segunda-feira, 11 de maio de 2015

Grandes acordos são esperados em visita de premiê da China à América do Sul

PEQUIM (Reuters) - O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, visitará o Brasil e mais três países da América do Sul na próxima semana, informou nesta segunda-feira o Ministério das Relações Exteriores, marcando presença em uma parte do mundo onde a China tem profundos laços empresariais, mas tradicionalmente apenas limitada influência política.
Li viajará para Brasil, Colômbia, Peru e Chile entre 18 e 26 de maio, disse o ministério, sem dar mais detalhes.
Visitas de líderes chineses são tipicamente acompanhadas de grandes acordos, especialmente em países ricos em recursos naturais.
A China, segunda maior economia do mundo, está comprando petróleo da Venezuela, cobre do Peru e do Chile, e soja da Argentina e do Brasil, por exemplo.
Em troca, a China tem investido bilhões de dólares na região.
Em janeiro, o presidente chinês, Xi Jinping, prometeu 250 bilhões de dólares em investimentos na América Latina ao longo dos próximos 10 anos como parte de uma investida para elevar a influência da China na região.
(Reportagem de Ben Blanchard)

Müller: "Somos o Bayern e vamos tentar"

Depois da derrota por 3-0 em Camp Nou, o Bayern precisa de uma grande exibição para chegar à final da Liga dos Campeões.
Thomas Muller
Foto: FRANCISCO LEONG / AFP
Thomas Müller projetou o encontro com o Barcelona.
O Bayern de Munique precisa de marcar muitos golos ao Barcelona, depois da derrota por 3-0 em Camp Nou, mas Thomas Müller ainda acredita na presença na final da Liga dos Campeões.
"Somos o Bayern Munique e vamos tentar. No futebol tudo é possível. Lá [em Barcelona] as coisas não nos saíram como queríamos, mas temos esperança e acreditamos em nós próprios", disse o avançado alemão.
"Não podemos fingir que se trata de uma situação igual à do jogo contra o FC Porto, isso é claro, mas o objetivo é o mesmo", salientou ainda.
Müller garantiu ainda que, mesmo que o Bayern caia nas meias-finais da Liga dos Campeões, a temporada terá sido muito produtiva: "Somos campeões da Bundesliga e mesmo que percamos a 'Champions' será uma grande temporada. Com as lesões que tivemos, que não são uma desculpa, chegar às meias-finais da Taça e da 'Champions' e ganhar a Liga terá sido fantástico".
O Bayern Munique recebe o Barcelona na terça-feira, pelas 19h45 (hora de Lisboa), em partida referente à segunda mão das meias-finais da Liga dos Campeões.

Computador menor que uma banana faz ‘de tudo’ e custa só nove dólares

Quando se fala em computador barato, ninguém pensa em algo por menos de R$ 30. Mas essa é a proposta do CHIP, que alega ser o primeiro computador de US$ 9 do mundo (cerca de R$ 27). Menor que uma banana, o pequeno dispositivo pode navegar na internet, rodar games, executar músicas e operar programas de escritório, assim como nossos desktops usuais.

Dia das Mães: Doodle do Google reúne amor por filhos e filhotes
CHIP, o único computador de 9 dólares do mundo (Foto: Divulgação/Next Thing)CHIP, o 'único computador de 9 dólares do mundo' (Foto: Divulgação/Next Thing)
O CHIP pode ser conectado a qualquer monitor, tanto VGA quanto HDMI. Para usá-lo, basta ligar a tela e o dispositivo de entrada. Ele roda sistema operacional próprio, de código aberto, baseado em Debian GNU/Linux. A interface gráfica é fácil de usar e se assemelha com Windows e Linux, o que torna o minúsculo computador familiar.
Interface do sistema operacional do CHIP (Foto: Divulgação/Next Thing)Interface do sistema operacional do CHIP (Foto: Divulgação/Next Thing)
Ele vem equipado com processador de 1 GHz, 512 MB de RAM e 4 GB de armazenamento. A navegação pela web é feita via Wi-Fi, havendo ainda conectividade Bluetooth 4.0. O CHIP suporta sensor de câmera e tela de LCD de forma nativa, vindo instalado com programas open source como GIMP, LibreOffice e VLC.
Mas não só o software tem código aberto, o hardware também é. Todos os arquivos de projetos, layout PCB (placa de circuito impresso) e listas de materiais estão disponíveis gratuitamente para download na comunidade criada pela Next Thing, empresa desenvolvedora.
A companhia criou o PocketCHIP, componente que transforma o CHIP em um computador portátil. Ele possui tela touch de 4,3 polegadas (470 x 272 pixels), teclado QWERTY e bateria com autonomia de 5 horas. Basta encaixar o CHIP dentro da carcaça e ir para qualquer lugar. Quando quiser usá-lo como desktop, é só tirar e conectá-lo ao monitor habitual.
PocketCHIP transforma CHIP em computador portátil (Foto: Divulgação/Next Thing)PocketCHIP transforma CHIP em computador portátil (Foto: Divulgação/Next Thing)
O eletrônico está sendo vendido por meio de crowdfunding no Kickstarter. Com 29 dias para terminar, a campanha já arrecadou quase o triplo do pedido – as contribuições passam dos US$ 147 mil (R$ 440 mil), apesar de o objetivo ter sido de US$ 50 mil (R$ 150 mil).
O pacote básico, de US$ 9, inclui um CHIP e um cabo conetor. Ele começará a ser entregue em dezembro e, para o Brasil, há uma taxa de envio de US$ 20 (R$ 60). Os apoiadores têm opções de US$ 24 (R$ 70), US$ 49 (R$ 150), US$ 98 (R$ 300), US$ 150 (R$ 550) e US$ 489 (R$ 1460), cada um com diferentes recomepensas. O mais caro vem com dez 10 unidades do CHIP e 10 do PocketCHIP.
A particularidade do Kernel Hackers (US$ 150) é que ele é voltado para desenvolvedores de Linux que querem ajudar ativamente no projeto. Ele inclui cinco unidades do CHIP, uma do PocketCHIP e uma versão Alpha do CHIP, para que os programadores possam criar o software.
CHIP é menor que uma banana (Foto: Divulgação/Next Thing)CHIP é menor que uma banana (Foto: Divulgação/Next Thing)

PRESO INJUSTAMENTE » “Vivi um inferno indescritível, os piores 4.000 dias da minha vida” Entrevista com o homem que está preso há 11 anos por ataques sexuais que não cometeu

Romano van der Dussen (e) antes de sua prisão em 2003. À direita, o britânico Mark Dixie.
Romano Liberto van der Dussen é há 4.268 dias atormentado pelapalavra estuprador. Foi chamado de monstro, predador sexual, filho da puta, merda, animal. Disseram-lhe que não merece viver. Durante os 11 anos e meio que o holandês passou encerrado nas prisões espanholas recebeu de seus companheiros incontáveis surras, insultos, ameaças – “vai morrer, cadela”. Passou meses isolado em uma cela sem ver ninguém, para proteger sua integridade física. A vida não é fácil no presídio, menos ainda para quem está ali por ter violentado mulheres indefesas. Na ética presidiária, esse crime é inadmissível.
Entretanto, o holandês não tentou violentar três mulheres em Fuengirola (Málaga) na madrugada de 10 de agosto de 2003, delitos pelos quais foi condenado a 15 anos e meio de prisão. Quem fez isso foi um britânico chamado Mark Dixie. A polícia espanhola sabe disso desde 2007, e o Reino Unido acaba de confirmar com uma novaamostra de DNA do inglês. Não só isso. O próprio Dixie reconheceu agora que provavelmente está relacionado com essas agressões sexuais e ofereceu sua colaboração. Mas, apesar de tudo, Van der Dussen continua na prisão.
O holandês recorda sua história em um locutório do presídio maiorquino. É domingo, dia de visita, e ao redor há um enxame de meninos falando com seus pais presos. Mas ele quase nunca recebe visitas. Sua mãe morreu, e seu pai, doente, vive na Holanda. Van der Dussen está sozinho. Vestido com uma camiseta Nike e uma bermuda, ainda poderia passar por um turista jovem. Seu rosto, entretanto, é uma mescla estranha de tristeza, raiva, incredulidade e indignação.O caso está agora nas mãos do Supremo Tribunal, depois de intermináveis diligências e comprovações que demoraram oito anos para serem realizadas. “Enquanto isso, minha vida foi destruída”, relata Van der Dussen ao EL PAÍS no presídio de Palma de Mallorca, onde cumpre pena atualmente. Entrou na prisão aos 30 anos. Agora tem 42.
Passou por sete prisões em 11 anos e meio. Sempre havia confusões, problemas com sua condição de estuprador, e tinha de ser transferido. Málaga, Granada, Murcia, Valencia, Castellón, Alicante, Palma... percorreu toda a costa de prisão em prisão. Espera que esta seja a última, mas já não tem certeza de nada.
“Estou há 11 anos no presídio por crimes que não cometi. Vivi um inferno indescritível, os piores 4.000 dias da minha vida. Durante este tempo vi pessoas apunhaladas, outras que se suicidaram, agressões por uma dívida que não foi paga... Tudo isto me provocou danos irreparáveis. Estou em tratamento psiquiátrico. Tomo psicofármacos para tratar o estresse pós-traumático e tenho múltiplos transtornos psicológicos. Perdi até minha própria dignidade como pessoa. Como vou acreditar na Justiça?”
O holandês chega ao parlatório cheio de papéis. Teve muito tempo para estudar atentamente seu caso. Quando foi preso mal falava o idioma, mas usava um dicionário para entender o Código Penal, a Lei de Processo Criminal, a Lei do Tribunal Constitucional... Onze anos depois, fala um espanhol mais que correto.

DNA ENCONTRADO DEPOIS DO ATAQUE E PERFIL DE MARK DIXIE. Acima, identificadores genéticos de um homem e uma mulher encontrados após examinar restos orgânicos relacionados ao ataque. Coincidem com o perfil do britânico Dixie (abaixo), que o Reino Unido acaba de enviar à Espanha
“Comecei a ler as leis porque estava convencido de que as coisas não tinham sido bem feitas. Uma boa investigação policial e judicial não acaba com um inocente na prisão. Pouco a pouco fui me dando conta de diversas irregularidades, de que não tinha tido uma boa defesa, de que as identificações que as vítimas fizeram não foram tratadas corretamente, de que não foram investigadas todas as provas... Mas processualmente já era tarde. Uma vez condenado, é muito complicado provar sua inocência.”
A história começou para ele em 2 de setembro de 2003. Na época, vivia na localidade malaguenha de Benalmádena, na casa de amigos que não cobravam aluguel dele. Tinha trabalhado em uma sorveteria, mas a loja fechou e ele ficou sem emprego. Recebia o seguro desemprego na Holanda e com esse dinheiro se arranjava. Não tinha tido uma vida fácil. Seus pais, incapazes de arcar com suas obrigações familiares, pediram ajuda aos serviços sociais holandeses quando ele tinha oito anos. Via-os de vez em quando, mas passou toda sua infância e adolescência internado em centros de proteção. Saiu dali aos 17 anos e um forte vício em ecstasy e cocaína.
“Passei por várias clínicas de desintoxicação. Foi bom, e durante uma época até cheguei a trabalhar uma longa temporada em um hotel do aeroporto. Quando cheguei à Espanha, estava limpo.”
Naquele 2 de setembro de 2003, agentes de polícia o prenderam perto da praia. Mais tarde foi informado da acusação: era o principal suspeito de ter agredido sexualmente três mulheres em Fuengirola na noite de 10 de agosto entre as 4h30 e as seis da manhã. O modus operandi tinha sido o mesmo em todos os casos: o agressor se aproximava da garota, golpeava-a violentamente, com murros incluídos, e tentava violentá-la. O homem não conseguiu consumar nenhuma das tentativas de estupro por causa da aparição de algum carro ou morador, mas as três mulheres, de 19, 29 e 33 anos, ficaram aterrorizadas.
Minha vida foi destruída”
As lembranças das vítimas e de uma testemunha eram de um homem de compleição forte, cabelo encaracolado ou ondulado... Para duas delas era loiro; para outras duas, castanho-escuro. Para uma, tinha o cabelo comprido; para outras duas, curto . Uma dizia que media 1,75 m; outra, mais ou menos 1,85 m... Em todo caso, parecia se tratar da mesma pessoa pelas semelhanças nos ataques e a enorme proximidade no espaço e no tempo das agressões.
A polícia começou a investigar o caso e mostrar álbuns de possíveis suspeitos às vítimas. Van der Dussen aparecia em um deles. Tinha tido algumas brigas de rua que resultaram em antecedentes policiais por resistência à autoridade e por uma briga com sua namorada. Nunca foi condenado, mas seu rosto ficou nesses álbuns. Mostraram para uma das mulheres, que não reconheceu ninguém. Doze dias mais tarde, entretanto, em 22 de agosto, ela e outra vítima identificaram o holandês “sem sombra de dúvida”. Uma testemunha que tinha visto o agressor de sua sacada também o reconheceu.
Uma das mulheres hesitou mais tarde. Em uma roda de reconhecimento no tribunal, em 1º de outubro, disse que Van der Dussen era mais baixo que o agressor e que não estava totalmente segura de que tivesse sido ele. Mas, no julgamento, duas vítimas e uma testemunha se mostraram convencidas de que o holandês era o agressor. A terceira vítima sofria de estresse pós-traumático e amnésia e não se lembrava de nada.
Com essas identificações, e apesar de o DNA encontrado em um dos ataques não coincidir com o seu, Van der Dussen foi condenado pela Audiência Provincial de Málaga a 15 anos e meio de prisão por três agressões sexuais, lesões e roubo. A sentença não faz referência aos restos de DNA encontrados na tentativa de estupro da primeira vítima, nem informa por que essa prova absolutória não foi levada em consideração. O condenado deu, durante anos, voltas e mais voltas em torno dessa resolução.
Foi surrado, insultado e ameaçado de morte em sete prisões espanholas
“Nunca entendi como me sentenciaram havendo DNA que me inocentava. Tampouco foi normal a sessão de reconhecimento em que, sem cumprir o que exige a lei, me colocaram com meu aspecto de estrangeiro junto de espanhóis morenos que não se pareciam em nada comigo. Além disso, eu apresentei três testemunhas que podiam confirmar onde estava naquela noite, mas ninguém os chamou para depor: nem a polícia, nem a promotoria, nem sequer meu advogado! E, finalmente, quando a polícia recuperou a bolsa e a carteira de duas das vítimas, que tinham sido levadas pelo agressor, não colheram as impressões digitais desses objetos. São coisas que nunca poderei entender. Suponho que é tranquilizador ter um culpado, mesmo que não seja o verdadeiro.”
Van der Dussen acha que tinha sido condenado antes que o processo começasse
“Não estava muito preocupado, porque achava que essas coisas não acontecessem; que era impossível, num país do primeiro mundo, acabar na cadeia por um crime que não cometeu. Sei que os outros presos não acreditavam na minha inocência. Diziam pra mim: ‘se você não fez nada, por que está aqui?’.
Ele admite abertamente seus entreveros anteriores com a polícia e sabe que estava em seus álbuns de fotos de suspeitos.
“Tinha me metido em alguma confusão sim, mas nunca fui condenado. Não era um santo, é verdade. Mas isso não me torna um predador sexual. Jamais ataquei essas mulheres. Não teria feito isso nunca. Minha mãe sofreu estupro quando tinha 14 anos e nunca superou isso. Era católica e não quis abortar. Minha meia-irmã é fruto dessa agressão sexual, e minha mãe viu sempre o rosto de seu estuprador no de sua filha. Vivi este trauma muito de perto.”
Van der Dussen não viu de novo sua mãe. Ela não suportava a ideia de ter um filho estuprador e nunca foi visitá-lo na Espanha. Morreuhá alguns anos, de câncer.
“Nessa hora, quando já estava muito mal, ela pediu para se despedir de mim por videoconferência, mas não foi possível. Não pude lhe dizer que gostava muitíssimo dela e que não tinha atacado nenhuma garota. Morreu sem que eu pudesse demonstrar minha inocência.”
Três anos depois da detenção e encarceramento de Van der Dussen, outro crime, aparentemente sem relação nenhuma com ele, era desvendado a 2.000 quilômetros de Málaga. Uma modelo de 18 anos, Sally Ann Bowman, tinha sido estuprada e assassinada em Londres em setembro de 2005. Mark Philip Dixie, um homem com múltiplos antecedentes de violentos ataques sexuais, estupros e roubo, foi preso um ano depois e condenado a 34 anos de prisão. Em 2006, depois da prisão, seu perfil genético foi inserido na base de dados Veritas, da Interpol... e a polícia espanhola constatou que batia com a tentativa de estupro de Fuengirola no qual havia sido encontrado DNA e pelo qual Van der Dussen foi condenado.
Um relatório da polícia científica de 23 de março de 2007 informou ao tribunal encarregado do caso a descoberta e destacou que, segundo os dados, era 54 milhões de vezes mais provável que esse DNA fosse uma mistura do material de Mark Dixie com o da vítima de Fuengirola que de quaisquer outras duas pessoas escolhidas aleatoriamente. E recomendava-se a ampliação dos marcadores genéticos de Dixie, com o pedido de nova amostra ao Reino Unido.
A sentença condenatória não menciona as amostras de DNA que o inocentavam
“Nesse momento, vi o céu se abrir. Pensei que finalmente começava a se esclarecer a verdade e que esse seria o fim do pesadelo; que provas científicas demonstrariam minha inocência de vez e que o verdadeiro culpado seria descoberto.”
Só que esse pedido simples da polícia espanhola demorou oito anos para ser atendido. Houve só problemas entre o tribunal de Fuengirola, a Audiência Provincial de Málaga, as comissões rogatórias no Reino Unido... Até o advogado de Van der Dussen recorrer ao Supremo, em 2011, para pedir a revisão da pena, ninguém levou a sério o caso nem teve pressa em verificar se havia um inocente na prisão.
A alta corte não deu razão ao holandês, mas solicitou, em 14 de fevereiro de 2012, que fosse agilizado o processo com Londres. Três anos depois, em 26 de fevereiro, finalmente o relatório britânico chegou ao tribunal de Fuengirola. E, como era esperado, os novos marcadores de Mark Dixie também são compatíveis com o material genético encontrado no crime.
O relatório chegou acompanhado também por outro documento: a declaração de um funcionário do sistema penitenciário que tinha conversado com Dixie. O preso lhe disse que “pode ser que tenha se envolvido” na tentativa de estupro cometida na Espanha e que “não queria que houvesse alguém cumprindo pena na prisão por algo que não tinha feito”. Por isso, disse que “ficaria satisfeito por colaborar com qualquer investigação referente a este assunto”.
Com os novos documentos, o advogado de Van der Dussen, Silverio García Sierra, recorreu novamente ao Supremo. Usou-os primeiro para pedir ao tribunal licenças de saída para o preso, mas esses foram negados. Agora, a alta corte novamente tem o assunto em suas mãos. “Só continuo neste caso porque acredito na inocência deste homem”, afirma García Sierra, a quem coube de ofício fazer um recurso pelo holandês no Supremo e que continuou com ele por pura convicção. “Não é possível acreditar que se tenha chegado a esta situação.” No parlatório da prisão de Palma, Van der Dussen se despede depois de 40 minutos de conversa. Pergunta se é normal que a Justiça demore tanto.
“Estou só esperando o fim deste pesadelo. Espero que tudo seja esclarecido e que o responsável pague por isso. Nada nem ninguém poderá reparar o dano que esse acúmulo de irregularidades provocou em mim, mas não me restam forças nem para guardar rancor. Só o que quer é que isso acabe de vez.”

O que diz a nova amostra genética

Quando o britânico Mark Dixie foi preso em Londres em 2006 por assassinato e estupro, seu perfil genético foi incluído na base de dados da Interpol. Soube-se então que coincidia com os traços de DNA encontrados num dos estupros de 10 de agosto de 2003 na cidade malaguenha de Fuengirola, o único em que foi achado material genético.
O DNA era uma mistura de material da vítima e de um homem desconhecido. Esse homem desconhecido não era o suspeito investigado, Romano van der Dussen, segundo declarou por escrito a polícia científica. Mas esse dado absolutório não foi levado em conta na sentença, e o holandês foi condenado.
Em 2007, a polícia espanhola emitiu novo relatório: era 54 milhões de vezes mais provável que o DNA encontrado fosse uma mistura do britânico Dixie e da vítima de estupro que de quaisquer outras duas pessoas. Mas, como faltavam alguns marcadores no perfil da Interpol, recomendava-se que fosse pedida ao Reino Unido nova amostra genética de Mark Dixie.
A amostra com todos os marcadores genéticos acaba de chegar à Espanha, oito anos depois, e corrobora, segundo um especialista forense consultado por este jornal, que o DNA encontrado em Fuengirola é compatível com o perfil de Dixie. Não é compatível com o de Van der Dussen.

Participantes do Ciência sem Fronteiras reclamam de entidade que indicou usar o ‘jeitinho brasileiro’ Sugere que estudantes possam se manter nos Estados Unidos caso ocorra atraso em repasses Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/participantes-do-ciencia-sem-fronteiras-reclamam-de-entidade-que-indicou-usar-jeitinho-brasileiro-?





RIO E BRASÍLIA - Um inusitado produto de exportação chegou aos Estados Unidos e está gerando revolta: é o famoso “jeitinho brasileiro”. Estudantes do Ciência sem Fronteiras foram aconselhados a usarem as distintas habilidades nacionais para se manterem durante um período em que não receberão auxílio financeiro.

A curiosa sugestão veio em um e-mail do Institute of International Education (IIE), entidade parceira da Capes que coordena as finanças dos alunos nos EUA. Na correspondência, o instituto indica o “Brazilian method of creative problem solving” (método brasileiro de resolver o problema criativamente) para suprir demandas de comida e alojamento em caso de atraso nos repasses.
— Eu fiquei com a sensação de não acreditar no que estava lendo. Achei absurdo, e foi uma percepção geral entre os alunos por aqui. Só se fala nisso até agora — afirma Letícia Rondon, que cursa Arquitetura e está participando do programa no Instituto de Tecnologia de Nova York.
O e-mail chegou num momento delicado na vida dos alunos. Com o fim do semestre, os estudantes deixam de ter o alojamento e a alimentação nas universidades e passam a atuar em estágios para se manterem. Como a data do fim do curso e a do início do estágio, geralmente, não combinam, o programa federal fornece uma renda para que os bolsistas possam se manter.
— Tenho dois amigos que estão vindo para Nova York de outros estados. Eles gastaram por volta de US$200 com passagem e me pediram pra deixarem suas malas na minha casa para poderem ficar em hostel por uma semana, o que vai sair caro — conta Letícia.
Para Malumara Silva, estudante de Engenharia Ambiental na Universidade do Estado do Arizona, o conselho soou irônico. Ela está apreensiva com a demora do IIE em responder se aceitará ou não o estágio obtido como atividade de verão e, consequentemente, se desembolsará a ajuda de custo.
— Existe um procedimento a ser cumprido para que eles aprovem nosso estágio e, dessa forma, disponibilizem os recursos, cerca de U$$ 570 dólares, para pagarmos alojamento e alimentação, uma vez que as aulas nas universidades vão terminar no máximo até a segunda quinzena de maio. A partir de então nós não poderemos ficar no alojamento ou comer no restaurante da instituição — afirma Malumara, completando: — O e-mail foi de muito mau gosto, soou como descaso.
CAPES: DINHEIRO ESTÁ LIBERADO
Um outro comunicado foi enviado pelo IIE com o pedido para desconsiderar a mensagem anterior. Porém, o e-mail não veio com nenhuma nova instrução, e o contato com a entidade está limitado devido ao alto número de alunos que estão pedindo autorização para entrar nos estágios.
— Eles mandaram e-mail pedindo para não falarmos com eles por até 20 dias úteis. Então estou aguardando para fazer exatamente como pediram — afirma Rayssa Cardoso, que cursa Terapia Ocupacional e participa do programa na Universidade de Kent, em Ohio.
Rayssa afirma que ela e seus amigos passaram a seguir a improvável indicação da entidade.

— Já começamos a dar o “jeitinho brasileiro” que eles pediram. Estamos estocando alimentos com o que sobrou e estamos nos ajudando. Quem tem mais ajuda os que possuem menos para que ninguém fique sem comida.
A Capes informou, por meio de comunicado, que a nota do IIE foi “descabida”. E que o instituto “já prestou esclarecimentos aos estudantes”. A agência também afirma que todas as bolsas e financiamentos do programa já foram liberados. Ainda assim, os alunos mostraram indignação com o conselho do IIE.
— Esta é a nossa indignação. Não saímos do nosso país para dar o “jeitinho brasileiro” aqui — afirma Rayssa. (Colaborou Paula Ferreira)

Ciência sem Fronteira: Universidade reclama da falta de dedicação de estudantes

A Universidade de Southampton, no Reino Unido, reclamou da falta de dedicação de estudantes brasileiros bolsistas do Programa Ciência sem Fronteiras (CsF). No último fim de semana, os bolsistas na instituição receberam um e-mail da Science without Borders UK (SWB UK), parceira internacional do programa no Reino Unido. A mensagem, à qual aAgência Brasil teve acesso, dizia que a instituição cogitou "deixar de oferecer estágios para estudantes no futuro". O estágio é um componente central da bolsa e também um elemento obrigatório.
Confira no Portal EBC:
O e-mail, enviado sábado (13) a todos os bolsistas na instituição, diz que o SWB UK foi "contactado pela Universidade de Southampton devido ao número considerável de reclamações das faculdades em relação ao comparecimento e à aplicação nos estudos". Outro trecho diz: "é muito decepcionante, para nós, ouvir da universidade que os resultados têm sido bastante baixos e que [os estudantes] não têm se esforçado. Eu entendo que isso não se aplica a todos vocês, no entanto, para aqueles [que estão nessa situação], gostaria de pedir que se esforcem mais e que cumpram todos os compromissos firmados, incluindo reuniões com o supervisor do projeto para monitorar o progresso."
Na mensagem, o SWB UK informa ter pedido à universidade os nomes dos bolsistas que não estão se dedicando o suficiente. Existe a possiilidade de eles terem que devolver o que receberam do programa. A universidade, localizada na cidade de Southampton, na costa sul do Reino Unido está no topo de rankings de instituições voltadas para a pesquisa. No ano passado, recebeu 38 estudantes brasileiros pelo CsF – a mensagem foi endereçada a eles. No final deste mês, a instituição recebe, por mais um ano, 33 alunos brasileiros.
Denise Leal foi uma das bolsistas que receberam o recado. "Eu achei ofensivo ter recebido [a mensagem] porque realmente tive comprometimento com o programa, mas entendi a intenção deles. A maioria dos estudantes que estão participado do programa não se engaja muito porque o governo [brasileiro] não exige nada em troca. Não cobra nada!", disse Denise, que cursa engenharia civil. "A gente foi meio que solto aqui. Quer estudar, estuda. Não quer estudar, viaja, porque o governo paga e não cobra resultado. O dinheiro dá e sobra, então eles preferem viajar e faltar às aulas porque não tem presença, chamada", acrescentou.
Procurada pela Agência Brasil, a SWB UK respondeu que o e-mail "não deveria ter sido enviado a todos os alunos da universidade, que foi um erro administrativo". A instituição parceira do CsF ressaltou que os estudantes brasileiros têm um "impacto positivo" nos campi e que, frequentemente, as universidades britânicas os elogiam: "muitos já ganharam prêmios e recompensas, enquanto outros tiveram destaque nos meios de comunicação, tanto no Reino Unido como no Brasil. Muitos estão firmando parcerias de pequisas de longo prazo."
De acordo com o site do programa, o Reino Unido é o segundo na lista de destinos preferidos pelos candidatos às bolsas. São quase 9 mil bolsas implementadas, entre estudantes de graduação e pós. Segundo a SWB UK, mais de 100 instituições as que recebem esses alunos. Os Estados Unidos aparecem no topo da lista de países, com mais de 20 mil bolsas concedidas.
O CsF foi lançado em 2011, com o objetivo de promover a mobilidade internacional de estudantes e pesquisadores e incentivar a visita de jovens pesquisadores altamente qualificados e professores seniores ao Brasil. Oferece bolsas, prioritariamente, nas áreas de ciências exatas, matemática, química e biologia, engenharias, áreas tecnológicas e da saúde. A meta é oferecer 101 mil bolsas até o final deste ano. A partir do ano que vem, começa uma nova segunda etapa, com mais 100 mil bolsas, que devem ser implementadas até 2018.
Os casos de estudantes que usam o dinheiro da bolsa para fins não acadêmicos não se restringem, entretanto, a Southampton.

A falta um controle rígido das atividades do programa foi constatada também pelo estudante de medicina Mário Henrique Vasconcelos. "Eu fazia as provas das matérias que queria. Se não quisesse fazer prova de uma determinada disciplina, era só comunicar. Não tinha nenhuma cobrança por parte do Brasil. No retorno, só precisei provar que voltei", contou Mário Henrique, que estudou na Universidade de Munique, na Alemanha. Ele disse que conhece "gente que não foi a uma aula sequer".
"Eu diria que mais de 50% dos bolsistas não levavam aquela oportunidade a sério. Tanto que eu saí da Austrália com vergonha de dizer que fazia parte do programa", lembrou Carolina Del Lama Marques, que estudou ciências biológicas na Universidade de Queensland, em Brisbane, na Austrália. "Acabei até evitando estar no meio dos brasileiros do programa, pois muitos deles falavam abertamente que estavam ali para viajar e aproveitar o dinheiro da bolsa. Eu também viajei e acho que isso é uma parte muito importante do intercâmbio, mas não me impediu de pegar matérias puxadas, que só teria oportunidade de fazer lá, de trabalhar em laboratórios de pesquisa reconhecidos no mundo todo e de fazer contatos importantes."
Apesar de terem constatado que havia falta de dedicação de alguns alunos, os dois estudantes consideraram a experiência do Ciência sem Fronteiras decisiva na vida profissional e que cumpriram com todas as atividades acordadas.
O governo foi procurado, e a resposta coube ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que controla as bolsas oferecidas no Reino Unido. Segundo a autarquia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o programa trabalha no exterior com "parceiros internacionais capacitados", aos quais cabe "fazer o acompanhamento dos estudantes quanto a problemas de relacionamento com a universidade, de adaptação à cultura, problemas de saúde e de desempenho acadêmico". Isso ocorre em todos os países conveniados ao CsF.
Editora: Nádia Franco

'Chuva inteligente' teria destruído contratos investigados no MS Documentos molhados eram alvo de investigação do Ministério Público. Além de ter sido molhada, papelada teria supostamente desaparecido.


O repórter secreto do Fantástico investigou uma prefeitura onde acontecem coisas muito estranhas. Você já ouviu falar em chuva esperta? Parece que na pacata cidade de Camapuã, com seus 13 mil habitantes, apareceu um novo fenômeno meteorológico.
“Você já viu a tal da chuva inteligente? Você já ouviu falar? Essa daí é inteligente”, diz o aposentado Sílvio da Costa. Se a chuva é inteligente, o pessoal de Camapuã também não é burro. “É fora de série a ‘robatina’”, completa.
Foi por causa de um suposto pé d’água que o Gaeco fechou o tempo em uma cidade do interior do Mato Grosso do Sul. O Grupo de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público está de olho em mais de R$ 8 milhões em contratos fraudulentos da prefeitura.
Camapuã tem o orgulho de ser "a capital do bezerro de qualidade", mas também quer indústrias. O polo industrial da cidade tem galpões... E mais nada. Máquina, obra, operário? Nada.
“Essa empresa, que está realizando obras no parque industrial aqui do município, ela recebeu dois pagamentos na ordem de R$ 500 mil e pouco. Pelo volume de dinheiro que essa empresa movimentou, é algo sem cabimento”, diz o vereador Giovani Rocha.
A empresa se chama Arbaes Construtora, e o repórter secreto do Fantástico foi até a sede dela. No endereço informado pela própria empresa à Receita Federal, não há muro, portão ou empresa.
A casa “é de um ex-secretário de Administração, hoje é um assessor. Ele trabalha como assessor dentro da Secretaria de Administração do Município”, diz o vereador.
Antes de dar nome aos bois, vamos ver o que faz mais uma empresa contratada pela prefeitura de Camapuã. O asfalto do bairro é coisa de louco. A empresa responsável se chama 2A. E a sede dela fica bem na frente da prefeitura. Ao todo, ela tem cerca de R$ 5 milhões de contratos com as duas gestões do mesmo prefeito. O repórter Eduardo Faustini não encontra ninguém.
No ano passado, o Ministério Público começou a receber denúncias. “As denúncias davam conta de desvio de recursos públicos a partir de contratos forjados, contratos fraudulentos, de aquisição de material de construção, bem como serviços na área de construção civil”, diz Marcos Alex Veras de Oliveira, coordenador da Gaeco no Mato Grosso do Sul. 
Iniciada a investigação, as autoridades tentaram examinar a papelada da prefeitura. “O Ministério Público local requisitou as licitações, empenhos, pagamentos e documentos que comprovassem aqueles pagamentos que tínhamos notícia que vinham ocorrendo, e que estavam sob investigação”, explica Marcos Roberto Dietz, promotor do Gaeco/MS. 
Foi aí que caiu em Camapuã a chuva inteligente. “O que nos chamou a atenção foi a justificativa apresentada pelo então procurador jurídico do município, Maurício Duailibi, para justificar o extravio desses documentos. Simplesmente ele alegou que dez caixas de documento teriam sido danificadas por água da chuva. Esses documentos foram levados para secar no sereno em uma situação inusitada e, por uma razão não explicada, ainda sumiram da prefeitura da noite para o dia”, conta o coordenador da Gaeco no Mato Grosso do Sul.
A chuva esperta teria caído no dia 10 de março do ano passado, mas o boletim de ocorrência foi feito muito tempo depois. “O registro da ocorrência do extravio desses documentos se deu somente 60 dias após o evento chuva e após o Ministério Público ter cobrado por várias vezes que se enviasse essa documentação”, diz o coordenador da Gaeco no Mato Grosso do Sul
A história da chuva virou motivo de chacota na cidade. “Os papéis que eram para prova de negociação, de compra, de assim, aquilo ela molhou. O IPTU, não”, ironiza o aposentado Sílvio da Costa.
O Gaeco foi à prefeitura investigar a chuva inteligente. De fato, ali tem uma infiltração, mas veja o que os funcionários contam ao promotor:
Homem: Era só mais ou menos isso aqui. Não era um documento importante, assim...
Fantástico: Não botaram para secar nada não, né?
Homem: Não, não. Perdeu-se algum documento aqui no teu setor, você lembra?
Mulher: No meu, não.
Na época da tempestade duvidosa, Maurício Duailibi era o procurador jurídico do município. Foi ele quem enviou um ofício ao Gaeco para comunicar a "chuva torrencial" que acabou fazendo a papelada sumir. Supostamente.
Em conversa gravada com autorização da Justiça, Maurício pede um favorzinho ao dono de uma empresa que presta serviço à prefeitura fornecendo salgados.
Maurício Duailibi: Você ainda tem aquele contrato com a prefeitura?
Dono de empresa: Qual contrato?
Maurício Duailibi: De salgados.
Dono de empresa: Tenho.  
Agora, como secretário de administração de Camapuã, Maurício quer fazer um agrado a um pessoal no estádio da cidade, o Carecão.
Maurício: Eu vou fazer um aperitivo para um pessoal que vai jogar hoje lá no Carecão e estava pensando em pegar uma carne. Você joga como salgado.
Depois que o Gaeco começou a investigar as falcatruas, Maurício ligou para um colaborador para dar um conselho de amigo da onça.
Maurício Duailibi: Que marca de cigarro você fuma?
Colaborador: Eu ainda não fumo, não.
Maurício Duailibi: Mas vai ter que aprender.
Colaborador: Que que foi?
Maurício Duailibi:Dia de visita em cadeia é quinta-feira, domingo, como é que é? O Gaeco está aqui atrás daquelas notas.
Sobre as notas dos contratos molhados na tal chuva, ele e um comparsa dizem o seguinte, em outro telefonema.
Maurício Duailibi: Vai dar mais ou menos só uns R$ 800 mil.
Colaborador: Daquelas notas? Não, pode jogar três vezes, mais esse valor.
Ou seja, R$ 2,4 milhões em notas frias.
Na sexta-feira (08), Maurício foi preso pelo Gaeco durante operação de busca e apreensão em vários locais. Ele portava uma arma sem registro e sem porte. Foi solto depois de pagar fiança.
O Fantástico procurou Maurício Duailibi e o prefeito da cidade, Marcelo Duailibi, do DEM. O prefeito é sobrinho de Maurício. Nossa equipe procurou também Carlos Nino Machado, o assessor da prefeitura que é o dono daquela casa que é sede da empresa Arbaes. Não recebemos resposta. Já o dono da 2A, José Augusto de Souza, não foi encontrado.
As investigações continuam, inclusive de empresas que supostamente prestam serviço à cidade, mesmo estando sediadas a mais de mil quilômetros dali.
Por isso, senhores Maurício e Marcelo Duailibi, o Fantástico pergunta: cadê o dinheiro que tava aqui?