sábado, 5 de setembro de 2015

Motorola desafia smartwatch da Apple Com Moto 360 Smartwatch empresa quer desbancar o Apple Watch

Motorola desafia smartwatch da Apple
Do Advertising Age

Até agora, a Apple tem sido a única fabricante de smartwatch a pensar profundamente sobre seus dispositivos como acessórios de moda. Isso mudou nesta semana. Com a segunda geração dos smartwatches Moto 360, a Motorola está apostando no design e afirma ter melhorado drasticamente a parte técnica também.

O novo Moto 360 não é apenas um relógio com poucas e pequenas variações, como era a primeira edição. Este relógio vem com três variações básicas, cada qual com um número de detalhes customizáveis. Dois deles são destinados ao público masculino e uma para o feminino, e todos podem usar qualquer pulseira que tenha um tamanho adequado, não apenas aquelas da Motorola.

Os relógios masculinos são prata, preto e dourado e o das mulheres varia do preto ao dourado rosado. Há várias opções de bisel (serrilhado, chanfrado, gravado) e a cor não precisa ser a mesma da do corpo principal do relógio. Leve em consideração as pulseiras de metal e as de couro, e você terá centenas de combinações possíveis, no mesmo estilo que os smartphones Moto X e Moto G.

O look premium dos relógios vem com um preço: a partir de US$ 299. Em comparação, o preço do Moto 360 2014 começa em US$149. Desde que o Android Wear agora funciona com iPhone, a Motorola parece estar posicionando o seu smartwatch na direção oposta do Apple Watch, e dobrar o seu preço agora coloca o Moto 360 no mesmo nível que o Apple Watch Sport – e ainda muito abaixo do preço do Apple Watch comum.

A maior queixa em relação ao desempenho do Moto 360 original é em relação a duração de sua bateria. Muitos consumidores não conseguiam usar o dispositivo o dia inteiro sem recarregá-lo. Isso melhorou com algumas atualizações de software, mas a Motorola diz que os novos relógios vão operar muito melhor: a bateria do maior modelo dura dois dias, enquanto a do menor, entre um dia e um dia e meio. Embora o software do Moto seja o Android Wear, que tem alguns floreios, tudo é feito para ter uma aparência limpa e minimalista.

Para comprar o novo Moto 360, você pode acessar a coleção toda no Motorola.com, e alguns modelos estarão à venda no Google Play e na Best Buy online. A expectativa é que os relógios cheguem na Best Buy e na Verizon até o fim desse mês. Por enquanto, o Moto Maker para o Moto 360 está disponível nos EUA, no México, no Reino Unido, na França e na Alemanha. É possível que a disponibilidade aumente.

Também está em vista uma parceria de varejo com o loja de departamento de luxo Nordstrom, em um grande sinal de confiança de que os smartwatches podem alcançar o mainstream. De 50 a 80 lojas da Nordstrom nos EUA vão começar a vender o Moto 360 ainda neste mês. Este é o primeiro smartwatch que ficará em estoque na rede, demonstrando que a Motorola está tentando comercializar o 360 como um produto de lifestyle, assim como a Apple tem feito com o Apple Watch. Cada loja terá de 12 a 15 variações do relógio, mais do que qualquer outra varejista. Eles ficaram junto com os relógios tradicionais no departamento de joias.

Fora a coleção principal, também haverá uma edição especial Moto 360 Sport. Este relógio tem uma pulseira de borracha de silicone totalmente integrado e um modo de tela especial que combina iluminação e visualização reflexiva para torná-lo mais legível sob a luz solar direta. Ele é destinado para aqueles que querem as funcionalidades de um smartwatch completo em um estilo mais parecido com o de um medidor fitness. Detalhes ainda são desconhecidos, assim como a data de lançamento.

Tradução: Odhara Caroline Rodrigues

LULA SUGERE A DILMA BLINDAR LEVY, MAS AFROUXANDO O AJUSTE FISCAL LULA AFIRMOU A DILMA QUE ELA PRECISA "AGIR RÁPIDO" TANTO NA ECONOMIA COMO NA POLÍTICA, VOLTANDO A SE APROXIMAR DO VICE MICHEL TEMER

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é fotografado após conversar com jornalistas (Foto: Arquivo/Agência Brasil)
Em conversa reservada com a presidente Dilma Rousseff, na noite desta quinta-feira (3) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou preocupação com as especulações sobre a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e disse a ela que o governo não pode deixar dúvida sobre a permanência do auxiliar. Mesmo assim, Lula insistiu em que é preciso afrouxar um pouco o ajuste fiscal, para permitir o crescimento da economia.
O ex-presidente também pediu a Dilma que se reaproxime do vice, Michel Temer (PMDB), que ontem, em mais uma rodada de conversas com empresários, admitiu ser difícil um governante resistir mais três anos com popularidade baixa. A frase foi interpretada por petistas como uma tentativa do vice de se credenciar para o lugar de Dilma.
O ex-presidente esteve com Dilma, no Palácio da Alvorada, horas depois de ela ter se encontrado com Levy e com os ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Aloizio Mercadante (Casa Civil). O governo saiu a campo para a operação "segura Levy", na tentativa de abafar a crise, depois que o titular da Fazenda escancarou o mal-estar por se considerar desprestigiado na equipe. Um auxiliar de Dilma disse ao jornal O Estado de S. Paulo que o ministro da Fazenda só não deixou o cargo, ainda, porque tem "responsabilidade com o País" e por temer o rebaixamento da nota do Brasil pelas agências de classificação de risco e a perda do grau de investimento.Lula afirmou a Dilma que ela precisa "agir rápido" tanto na economia como na política. Para ele, se o governo perder o apoio do PMDB de Temer e também do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), o desfecho da crise pode ser imprevisível.
Levy ficou muito contrariado com o vaivém das decisões dos últimos dias no governo, passando a imagem de incerteza na condução da economia, com repercussão negativa no mercado. Brigou pelo superávit de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2016, mas acabou derrotado. Além disso, Levy não escondeu a insatisfação com as sucessivas críticas ao ajuste fiscal, até mesmo por parte do PMDB de Temer, que lhe dá sustentação.
O ministro chegou a reclamar com o próprio Temer, que renovou o apoio a Levy. Os ataques do PT também incomodam Levy. Para piorar a situação, a Frente Brasil Popular - composta por PT, PC do B, PSB e PDT, além de representantes de movimentos sociais e centrais sindicais - lançará amanhã um manifesto, em Belo Horizonte, pregando a mudança da política econômica. Faixas de "Fora Levy" são esperadas no encontro. Lula e o PT sempre foram mais próximos de Barbosa do que de Levy.
O ex-presidente avalia, no entanto, que o PT deve "segurar a onda" nesse momento e não pregar a saída do comandante da economia. No seu diagnóstico, o governo precisa aumentar o crédito e não cortar investimentos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Para o MPF, Dirceu era dono de aeronave

Na denúncia apresentada à Justiça na sexta-feira (4), o Ministério Público Federal detalha complexa transação comercial que, segundo os investigadores, tinha o objetivo de ocultar a compra de parte de um avião Cessna, modelo 560XL, feita pelo o ex-ministro José Dirceu.

 "O denunciado Dirceu, de modo consciente e voluntário, no contexto das atividades da organização criminosa exposta nessa peça, […] dissimulou e ocultou a origem e a propriedade da parte ideal de 1/3 (33%) da aeronave Cessna Aircraft, modelo 560XL, […] no valor de R$ 1.071 milhão", aponta o MPF.

Segundo procuradores do caso, a quota no avião foi adquirida em favor de Dirceu pelo empresário Milton Pascowitch, hoje delator da Operação Lava Jato, e outros dois investigados, por intermédio de empresas com recursos desviados dos "crimes de cartel, fraude a licitação e corrupção praticados pelos executivos da Engevix, Hope e Personal na Petrobras".

Após fechar acordo de delação premiada, Pascowitch tornou-se o pivô da operação Pixuleco, 17ª fase da Lava Jato, cujo alvo principal foi Dirceu. O ex-ministro do governo Lula está preso desde o dia 3 de agosto, acusado de crimes como formação de quadrilha, falsidade ideológica, corrupção passiva e a lavagem de dinheiro.

Na delação, Pascowitch explicou que intermediava propina em contratos das empresas Hope (de recursos humanos, que presta serviços à Petrobras) e Personal (terceirizada que faz serviços de limpeza para a estatal) para Dirceu e outros. Na sua versão, dinheiro desviado de contratos da Engevix com a estatal do petróleo beneficiou o ex-ministro.

Os procuradores explicam que, em relação a aeronave, está "evidenciado que [Dirceu] era o proprietário de fato da quota parte de 1/3 (33%) da aeronave [...], tendo dissimulado a origem do valor empregado na aquisição e ocultado a parte ideal do avião". A compra do avião seguiu, segundo os investigadores, a mesma linha utilizada pelo grupo para ocultar bens, conforme mostrou o Blog.

Procurado pelo Blog, a defesa de Dirceu afirmou, por meio da assessoria, que só vai dar declarações publicamente depois que o juiz Sérgio Moro, coordenador das ações penais da Lava Jato, pedir a manifestação de advogados no processo. A Engevix afirmou que está prestando os esclarecimentos necessários à Justiça.

Brasil é a economia mais fechada entre países do G20, mostra estudo Argentina e Índia têm maior abertura de mercado que o Brasil, conclui ICC. Segundo estudo, comércio exterior do G20 falhou em demonstrar liderança.

Setor de cargas do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas  (Foto: Frederico Andrade/Brasil Viracopos)
O Brasil é o país mais fechado para o comércio exterior entre todas as nações do G20, segundo um levantamento da Câmara de Comércio Mundial (ICC, em inglês). A economia brasileira recebeu a nota 2.3 em 2015, de uma escala de um a seis, ficando atrás de Argentina e Índia.
Abertura de mercado no G20
Pontuação de 1 a 6
2,54,12,34,233,94,32,63,13,73,63,83,13,13,93,33,24,13,7ArgentinaAustráliaBrasilCanadáChinaFrançaAlemanhaÍndiaIndonésiaItáliaJapãoCoreiaMéxicoRússiaArábia SauditaÁfrica do SulTurquiaReino UnidoEstados Unidos0246
Fonte: ICC
Apesar disso, a avaliação do Brasil melhorou levemente ante 2013, último levantamento do ICC, quando o país recebeu pontuação de 2.2.
Das 20 economias, 15 evoluíram em abertura de mercado, com Rússia, Canadá e Coreia passando do nível de "abaixo da média" para "dentro da média", na classificação mundial, graças principalmente ao aumento das importações e aos altos preços dos combustíveis.
G20 abaixo da média mundial
O estudo concluiu que, mesmo com as promessas de habilitar o comércio exterior como motor de crescimento e gerador de empregos, as economias do G20 "não estão conseguindo demonstrar liderança global na abertura comercial".
O levantamento mostra que os países do G20 – grupo formado pelas maiores economias emergentes e desenvolvidas – têm níveis abaixo da média mundial, com apenas a Alemanha entre os 20 maiores mercados do mundo. O índice global de abertura de mercado pontuou 3.7 em 2015 – contra 3.6 em 2013 e 3.5 em 2011.
Neste sábado (5), ministros das finanças do G20 – entre eles o chefe da Fazenda, Joaquim Levy –reúnem-se em Ancara, capital turca, para discutir temas centrais dessas economias, especialmente a turbulância na economia chinesa e as intenções do Federal Reserve (Fed), banco central americano, de elevar os juros este ano.
Ranking mundial de comércio melhora
Na escala mundial, economias asiáticas lideram o estudo. Cingapura e Hong Kong são os campeões do ranking de abertura comercial em 2015 pela terceira vez seguida, ultrapassando economias avançadas como Estados Unidos.
O índice mundial medido pelo ICC reúne 75 países, levendo em conta quatro fatores-chave: abertura de comércio observada, políticas comerciais, abertura ao investimento direto estrangeiro e infraestrutura para o comércio.
Volume exportado em relação ao PIB
Em 2014, o Brasil só perdeu para a República Central Africana na quantidade de bens e serviços exportados e importados em relação ao PIB, segundo dados do Banco Mundial. O volume exportado do Brasil para todo o mundo somou US$ 225 bilhões – apenas 11,5% do PIB nacional, enquanto a média mundial foi de 29,8%.
Os principais destinos dos produtos brasileiros, China e Estados Unidos, ainda levantam dúvidas sobre o vigor de suas economias. A China – que compra 18% de tudo o que o Brasil exporta – desvalorizou sua moeda, o iuan, para tentar fortalecer as exportações, e deve crescer menos de 7% este ano, bem abaixo dos números registrados anteriormente.“A nossa existência no mercado internacional é insignificante. O Brasil participa com algo em torno de 1% do comércio exterior mundial”, disse ao G1 o economista e professor de comércio exterior das Faculdades Rio Branco, Carlos Stempniewski.
Outros importantes parceiros comerciais, como Argentina, Venezuela, países da África e Rússia ou pararam de comprar ou compram muito pouco do Brasil, por estarem em situação econômica delicada, lembra o professor das Faculdades Rio Branco.

Um padre zapatista contra a morte de jovens negros em São Paulo Padre que atuou com zapatistas no México luta contra extermínio de negros em São Paulo “Se bater panela na periferia alguém vai ouvir?”, lança Martin Islas “Nossos mortos têm voz!”: ato marca 7 dias da chacina de Osasco


Nos anos de 1990 o religioso Martin Islas caminhava sete horas na selva do Estado mexicano de Chiapas. O relevo acidentado, cheio de colinas, tornava a jornada ainda mais desgastante. "Era morro acima e morro abaixo", lembra. Naquela época o missionário ajudava a mobilizar os indígenas naquilo que mais tarde se tornaria omovimento zapatista. “Foram doze anos de preparação, de trabalho de base antes que ele explodisse para o mundo”, recorda o hoje padre, que à época trabalhava na paróquia de San Cristóbal de Las Casas, cidade que marcou o início do levante popular iniciado em 1ode janeiro de 1994. Curiosamente, ele nasceu em Veracruz, “lá onde chegaram os espanhóis conquistadores”. Ao conhecer Chiapas a fundo, a miséria dos povos tradicionais da região o chocou: “Se você ficasse doente lá, morria. As pessoas rezavam para não adoecer”.
“Jesus Cristo seria zapatista. Ou seria uma das Mães de Maio”, diz, entrelaçando o passado no México e seu presente. A experiência com os indígenas mexicanos marcou para sempre o missionário. “Se resgatou naquele processo algo que se havia esquecido, de busca de identidade, de fazer rupturas”, afirma Islas. Para ele, o zapatismo conseguiu reviver a essência do senso de coletivo das comunidades. “É uma síntese de todo um processo, não apenas revolucionário, mas teológico, pedagógico, tudo junto”, diz. “Acho que o zapatismo não é um grupo em Chiapas. Qualquer pessoa pode ser zapatista, desde que tenha uma visão e interpretação de mundo do ponto de vista dos de baixo e à esquerda”, afirma.Se antigamente ele percorria estreitas trilhas de terra montanha acima para chegar às aldeias zapatistas, hoje o missionário cruza outra selva: São Paulo. Mais especificamente, suas periferias. Integrante do Comitê Contra o Genocídio da Juventude Preta, o missionário consola, agora, a dona Zilda, cujo filho foi uma das 19 vítimas da chacina ocorrida emOsasco e Barueri no dia 13. Ou orienta mães cujas famílias foram destroçadas pela violência em Mogi das Cruzes, ou algum bairro afastado do centro. O objetivo do comitê é incentivar estes homens e mulheres a se unirem ao Movimento Mães de Maio, grupo formado por parentes de vítimas de violência policial, que, em suas palavras, luta contra o “terrorismo do Estado” nas periferias.
“Duas coisas me puxaram para trabalhar com a situação dos jovens periféricos”, diz Islas, sentado em uma cadeira de escritório na sede da revista Ocas, publicação de interesse social vendida por moradores de rua e ex-presidiários em busca de um recomeço. “Uma delas foi o rap. Eu prestava muita atenção nas letras, aprendia as gírias, e entrei em contato com o pessoal do Fórum do Hip Hop”, explica. O grupo busca fomentar iniciativas culturais e também discutir a situação das favelas. Segundo ele, o hip hop “é um movimento periférico, de maioria negra, que empodera o jovem, permite que ele se posicione e discuta sua identidade, se expresse”. “Assim como o zapatismo”, emenda o padre, que cita Consciência Humana e Facção Central, que teve um videoclipe censurado por encenar um sequestro relâmpago,  como alguns de seus grupos favoritos.
“Por que se mata mais na democracia do que na ditadura?
O segundo fato que fez com que Islas se voltasse para as violações de direitos humanos cometidos nas periferias foram os crimes de maio de 2006, nos quais dezenas de jovens foram mortos em retaliação a atentados cometidos contra policiais. Até hoje a maioria dos casos não foi esclarecida, e existe forte suspeita de que os assassinatos tenham sido cometidos por grupos de extermínio ligados à PM. “Por que se mata mais na democracia do que na ditadura?”, questiona. O padre critica o que chama de apatia da classe média com relação aos crimes cometidos nas favelas. “Se bater panela na periferia alguém vai ouvir?”, indaga. De acordo com ele, a classe média “tem força de ajudar a mudar as coisas mas infelizmente eles fecham [se unem] com os de cima. Eles vivem em outro mundo”.
Enquanto participava do ato em homenagem às vítimas da chacina de Osasco dia 20 de agosto, durante uma noite marcada por forte garoa, Islas foi convidado a falar no pequeno equipamento de som improvisado na rua. Para um público de cerca de cem pessoas, a maioria parentes e amigos dos mortos, ele fez um pedido: “Basta de fazer um minuto de silêncio! Um minuto de silêncio se faz eterno, e ninguém faz mais nada. Enquanto isso eles estão matando!”, disse. Depois do discurso, uma jornalista disse ao padre: “Nossa, você é um padre comunista!”. “Antes de comunista, sou cristão”. A resposta do missionário, com um sorriso no rosto, deixou a moça desconcertada.

Com 14% de umidade e 33.8°C DF tem dia mais seco e quente do ano A baixa umidade do ar e as temperaturas elevadas devem continuar nos próximos dias. A dica é se hidratar e evitar o sol entre 10h e 17h

Ed Alves/CB/D.A Press
A temporada de seca chega ao pico. Nesta sexta-feira (4/9) o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou o dia mais seco e quente do ano. Às 14h, a umidade relativa do ar estava em 14%, a menor registrada em 2015 até agora. Às 15h20, a temperatura máxima foi de 33.8°C. Na quinta-feira (3/9), os termômetros marcaram 33ºC e a umidade ficou em 20%.

Segundo a meteorologista Ingrid Monteiro Peixoto, a baixa umidade e a altas temperaturas tem relação com a intensa massa de ar quente e seca na região centro-sul do Brasil. “Ela está atuando na região. Começou na segunda quinzena de maio e tende a ficar até primeira quinzena de setembro. Durante essa semana a massa de ar quente e seca se intensificou. Isso favoreceu a elevação das temperaturas máximas e menores índices de umidade relativa do ar”, explicou.

A Defesa Civil recomendou à Secretaria de Educação que suspenda as atividades físicas sob o sol nas escolas públicas. Além disso, de acordo com a major Juliana Toledo de Melo, professores devem ficar atentos à hidratação dos alunos. "Principalmente  das crianças. A atenção principal nesse momento é com atividades físicas sob o sol entre 10h e 17h. A população deve se hidratar e usar protetor solar", alertou.

O órgão decretou estado de alerta em todo o DF na tarde desta quinta-feira (3/9). Caso as medições do Inmet registrem umidade a 12% ou abaixo por dois dias seguidos nos próximos dias, a Defesa Civil pode decretar estado de emergência, o que levaria à suspensão das aulas, por exemplo.

Incêndios
 
Militares do Corpo de Bombeiros tentam conter um incêndio em uma área de cerrado, atrás do estádio Serejão e perto do concluído mas não ocupado Centro Administrativo, em Taguatinga. O fogo começou por volta das 8h desta sexta-feira (4/9) e se alastra com rapidez, próximo ao perímetro urbano. Cerca de 15 profissionais, com o apoio de dois carros da corporação, trabalham no local. Eles usam água e abafadores. Ainda não há informações sobre o tamanho da área queimada.
 
Às margens da BR-040, próximo a Santa Maria, os bombeiros fazem o rescaldo do maior incêndio do ano, que entra no quinto dia, em uma área da Marinha do Brasil. Cerca de 290 profissionais estão no local e combatem as chamas com a ajuda de soldados da Marinha. Nesta quinta-feira (3/9), um dos focos atingiu uma extensão de 2 Km próximo à linha férrea e alcançou o Km 3 da DF-495. A estimativa da corporação é de que mais de 3 mil hectares de área tenham sido queimados.

Brasil acolhe mais sírios que países na rota europeia de refugiados Luís Guilherme Barrucho e Camilla Costa Da BBC Brasil em Londres e em São Paulo

(Reuters)Image copyrightReuters
Image captionSegundo dados do Conare, 2.077 sírios receberam asilo do governo brasileiro de 2011 até agosto deste ano
Desde o início da crise na Síria, o Brasil vem concedendo asilo a mais refugiados sírios do que os principais portos de destino de refugiados na Europa.
Segundo dados do Conare (Comitê Nacional para os Refugiados), órgão ligado ao Ministério da Justiça, 2.077 sírios receberam asilo do governo brasileiro de 2011 até agosto deste ano. Trata-se da nacionalidade com mais refugiados reconhecidos no Brasil, à frente da angolana e da congolesa.
O número é superior ao dos Estados Unidos (1.243) e ao de países no sul da Europa que recebem grandes quantidades de imigrantes ilegais ─ não apenas sírios, mas também de todo o Oriente Médio e da África ─ que atravessaram o Mediterrâneo em busca de refúgio, como Grécia (1.275), Espanha (1.335), Itália (1.005) e Portugal (15). Os dados da Eurostat, a agência de estatísticas da União Europeia, referem-se ao total de sírios que receberam asilo, e não aos que solicitaram refúgio.
Nas últimas semanas, a crise humanitária na Síria voltou a ganhar projeção na imprensa internacional, com levas de refugiados abandonando o país em direção, principalmente, à Europa. A imagem de um menino sírio morto em uma praia da Turquia virou símbolo da tragédia.
Apesar da distância ─ 10 mil quilômetros separam Brasil e Síria, o governo brasileiro vem mantendo uma política diferente da de muitos países europeus em relação a refugiados sírios.
Há cerca de dois anos, o Conare publicou uma normativa facilitando a concessão de vistos a imigrantes daquele país.
Desde então, muitos sírios daquele país vem escolhendo o Brasil como destino para fugir de guerras, perseguições e pobreza.
Segundo fontes ouvidas pela BBC Brasil no Ministério das Relações Exteriores, o número de vistos concedidos por mês a cidadãos sírios em apenas uma das embaixadas brasileiras no Oriente Médio é hoje quatro vezes maior do que antes do início da crise, em 2011.
Naquele ano, grupos rebeldes tentaram tomar o poder no país e entraram em confronto com forças de segurança do presidente da Síria, Bashar Al-Assad.
Atualmente, a emissão do documento está concentrada principalmente nas embaixadas brasileiras em Beirute (Líbano), Amã (Jordânia) e Istambul (Turquia). A representação diplomática em Damasco (Síria) foi fechada em 2012 por motivos de segurança.
"Antigamente, emitíamos 20 vistos por mês. Hoje são 20 por semana. Mas já emitimos mais", afirmou à BBC Brasil um diplomata que não quis se identificar.
"São pessoas com todos os perfis socioeconômicos. Há desde camponeses a engenheiros e advogados, muitos deles com pós-graduação. Em comum, todos estão fugindo de um país imerso em uma espiral de violência", acrescentou.

Comparação

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Image captionSíria vive crise humanitária sem precedentes
O Brasil também é o país que mais concedeu asilo a refugiados sírios na América Latina. No continente americano, só perde para o Canadá ─ que recebeu 2.374 refugiados entre janeiro de 2014 e janeiro deste ano.
Especificamente na comparação com os vizinhos sul-americanos, contudo, o número de solicitações concedidas pelo governo brasileiro é consideravelmente superior.
Desde 2011, por exemplo, a Argentina concedeu refúgio a apenas 233 sírios. Já o Uruguai, a 117. O Chile, por sua vez, recebeu 1.220 imigrantes.
Na outra ponta, contudo, o Brasil recebeu menos do que Alemanha (65.075), Suécia (39.325), Noruega (2.995), Bélgica (5.430), França (4.975) e Reino Unido (4.035), segundo dados da Eurostat.
Nesta sexta-feira, em resposta à pressão doméstica e internacional, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou que o Reino Unido vai oferecer asilo a "milhares de refugiados sírios" devido à piora da crise humanitária. Ele não divulgou estimativas, mas a Acnur (agência de refugiados da ONU) informou que o número poderia chegar a 4 mil.

Facilidade

Em entrevista à BBC Brasil, o representante da Acnur (Agência da ONU para Refugiados), Andrés Ramirez, elogiou a iniciativa do governo brasileiro, que classificou como uma "importante mensagem humanitária e de direitos humanos".
"O Brasil tem mantido uma política de portas abertas para os refugiados sírios. O número ainda é baixo, em muito devido à localização geográfica. Mas sem dúvida se trata de um exemplo a ser seguido a nível mundial", afirmou ele.
Ramirez lembrou que no Brasil, diferentemente de outros países, enquanto espera pela concessão do asilo, o refugiado pode trabalhar e ter acesso à saúde e à educação.
Ele criticou, entretanto, a demora no processamento de pedidos. Segundo ele, o Conare vem tendo dificuldades para atender à demanda crescente das solicitações de asilo.
"Temos realizado conversas com o governo no sentido de modernizar a estrutura do órgão, face à nova realidade. Houve um aumento substancial no número de pedidos de asilo no mundo. Com o Brasil não foi diferente. É necessário agilizar a dinâmica do Conare, mas sem perder de vista a qualidade. Isso significa desde aumentar o número de funcionários a melhorar a organização interna", explicou.
"Outro desafio é integrar esse refugiado à sociedade brasileira, tanto social quanto econômica e culturalmente", acrescentou.

Crise sem precedentes

(Reuters)Image copyrightReuters
Image captionTravessia no Mediterrâneo pode custar mais de R$ 10 por pessoa
O mundo enfrenta a pior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial, segundo organizações como a Anistia Internacional e a Comissão Europeia.
Desde janeiro deste ano, mais de 350 mil imigrantes atravessaram o Mediterrâneo. Desse total, estima-se que 2.643 tenham morrido no mar enquanto tentavam chegar à Europa, de acordo com a OIM (Organização Internacional para as Migrações).
O número supera com folga o total de 2014, quando 219 mil migrantes tentaram realizar a travessia, normalmente feita em botes ou em embarcações superlotadas, sem os mínimos requisitos de segurança, por traficantes de pessoas.
A viagem pode custar mais de R$ 10 mil por pessoa, tornando o negócio altamente lucrativo ─ uma única embarcação pode render R$ 1 milhão.