O guia supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, afirmou nesta quarta-feira que um acordo sobre o programa nuclear iraniano com as grandes potências excluirá a inspeção das instalações militares e as entrevistas com cientistas, informou a agência oficial Irna.
"Também dizem que devemos permitir entrevistas com cientistas nucleares. Isto é interrogatório. Não permitirei que estrangeiros venham falar com cientistas que avançaram com a ciência a este nível", declarou Khamenei."Já afirmamos que não permitiremos nenhuma inspeção das instalações militares por parte dos especialistas estrangeiros", disse.
Estados Unidos, Grã-Bretanha, China, França, Rússia e Alemanha negociam com Teerã um acordo que deve ser concluído até 30 de junho para evitar que o Irã possa desenvolver armamento nuclear, em troca de uma suspensão das sanções internacionais.
Caso o acordo seja implementado, o Irã reduziria dramaticamente suas atividades nucleares.
Teerã sempre afirmou que seu programa atômico tem fins pacíficos.
A Bovespa fechou em queda nesta terça-feira (19), ficando abaixo dos 56 mil pontos pela primeira vez no mês. A queda foi puxada principalmente pela pressão negativa daPetrobras, em meio a incertezas sobre a estatal.
O principal índice da bolsa paulista, o Ibovespa, recuou 1,26%, a 55.498 pontos. Veja a cotação. No mês, há queda acumulada de 1,3% e no ano, alta de 10,98%.
A Petrobras caiu mais de 6%, com agentes financeiros ajustando posições após a divulgação do balanço do primeiro trimestre, cautelosos com o horizonte da companhia e a defasagem de preços domésticos de combustíveis com o exterior. Dados de produção da estatal de abril divulgados na véspera pouco animaram, enquanto fatores técnicos corroboraram a queda. No ano, a ação preferencial da Petrobras ainda acumula alta de quase 30% e a ordinária sobe mais de 40%, segundo a Reuters.
Bovespa nos últimos dias
Veja a pontuação de fechamento por data.
Gráfico elaborado em 19/05/2015
Itaú Unibanco e Bradesco também pesaram, com quedas respectivas de 1,41% e 1,46%, enquanto o mercado segue na expectativa de elevação da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos dentro do universo de medidas visando esforço fiscal do governo. Banco do Brasil perdeu quase 3%, a despeito do anúncio de nova recompra de ações.
A Vale reduziu perdas em meio a anúncios de acordos com a China, em sessão de nova queda do minério de ferro no mercado chinês. O BTG Pactual disse em nota a clientes ver a correção no minério como justa e esperar queda adicional no preço, pois avalia que os fundamentos não sustentam preços mais altos. "Mercado segue sobreofertado e, apesar da volatilidade recente, seguimos cautelosos com Vale", disse o BTG, segundo a Reuters.
O gerente do renda variável da Fator Corretora, Frederico Ferreira Lukaisus, classificou o movimento na bolsa paulista como uma correção. "O Ibovespa começou o ano fraco, foi se recuperando e agora está corrigindo para baixo de novo", disse à Reuters, avaliando que anúncios de acordos com a China limitaram perdas.
Brasil e China assinaram nesta terça-feira acordos que superam os US$ 53 bilhões para investimentos e contratos de cooperação financeira, assegurando um fluxo de capital importante para a economia brasileira no momento em que busca se recuperar.
Dólar O dólar fechou em alta pelo terceiro dia nesta terça-feira (19), após operar com instabilidade. Investidores aguardaram a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, e monitoraram o noticiário fiscal brasileiro. A moeda norte-americana subiu 0,75%, a R$ 3,0412 na venda, após ter subido 0,68% na véspera. Este é o valor mais alto das últimas cinco sessões.
Seis meses e uma derrota eleitoral depois, o PSDB enfim conseguiu dar seu troco à campanha que reelegeu a presidenta Dilma Rousseff em outubro. E ao melhor estilo João Santana, o marqueteiro a quem a permanência do PT no Palácio do Planalto foi atribuída. Enquanto na propaganda de Santana a comida sumia da mesa das famílias brasileiras como consequência direta da autonomia do Banco Central, em crítica ao programa de Marina Silva, o programa tucano mostra um casal com filhos exposto ao temporal depois que o guarda-chuva que os protege é retirado, enquanto o locutor diz que o "Governo corta direitos e benefícios".
"Contra um Governo que é a favor de um partido, uma oposição que é a favor do país", diz o slogan do PSDB, cuja propaganda começa com imagens alusivas ao panelaços de que o Governo Dilma tem sido alvo e mostra a imagem da presidenta para apresentar as contradições entre a campanha petista e as primeiras ações de seu segundo mandato. "É extremamente injusto que as famílias brasileiras hoje tenham de pagar pelos erros gravíssimos que esse Governo cometeu durante os últimos anos", critica o senador Aécio Neves, derrotado nas urnas por Dilma.Após dar um passo em falso na direção dos grupos que defendem oimpeachment e titubear no posicionamento sobre a lei da terceirização, o PSDB mostra que segue em busca de encaixar um discurso para desgastar o Governo. Em meio às históricas divergências internas, o partido aposta mais uma vez na imagem do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e aproveita seu programa nacional para expor a presidenta Dilma, que o próprio PT escondeu em sua propaganda, veiculada semanas atrás.
Segundo Aécio, "o Governo preferiu ir pelo caminho errado e escondeu a situação do país apenas para vencer as eleições". "Oajuste da presidente Dilma tira muito dos brasileiros e quase nada do Governo. A presidente chama isso de ajuste, e eu chamo isso de injusto", compara o tucano, que cobra a redução do número de ministérios, o corte de "milhares de cargos apadrinhados" e o fim do "câncer da corrupção". "A palavra empenhada em uma campanha eleitoral é para ser honrada", finaliza. A bancada do PSDB na Câmara tem protestado contra as medidas de ajuste proposta pelo Governo, sob o argumento de que elas apenas prejudicam assalariados "sem cortar na carne". No afã de impor derrotas ao Governo, os tucanos ajudaram até a derrubar fator previdenciário, criado no Governo FHC para tentar contar os gastos com pensões a aposentadorias.
Na propaganda tucana, que vai ao ar nesta terça-feira, tambémsobra para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "A raiz da crise atual foi plantada bem antes da eleição da atual presidente. Os enganos e os desvios começaram já no Governo Lula", diz o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "O que a realidade está mostrando é que nunca antes neste país se errou tanto, nem se roubou tanto em nome de uma causa", completa FHC, acrescentando que o país foi "iludido com sonhos de grandeza enquanto a robalheira corria solta".
O programa do PSDB expõe imagens da presidenta em inserções de televisão da época em que o Governo anunciou redução na conta de luz e também durante a campanha do ano passado, quando Dilma disse, em referência aos opositores, que não queria ser eleita em 2014 para "arrochar salário, desempregar e tirar direito do trabalhador". Os tucanos ainda contrapõem as declarações da presidenta à projeção de que a inflação deve ultrapassar 8% no ano — longe do teto de 6,5% — e ao aumento de impostos, juros, gasolina e da luz. Também não faltam críticas à situação da Petrobras.
O governo da Coreia do Norte anunciou nesta quarta-feira (20) que conseguiu miniaturizar armas nucleares, um avanço técnico que permitiria ao país colocar o material dentro de um míssil.
"Também chegamos à etapa que garante o índice de precisão mais alto, não apenas para mísseis de curto e médio alcance, mas também para mísseis de longo alcance", completa o comunicado."Há muito tempo começamos a miniaturizar e diversificar nossos meios para um ataque nuclear", afirmou a Comissão Nacional de Defesa (CND), citada pela agência oficial de notícias KCNA.
"Não escondemos este fato", afirma a nota da comissão.
A CND, principal organismo militar do país liderado por Kim Jong-Un, criticou os Estados Unidos e seus aliados por terem condenado o teste de um míssil balístico lançado a partir de um submarino em 8 de maio.
Washington afirmou que o teste do míssil violava pelo menos quatro resoluções da ONU que proíbem Pyongyang de utilizar tecnologia de mísseis balísticos.
SEUL (Reuters) - Fotografias que mostravam um míssil norte-coreano lançado de um submarino foram manipuladas por propagandistas do governo e o país pode estar a anos de conseguir desenvolver tal tecnologia, disseram analistas e uma autoridade militar dos Estados Unidos na terça-feira.
A Coreia do Norte, sob sanção dos Estados Unidos e da ONU por seus testes nucleares e com mísseis, disse em 9 de maio que conduziu com sucesso um teste de lançamento de um míssil balístico de um submarino que, se for verdade, iria indicar progresso em sua busca por submarinos equipados com armas.
Na quarta-feira, a Coreia do Norte alertou os Estados Unidos para não desafiarem seu direito soberano de impulsionar a dissuasão militar e se vangloriou de sua habilidade de reduzir o tamanho de ogivas nucleares, reivindicação feita anteriormente e amplamente questionada e nunca verificada por especialistas.
Mas a Coreia do Norte ainda está "a muitos anos" de desenvolver um submarino com lançamentos balísticos, disse na terça-feira o almirante dos EUA James Winnefeld em audiência no Centro para Estratégias e Estudos Internacionais, em Washington.
"Eles não chegaram tão longe quanto seus inteligentes editores de imagem e manipuladores queriam que acreditássemos", disse Winnefeld, que é vice-chefe da Maior das Forças Armadas.
Análises vistas pela Reuters dos engenheiros aeroespaciais alemães Markus Schiller e Robert Schmucker, da Schmcker Technologie, parecem apoiar a afirmação de Winnefeld. A dupla com sede em Munique disse que as fotos do lançamento foram "fortemente modificadas", incluindo reflexos da chama do míssil na água que não se alinhava com o projétil em si.
BAGDÁ (Reuters) - Forças iraquianas disseram ter enfrentado um ataque durante a noite de militantes do Estado Islâmico próximo à cidade de Ramadi, a qual os insurgentes tomaram no fim de semana, na derrota mais significante para o governo do Iraque em um ano.
O Estado Islâmico busca consolidar seus ganhos na vasta província de Anbar, da qual Ramadi é a capital, onde somente pontos isolados de território continuam sob controle do governo. O avanço do Estado Islâmico expôs as falhas do Exército iraquiano e as limitações dos ataques aéreos norte-americanos.
Forças do governo apoiadas por milícias xiitas vêm construindo uma base próxima a Ramadi para a preparação de um contra-ataque para retomar a cidade, onde o Estado Islâmico possui tanques e artilharia abandonados por forças iraquianas que fugiram.Durante a noite, militantes do Estado Islâmico atacaram forças governamentais na cidade de Husaiba al-Sharqiya, cerca de metade do caminho entre Ramadi e a base militar de Habbaniya, onde milicianos estão reunidos, disseram a polícia e forças pró-governo.
"O Daesh (Estado Islâmico) nos atacou por volta de meia-noite após uma onda de disparos de morteiros em nossas posições", disse à Reuters Amir al-Fahdawi, líder de uma força tribal sunita pró-governo na área.
À medida que cresce a pressão por uma ação para a retomada de Ramadi, uma autoridade do governo local pediu aos cidadãos para se juntarem à polícia e ao Exército e participarem do que os milicianos xiitas disseram que será a "Batalha de Anbar".
SalvarR.A presença chinesa é importante para todos os projetos. Agora, sabemos que muitos desses projetos e esse investimento, que se fala em 53 bilhões de dólares, não vai acontecer desse jeito. Quando estudamos grandes propostas e olhamos o que aconteceu depois, vemos que muitas ações acabam não acontecendo, nem tem o mesmo tamanho. Mas mesmo se só a metade acontecer, isso é muito grande. Só a presença dessas promessas de investimento é uma chance única de integrar o continente sul-americano de um jeito que vai transformar a relação que nós temos com os nossos vizinhos. A América do Sul é muito mal integrada em termos de infraestrutura, é fisicamente pouco integrado.
Resposta. Certamente não está preparado. O patamar chinês realmente é menor do que aquele que a gente teve nas últimas três décadas e hoje estamos vivendo o que os chineses chamam de "novo normal", que é um crescimento menor, mas mais sustentável. A China está passando por vários processos típicos de países em desenvolvimento que atingem um patamar per capita que é menos dependente de exportação e mais dependente de consumo interno. E o grande erro do Brasil foi não ter se preparado para anos mais difíceis, sobretudo durante o Governo Lula. Obviamente, o ponto crucial do crescimentos dos últimos anos foi essa demanda chinesa e, mesmo sabendo que isso iria acabar em algum momento, o Brasil não fez nada.
P. Mas como vai fica o comércio entre os dois países?
R. Apesar do crescimento mais baixo, a China vai se manter como o grande parceiro comercial do país. O comércio com a China vai crescer em números absolutos e relativos se comparamos o total do comércio brasileiro com o resto do mundo, porém não vai mudar qualitativamente. Em termos absolutos ainda está ótimo, mas qualitativamente não está. Seguimos sendo um fornecedor de commodities, com todo o risco que isso implica. A questão é que o Brasil não tem alta produtividade de valor agregado.
R. É um encontro focado em questões econômicas. Ele está aqui, ele é a segunda pessoa mais influente da China, mas está aqui claramente como um emissário do presidente. Não é ele é quem vai tomar muitas decisões, é uma visita mais simbólica de aproximação. Ele quer mostrar que o peso econômico maior da China é bom para o continente. Do ponto de vista chinês, a América do Sul é apenas uma peça do esquema mundial para assegurar fornecimento de matéria prima e também de mercado que consumem produtos chineses de valor agregado.
P. Quais as perspectivas do futuro dos BRICS?
R. Acho que o grupo está passando por um momento de maior dinamismo, não no aspecto econômico dos países, mas vamos ver em breve o lançamento do Banco de Desenvolvimento do grupo. Isso será a primeira manifestação institucional do grupo. É um passo importante, pois desenvolver esse banco com outros países não é trivial, isso conecta esses países e gera uma ligação institucional de longa duração. Esse banco ligará os ministérios de fazenda, os bancos centrais, vamos ter um aumento de atividades intra BRICS. O que mostra que o grupo não depende mais de questões de crescimento econômico, é um grupo com viés cada vez mais político. Uma de suas grandes manifestações aconteceu, no ano passado, quando o grupo resolveu se recusar a se alinhar com os EUA e Europa sobre a questão da Crimeia. Os BRICS salvaram a Rússia de um isolamento político total. Realmente eu discordo desta leitura de que o grupo está encarando problemas por causa de um crescimento econômico mais baixo. Está tendo uma ampliação inédita de atividades do grupo. O custo é zero e os benefícios que esses países têm são grandes.
P. E como o Brasil está aproveitando essa ampliação?
R. Para o Brasil é realmente muito bom. É por meio do grupo BRICS que a presidenta do Brasil consegue se encontrar a sós com o presidente da China duas vezes ao ano. Uma vez no G20 e outro na cúpula. Apesar dos diplomatas não admitirem, o Brasil não teria essa possibilidade se não fosse pelo grupo BRICS. É um acesso, um canal direto importante. E esses encontros não acontecem apenas no nível presidencial temos encontros ministeriais em muitas áreas como saúde e educação. Quando você fala da cooperação do Brasil com os países do grupo há 10 anos, era impensável que chegasse ao nível de hoje. No caso da Rússia, a exportação brasileiras aumentaram muito. Tem uma visibilidade grande e passa essa visibilidade ao Brasil.
P. O que podemos esperar de novidade no próximo encontro dos BRICS em julho na Rússia?
R. Provavelmente será divulgada a data de lançamento do banco do grupo e quem serão os representantes na instituição. No Brasil, o representante deve ser provavelmente o Paulo Nogueira Batista Jr, do FMI. Vamos ter mais detalhes de como funcionará o fundo de reserva, e a grande questão será se o banco financiará projetos de outros países além dos membros dos BRICS. Acho que também será anunciada uma série de medidas para desburocratizar o comércio entre os países.
P. Além do Banco do BRICS o Brasil será membro do novo banco asiático de desenvolvimento...
R. Isso tudo faz parte de uma ordem paralela, não para substituir ou confrontar a ordem vigente, mas para reduzir o controle que os países possuem sobre a ordem atual. Os BRICS continuarão apoiando as instituições vigentes, mas esses bancos criarão um fundamento para que os países não sejam apenas dependentes do FMI e o Banco Mundial. Para o Brasil, isso significa que estamos caminhando para uma ordem multipolar, mas tudo depende da trajetória da China nos próximos anos.