O FMI - Fundo Monetário Internacional - afirmou que há "um risco tangível" de Portugal não cumprir a meta do défice este ano "sem cortes adicionais da despesa" e que "é pouco provável" reverter a austeridade sem conter a despesa com salários e pensões.
Na declaração relativa à segunda missão pós-programa, divulgada sexta-feira, no dia em que termina a visita a Lisboa, os técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) consideram que "há um risco tangível de a meta do défice orçamental de 2015, de 2,7% do PIB [Produto Interno Bruto], não ser cumprida sem cortes adicionais da despesa".
Para a missão técnica do Fundo, que esteve em Portugal desde 04 de junho e que terminou hoje a segunda visita regular ao país, "é pouco provável realizar a reversão proposta de várias medidas introduzidas durante o programa de ajustamento sem esforços muito determinados para conter a fatura salarial e a despesa com pensões".
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou entretanto, no Fundão, que o Governo não prevê novas medidas de austeridade para alcançar um défice inferior 03%, o qual acha estar perfeitamente ao alcance do país.
"Os resultados que temos vindo a observar, quer em termos de execução orçamentar quer em termos de evolução da atividade económica, reforçam a nossa ideia de que o resultado que esperamos de ter um défice abaixo dos 03% está perfeitamente ao nosso alcance sem necessidade de novas medidas", afirmou.
Passos Coelho reagia à noite, no Fundão, à declaração de hoje do Fundo Monetário Internacional (FMI), que apontou "um risco tangível" de Portugal não cumprir a meta do défice este ano "sem cortes adicionais da despesa".