de esportes terá piso cinético, que produzirá energia para iluminar o campo.
A casa não precisará de eletricidade durante o dia. Monitores ligados à internet informarão o consumo de luz, água e gás em tempo real, além de dados de saúde dos moradores.
Um concurso pela internet vai escolher a família que irá ocupá-la e os moradores serão, de certa forma, cobaias das novas tecnologias: os pesquisadores querem saber quais serão as mudanças de ritmos e hábitos no consumo, e em quanto tempo irão ocorrer.
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Image captionProjeto foi lançado há seis meses e 4 mil ideias feitas pela internet foram selecionadas
Eles irão acompanhar o comportamento dos habitantes na casa, através do fluxo de informações.
"Queremos saber como as pessoas irão morar ali, como irão se adaptar às novidades. Isso é o que importa porque o futuro tecnológico é já obsoleto", disse Liévenes.
A casa terá, ainda, um espaço para hóspedes, que pagarão pela estadia, como "bed & breakfast" ou "airbnb".

A ambivalência de Temer aumenta diante da crise de Dilma Rousseff O ex-presidente tem sido elogiado pela oposição, enquanto é abraçado pela presidenta


Temer ao lado de Rousseff no desfile de 7 de setembro. / EVARISTO SA (AFP)
Um vice-presidente calejado pela política. Os seis mandatos de deputado federal, as três vezes em que foi presidente da Câmara e os 42 anos de advocacia fizeram de Michel Temer um expert em analisar com frieza as movimentações nos cenários político e econômico brasileiro. Ocupando pela segunda vez consecutiva o segundo principal cargo da República, suas movimentações têm chamado a atenção tanto do Governo como da oposição, fazendo com que todos queiram estar ao seu lado para tê-lo como aliado ou, ao menos, para não tê-lo como inimigo.
A medida em que as crises política e econômica vividas por Dilma Rousseff (PT) se ampliam, o papel ambivalente de Temer se aprofunda, aproveitando as divisões existentes dentro do próprio Governo. Nas últimas semanas, por exemplo, ele entrou em rota de colisão com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, um dos preferidos de Rousseff, para defender o chefe da Fazenda, Joaquim Levy, nome escolhido por ela à contragosto do PT para agradar o mercado e que é mais próximo ao PMDB. Levy não concordava com a decisão de Barbosa de apresentar ao Congresso Nacional umOrçamento deficitário, ainda que fosse algo mais transparente. Após a apresentação, a nota de risco do Brasil acabou rebaixada pela agência Standard & Poor's e Rousseff teve de concordar com sugestões de cortes feitas por Levy, que contaram com o apoio dos peemedebistas.

“Entendemos que não somos nós, do PMDB, que devemos sugerir novos impostos. Mas se o Governo apresentar as propostas para acabar com o déficit do Orçamento [de 30,5 bilhões de reais] e entender que mais tributos são necessários, nós vamos apoiar porque somos da base. Foi por essa razão que o vice-presidente decidiu não apresentar ele mesmo a sugestão de aumento da CIDE”, explica o líder do PMDB na Câmara, o deputado Leonardo Picciani.Um outro sinal dado por Temer que preocupou os petistas foi o vai-e-vem sobre um possível aumento de impostos. Primeiro, ele avisou que sugeriria aos governadores peemedebistas a entrega ao Governo de um projeto para subir o imposto dos combustíveis (a CIDE). Na hora de apresentar a proposta, contudo, voltou atrás. Deixou a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, fazer oficialmente a sugestão, afirmou que vários governadores concordavam com a medida, mas que ele mesmo achava que reajustes tributários só deveriam ocorrer em último caso.

Dos dois lados

Foi nos últimos dois meses que o então discreto Temer, apelidado pelo finado ex-senador e oligarca baiano Antônio Carlos Magalhães de “mordomo de filme de terror”, abriu as portas para os dois lados. À Rousseff diz ser leal. Tenta ajudá-la no Congresso Nacional, reúne-se com lideranças partidárias e participa de seu seleto grupo de Coordenação Política, formado por uma dezena de ministros. Aos opositores dá sinais indiretos. Profere palestras para milionários empresários da sociedade paulistana que são a favor da destituição presidencial, convence representantes de federações de industriais e confederações de trabalhadores a se aproximarem do PMDB e faz declarações dúbias que mostram a debilidade da gestão da qual, por enquanto, ainda faz parte.
As especulações de que Temer estaria se posicionando para ocupar a cadeira de Rousseff ganharam força no início de setembro ao ponto de a sua assessoria de comunicação ter de divulgar uma nota à imprensa negando que ele estivesse conspirando contra a presidenta. “[O vice-presidente] advoga que a divisão e a intriga são hoje grandes adversários do Brasil e agravam a crise política e econômica que enfrentamos”, diz trecho do comunicado.
O documento foi publicado três dias depois de Temer dizer a empresários e socialites de São Paulo, a maioria opositores de Rousseff, que se a popularidade do Governo continuasse tão baixa (hoje não chega aos 8%), dificilmente a presidenta terminaria o seu mandato. “O vice-presidente precisa medir onde e o que falar. Ele não deveria ter ido dar palestra para um grupo de ricos que quer derrubar o Governo. Isso que dá atender a pedidos da esposa que quer agradar a high society”, disparou um parlamentar da base aliada.
“O Temer em si não conspira, ele tem quem faça por ele”, avaliou um parlamentar aliado do vice-presidente se referindo a figuras como o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, e aos ex-ministros Geddel Vieira Lima e Moreira Franco.
Rousseff sabe que, apesar da ambiguidade de seu vice, precisa dele e do partido que ele preside há 15 anos para seguir no cargo. De cada dez deputados da base governista, dois são do PMDB e, entre os senadores, a proporção é de quatro para cada dez. Além disso seis dos 39 ministérios de Rousseff estão sob o comando dos correligionários do vice-presidente. Ou seja, sem os peemedebistas, o governo teria dificuldade em aprovar até projetos de sessões solenes de homenagens. 
“Desde a presidência do Lula, o PMDB apoia o Governo em troca de favores. Quando o Governo Dilma entra na crise atual, a fatura cobrada pelo PMDB passou a ser mais cara. Está se tornando impagável”, analisa o cientista político Luís Felipe Miguel, professor da Universidade de Brasília.  Nessa linha, Miguel entende que a posição do vice-presidente tem sido “deliberadamente ambígua”. “O Temer está fazendo movimentos de zigue-zague, dá uma no cravo e outra na ferradura, dá um aceno à oposição e jura lealdade ao Governo no outro dia. Mas acho que ele e o PMDB estão esperando ver para onde o vento vai soprando e ficar ou como os fiadores de um Governo, que eles vão tutelando cada vez mais, ou como um plano B para, caso haja o impedimento da presidente”, avalia o professor da UnB.
No meio político, alguns avaliam da mesma maneira. “O Temer está igual caçador na floresta, só na espreita”, disse um congressista petista. “Se ele falar a que veio, de verdade, pode perder apoio de um ou de outro lado. Como é muito esperto, não vai fazer isso tão cedo”, afirmou um outro parlamentar do oposicionista PSDB.

Teses conspiratórias

Apesar das teorias conspiratórias, há quem acredite que Temer está apenas fazendo uma análise correta do momento político brasileiro. “Não vejo conspiração. Quando ele diz que alguém precisa unificar o país, ele está fazendo um alerta. Quando fala da dificuldade da Dilma cumprir o mandato, está falando a verdade. O Governo dela tem sido boicotado pela ‘cozinha’ do Palácio do Planalto. E o Temer enxerga isso”, pondera o cientista político e professor da Escola de Sociologia e Política de São Paulo Aldo Fornazieri.
Como diz o professor Miguel, da UnB, o que Temer quer mesmo é parecer contraditório. “É um político muito experiente e frio para fazer esses movimentos sem ser de maneira calculada”, conclui o especialista.

14/09/2015 07h10 - Atualizado em 14/09/2015 07h32 Atriz Betty Lago dispensou velório, segundo amigos Eles dizem que a atriz não queria que chorassem por ela. Atriz tinha 60 anos e morreu de câncer na madrugada deste domingo (13).

Amigos da atriz Betty Lago, que morreu aos 60 anos neste domingo, contam que ela dispensou o velório. Como mostrou o Bom Dia Rio desta segunda-feira (14), o pedido aconteceu porque Betty não gostaria que chorassem por ela. A ex-modelo lutava contra a doença desde março de 2012, quando foi diagnosticada com câncer na vesícula, após sentir fortes dores abdominais. 
Depois de uma cirurgia, Betty começou o tratamento com quimioterapia mas, em abril deste ano, a doença voltou. Ela morreu em casa, à 1h30. O corpo da atriz e ex-modelo será cremado nesta segunda-feira (14), às 17h, no Memorial do Carmo, Zona Norte do Rio.
Betty Lago começou a carreira trabalhando como modelo e fez carreira internacional por mais de 15 anos. Seu primeiro papel na TV foi na minissérie "Anos Rebeldes", de Gilberto Braga, em 1992. Na emissora, Betty também foi protagonista da novela "Quatro por Quatro".
Atriz betty Lago lutava contra um câncer na vesícula (Foto: Reprodução/Facebook)Betty Lago, em foto recente
(Foto: Reprodução/Facebook)
Na TV fechada, Betty estreou como apresentadora no programa GNT Fashion em 1995, no canal de mesmo nome. No GNT, ela também participou como debatedora dos programas "Saia Justa" e "Pirei – Com Betty Lago".
Atualmente, Betty estava participando da quarta temporada do programa "Desafio da Beleza, no Canal GNT, ao lado da modelo Mari Weickert e do maquiador Daniel Hernandez.
O trabalho mais recente da atriz em dramaturgia foi na novela "Pecado Mortal", da TV Record.
"E o dia amanheceu assim, triste e lindo ao mesmo tempo", postou Patty Lago, filha da atriz e ex-modelo no Instagram, na manhã deste domingo (13).
Já a apresentadora Lilian Pacce, do "GNT Fashion", escreveu: "Betty Lago querida, encontros, desencontros e reencontros. Fica em paz!".
Mariana Weickert lamentou a morte da companheira de programa e amiga: "Com o coração despedaçado pela despedida da minha amiga, minha parceira... A tua história, tua garra, teu astral e força de viver foram e sempre serão inspiradores. Descanse em paz, minha amiga!!!! Tudo muito triste, muito frágil, que loucura, né?! Lembrando aqui da tua risada fácil, das tuas brincadeiras e do teu coração doce. Feliz de mim que terei um pedacinho teu pra sempre aqui comigo.. Ao amigos e familiares, todo meu amor!".
"Foi um baque. Meu coração ainda está aos pulos. Betty o tempo todo tinha uma personalidade tão forte, tão transparente que impregnava o ambiente. A presença dela era um sol. Um calor e um desconforto. Era forte no humor, nas opiniões, na presença física. Foi uma experiência riquíssima no 'Saia Justa'", disse em entrevista à Globonews, a jornalista Monica Waldvogel, que trabalhou ao lado de Betty.
Betty Lago na novela 'Quatro por Quatro' (1994) (Foto: Divulgação/TV Globo)Betty Lago na novela 'Quatro por Quatro' (1994) (Foto: Divulgação/TV Globo)

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Mariana Weickert faz homenagem a Betty Lago (Foto: Reprodução/Instagram)Mariana Weickert faz homenagem a Betty Lago (Foto: Reprodução/Instagram)

Mercado prevê contração maior do PIB em 2015 e 2016 Analistas dos bancos reduziram estimativa de inflação para este ano. Para 2016, porém, previsão para o IPCA voltou a registrar aumento.

As previsões do mercado financeiro para o nível de atividade da economia brasileira pioraram para este ano e para 2016, segundo relatório de mercado do Banco Central, que é fruto de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras. Para inflação, a estimativa melhorou para 2015, mas registrou aumento para o ano que vem. O relatório focus foi divulgado nesta segunda-feira (14).
PREVISÕES PARA O PIB 2015
Em %
-1,27-1,3-1,35-1,45-1,49-1,5-1,5-1,7-1,76-1,8-1,97-2,01-2,06-2,26-2,44-2,55em %29/0505/0612/0619/0626/0603/0713/0717/0724/0731/0707/0814/0821/0828/0804/0911/09-2,75-2,5-2,25-2-1,75-1,5-1,25-1
Fonte: BCB
Para o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, os analistas passaram a estimar, na semana passada, uma retração de 2,55%. Foi a nona queda seguida deste indicador. Até então, a expectativa do mercado era de um recuo de 2,44% para o PIB de 2015. Se confirmado, será o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990 – quando foi registrada uma queda de 4,35%.
Para 2016, os economistas das instituições financeiras passaram a prever uma contração de 0,60% na economia do país – na sexta revisão para baixo seguida. Na semana anterior, os analistas haviam estimado uma retração de 0,50% para a economia no próximo ano. Para se ter uma ideia, no início de 2015, a previsão dos economistas era de uma expansão de 1,8% para a economia brasileira no ano que vem.
Se a previsão se concretizar, será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de contração na economia – a série histórica oficial, do IBGE, tem início em 1948. O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.
Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a economia brasileira registrou retração 1,9% no segundo trimestre de 2015, em relação aos três meses anteriores, e o país entrou na chamada "recessão técnica", que ocorre quando a economia registra dois trimestres seguidos de queda. De janeiro a março deste ano, o PIB teve baixa de 0,7% (dado revisado).
Inflação
A estimativa dos economistas dos bancos é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche o ano de 2015 em 9,28% – na semana anterior, a taxa esperada era de 9,29%. Mesmo com a queda na previsão, se confirmada, representará o maior índice em 12 anos, ou seja, desde 2003 – quando somou 9,30%.
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PREVISÕES PARA O IPCA 2015
Em %
8,468,798,9799,049,129,159,239,259,329,329,299,289,299,28em %05/0612/0619/0626/0603/0713/0717/0724/0731/0707/0814/0821/0828/0804/0911/098,48,68,899,29,4
Fonte: BCB
Segundo economistas, a alta do dólar e, principalmente, dos preços administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros) pressiona os preços em 2015. Além disso, a inflação de serviços, impulsionada pelos ganhos reais de salários, segue elevada.
Para 2016, os economistas das instituições financeiras elevaram sua expectativa de inflação de 5,58% para 5,64% na última semana. Foi a sexta alta seguida do indicador – que continua se distanciando da meta central de 4,5% fixada para o ano que vem.
Pelo sistema que vigora no Brasil, a meta central para 2015 e 2016 é de 4,5%, mas, com o intervalo de tolerância existente, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida. Com isso, a inflação deverá superar o teto do sistema de metas em 2015, algo que não acontece desde 2003.
Taxa de juros
Após o Banco Central ter mantido os juros estáveis em 14,25% ao ano no começo de setembro, o maior patamar em nove anos, o mercado manteve a estimativa de que não devem ocorrer novos aumentos de juros em 2015. Para o fim de 2016, a estimativa ficou estável em 12% ao ano - o que pressupõe reduções da taxa Selic ao longo do ano que vem.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, a instituição tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados. As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços.
Câmbio, balança e investimentos
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2015 avançou de R$ 3,60 para R$ 3,70 por dólar. Para o término de 2016, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio subiu de R$ 3,70 para R$ 3,80.
A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2015 subiu de US$ 8,9 bilhões para US$ 10 bilhões de resultado positivo. Para 2016, a previsão de superávit ficou estável em US$ 20 bilhões.
Para este ano, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil permaneceu em US$ 65 bilhões. Para 2016, a estimativa dos analistas para o aporte subiu de US$ 63,95 bilhões para US$ 64,90 bilhões.

Taxa média do cartão de crédito em agosto é a maior desde março de 1999 Em agosto, juros ficaram em 13,37% ao mês ou 350,79% ao ano. Levantamento é da Associação dos Executivos de Finanças (Anefac).


A taxa de juros média geral para pessoas físicas subiu de julho para agosto, segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Das seis linhas de crédito pesquisadas, como cheque especial e cartão de crédito rotativo, todas ficaram mais caras.

O juro médio, considerando todas as modalidades de empréstimo pessoal, subiu 1,13% no mês ao passar de 7,06% ao mês (126,74% ao ano) em julho para 7,14% ao mês (128,78% ao ano) em agosto -  a maior taxa de juros desde julho de 2009.
No caso do cartão de crédito, houve uma elevação de 2,61%. Com isso, a taxa subiu de 13,03% ao mês (334,84% ao ano) em julho para 13,37% ao mês (350,79% ao ano) em agosto. A taxa deste mês é a maior desde março de 1999, quando chegou a 13,45% ao mês ou 354,63% ao ano).
A taxa de juros média geral para pessoa jurídica também aumentou, correspondente a uma elevação de 0,74% no mês, passando 4,06% ao mês (61,22% ao ano) em julho para 4,09% ao mês (61,77% ao ano) em agosto - a maior taxa de juros desde junho de 2009.
Para a Anefac, "tendo em vista o cenário econômico atual que aumenta o risco de elevação dos índices de inadimplência, a tendência é de que as taxas de juros das operações de crédito voltem a ser elevadas nos próximos meses".

domingo, 13 de setembro de 2015

Cortes nas despesas do governo devem ficar entre R$ 20 bi e R$ 25 bi

 | UESLEI MARCELINO/REUTERS


A União venderá terrenos e imóveis, fará leilão de apartamentos funcionais, revisará contratos, diminuirá secretarias, diretorias e cargos comissionados e proporá ao Congresso a redução de despesas obrigatórias

BRASÍLIA
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A presidente Dilma Rousseff prepara um corte entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões nas despesas do governo como forma de evitar o agravamento da crise.
O número final ainda passa por pequenos ajustes. É possível que haja uma nova reunião na manhã desta segunda-feira (14) para calibrar a lista dos cortes.
A União venderá terrenos e imóveis, fará leilão de apartamentos funcionais, revisará contratos, diminuirá secretarias, diretorias e cargos comissionados e proporá ao Congresso a redução de despesas obrigatórias, como gastos com a Previdência e com o funcionalismo público.
A reforma ministerial, outra frente no esforço de Dilma para tentar debelar a crise, deve ficar apenas para a semana que vem. O Executivo promete eliminar dez pastas. Algumas delas, porém, apenas perderão seu status ministerial.
Nos últimos dias, empresários de diferentes ramos da economia cobraram que o Palácio do Planalto promovesse um corte adicional de despesas para reduzir o deficit de R$ 30,5 bilhões enviado por Dilma Rousseff ao Congresso em sua proposta orçamentária para 2016.
O rombo, somado à instabilidade política, fez com que o Brasil tivesse sua nota de crédito rebaixada pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, tirando o selo de bom pagador do país.
A pressão fez com que a área econômica estudasse soluções para tirar as contas do vermelho, buscando manter apoio entre setores empresariais.