domingo, 6 de setembro de 2015

Presidente do BC da China prevê estabilidade no mercado financeiro 'Correção nas bolsas chinesas já quase terminou', diz Zhou Xiaochuan. Afirmações visam tranquilizar a cúpula do G20, reunida na Turquia.

Presidente do banco central da China, Zhou Xiaochuan, responde a questão durante coletiva de imprensa à margem do 18o Congresso do Partido Comunista da China, em Pequim.  (Foto: Reuters)O presidente do Banco Central da China,
Zhou Xiaochuan (Foto: Reuters)
O presidente do Banco Central da China (PBOC), Zhou Xiaochuan, afirmou que o "processo de correção" nas bolsas chinesas já quase terminou e previu "estabilidade" no mercado financeiro a partir de agora.
Zhou tentou assim enviar uma mensagem de tranquilidade na cúpula do G20 em Ancara, depois que seus membros manifestassem suas preocupações sobre a situação na China, conforme publicou neste domingo (6) o órgão emissor em seu site oficial.
Em encontros com ministros de Finanças e governadores de bancos centrais das 20 principais economias do planeta, Zhou lembrou as medidas implementadas pelo governo para deter a queda das bolsas e garantiu que estas políticas ajudaram "a prevenir riscos sistemáticos".
Com relação ao iuane, Zhou assinalou que a moeda chinesa está perto de se estabilizar e insistiu que não há razão para uma desvalorização persistente.
A situação da economia chinesa centrou o debate do G20 na Turquia, que terminou com um comunicado do grupo dos 20 neste sábado no qual as principais economias se mostraram esperançosas em poder acelerar o crescimento econômico global, apesar de que suas expectativas anteriores não tenham se cumprido.

Refugiado em São Paulo: “Meu filho poderia ter sido Aylan. Tivemos sorte” Família de 15 sírios divide casa em São Paulo há três meses e falam do horror da guerra Economista quer enviar dinheiro ao irmão para evitar que ele arrisque fuga pelo mar

Família síria refugiada divide casa em São Paulo. / RAQUEL CUNHA
Arriscar a vida na fuga ou ficar e morrer. Ao ver pela televisão a comovente imagem do menino Aylan Kurdi, cujo corpo foi arrastado até uma praia turca após uma tentativa fracassada de fugir com a sua família em direção a Europa, o sírio Abdul sentiu tristeza, mas ao mesmo tempo alívio e gratidão. “Poderia ter sido meu filho, a minha família tentando fazer aquela travessia, mas tivemos a sorte de ter conseguido chegar até o Brasil de forma segura.” Há 3 meses, ele e mais 14 parentes, entre eles 6 crianças, saíram de um bairro cristão de Hamah, a menos de meia hora da cidade de Homs – um dos epicentros da guerra síria – em direção ao Líbano para conseguirem um visto que os permitira voar em direção ao Brasil. Ao chegarem a São Paulo, pediram asilo como refugiados e hoje vivem todos em uma casa de 3 quartos na Parada Inglesa, no norte da capital paulista.
Desde que chegaram, os familiares de Abdul tem lidado com uma realidade mais difícil do que imaginavam, porém melhor do que a do destino que estaria reservado para eles caso optassem em continuar na Síria. “Não tínhamos mais trabalho, a cidade sofria bombardeios constantes e as crianças já não tinham como ir para a escola. E o meu marido também já tinha sido chamado para se apresentar as forças de Bashar al-Asad. Foi um alívio sair de lá”, conta Sarah Farrouh, de 26 anos, que prontamente agarra o celular para mostrar o que sobrou da casa dos pais após um dos últimos bombardeios. As imagens mostram como uma bomba atingiu o quarto do casal, que sobreviveu ao ataque com alguns ferimentos. “Quero muito que eles saiam de lá, mas não temos recursos para ajudá-los no momento”, explica a jovem.A escolha desta família tem se tornado mais comum entre os sírios. Apesar da distância entre os dois países, o Brasil é hoje a nação que mais concedeu asilo a refugiados sírios na América Latina. A busca pelo país veio crescendo desde 2001,quando o conflito começou e, desde então, o Brasil já recebeu 2.077 sírios que pediram refúgio, segundo dados da Agência da ONU para refugiados (Acnur). Um dos principais motivos para a procura do país é a forte presença de uma comunidade sírio-libanesa desde o século passado, mas também a facilidade de se conseguir asilo. Em 2013, o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) adotou uma resolução para desburocratizar a emissão de vistos para cidadãos sírios e outros estrangeiros afetados pela guerra e interessados em solicitar refúgio no país. As facilidades expiram no fim deste mês, mas o Governo brasileiro já sinalizou que elas devem ser prorrogadas.
Uma bomba atingiu o quarto do casal,. Arquivo pessoal.
Ela e o marido montaram uma lanchonete com especialidades árabes em São Paulo. Apesar de terem algo para viver e os documentos brasileiros, algumas barreiras ainda tomarão mais tempo para serem superadas. O idioma, a dificuldade de validar o diploma de economista dela e de conseguir um fiador para poder alugar uma casa para os dois são algumas delas. Sarah esperava também economizar mais dinheiro para enviar aos parentes que continuam vivendo em uma Síria. Ela só conseguiu chegar ao Brasil com ajuda de uma parente radicada a cinco anos nos Estados Unidos e agora teme não poder ajudar o irmão que planeja cruzar de barco o mar mediterrâneo e depois seguir para a Alemanha. O país deve receber até 10.000 refugiados, após acordo entre autoridades para que imigrantes possam cruzar fronteiras.
Para o representante do Acnur no Brasil, Andrés Ramírez,  a situação dos refugiados sírios está cada vez mais grave. “Apesar dos pedidos de refúgio terem aumentado muito no Brasil, o número ainda é pequeno quando você olha o tamanho do problema. Hoje temos mais de quatro milhões de refugiados sírios e só 5% estão saindo da região”, explica. A maioria deles se encontram nos países vizinhos: na Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque e Egito. “As pessoas querem continuar inseridas em uma cultura similar, em um lugar perto para poder voltar. Antes de tomar uma decisão drástica como a de cruzar o oceano, essas pessoas tentam se deslocar pela região”, completa Ramírez.
Poderia ter sido meu filho, a minha família tentando fazer aquela travessia, mas tivemos a sorte de ter conseguido chegar até o Brasil de forma segura
Ainda que seja uma decisão difícil, a Cáritas de São Paulo tem recebido pedidos de ajuda de pessoas que permanecem na Síria e nos países da região, em condições de sobrevivência e segurança muito precárias e que desejam refúgio. No Brasil, a entidade atendeu só neste ano 810 sírios, dos quais, 507 eram recém-chegados ao país.

Trabalho e a Síria pela televisão

A inserção no mercado de trabalho ainda é uma das maiores dificuldades. No caso dos refugiados que vivem na casa da Parada Inglesa, a maioria conseguiu emprego em diferentes áreas: um deles trabalha em uma construtora, outros vendem doces típicos e uma das mulheres é auxiliar de salão de beleza. Eles, no entanto, ainda não conseguiram colocar todas as crianças nas creches ou escolas e aguardam o pedido que fizeram para participar do programa do Bolsa Família.
A casa, ainda que não seja pequena, obriga aos moradores a deixar de lado o conforto e a privacidade. Na sala da entrada, apenas duas camas, uma ao lado da outra sem qualquer divisória, abrigam dois recém-casados e uma família de quatro pessoas. A cozinha é o ponto de encontro diário. É onde geralmente recebem notícias do conflito sírio por meio da televisão. O pequeno Basam, de seis anos, tem os olhinhos fixados em um episódio do Chaves, mas cumprimenta a reportagem do EL PAÍS com um sorridente “oi, tudo bem?”. Ele já aprendeu algumas palavras em português na escola estadual que frequenta. Começa um noticiário e logo aparecem imagens de um tiroteio no Rio de Janeiro. “Parece a Síria”, diz Bassan. Armas, perseguição e sangue ainda estão guardados na memória como sinônimos do país em que nasceu.

OEA pede a Maduro que tranquilize colombianos que vivem na Venezuela


O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, discursa em Tegucigalpa, Honduras, no dia 8 de agosto de 2015
O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, pediu neste sábado ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que tranquilize os colombianos que vivem na Venezuela, com a reunificação das famílias separadas pela crise bilateral.
Durante uma visita à fronteiriça cidade colombiana de Cúcuta, onde chega a maior parte dos afetados pela crise, Almagro se dirigiu a seu "amigo" Maduro, dizendo que é muito importante que o governo venezuelano acalme dos milhões de colombianos que vivem na Venezuela.
A atual crise entre Colômbia e Venezuela foi desatada há cerca de três semanas, depois que Maduro fechou a fronteira e deportou pelo menos 1.355 colombianos.
Almagro, que viajou para verificar a situação humanitária decorrente das expulsões, pediu durante uma coletiva de imprensa que a chanceler colombiana, María Ángela Holguín, que os dois países trabalhem pela "reunificação" das famílias separadas na fronteira.
"É importantíssima a definitiva reunificação familiar. Nós pedimos à Colômbia a sistematização dos casos pendentes de reunificação familiar (...) e pedimos à Venezuela a mais rápida solução para esse flagelo, para esse esse problema", disse Almagro.
"A OEA vai atuar na dimensão humanitária e dos direitos humanos, apoiando-se nos instrumentos que tem: a Comissão Interamericana de Direitos Humanos ou visitas, como esta", explicou.
A crise fronteiriça começou em 19 de agosto com o fechamento da fronteira por Maduro, depois de um ataque a militares venezuelanos durante uma operação anti-contrabando, que o mandatário atribuiu a "paramilitares colombianos".
A tensão aumentou há pouco mais de uma semana, quando os dois países chamaram seus embaixadores para consultas.

G20 considera insuficiente o crescimento mundial e promete coordenar sua política econômica


Autoridades do G20 posam para a foto oficial do encontro, em Ancara
O G20 considerou insuficiente neste sábado o crescimento global, num contexto de preocupação com a desaceleração econômica na China, mas comprometeu-se a coordenar sua política monetária e cambial.
"O crescimento global está abaixo de nossas expectativas. Estamos empenhados em tomar medidas decisivas para garantir que o crescimento continua no bom caminho e estamos confiantes de que a recuperação econômica vai acelerar", afirma o documento, ao qual a AFP teve acesso.
"Nos comprometemos a adotar medidas decisivas para que o crescimento se mantenha encaminhado e confiamos que a reativação econômica se acelerá", afirma o documento.
Também se comprometeu a "abster-se de qualquer desvalorização competitiva" em resposta a temores de uma guerra cambial desencadeada pela recente desvalorização do iuane chinês.
"Reiteramos nosso compromisso de avançar para sistemas de câmbio determinados pelo mercado e a flexibilidade das taxas de câmbio", ressaltou o projeto de declaração final.
A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, afirmou a jornalistas que o crescimento global é "ainda muito moderado e desigual" e que o único índice "bastante alto é o de desemprego".
Os Estados Unidos, que insistem muito para que a expressão "desvalorização competitiva" apareça no texto final, também recebeu atenção do G20, embora com palavras veladas.
- Fed sob vigilância -
Os países do G20 se comprometeram a "avaliar e comunicar cuidadosamente suas iniciativas, sobretudo no contexto de decisões importantes de política monetária e outras, a fim de minimizar os efeitos secundários, reduzir as incertezas e promover a transparência".
A mensagem parece se dirigir ao Federal Reserve, o banco central dos EUA, que mantém os mercados e os países emergentes ansiosos pela data em que voltará a subir a taxa de juros, após anos de expansão monetária.
Muitos mercados emergentes enxergam com preocupação um possível aumento dos juros nos EUA, que levaria os investidores a colocar os capitais em mercados seguros na esperança de rendimentos maiores que os atuais.
O G20 pede aos governos e aos bancos centrais que evitem o uso exclusivo dos juros como incentivo do crescimento, aplicando também políticas fiscais capazes de estimular o dinamismo econômico e de criar empregos.
"Depender exclusivamente de instrumentos de política monetária não conduzirá a um crescimento equilibrado", adverte.
O Banco Central Europeu (BCE) voltou a assegurar na semana passada que não foi fixado qualquer limite para apoiar a economia europeia e, de forma geral, as políticas monetárias nunca foram tão generosas no mundo.
O rascunho da declaração final é o resultado de um equilíbrio sutil entre os otimistas -Estados Unidos e em menor medida a Europa- e os prudentes, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e os países emergentes.
- Os emergentes em crise -
O anfitrião das reuniões do G20, Turquia, que o presidente Recep Tayyip Erdogan deseja transformar em uma das dez maiores economias mundiais antes de 2023, está em recessão assim como Brasil e Rússia.
A taxa de câmbio turca acaba de chegar a um novo mínimo em relação ao dólar, que vale agora três liras turcas.
O rascunho do documento promete dar um maior protagonismo aos países pobres nas decisões que buscam impedir que as multinacionais evadam impostos, prática conhecida como "otimização fiscal".
O G20 encarregou a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) de comandar essas negociações, mas várias ONG e ativistas como o prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz criticaram que esse tipo de decisão fosse tomada por um grupo tão pequeno.
A organização também pretende impedir o financiamento ao terrorismo, facilitando, por exemplo, os procedimentos de congelamento de bens.
O G20, que representa cerca de 85% da economia mundial, convoca os países ricos a "ampliar seus esforços de financiamento" na luta contra a mudança climática, tendo em vista a conferência internacional que será realizada no final do ano em Paris.
A crise migratória enfrentada pela Europa também entrou na pauta de discussão das autoridades financeiras.
O vice-primeiro-ministro turco Cevdet Yilmaz adiantou que a questão fará parte da agenda da próxima cúpula de chefes de Estado e de governo do G20, em novembro em Antalya.

Premier oferece casa para solicitantes de refúgio Juha Sipila disse que residência no centro do país está vazia

Juha Sipila governa a Finlândia desde maio de 2015 (foto: EPA)
Juha Sipila governa a Finlândia desde maio de 2015 (foto: EPA) HELSINQUEZLR
(ANSA) - Para ajudar a combater a crise migratória que atinge a União Europeia, o primeiro-ministro da Finlândia, Juha Sipila, ofereceu colocar sua casa à disposição de solicitantes de refúgio a partir de 1º de janeiro de 2016.
    Em entrevista à emissora local "YLE", ele disse que sua família possui uma residência na região central do país e que não é mais usada desde que assumiu o governo finlandês, em maio deste ano.
    No entanto, Sipila não especificou quantas pessoas a casa pode abrigar. (ANSA)
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Acusado por morte de Bernardo é condenado por erro médico O magistrado concluiu, a partir dos laudos periciais, que o médico não levou em consideração as queixas da paciente no pós-operatório

A Justiça do Rio Grande do Sul confirmou, em segunda instância, a condenação de Leandro Boldrini por um erro médico cometido em uma cirurgia para a retirada de cálculos na vesícula Boldrini é um dos réus pela morte de seu filho, Bernardo, de 11 anos, em abril de 2014.

O corpo do menino foi encontrado às margens de um córrego na cidade gaúcha de Frederico Westphalen, vizinha de Três Passos, onde ele morava com o pai e a madrasta, Graciele Ugulini, ambos réus no processo, ao lado de mais duas pessoas. Boldrini ainda responde por ocultação de cadáver e falsidade ideológica.

No caso do erro médico, o médico foi considerado negligente pelo desembargador Paulo Roberto Lessa Franz. O magistrado concluiu, a partir dos laudos periciais, que o médico não levou em consideração as queixas da paciente no pós-operatório. "Mesmo tendo reclamado sintomas que demandavam a necessidade de maiores cuidados, o requerido simplesmente deu alta hospitalar para a paciente. Tal conduta, manifestamente negligente e imperita, implicou na evolução do quadro para uma infecção generalizada que quase a levou a óbito", asseverou Franz. Seu voto foi seguido por dois outros desembargadores. A decisão foi tomada ainda em julho, mas só veio a público no dia 3 de setembro.

Em fevereiro de 2009, Beloni Maria Linhar Junbeck se submeteu a uma videocolicistectomia para a retirada de um cálculo vesicular no Hospital de Caridade de Três Passos. O cirurgião responsável pelo procedimento era Leandro Boldrini, que trabalhou ao lado de outra médica, a anestesista Jeane Cristina Ribeiro Rino Guimarães, também condenada no processo.

Segundo o relato de Beloni, dois dias após o procedimento, ela precisou ser novamente internada, dessa vez em uma UTI do município porque sentia fortes dores no local da cirurgia. Não havendo melhora do quadro clínico, a paciente foi então transferida para o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, onde, após uma cirurgia de emergência, foi informada que, durante a operação para a retirada das pedras vesiculares, seu esôfago foi perfurado no procedimento de intubação.

Beloni, que receberá indenização pelas sequelas do problema, sofreu com descolamento de pele das suas costas em razão do longo tempo em que permaneceu deitada durante os dois meses de recuperação. Após a alta, a paciente teve a dieta controlada por uma equipe de nutricionistas durante um ano e, ao final do período de observação, precisou submeter-se a uma nova cirurgia, dessa vez para reconstruir o esôfago atingido na primeira operação.

Os médicos e a clínica de anesteseologia responsáveis pelos procedimentos foram condenados a pagar, solidariamente, pouco mais de R$ 10 mil por danos materiais emergentes, R$ 70 mil por danos morais e R$ 50 mil por danos estéticos, além de uma pensão mensal vitalícia para a paciente no valor de um salário mínimo. O Hospital de Caridade de Três Passos, que havia sido considerado culpado pela primeira instância, foi absolvido pelo Tribunal de Justiça.

Filme italiano é aplaudido por 7 minutos em Veneza "L'attesa" ("A espera") é estrelado por Juliette Binoche

Filme conta a história de Jeanne (esquerda) e Anna (direita), que esperam o retorno de Giuseppe (foto: ANSA)
Filme conta a história de Jeanne (esquerda) e Anna (direita), que esperam o retorno de Giuseppe (foto: ANSA) VENEZAZLR
(ANSA) - O filme "L'attesa" ("A espera"), longa-metragem de estreia do cineasta italiano Piero Messina, foi aplaudido por sete minutos neste sábado (5), em sua primeira projeção ao público na 72ª edição do Festival de Cinema de Veneza.
    A produção conta a história de Anna - interpretada por Juliette Binoche -, uma mulher enlutada que vive isolada no interior da Sicília e acolhe a namorada do seu filho, Jeanne (Lou de Laâge), embora ele não esteja em casa. As duas passam os dias à espera de Giuseppe (Giovanni Anzaldo), que promete voltar na Páscoa.
    Comovido pela recepção do público, Messina abraçou emocionado as estrelas do filme, que marcaram presença no tapete vermelho de Veneza. Ex-assistente de Paolo Sorrentino, o cineasta é tido como uma espécie de "sucessor" do vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro por "A grande beleza", embora ele negue esse rótulo.
    "Esse longa tem uma característica visual importante. Mas dizer que é um filme à la Sorrentino por causa das imagens é superficial", disse o jovem diretor de 34 anos. Segundo ele, "A espera" nasceu de suas recordações de infância e de uma história contada por um amigo.
    "Um pai, após a morte do filho, decidiu não falar tanto sobre isso, até que, em certo ponto, os que estavam ao seu redor também fingiam que aquele fato nunca tinha acontecido", contou.
    Mais cedo, durante a exibição para a imprensa, a produção havia sido recebida com menos entusiasmo pelos jornalistas, ainda que com alguns aplausos. "A espera" é o primeiro dos quatro filmes italianos na disputa pelo Leão de Ouro a ser exibido em Veneza. Os outros são: "Sangue del mio sangue" ("Sangue do meu sangue"), de Marco Bellocchio; "A bigger splash" ("Um mergulho maior"), de Luca Guadagnino; e "Per amor vostro" ("Pelo seu amor"), de Giuseppe Gaudino. (ANSA)
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