quinta-feira, 14 de maio de 2015

Alta de rendimentos de bônus limita ganhos nas bolsas asiáticas

SYDNEY/TÓQUIO (Reuters) - A surpreendente alta dos rendimentos dos bônus encareceu ações em relação a títulos públicos e limitou os ganhos nos mercados acionários asiáticos nesta quinta-feira.
Às 7h29 (horário de Brasília), o índice MSCI que reúne ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão estava praticamente estável, com variação positiva de 0,04 por cento.
"Acredito que o mercado está começando a precificar o fim de uma política monetária super frouxa ao redor do mundo", disse o estrategista chefe da Monex Securities Takashi Hiroki.
Hiroki ressaltou que tanto a chair do Federal Reserve, Janet Yellen, quanto o investidor bilionário Warren Buffett já advertiram que as ações ficarão mais caras se os juros subirem
. Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,98 por cento, a 19.570 pontos.
. Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,14 por cento, a 27.286 pontos.
. Em XANGAI, o índice SSE ganhou 0,07 por cento, a 4.378 pontos.

. Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,29 por cento, a 2.120 pontos.

Vaticano vai reconhecer oficialmente o Estado palestino


El Papa saluda a los peregrinos hoy en el Vaticano.
O Papa cumprimenta os peregrinos no Vaticano, quarta-feira. / AFP
O Vaticano respalda o reconhecimento oficial do “Estado daPalestina”. Não é nada menos do que colocar em um tratado bilateral algo que o Vaticano já tinha admitido. De fato, durante sua visita à Terra Santa em maio, Francisco sempre falou do “Estado palestino”, sabendo que a expressão – ainda mais dita por um Papa durante um pronunciamento oficial – implica um grande respaldo às aspirações da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e um certa falta de tato diplomático com Israel. Mas, como frisou na quarta-feira o subsecretário do Vaticano para as Relações com os Estados, Antoine Camilleri, a Santa Sé acredita que a solução do conflito no Oriente Médio deve passar pelo reconhecimento de “dois Estados” e, portanto, por uma Palestina independente.
O anúncio do acordo, que será assinado em um “futuro próximo”, coincide também com a confirmação de que o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, será recebido porJorge Mario Bergoglio no sábado, coincidindo com a canonização de duas freiras nascidas em território palestino. Como explicou o monsenhor Camilleri ao l’Osservatore Romano, o texto do acordo – que ainda deverá ter a concordância de ambas as partes – aposta no “auspício de uma solução da questão palestina e do conflito entre israelenses no âmbito da solução de doiO tratado que está próximo de ser assinado é fruto de um acordo inicial feito em fevereiro de 2000 entra a Santa Sé e a OLP, com quem o Vaticano já havia estabelecido relações em outubro de 1994. O subsecretário para as Relações com os Estados também lembrou que em novembro de 2012, quando a ONU reconheceu a Palestina como “Estado observador não membro”, o Vaticano publicou uma declaração na qual já mencionava a solução dos “dois Estados” para a resolução do conflito.Mesmo que o tratado também regule “aspectos essenciais da vida e a atividades da Igreja católica na Palestina”, o alto representante da Santa Sé admite que a assinatura do acordo terá repercussões no âmbito político: “Ainda que de maneira indireta, seria positivo que o acordo feito pudesse de alguma maneira ajudar os palestinos a ver estabelecido e reconhecido um Estado da Palestina independente, soberano e democrático que viva em paz e segurança com Israel e seus vizinhos”. E, mirando Israel, acrescenta: “O acordo poderá servir para animar de alguma forma a comunidade internacional, e em particular as partes mais diretamente envolvidas, a empreender uma ação mais decisiva para contribuir com a conquista de uma paz duradoura”.
A notícia sobre a próxima assinatura do acordo com a Palestina surge três dias depois do papa Francisco receber o presidente de Cuba, Raúl Castro, no Vaticano, o que demonstra de maneira muito clara o papel diplomático a favor do diálogo assumido por Jorge Mario Bergoglio desde sua chegada ao Vaticano e que até o presidente dos EUA, Barack Obama, ressaltou durante sua visita a Roma em março de 2014: “Sua voz deve ser escutada pelo mundo”.

ANA CLAUDIA QUINTANA | MÉDICA DE CUIDADOS PALIATIVOS » “Se você pretende morrer, o Brasil não é um lugar legal”



Ana Claudia Quintana com a paciente Terezinha. / VICTOR MORIYAMA
A médica Ana Claudia Quintana Arantes olha nos olhos enquanto fala. Não envia mensagens pelo Whatsapp nem olha o Facebook no celular enquanto conversa com alguém. Especialista em medicina paliativa, seu trabalho é estar presente e essa é a postura dela mesmo quando não está exercendo o ofício.

Formada em medicina pela USP, fez um curso do Instituto Palio após a faculdade e fundou a Casa do Cuidar, o primeiro curso aqui no Brasil de cuidados paliativos, de acordo com ela. Trabalha em São Paulo, no setor de geriatria do Hospital Israelita Albert Einstein e noRecanto São Camilo, onde cuida de pacientes em estado terminal, que chegam encaminhados pelo Hospital das Clínicas. É lá que ela pratica os cuidados paliativos. “Trato ali de pacientes que já foram avaliados pelas equipes médicas e já foi dito a eles que não há nada que a medicina possa fazer para modificar o curso da doença. Não há cura e não há controle”, explica ela. Todos são financiados pelo Sistema Único de Saúde.
O Recanto São Camilo fica no bairro do Jaçanã, na zona norte deSão Paulo, em frente a uma escola pública. A área de cuidados paliativos recebe pacientes em estágio avançado de diversas doenças, não só de câncer. E, embora sejam maioria, os idosos não são os únicos a receber os cuidados que, nas palavras de Ana Claudia, “agem sobre o sofrimento” dos pacientes. Adolescentes a partir dos 16 anos também chegam, embora em uma frequência menor. “A morte chega para qualquer idade”, diz ela. Ali, eles não são entubados, não passam por cirurgias invasivas, não recebem nenhuma medicação para tentar curar a doença que têm. Apenas para atenuar a dor. Chegam, muitas vezes, sem andar e sem falar. E não são raros os casos de pacientes que voltam a falar, a comer e até mesmo a andar.
Em sua sala no Einstein, ela conversou com EL PAÍS por mais de uma hora. Depois, a reportagem acompanhou o trabalho dela por alguns dias no hospital de cuidados paliativos. O resultado está nessa reportagem.

Os pacientes que estão morrendo não têm tempo para desperdiçar com a minha distração
Pergunta. Como funciona o hospital de cuidados paliativos?
Resposta. É um hospital comum. Mas tem uma forma de cuidados diferente da dos hospitais. O tratamento passa por algo muito mais amplo que só medir pressão, ver a frequência cardíaca ou medir a temperatura dos pacientes. As pessoas pensam que cuidados paliativos significa tirar ou suspender o tratamento, mas na verdade você amplia. O processo de adoecimento, desde o diagnóstico até que a morte aconteça, esse período é recheado por muito sofrimento. O cuidado paliativo vai agir sobre o sofrimento. Eu trabalho com essa questão do conforto físico do paciente: tirar a dor, fazer o intestino funcionar direito, fazer ele dormir direito, buscar tirar o cansaço... Só que a brincadeira começa quando você controla os sintomas. Porque é quando eu tiro a sua dor, que você começa a experimentar a finitude.
P. A maioria das doenças que esses pacientes têm é câncer?
R. Cerca de 60% dos pacientes que chegam têm câncer. Há uma visão um pouco viciada de que os cuidados paliativos são feitos só com pessoas com câncer. Mas as pessoas morrem de outras coisas também. Anualmente, mais de um milhão de brasileiros morrem todos os anos. Desses, 800.000 morrem de morte anunciada, ou seja, de alguma doença.
P. Como é lidar diariamente com o fim da vida?
R. Eu digo muito para os estudantes: não tem problema você estudar para cuidar de doenças, mas é preciso ter consciência disso, você é um cara que curte doenças. Eu curto pessoas. É outra coisa. As doenças fazem parte, são ossos do meu ofício ter doenças para que eu possa descobrir quem é a pessoa que está por trás dessa doença. Esse trabalho de você retirar o sofrimento, para mim, é um trabalho magnífico. Não porque eu tenha um gosto mórbido pela morte ou pelo sofrimento. É exatamente  R. Eu me vinculo. Não tem como não me vincular.P. Você não se apega aos pacientes? Como lida com isso?
P. E você não sofre quando ele morre?
R. Claro que tem um sofrimento, mas eu penso que isso deveria ser um exercício de todos. Porque não sou só eu que me vinculo. Você se vincula aos seus colegas de trabalho, aos seus amigos, à sua família. O que a gente não entende é que esses vínculos não são definitivos. Por exemplo, eu te encontrei hoje, minha vida pode mudar muito depois que eu te encontrei, eu posso ser uma outra pessoa depois disso, mas eu não sei se vou te encontrar de novo. Então quando eu estou com você, eu estou com você. Eu posso favorecer com que este encontro seja transformador para nós duas,  mas eu não sei se te encontro de novo, então esse momento é o momento que precisa existir. Quando você trata com uma pessoa que está morrendo, você não disfarça. Ela olha pra você, e ela tem o poder de te deixar nua, ela sabe direitinho se você está falando a verdade, se você está falando mentira, se você está com medo, se sentindo insegura. Ela identifica isso. Claro que talvez não identifique numa porção de consciência que a gente quer ter acesso. Por isso, não importa quanto tempo eu tenha com você. Supondo que eu tenha apenas 15 minutos pra olhar pra você, eu estarei prestando a atenção no que você está dizendo durante esses 15 minutos. A grande dificuldade de todo mundo é ficar mais do que 15 segundos prestando atenção. Os pacientes que estão morrendo não têm tempo para desperdiçar com a minha distração.
P. Existem peculiaridades culturais que se revelam no hora da morte?

O processo cultural da morte é muito peculiar
R. Tive uma paciente muito amada, a dona Almira, que não podia morrer de cabelo trançado. Na cultura dela, ali no meio do nada na Bahia, as pessoas não podiam morrer de cabelo trançado. E aí, como faz? Deixa o cabelo solto direto? Se você deixar o cabelo dela solto o tempo todo, você estará dizendo a ela que ela está pronta pra morrer.
P. E ai?
R. Foi uma história linda, porque ela não queria falar sobre a morte, ela tinha medo da morte. Mas ela foi vendo ao longo do tempo de fim da vida dela as oportunidades de despedida, as emoções, a coisas boas que aconteciam, as realizações, as demonstrações de afeto, os pedidos de perdão. Nos últimos fins de vida, ela pediu pra me chamar, segurou a minha mão e falou bem baixinho no meu ouvido: “Destrança o meu cabelo?”. E foi resolvido. Ela não precisou fazer terapia por 50 anos para resolver as questões dela, nem precisou de recursos de enfrentamento para a morte. A morte ensinou como ela deveria fazer ao longo dos últimos meses de vida dela. Agora, imagina se essa senhora fosse morrer nos Estados Unidos? Quem ia entender de trançar ou não o cabelo dela? O processo cultural da morte é muito peculiar e vai fazer com que a sua família se sinta mais ou menos confortável com a sua partida se isso for respeitado.
P. E como vem avançando no Brasil os trabalhos de cuidados paliativos?
R. Principalmente na medicina, quando você carrega a bandeira da morte natural, você está na contramão do resto dos médicos, que são umas crianças infantilóides que acham que a morte pode ser vencida. Não existe ninguém que tenha se curado do câncer até hoje e que não tenha morrido ou que não vá morrer. Essa percepção de que a morte faz parte da vida humana está muito distante da faculdade de medicina. Em 2010 foi feito um estudo pela Economist sobre a qualidade da morte no mundo, que está relacionado a conversas nesse processo, número de leitos, de hospitais de cuidados paliativos no país, a formação dos profissionais em relação a isso, e aí se estabeleceu um ranking com 40 países. O Brasil ficou em 38º lugar. Então se você pretende morrer, aqui não é um lugar legal.

Pegar uma mulher de 60 anos que é contra o aborto, tudo bem, ela nunca mais vai abortar. Ela pode ser contra o aborto dela, mas ela não pode dar palpite no dos outros. É uma tendência do ser desumano, de tratar de assuntos sobre os quais não os dizem respeito. Mas a morte diz respeito a todos
P. Tem algum paciente que pede para morrer?
R. Muita gente pede, quando não suporta o sofrimento. Se está impossível viver, você pede para morrer. Se eu cuido do seu sofrimento, sua vida fica gostosa, então você quer ficar mais um pouquinho. A maior parte das pessoas que chega lá [no hospital], não foi para lá porque queria. Mas uma vez que elas experimentam esses cuidados, elas não querem ir embora. Tá cheio de pacientes que chegam lá, passam um dia e dizem “não me dê alta”.
P. Mas existe alta?
R. Sim. As pessoas melhoram.
P. Mas elas não estavam em fase terminal?
R. Sim, mas nos cuidados paliativos elas voltam a comer, a falar, a andar, voltam a viver. Porque antes elas tinham sido enterradas vivas pela equipe médica e pela família. Ninguém olha mais pra a pessoa. Aí eu chego lá e digo: Você está com dor? Então vamos melhorar a sua dor. Vamos descer no Jardim? O que você quer comer hoje?” As pessoas comem pratos alucinantes [no cardápio do hospital tem pratos como feijoada, dobradinha e bife à milanesa]. Alguns dizem “eu quero champanhe para brindar”, e nós arrumamos um champanhe. Outros dizem “eu quero ver meu cachorro”, vamos buscar seu cachorro. “Ah, eu quero passar o fim de semana em casa, ver meus amigos e ir na igreja”, nós programamos tudo para conseguir com que a pessoa vá. Então eu escuto o que você quer e te ofereço o que eu posso fazer para realizar aquilo que você deseja.
P. Se a morte fosse encarada, culturalmente, de outra maneira, isso também contribuiria para que esse paciente chegasse antes ao hospital? Eles não chegam em um estágio já muito avançado?

A eutanásia ou o suicídio assistido é como você ver um bolo lindo na vitrine. É lindo, aquele confeito perfeito, morangos perfeitos, mas é feito de isopor. Não é vivo. A morte fabricada é uma morte fake
R. Sem dúvida. Essa demora é cultural. Se você tem uma pessoa que você ama muito e essa pessoa está gravemente doente, você a leva ao médico e ele diz "olha, infelizmente a medicina não tem mais como reverter o processo de doença da pessoa que você ama". O que você faz? Diz “ah, tá bom”, e marca outro médico. Até que você encontra um médico que diz “olha, tem um trabalho mostrando que, se a pessoa responder a um tipo de tratamento, há uma chance de 0,01% [de ser curada], aí você cai na roubada de dizer “nós temos esperança. E aí a gente vai lutar e vender a alma para pagar esse tratamento e vai salvar a alma dessa pessoa”.
P. As pessoas confundem o seu trabalho com um trabalho ligado à eutanásia?
R. Confundem, direto. Mas a eutanásia, dentro do cuidado paliativo, não tem espaço. A gente parte do princípio que a gente aceita a morte natural. Eu não pratico eutanásia. Não queria eutanásia pra mim e não faria eutanásia para ninguém. Há médicos que são especializados em suicídios assistidos. Na Europa tem. Eles acreditam que eles estão fazendo muito bem para os pacientes, porque existe quem queira e existe quem faça. Não sou contra ou a favor. Não é a minha prática.
P. Seu trabalho então é justamente o contrário da eutanásia?
R. Sim. Para que você tenha a possibilidade de viver até o último dia da sua vida, do jeito que ela veio para você. A eutanásia ou o suicídio assistido eu penso que é como você ver um bolo lindo na vitrine. É lindo, aquele confeito perfeito, morangos perfeitos, mas é feito de isopor. Não é vivo. A morte fabricada é uma morte fake. Acontece, de fato, tem aquela cena linda da despedida, do perdão e tal, todo mundo te beija e você morre. Que gosto tem isso? Como o processo da tua morte pode te fazer melhor? Como o processo da sua morte pode transformar as pessoas à sua volta? Que legado você deixa de aprendizado quando você decide enfrentar esse processo? É nesse momento em que você enfrenta a sua fragilidade, que você sabe o quão corajoso você é, o quão grande você é. A grandiosidade não é você não depender de ninguém, é você deixar alguém trocar a sua fralda. Isso é um ato de coragem.
P. Fala-se mais sobre o aborto do que sobre a eutanásia...
R. Como se todo mundo fosse abortar, né? Então falam mais sobre coisas que não servem para todo mundo. E você se mete a dar opinião sobre aquilo que você não vai vivenciar. Pegar uma mulher de 60 anos que é contra o aborto, tudo bem, ela nunca mais vai abortar. Ela pode ser contra o aborto dela, mas ela não pode dar palpite no dos outros. É uma tendência do ser desumano, de tratar de assuntos sobre os quais não os dizem respeito. Mas a morte diz respeito a todos.
P. E qual a diferença entre eutanásia, distanásia e ortotanásia?
R. Tudo isso gira em torno do processo de sofrimento. Eutanásia, o prefixo eu quer dizer bom, então significa uma "boa morte". Culturalmente, uma boa morte é uma morte rápida, que não tem dor nem sofrimento. Mas veja, a dengue está bombando aí. Você quer pegar dengue? É uma morte rápida! Mas, na verdade, ninguém está a fim de morrer. A ortotanásia, orto  significa "certo", então é a "morte certa", a morte no tempo certo. E a distanásia é a morte funcional, é um processo de morte prolongado. Por exemplo, você tem 95 anos, câncer no fígado, nos ossos, no cérebro, tem demência, desnutrição e a sua filha diz pra mim: "Dr. Ana, salve a minha mãe. Ponha ela na UTI, faça tudo". Aí entubamos ela, fazemos diálise, colocamos sonda, e, mesmo assim, você morre. E se, invés disso, eu virasse para essa filha e dissesse “olha, a sua mãe está muito doente, essa doença não tem cura e nem controle e ela está muito tranquila. Você topa que a gente cuide dela na sua casa? Você acha que ela vai gostar de ficar em casa?". A morte vai ocorrer nas duas situações. A diferença é o que preencherá o seu tempo até lá.

Continuamos a ingerir sal a mais Quase todos os portugueses ingerem quantidades de sal superiores ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, apesar de estarem mais informados sobre os seus malefícios, nos últimos cinco anos apenas um quarto mudou os seus hábitos alimentares Ler mais: http://visao.sapo.pt/continuamos-a-ingerir-sal-a-mais=f819653#ixzz3a76g0UTz

Os dados foram avançados à Lusa pela Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), a propósito do Dia Mundial da Hipertensão que se assinala no domingo, numa iniciativa da World Hypertension League que tem como objetivo divulgar a importância da prevenção, deteção e tratamento da doença.
Segundo estes novos resultados do estudo sobre a "Perceção da População Sobre Hipertensão", que pretendeu avaliar o conhecimento da população portuguesa sobre hipertensão, 95,6% dos portugueses ingere sal acima do recomendado pela OMS (5,5 gramas por dia).
Nos últimos cinco anos apenas um quarto da população reduziu o consumo de sal e três em cada quatro portugueses não sabem identificar quais os alimentos que são fontes de sal.
Segundo os dados obtidos, entre 2009 e 2014, é a faixa etária abaixo dos 45 anos aquela que admite não ter efetuado qualquer mudança de comportamento (60% a 73%).
No que respeita às escolhas alimentares, apenas um quarto da população tem em conta a presença de sal nos produtos embalados, sendo os jovens aqueles que menos importância atribuem a esta prática, com 82% a admitir que não verifica o sal presente nos alimentos.
Quanto à capacidade de identificar os alimentos que são fontes de sal, apenas 2% referem o bacalhau e 18% indicam as conservas, no entanto quase todos (91%) consideram útil a utilização do semáforo de cores nos alimentos embalados de forma a identificar o seu teor de sal.
Este sistema consiste numa rotulagem de alimentos proposta pela SPH com as cores do semáforo: vermelho para os alimentos com muito sal, amarelo com sal moderado e verde com pouco sal.
Quanto aos hábitos de medir a tensão, verificou-se que um em cada quatro portugueses desconhece os valores da sua pressão arterial e que mais de metade da população (61%) só mede a tensão quando vai ao médico, apesar de serem os jovens aqueles que menos têm esse hábito.
O estudo revela ainda que mais de metade dos jovens (54%) não sabe os valores a partir dos quais se tem hipertensão, embora tenha genericamente a ideia de que é uma doença grave.
Para assinalar o Dia Mundial da Hipertensão (DMH), as atividades comemorativas realizam-se em Oeiras e a SPH vai promover rastreios gratuitos à pressão arterial e a outros fatores de risco cardiovascular (como a diabetes e o excesso de peso), bem como várias ações de esclarecimento e sensibilização.
A Capital da Hipertensão 2015 será ainda palco de uma caminhada no Passeio Marítimo, de uma exposição de desenhos elaborados pelos alunos das escolas envolvidas e ainda de um `show cooking` destinado aos mais jovens no qual serão demonstradas várias opções para uma alimentação saudável. Em Odivelas serão também levadas a cabo várias iniciativas alusivas à efeméride, durante os dias 11 e 15 de Maio, e uma caminhada, no dia 17 de Maio. 


Ler mais: http://visao.sapo.pt/continuamos-a-ingerir-sal-a-mais=f819653#ixzz3a76ILYk3

Chefe do Exército de Burundi reconhece que tentativa de golpe fracassou

Por Patrick Nduwimana
BUJUMBURA (Reuters) - O chefe do Exército de Burundi disse nesta quinta-feira que uma tentativa de golpe fracassou e forças leais ao presidente Pierre Nkurunziza estavam no poder.
O anúncio do general Prime Niyongabo aconteceu um dia após outro general dizer que havia destituído Nkurunziza por tentar um terceiro mandato presidencial, ato considerado inconstitucional. Tiros foram ouvidos na capital, Bjumbura.
O presidente, que estava na Tanzânia para um encontro de líderes africanos na quarta-feira quando a tentativa de golpe foi anunciada, pediu os burundineses que mantivesse a calma em uma mensagem publicada no site presidencial e em sua conta no Twitter.
Não houve confirmação oficial da localização precisa do presidente, que provocou mais de duas semanas de protestos após anunciar que iria tentar mais cinco anos no poder. No entanto, duas fontes tanzanianas disseram que ele ainda estava em Dar es Salaam.
"A tentativa de golpe fracassou, forças leais ainda estão controlando os pontos estratégicos", disse Niyangabo em declaração transmitida pela rádio estatal.
Na guerra civil de Burundi, que terminou em 2005, o Exército era comandado pela minoria tutsi, que lutou contra grupos rebeldes da maioria hutus, incluindo um grupo liderado por Nkurunziza. O Exército foi reformado deste então para absorver facções rivais, mas ainda existem pontos falhos.
 

Polícia Federal investiga Lula por atacar Aécio

PF investiga Lula por ataques a Aécio
Em comício em BH, Lula atacou o senador tucano Aécio Neves
A Polícia Federal (PF) em Minas vai interrogar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por meio de carta precatória, em uma investigação eleitoral em que o petista é suspeito de ter cometido os crimes de calúnia, injúria e difamação contra o senador Aécio Neves (PSDB) na reta final da campanha de 2014. Os delitos teriam ocorrido num comício em prol da candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), no bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, em 18 de outubro de 2014. Com o acirramento da campanha, Lula partiu para o ataque contra o tucano naquele dia.

O inquérito foi aberto em 9 de fevereiro em solicitação do procurador regional eleitoral, Patrick Salgado, com base em representação da coligação “Muda Brasil”, do PSDB e aliados. Como o ex-presidente não possui foro privilegiado, Salgado remeteu a investigação à promotora eleitoral Cláudia Ferreira de Souza que, por sua vez, pediu à PF a abertura do inquérito

Violência

No comício, Lula acusou Aécio de usar violência contra as mulheres. “A tática dele é a seguinte: vou partir para a agressão. Meu negócio com mulher é partir para cima agredindo”, discursou o ex-presidente, referindo-se ao tucano. Lula chamou Aécio de “filhinho de papai” e “vingativo”. Insinuou que o tucano tem o hábito de dirigir embriagado, pois teria se recusado a se submeter ao teste do bafômetro em uma blitz no Rio de Janeiro.

“Quando a Dilma perguntou do bafômetro, ele disse que não tinha carteira. Bafômetro não é para medir se tem carteira ou não. Bafômetro não cheira carteira de motorista. Cheira álcool”.

Ainda no palanque, o ex-presidente fez referência ao fato de Aécio ter sido assessor do pai, o ex-deputado federal Aécio Cunha.

Emprego

“Quem sabe qual foi o primeiro emprego do Aécio? O primeiro emprego foi assessor do pai que era deputado eleito por Belo Horizonte. E ele foi assessorar o pai em Minas, em Brasília? Não no Rio de Janeiro”, ressaltou.

Mais cedo, antes de Lula entrar no palanque, o mestre de cerimônias do comício leu uma carta de uma psicóloga que atribui a Aécio a prática de espancar mulheres e de uso de drogas, além de classificá-lo como “ser desprezível”, “cafajeste” e “playboy mimado”.

Depois, o rapper Flávio Renegado, que discursou já na presença de Lula e aliados disse que Aécio costumava fazer festinhas regadas a “pó royal”. Durante o discurso de Lula, grande parte da militância presente emplacou um grito de “Aécio cheirador”.

Inquérito foi aberto em 9 de fevereiro em solicitação do procurador regional eleitoral, Patrick Salgado

Procurador classifica como ‘grave’ denúncia contra petista

O procurador regional eleitoral, Patrick Salgado, do Ministério Público Federal (MPF) em Minas, classificou como séria a denúncia de crime eleitoral contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em comício, em BH, na reta final da campanha eleitoral do ano passado, Lula atacou duramente o senador tucano. Candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) não estava presente naquele dia.

“Durante esse comício, segundo consta na representação, Luiz Inácio Lula da Silva teria imputado fatos ofensivos à reputação do então candidato à Presidência da República Aécio Neves, além de ter-lhe ofendido a dignidade e o decoro, situação que lhe causou danos à honra objetivo e subjetiva”, considerou Salgado.

Por fim, complementou: “os elementos constantes dos autos deveras sugerem a prática dos crimes de calúnia, difamação e injúria com finalidade eleitoral. O cenário alinhavado está a indicar a utilização de um evento público para ofender a honra do candidato adversário, visando realizar propaganda eleitoral negativa, prática que é altamente reprovável por ferir também a higidez do processo eleitoral”, escreveu o procurador.

Até a disputa presidencial de 2014, uma das mais acirradas do país, Lula e Aécio mantinham um relacionamento amistoso. No primeiro mandato de Lula, foram fotografados juntos em diversas oportunidades. No campo político, Aécio teria sido sondado por Lula para ser candidato a presidente, caso o tucano mudasse de partido.

Procurados nesta terça-feira (12), nenhum dos dois quis se posicionar sobre a investigação eleitoral.

Lula critica Dilma por condução do ajuste fiscal O ex-presidente disse a jovens sindicalistas considerar "um erro" o fato de a proposta que restringe o acesso ao seguro-desemprego ter sido incluída numa medida provisória, sem prévia negociação com as centrais sindicais

Em um evento fechado nessa terça-feira, 12, com jovens sindicalistas em São Bernardo do Campo (SP), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o modo como a presidente Dilma Rousseff está conduzindo a articulação do ajuste fiscal no Congresso.

Embora tenha defendido o pacote de reequilíbrio financeiro do governo, considerado por ele necessário, o ex-presidente classificou como "um erro" o fato de a proposta que restringe o acesso ao seguro-desemprego ter sido incluída numa medida provisória, sem prévia negociação com as centrais sindicais.

"Foi um erro ter feito isso (a mudança no seguro-desemprego) por medida provisória. Devia ter chamado o movimento sindical e feito um acordo", disse Lula após ser questionado sobre o assunto por um sindicalista.

No evento, que fechou o 8° Congresso do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Lula foi sabatinado durante duas horas e meia por jovens de até 32 anos.


A fala do ex-presidente ocorre pouco menos de uma semana após a aprovação pela Câmara dos Deputados da Medida Provisória 665 e às vésperas da votação da MP 664, que também faz parte do pacote do ajuste fiscal de Dilma e altera regras para acesso à pensão por morte e ao auxílio-doença. Alvo de críticas dos movimentos sindicais, tradicionalmente aliados ao PT, as medidas do ajuste fiscal têm causado desgaste do governo Dilma com sindicalistas.


A MP 665 estabelece que o seguro-desemprego só poderá ser solicitado pela primeira vez após 12 meses de trabalho. Pela segunda vez, a partir de nove meses, e pela terceira vez, com seis meses de trabalho. Antes, a primeira solicitação podia ser feita após seis meses de trabalho.

Votação

A coordenação política da presidente Dilma Rousseff aproveitou os holofotes voltados para a sabatina no Senado do advogado Luiz Edson Fachin, indicado para o Supremo Tribunal Federal, para tentar reverter defecções na base e costurar o apoio necessário para a aprovação, na Câmara, da MP 664 que endurece o acesso a benefícios previdenciários.

O governo centrou esforços nas bancadas do PP, PTB e PRB. O ministro da Previdência Social, Carlos Gabas, se reuniu ontem com 29 integrantes do PP para tentar convencê-los a votar favoravelmente à medida provisória, que deve ser analisada hoje. Gabas disse que as mudanças já realizadas na proposta devem levar a uma redução de R$ 100 bilhões na economia que o governo pretendia ter com as novas regras em 15 anos.

O vice-presidente Michel Temer convocou líderes da base e ministros envolvidos no ajuste fiscal para uma reunião na manhã desta quarta-feira, 14, para tentar construir a maioria necessária. Em outra frente, o Palácio do Planalto avançou nas negociações para o loteamento dos cargos de segundo escalão
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