sexta-feira, 29 de maio de 2015

Cristina Boner Dona do Grupo TBA, da área de informática. Acusada de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

 Foto: Valter Campanato / Agência Brasil
A Operação Caixa de Pandora foi deflagrada pela Polícia Federal em 27 de novembro de 2009, contra o suposto esquema de pagamento de propina à base aliada do governo do Distrito Federal. O então governador, José Roberto Arruda (DEM), aparece em vídeos recebendo maços de dinheiro de Durval Barbosa, então secretário de Relações Institucionais, que contribuiu com a PF. Três dias depois, o governador afirmou que os valores recebidos foram "regularmente registrados"
Foto: Valter Campanato / Agência Brasil
José Roberto Arruda 
Governador do Distrito Federal entre 2006 e 2010. Acusado de formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 
Paulo Octávio 
Ex-vice-governador. Acusado de formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Durval Barbosa 
Ex-secretário de Relações Institucionais e delator do esquema. Acusado de formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 
Domingos Lamoglia 
Conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal, afastado desde 2009. Acusado de formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. 
José Geraldo Maciel 
Ex-chefe da Casa Civil. Acusado de formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Fábio Simão 
Ex-chefe de gabinete de Arruda. Acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Ricardo Penna 
Ex-secretário de Planejamento e Gestão. Acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
José Valente 
Ex-secretário de Educação. Acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Roberto Giffoni 
Ex-corregedor-geral do Distrito Federal. Acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Eurides Britto 
Ex-deputada distrital. Acusada de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 
Leonardo Prudente 
Ex-deputado distrital. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Júnior Brunelli 
Ex-deputado distrital. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Roney Nemer 
Ex-deputado distrital ainda em exercício. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 
Benedito Domingos 
Deputado distrital ainda em exercício. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Aylton Gomes 
Deputado distrital ainda em exercício. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Odilon Aires 
Ex-deputado distrital. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 
Rogério Ulysses 
Ex-deputado distrital. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Pedro do Ovo 
Ex-deputado distrital. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Berinaldo da Ponte 
Ex-deputado distrital. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Benício Tavares 
Ex-deputado distrital. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Omézio Pontes 
Assessor de imprensa de Arruda. Acusado de formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Adailton Barreto Rodrigues 
Funcionário da secretaria de Educação. Acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Gibrail Gebrim 
Funcionário da secretaria de Educação. Acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Rodrigo Diniz Arantes 
Secretário particular de Arruda. Acusado de formação de quadrilha.
Masaya Kondo 
Funcionário da secretaria de Educação. Acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Luiz Cláudio Freire de Souza França 
Ex-diretor do posto de serviço Na Hora, do GDF. Acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 
Luiz Paulo Costa Sampaio 
Ex-presidente da Agência de Tecnologia da Informação do GDF. Acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Marcelo Toledo 
Policial aposentado e empresário. Acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 
Marcelo Carvalho 
Executivo das empresas Paulo Octávio. Acusado de formação de quadrilha;
Nerci Bussanra 
Diretora da empresa Unirepro. Acusada de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. 
José Celso Gontijo 
Empresário, dono da empreiteira JC Gontijo. Acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
Alexandre Tavares de Assis 
Diretor presidente da Info Educacional. Acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
Antônio Ricardo Sechis 
Dono da Adler, empresa de informática. Acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
Alessandro Queiroz 
Dono da CapBrasil Informática. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Francisco Tony de Souza 
Dono da Veltax, empresa de informática. Acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
Gilberto Lucena 
Dono da Linknet, empresa de informática. Acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
Cristina Boner 
Dona do Grupo TBA, da área de informática. Acusada de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

Prefeito que ganharia mais que Dilma abre mão de reajuste em Sertãozinho Gimenez receberia R$ 30,9 mil, mas prometeu sustar o próprio aumento. Sem alta de 7,6%, ele ainda segue ganhando mais que governador de SP.

Zezinho diz que o principal na administração pública é controlar gastos e cumprir o orçamento (Foto: Fernanda Testa/G1)Gimenez discorda de comparação com ganhos de presidente, mas abre mão de reajuste (Foto: Fernanda Testa/G1)
Às vésperas de ganhar mais do que a presidente Dilma Rousseff (PT), o prefeito de Sertãozinho(SP), José Alberto Gimenez (PSDB), anunciou publicamente que abrirá mão do reajuste de 7,6% previsto para ser válido a partir de 1º de junho.
Apesar de criticar a imprensa e alegar "sensacionalismo" na cobertura do tema, o chefe do Executivo confirmou nesta sexta-feira (29) que enviará um projeto de lei à Câmara suspendendo exclusivamente o aumento na remuneração dele e do vice-prefeito.
Depois de uma greve de servidores no município, Gimenez estabeleceu o reajuste salarial para todos os funcionários públicos em projeto que foi encaminhado e aprovado pelo Legislativo no dia 18.
Com a medida, o prefeito passaria a ter subsídio mensal de R$ 30.988, enquanto Dilma ganha R$ 30.934. Especialistas consultados pelo G1 disseram que a elevação, embora sustentada pela lei, é imoral, levando-se em conta a crise financeira enfrentada por Sertãozinho.
Assim, ele permanecerá ganhando R$ 28,8 mil, valor bruto que é resultante de reajustes anteriores à sua entrada na gestão municipal, e que ainda é superior ao pago ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).Em um comunicado, o mandatário discordou da comparação feita com a remuneração da presidente da República e citou uma série de medidas de austeridade econômica, mas confirmou que abrirá mão do recente reajuste - o mesmo não vale para o restante dos servidores.
“Agora sim, mais aliviado, após esses esclarecimentos a você, e sabendo do momento da economia de nossa cidade, com muito desemprego, informo que já abri mão do aumento legal por lei de 7.6% - que foi dado a todos os funcionários públicos -, e assim o farei, abdicando desse aumento (correção da inflação). Aproveito para informar que, estarei encaminhando à Câmara Municipal um projeto de lei, cancelando o último reajuste dos subsídios do Prefeito Municipal e do Vice-prefeito”, disse, sem informar um prazo para a medida.
Reajuste segue Lei Orgânica, diz prefeito
Em seu esclarecimento público, José Alberto Gimenez lamentou a cobertura jornalística sobre o caso, alegando que a imprensa só busca "matérias que visam manchar" o município e que o assunto foi conduzido de maneira desrespeitosa nas redes sociais por pessoas politicamente contrárias a ele. "Quando assumimos, fizemos mudanças, cortes e isso, evidentemente, não agradou algumas pessoas", afirmou.
Também disse que a remuneração dos agentes políticos é definida pela Câmara antes das eleições e que esta, segundo a Lei Orgânica do município, será reajustada anualmente, no mesmo índice do reajuste do funcionário público. "Desde 1997 (há 18 anos), a remuneração do prefeito somente foi corrigida conforme a Lei Orgânica."
Gimenez afirmou que seu subsídio, diferente de um salário, não inclui por exemplo férias remuneradas, 13º salário e fundo de garantia e totaliza R$ 21.395,87 se descontados Imposto de Renda e INSS. Ele também alega que a comparação salarial em relação ao que ganha a presidente o governador de SP é um "artifício jornalístico, para criar sensacionalismo na matéria" e cita que, diferente desses, não tem direito a benefícios como moradia, alimentação e transporte.
Austeridade econômica
O prefeito falou de medidas à frente da Prefeitura para evidenciar economia de gastos, dentre elas a abdicação do uso da Guarda Civil Municipal para sua segurança - feita segundo Gimenez por outros profissionais pagos por ele -, a utilização do carro oficial somente durante o expediente e a prática de ir e voltar no mesmo dia, para poupar diárias em hoteis, quando viaja para São Paulo e Brasília.
"A Administração Municipal conta com, aproximadamente, 3200 funcionários, que se dedicam em vários setores, oferecendo à população um serviço de boa qualidade. Nossa austeridade com o dinheiro público, pagando as dívidas da gestão anterior, na casa dos R$ 27 milhões, e fazendo ajustes, nos possibilitou um dinheiro em caixa. Estamos conseguindo realizar obras importantes em Sertãozinho e no nosso Distrito, e as nossas contas estão em dia", afirmou.

PF cumpre no DF mandado de busca na casa da primeira-dama de MG Operação Acrônimo apura lavagem em contratos do governo federal. Quatro foram presos, incluindo três detidos com R$ 113 mil em jatinho.

O ex-governador de Minas Alberto Pinto Coelho, o governador Fernando Pimentel (centro) e Carolina Oliveira (Foto: Pedro Ângelo/G1)O ex-governador de Minas Alberto Pinto Coelho, o governador Fernando Pimentel (centro) e Carolina Oliveira em foto de arquivo (Foto: Pedro Ângelo/G1)
O apartamento em Brasília da primeira-dama de Minas Gerais, Carolina Oliveira Pimentel, mulher do governador Fernando Pimentel, foi um dos alvos na manhã desta sexta-feira da Operação Acrônimo, da Polícia Federal. A ação foi deflagrada para combater lavagem de dinheiro por meio de um esquema de sobrepreço e de recebimento por contratos não executados com o governo federal desde 2005.
Até o momento o governador Pimentel não é alvo da investigação"
Dennis Cali, delegado regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado
Carolina tem um apartamento em Brasília desde o tempo em que trabalhava na assessoria de imprensa no Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior na mesma época em que Pimentel era titular da pasta.
A corporação não informou o que foi apreendido na residência, que fica na quadra 114 Sul, na região central de Brasília. No total, 30 endereços de pessoas físicas e 60 empresas de Minas, Rio Grande do Sul, Goiás e Distrito Federal foram incluídas na operação.
O delegado regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado, Dennis Cali, disse pela manhã que não havia nenhuma autoridade com prerrogativa de foro ou partido político sendo investigado. "Até o momento o governador Pimentel não é alvo da investigação." Em nota, a Secretaria de Comunicação do Estado de Minas Gerais disse que o governo mineiro "não é objeto de investigação neste processo".
Além disso, a corporação apreendeu ainda mais de R$ 100 mil em espécie e 12 carros de luxo no Distrito Federal, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás. Um avião avaliado em R$ 2,5 milhões também foi apreendido.De acordo com Cali, há 30 empresas sendo investigadas. Uma delas teria tido faturamento de R$ 465 milhões. Quatro homens foram presosem flagrante suspeitos de envolvimento no esquema. Policiais encontraram mensagens trocadas entre os suspeitos que indicavam a prática de crimes.

Entre os presos estão Marcier Trombiere Moreira, servidor de carreira do Banco do Brasil que trabalhou, na campanha do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT); o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, dono de uma gráfica que também prestou serviço para a campanha do governador petista e que, em 2010, chegou a ser investigado por supostas ligações com a produção de dossiês contra candidatos do PSDB; e um homem identificado como Pedro Medeiros.
Dinheiro apreendido durante Operação Acrônimo, da Polícia Federal, para combater lavagem de dinheiro (Foto: Polícia Federal/Divulgação)Dinheiro apreendido durante Operação Acrônimo, da Polícia Federal, para combater lavagem de dinheiro (Foto: Polícia Federal/Divulgação)
Os três já haviam sido detidos em outubro do ano passado, quando a PF apreendeu um jatinho no Aeroporto Juscelino Kubitschek que transportava R$ 113 mil. A aeronave é a mesma apreendida na operação desta sexta. Cali afirmou que documentos apreendidos pela PF demonstraram que os homens mantinham a associação criminosa mesmo após a ação. A pena para associação criminosa é de 1 a 3 anos de prisão.
Polícia Federal esteve na casa do ex-deputado Virgílio Guimarães (PT), no bairro Sion, região centro-sul de Belo Horizonte, para cumprir mandado de busca e apreensão. Nenhum detalhe do cumprimento do mandado foi divulgado.
Avião bimotor apreendido em Brasília pela Polícia Federal na Operação Acrônimo (Foto: Divulgação / PF)Avião bimotor apreendido em Brasília pela Polícia Federal na Operação Acrônimo (Foto: Polícia Federal/Divulgação)
Procurado pelo G1, o ex-deputado disse que a Polícia Federal esteve "com toda educação" na casa dele. Segundo o petista, a PF apreendeu dois telefones celulares e um netbook dele. O ex-parlamentar disse que a PF também foi à casa da ex-mulher no bairro Funcionários, na região centro-sul de Belo Horizonte. "Eu não sei o que levaram de lá", disse.
O ex-parlamentar afirmou que não tem relação com o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto. "Eu não tenho o menor conhecimento disso [esquema de lavagem de dinheiro]", disse ao G1. Guimarães afirmou não ter sido comunicado de ser investigado.
'Laranjas' e dinheiro fracionado
De acordo com a Polícia Federal, para ocultar a origem criminosa do dinheiro, os investigados usavam com frequência "laranjas" e fracionavam os valores em partes menores, manobra que é conhecida como "smurffing".
Eles também se valiam de uma manobra conhecida como confusão patrimonial, quando em um mesmo espaço funcionam várias empresas. "Isso visa justamente dificultar a responsabilização e identificar quem é o dono da empresa", disse o delegado.
Veículo apreendido pela Polícia Federal na Operação Acrônimo (Foto: Divulgação / PF)Veículo apreendido pela Polícia Federal na Operação Acrônimo (Foto: Polícia Federal/Divulgação)

Cerca de 400 policiais federais foram envolvidos na operação desta sexta. O nome da operação faz referência ao fato de o prefixo da aeronave na qual foi localizado o dinheiro ser uma sigla formada pelas iniciais dos nomes dos familiares dos principais investigados.
R$ 465 milhões é o faturamento de uma das empresas investigadas no suposto esquema de corrupção
Na apreensão do ano passado, quando começou a investigação, a Polícia Federal abriu um inquérito para apurar suposta lavagem de dinheiro. À época, a Coligação Minas Pra Você, de Pimentel, informou que Moreira e a gráfica de Oliveira Neto foram desligados com o fim da campanha eleitoral.
Ao longo dos oito meses de apurações, os policiais analisaram dados obtidos em notebooks, smartphones, tablets e outros dispositivos eletrônicos apreendidos com os suspeitos. Os investigadores analisaram mais de 600 gigabytes de informações e as cruzaram com outras fontes de base e dados.

Justiça bloqueia R$ 137 milhões da construtora Mendes Junior, diz MPF Valor é referente a 1% dos contratos firmados com a Petrobras, mais multa. Judiciário já bloqueou quase R$ 1 bilhão de empresas investigadas.

O Ministério Público Federal (MPF) divulgou, nesta sexta-feira (29), que a Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 137.526.767,64 do Grupo Mendes Junior e de cinco executivos da empresa, investigados na Operação Lava Jato.
Esses valores se somam a outros bloqueios já determinados pela Justiça Federal a outras empresas e réus da operação. Só em relação às empreiteiras, já há quase R$ 1 bilhão bloqueado. (Veja a lista de bloqueios abaixo)
Os valores, segundo o MPF, são referentes a 1% dos contratos firmados entre a Mendes Junior e a Petrobras, além de três vezes esse valor, a título de multa civil.
Ainda conforme a procuradoria, os réus têm prazo de 15 dias para apresentar à Justiça quais bens estão disponíveis e desimpedidos para serem penhorados.
Propinas
Segundo o MPF, a Justiça Federal considerou que houve o pagamento de propinas no valor de 1% nos contratos das empreiteiras com a Petrobras – dinheiro destinado à diretoria de Abastecimento, comandada na época dos desvios por Paulo Roberto Costa.
O bloqueio tem carater liminar (provisório) e seu objetivo é garantir o pagamento de eventuais multas por parte dos investigados, em caso de condenação. Além das empresas investigadas, em abril houve bloqueio de R$ 120 milhões de contas bancárias de pessoas investigadas na operação.
Em novembro, o juiz Sérgio Moro determinou o sequestro de R$ 118.857.513,66 das contas e aplicações financeiras de três empresas e de 16 suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção que atuava dentro da Petrobras.
Valores bloqueados de empresas investigadas na Lava Jato:
Galvão Engenharia: R$ 302.560.926,48
Camargo Corrêa e Sanko Sider: R$ R$ 241.541.922,12
Queiroz Galvão: R$ 163,5 milhões
Engevix: R$ 153.957.199,60
Mendes Junior: R$ 137.526.767,64

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Irã fornece algumas informações em investigação nuclear da ONU, diz AIEA

Bandeira da AIEA na sede da agência em Viena. 28/05/2015 REUTERS/Heinz-Peter Bader
Por Michael Shields
VIENA (Reuters) - O Irã forneceu algumas informações sobre uma das duas questões em aberto em uma investigação da agência nuclear da ONU sobre se o país teria feito pesquisas para a produção de uma bomba atômica, disse nesta sexta-feira a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), entidade da ONU.
O relatório confidencial da AIEA, obtido pela Reuters, assinala que o Irã "compartilhou algumas informações em relação a uma destas medidas. A Agência e o Irã concordaram em prosseguir com o diálogo sobre essas medidas práticas e se reunirem novamente em  breve."
O último relatório trimestral da AIEA sobre o Irã foi enviado aos Estados membros da agência da Organização das Nações Unidas num momento em que o Irã busca entrar em acordo sobre as condições finais de um acordo com seis potências mundiais para reduzir seu programa nuclear em troca de alívio de sanções impostas ao país.
Os sete países fixaram 30 de junho como data limite para chegarem a um acordo, mas há indícios de que esse prazo não será cumprido.
A AIEA, com sede em Viena, também disse que continua sendo vital que o governo iraniano forneça respostas a perguntas da agência sobre acesso à base militar de Parchin, onde autoridades ocidentais suspeitam que o Irã realizou testes de explosivos relevantes para bombas nucleares.
A República Islâmica nega e afirma que está enriquecendo urânio apenas para uso em energia elétrica e isótopos médicos, e que não está desenvolvendo em segredo a capacidade produzir uma bomba nuclear, como suspeitam países ocidentais.
(Reportagem de Mark Heinrich)

A pátria em chuteiras e algemas Os dirigentes da CBF, acostumados a uma marcação frouxa das autoridades brasileiras, agora enfrentaram os beques carniceiros do FBI. Jogo bruto.

José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, na Copa do Mundo do Brasil. / RICARDO STUCKERT/FOTOS PÚBLICAS/CBF
futebol no Brasil já foi tão importante ao ponto do nosso principal cronista, Nelson Rodrigues, ter definido a seleção nacional como a “Pátria em chuteiras”.
Para o estrangeiro ou desavisado conterrâneo da “Pátria Educadora” que ainda desconhece o tio Nelson, deixo uma comparação bem à maneira da pegada hiperbólica rodrigueana: este monstruoso escritor nascido no Recife e criado no Rio de Janeiro é o Shakespeare dos trópicos. No mínimo.
Muita gente se aproveitou do mote do cronista nos últimos 50 anos. Generais da Ditadura Militar, o governo federal do PT/aliados durante a Copa 2014 e, óbvio, a oposição chefiada pelo tucano Aécio Neves e seus célebres amigos futebolistas, como Ronaldo e o seu então agenciado e subalterno Neymar Jr.
Em todos os casos de uso e abuso da “Pátria em chuteiras”, vale a versão verde e amarela do filósofo carioca Millôr Fernandes para uma frase famosa do velho mr. Johnson: “O patriotismo é o último refúgio do canalha. No Brasil, é o primeiro”.A camisa amarela do escrete também virou fardamento oficial das recentes manifestações que clamavam aos céus pelo impeachment da presidenta Dilma, pediam o golpe dos milicos e o fim da corrupção. Por cima daqueles corações exaltados, em uma espécie de taquicardia cívica e moral, havia o escudo da CBF, a Casa Bandida do Futebol, para usar a sigla na versão do jornalista Juca Kfouri(Folha de S. Paulo e ESPN), um Quixote pioneiro nas denúncias das tenebrosas transações da tal confederação.
Ricardo Teixeira passa a bola para José Maria Marin, que mata no peito patriótico —o do lado do bolso e do coração— e solta a pelota para Marco Polo Del Nero... Eis o trio de atacantes das últimas três décadas na presidência da CBF. Acostumados a uma marcação frouxa e relaxada por parte das autoridades brasileiras, agora enfrentaram os beques carniceiros do FBI. Jogo bruto. Marin está preso na Suíça, Teixeira e Del Nero, os boas vidas, são citados, nas figuras de “co-conspiradores”, no relatório da investigação americana. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos do seriado.
certeza absoluta da impunidade foi definida por essa turma da pesada em todos os modos possíveis. Principalmente no “estou cagando e andando” de Teixeira, como disse na histórica entrevista à repórter Daniela Pinheiro (revista Piauí, 2011). Falava sobre as denúncias, as mesmíssimas de hoje, que já borravam a sua ficha corrida. “Só vou ficar preocupado, meu amor, quando sair no Jornal Nacional", desdenhou. E saiu na noite de ontem, vamos ver os desdobramentos. “Deu até no New York Times”, como a gente costuma se expressar na língua provinciana da taba Tupi desde os tempos do Henfil.

Dinheiro e fase anal

O “cagando e andando”, segundo a teoria da fase anal de Sigmund Freud, significa esbanjamento de grana. Simbolicamente, se meu freudianismo de botequim estiver em dia, Teixeira esnobava sem economizar no verbo ou na gastança, sem qualquer contenção (enfezamento), o seu pecado capital sem origem muito bem resolvida. A merda ou o dinheiro, mesmo de maneira simbólica, sempre deixam rastros. Siga o cacau, digo, a grana, reza o manual do cão farejador de mutretas.
Em crise de qualidade técnica e de moral, o mais correto, caríssimo Nelson Rodrigues, seria dizer que estamos em uma fase da Pátria em sandálias da humildade. Descemos do salto alto. Como repetem por aqui: 7x1 foi pouco. Infelizmente não consigo pensar assim de forma tão fria. Aquela tarde-noite do Mineirão ainda me humilha profundamente. Por mais que eu politize a minha dor, minha dor não cai no conto. Algumas dores dos homens, mesmo as mais bestas, são à prova de analgésicos ideológicos. A dor do futebol principalmente.
Falar neste imoral placar de 7x1, mal o José Maria Marin foi para o xilindró “padrão Fifa” de Zurique e o pipoqueiro cearense aqui da esquina da Miguel Lemos com Nossa Senhora de Copacabana já possuía sua teoria da conspiração mais do que fundamentada: a CBF vendeu a Copa. Tudo armação ilimitada. Pego o metrô Cantagalo/Uruguaiana e o papo é o mesmo. No táxi do flamenguista, idem. No bar Papillon, naturalmente.
No Galeto Sat's, uns amigos do PSOL, ligados na TV Câmera, vibravam com aquele primeiro gol contra do Eduardo Cunha, na derrota do mafioso peemedebista na votação do chamado votodistritão. No dia seguinte, o mesmo 7x1 de sempre contra uma possível ideia de reforma política, como já previa, distraída no ambiente luxuoso, a nada enigmática Valquíria, a mais cool das damas da noite carioca: “Sou puta velha, entregue às evidências, o contrário de qualquer dissimulada Capitu de araque”.
Capitu, para o amigo que não teve chance ou sede de leitura na “Pátria Educadora”, vem a ser um personagem machadiano sobre quem pairavam algumas dúvidas de conduta amorosa. Deixo o Marechal, meu amigo Álvaro Costa e Silva, em colóquio ilustrado com Valquíria, e sigo no jogo sujo e enigmático da existência até a porta de casa.
“O Brasil vendeu a Copa, hein, seu Xico!”, diz o porteiro Juju, outro nobre cearense. “Será?”, indago. “Quando eu tenho certeza né pouca certeza não”, diz ele, convicto. “É certo como boca de padre, justo como boca de bode”, manda o mantra nordestino.
(...) E coube a este noctívago cronista ficar esperando, agora, a chegada do presidente da CBF, Del Nero, até essa hora da madruga, 05h e alguma coisa. Como sabemos, ele fugiu do Congresso da FIFA, em Zurique, e chegaria hoje ao Brasil. Crente em uma prisão espetacular do folgado cartola, algemas assim que soltar o cinto de segurança, aqui aguardo, dedos coçando sobre a máquina de escrever, para concluir essa crônica...
Quem sabe, né?
Esperei, esperei...
Vixe, ilusões perdidas, como naquele velho e lindo romance francês. Esperei até a chegada de Del Nero no aeroporto de Guarulhos.
O homem segue na sua vida boa, a Polícia Federal não inventou um daqueles nomes espetaculares para suas operações, a Pátria em chuteiras espera mais uma rodada do Campeonato Brasileiro.
Bom final de semana.
Xico Sá, escritor e jornalista, é comentarista esportivo dos programas “Redação SporTv” e “Extra-Ordinários”.