domingo, 10 de maio de 2015

Brasileiros são responsáveis por 64% dos gols do Benfica na temporada

O Benfica derrotou o Penafiel por 4 a 0 neste sábado e está cada vez mais perto de ser campeão português. Na partida, três gols saíram através de brasileiros. Na verdade, isso não chega a ser um acaso, mas sim a regra do time no torneio. Até agora, 64% dos gols do Encarnado na competição saíram com brazucas. Dos 82, 53 foram de Jonas, Luisão, Talisca, Derley, Luisão e Jardel. Se for para a temporada inteira, a porcentagem, curiosamente, também é de 64%: 66 de 102.
Isso se explica principalmente por causa da dupla de ataque formada por Jonas e Lima. Os dois se entenderam muito bem e ambos disputam a artilharia do Campeonato Português com Jackson Martínez. O ex-jogador de Grêmio, Santos e Valencia tem 18, enquanto o seu companheiro tem 17. O colombiano tem 18.
O meia Anderson Talisca, destaque absoluto do time na primeira parte da temporada, marcou nove gols e, ao lado do argentino Salvio, é o terceiro da lista benfiquista de artilharia no Campeonato Português. A dupla de zaga formada por dois brasileiros, Luisão e Jardel, também contribuiu lá na frente. Cada um marcou quatro vezes. Derley, atacante reserva, fez um.
Lima e Jonas disputam a artilharia do Campeonato Português com Jackson (Foto: Francisco Leong/AFP)
Por outro lado, Portugal rendeu poucos gols para a equipe de sua capital. Apenas dois jogadores locais marcaram. O lateral-esquerdo Eliseu fez quatro, enquanto o meia Pizzi, que ganhou espaço depois da queda de Talisca, fez mais dois.
Se levar em conta todas as competições oficiais da temporada, o Benfica superou a marca centenária neste sábado na goleada sobre o Penafiel por 4 a 0, em que três gols foram brasileiros. Chegou a um total de 102, com 66 de brazucas. Neste caso, Jonas fez 27, Lima mais 15, Talisca marcou 11, enquanto Derley tem mais um. Os zagueiros permanecem com quatro, cada.

O Nazismo foi de longe o sistema totalitário extremista mais conhecido. Seja pela notável característica de patriotismo, disseminado por um ditador apaixonado e vingativo, ou pelas barbáries que atingiram milhões de vítimas. E esta última, quase sempre, é a única forma pela qual o Nazismo é lembrado.

70 aniversario del final de la II Guerra Mundial
León Degrelle (no centro da imagem, tomada durante a II Guerra Mundial) refugiou-se em Espanha. / EFE
O refúgio predileto, o mais seguro, quente e acolhedor; a primeira etapa de uma rota secreta para fugir da Europa e chegar à América do Sul em algum dos barcos da companhia naval Aznar que saíam do porto de Bilbao e transportavam os ratos a lugares ignorados onde não chegavam os narizes dos espiões aliados. Sob o manto da Igreja e a proteção do regime de Franco, a Espanha se transformou a partir de 1945 em um dos covis mais confortáveis para centenas de agentes da Gestapo, da Abwehr, da SD e das SS que fugiam em busca de um refúgio seguro.

“O senhor poderia me ajudar a descobrir quem eram estas três pessoas, dois homens e uma mulher, que durante um ano viveram em nossa casa em Bilbao? Só sei que se chamavam Otto, Hans e Helga. O senhor acha que cometeram algum crime?”, uma senhora me escreveu nos anos noventa. Nunca conseguimos descobrir o segredo daqueles três personagens. Nem o de outras centenas de pessoas que viveram experiências semelhantes e cujo rastro enigmático foi levado pelo vento da história.Dezenas de famílias abastadas, em sua maioria ligadas ao regime e à Falange (membro da Falange Espanhola, organização paramilitar que ajudou Francisco Franco a chegar ao poder), abrigaram durante meses em suas casas pessoas altas e loiras que um dia tocaram a campainha de seus domicílios e se apresentaram vestidos de terno como diplomatas e com uma maleta de couro nas mãos. Mostravam uma carta de recomendação e confessavam que não falavam uma só palavra em espanhol. Durante meses, às vezes anos, conviviam com as famílias sem que ninguém lhes perguntasse sobre seu passado. Depois desapareciam para sempre.
“Espanhol! Divulgue este panfleto! São os judeus que ordenam e mandam na Rússia, Inglaterra e Estados Unidos. Não podemos nos esquecer que essa guerra foi provocada pelo judaísmo, que é o verdadeiro diretor da política das nações que formam as fileiras dos anticristãos”. Panfletos como esse distribuídos em cinemas, cafés, paróquias e cabelereiros pela equipe do diretor da propaganda pró-nazismo na Espanha, o hábil e elegante Hans J. Lazar, de seu gabinete na embaixada alemã em Madri, em um palacete no número 4 da rua Paseo de la Castellana, aplanaram o caminho para que fossem abertas as portas aos homens de terno e maleta que apareceram em silêncio, mas como uma enxurrada por toda a Espanha. Suas identidades não estão nas listas negras redigidas pelos Aliados.
As listas de extradição dos Aliados ao final da guerra demonstram a importância da Espanha como refúgio de espiões e criminosos nazistas. São escritas à máquina e em inglês e detalham onde residiam e suas atividades: torturadores, empresários que colaboravam com Hitler, diplomatas, agentes da Gestapo, Abwehr e as SS. Nenhuma pessoa relevante dos 750 pedidos foi entregue. Como o doutor Franz Liseau Zacharias que morava no número 52 da rua Alcalá e cuja ficha dizia: “Esse homem se passa por doutor. Foi na realidade agente do serviço de contraespionagem (a Abwehr) envolvido na compra de animais do Marrocos espanhol e da Guiné espanhola para fins experimentais na Alemanha, entre eles a propagação de horríveis doenças, como a peste, nos campos de concentração”.
“Traga um alemão, que eu o esconderei em minha casa", me dizia uma amiga espanhola. Como ela, existia muita gente disposta a ajudar em troca de nada. "Uma família inteira se escondeu em um pequeno hotel próximo a minha casa”, me confessou a esposa de Ivo Obermueller, chefe da seção naval de contraespionagem, incluído em uma lista negra e detido por pressão dos Aliados durante uma semana nos calabouços da Porta do Sol. “Foi muito bem tratado e no dia em que saiu recebeu um jantar de gala no qual seus guardas cantaram o Danúbio Azul”.
Os nomes e as histórias dos nazistas mais importantes que se esconderam e morreram em paz na Espanha são conhecidos: Leon Degrelle, o chamado filho adotivo de Hitler, cujo avião aterrissou na praia da Concha em San Sebastián em 1945; Otto Remer, o general que salvou o chefe nazista do atentado em julho de 1944; Otto Skorzeny, o homem que libertou Mussolini no Gran Sasso quando estava nas mãos dos Aliados; os SS Gerhard Bremer, Anton Galler e muitos outros cujos túmulos podem ser visitados em Denia (Alicante) e, sobretudo, nos cemitérios da Andaluzia e Catalunha. Quase ninguém conhece, por outro lado, a identidade das centenas de visitantes anônimos que tocaram as campainhas de muitas casas de espanhóis e depois desapareceram. É quase certo que em sua grande maioria cometeram algum crime.
José María Irujo é jornalista de El País e autor da Lista Negra. Os espiões nazistas protegidos por Franco e a Igreja (Aguila)

França mantém operação da frota Airbus A400M após acidente em Sevilha Ler mais: http://visao.sapo.pt/franca-mantem-operacao-da-frota-airbus-a400m-apos-acidente-em-sevilha=f819192#ixzz3ZjNHmvxX

Paris, 10 mai (Lusa) - O exército francês vai continuar a usar a sua frota de Airbus A400M, dizendo "não ter elementos nesta fase" que justifiquem a suspensão, disse hoje um porta-voz militar, um dia depois do acidente mortal em Espanha.
"Nós não temos elementos que nos levem a suspender a nossa frota A400", disse à agência de notícias o chefe dos serviços de imprensa da força aérea francesa (SIRPA Air), o coronel Jean-Pascal Breton.
A França vai assim manter os voos da sua frota destes aviões de carga militares, ao contrário da Alemanha e Reino Unido, que decidiram suspender as operações das suas aeronaves deste modelo, a primeira "até nova ordem em contrário" e o segundo "por uma questão de precaução" na sequência do acidente que vitimou quatro pessoas no sábado em Sevilha.


Ler mais: http://visao.sapo.pt/franca-mantem-operacao-da-frota-airbus-a400m-apos-acidente-em-sevilha=f819192#ixzz3ZjMvfsgC

sábado, 9 de maio de 2015

Compras milionárias no governo Agnelo para os bombeiros podem queimar o governo Rollemberg


DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS ANIMAIS

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS ANIMAIS

Proclamada pela UNESCO em sessão realizada em Bruxelas em 27 de janeiro de 1978

Preâmbulo: Considerando que cada animal tem direito; considerando que o desconhecimento e o desprezo destes direitos levaram e continuam a levar o homem a cometer crimes contra a natureza e contra os animais; considerando que o reconhecimento por parte da espécie humana do direito à existência das outras espécies animais, constitui o fundamento da coexistência das espécies no mundo; considerando que genocídios são perpetuados pelo homem e que outros ainda podem ocorrer; considerando que o respeito pelos animais por parte do homem está ligado ao respeito dos homens entre si; considerando que a educação deve ensinar à infância a observar, compreender e respeitar os animais,

Proclama-se:

Art. 1 - Todos os animais nascem iguais diante da vida e tem o mesmo direito a existência.

Art. 2º
a) Cada animal tem o direito ao respeito.
b) O homem, enquanto espécie animal não pode atribuir-se o direito de exterminar outros animais ou explorá-los, violando este direito. Ele tem o dever de colocar a sua consciência a serviço dos outros animais.
c) Cada animal tem o direito à consideração, à cura e à proteção do homem.

Art. 3º
a) Nenhum animal deverá ser submetido maltrato e atos cruéis.
b) Se a morte de um animal é necessária, deve ser instantânea, sem dor nem angústia.

Art. 4º
a) Cada animal que pertence a uma espécie selvagem, tem o direito de viver livre no seu ambiente natural terrestre, aéreo ou aquático e tem o direito de reproduzir-se.
b) A privação da liberdade, ainda que para fins educativos é contrária a este direito.

Art. 5º
a) Cada animal pertencente a uma espécie, que vive habitualmente no ambiente do homem, tem o direito de viver e crescer segundo o ritmo e as condições de vida e de liberdade, que são próprias da sua espécie.
b) Toda modificação deste ritmo e destas condições impostas pelo homem para fins mercantis é contrária a este direito.

Art. 6º
a) Cada animal que o homem escolher para companheiro tem o direito a uma duração de vida, conforme a sua natural longevidade.
b) O abandono de um animal é um ato cruel e degradante.

Art. 7º - Cada animal que trabalha tem o direito a uma razoável limitação do tempo e intensidade de trabalho, a uma alimentação adequada e ao repouso.

Art. 8º
a) A experimentação animal, que implica em um sofrimento físico e psíquico, é incompatível com os direitos do animal, quer seja uma experiência médica, científica, comercial ou qualquer outra.
b) As técnicas substutivas devem ser utilizadas e desenvolvidas.

Art. 9º - No caso do animal ser criado para servir de alimentação, deve ser nutrido, alojado, transportado e morto sem que para ele resulte ansiedade ou dor.

Art. 10º
a) Nenhum animal deve ser usado para divertimento do homem.
b) A exibição dos animais e os espetáculos, que utilizam animais são incompatíveis com a dignidade do animal.

Art. 11º - O ato que leva à morte de um animal sem necessidade, é um biocídio, ou seja, um delito contra a vida.

Art. 12º
a) Cada ato que leva ã morte de um grande número de animais selvagens, é um genocídio, ou seja, um delito contra a espécie.
b) O aniquilamento e a destruição do ambiente natural levam ao genocídio.

Art. 13º
a) O animal morto deve ser tratado com respeito.
b) As cenas de violência de que os animais são vítimas, devem ser proibidas no cinema e na televisão, a menos que tenha como fim mostrar um atentado aos direitos do animal.

Art. 14º
a) As associações de proteção e de salvaguarda dos animais devem ser representadas em nível de governo.
b) B) Os direitos do animal devem ser defendidos por leis, como os direitos do homem.

Alguns cães sofrem muito quando seus donos saem de casa, veja o que fazer para amenizar esse sofrimento.


Alguns cães sofrem muito quando seus donos saem de casa, veja o que fazer para amenizar esse sofrimento.
Alguns cães sofrem de ansiedade da separação, ou seja, se sentem nervosos, com medo ou em pânico quando seus companheiros humanos saem de casa. Muitas vezes, as pessoas não percebem que seus cachorros estão sofrendo desse tipo de ansiedade, porque isso só ocorre quando os bichinhos estão sozinhos.
Segundo o Pawnation, esses são alguns comportamentos que podem indicar que seu cão sofra de ansiedade da separação:
  • Chama a atenção de seus donos durante o dia todo (latindo, encostando a pata, olhando…);
  • Segue seus donos pela casa;
  • Procura proteção de seus donos quando algo inesperado acontece;
  • Fica muito animado quando seus donos chegam em casa;
  • Fica latindo, chorando ou ouvindo quando está sozinho;
  • Destrói objetos da casa quando o dono sai;
  • Tenta fugir de casa quando está sozinho.
Se você desconfia que seu cão esteja sofrendo de ansiedade da separação, veja 6 soluções para ajudar seu bichinho:
  1. Finja que vai sair (pegue suas chaves ou bolsa), mas então fique em casa ou saia e volte imediatamente. Assim que o cachorro for se acalmando, aumente o tempo que você fica fora;
  2. Quando você chegar em casa, ignore seu cachorro até ele se acalmar;
  3. Não permita que seu cachorro durma na sua cama;
  4. Peça para outra pessoa fazer algo que seu cachorro goste, como passear ou brincar;
  5. Deixe seu cachorro com vontade de ter seu tempo sozinho, dando brinquedos especiais quando você sair de casa e tirando esses brinquedos quando voltar;
  6. Se você costuma ter a televisão ou rádio ligados quando está em casa, deixe ligado quando sair também.
Fonte: Portal do Dog

As recrutadoras do Estado Islâmico O projeto de Estado jihadista precisa de mulheres para obter estabilidade social. Um grupo de muçulmanas se encarrega de alistar adeptas entre as jovens ocidentais, usando a Internet como ferramenta Conversão expressa à jihad Nas entranhas da ‘jihad 2.0’ com Abu Bilel

EVA VÁZQUEZ
O Estado Islâmico promove o direito a construir uma nação, o Califado, com a antiga mensagem de “casa e lar”, de modo que incentiva seus militantes a se casar e reproduzir. Mas há uma escassez de mulheres e, portanto, a necessidade de uma campanha de recrutamento rica em ideais nacionalistas e repleta de anúncios matrimoniais. Seu alvo principal são as muçulmanas ocidentais. E a verdade é que acaba sendo mais fácil recrutar mulheres criadas no Ocidente do que as de países árabes ou em desenvolvimento. As primeiras são mais ativas nas redes sociais, o campo ideológico mais frequentado pelas futuras heroínas jihadistas –e na qual se produz também boa parte da radicalização dos homens– e, em consequência, mais fáceis de se rastrear e persuadir. Mas, sobretudo, as ocidentais são mais cultas e independentes, características que as fazem especialmente sensíveis ao projeto nacionalista, assim como propensas a abandonar seus pais, parentes e amigos para fazer parte da nova nação. Entre estas está Fátima, uma jovem australiana de 20 anos, ex-estudante de Biologia, estabelecida na Síria no fim de 2013, que tuíta: “O nosso projeto é patriótico, o nascimento de uma nação, e nós somos as mães da pátria”.
Muitas das artimanhas que o Estado Islâmico utiliza para seduzir as mulheres são similares às técnicas de sedução empregadas na Rede por pedófilos. As vítimas são sempre jovens, de preferência adolescentes, que passam muito tempo na Internet e, por isso, são muito familiarizadas com todas as redes sociais: Twitter, Instagram, Facebook, YouTube, etc. Quem as recruta, no entanto, não são homens, mas um grupo de mulheres jovens, todas ocidentais procedentes de países distintos, que conhecem perfeitamente a psicologia feminina muçulmana, já que compartilham da mesma. Sua tarefa é persuadir suas compatriotas e convencê-las a abandonar o consumismo e a cultura ocidental e embarcar em uma aventura patriótica junto a um guerreiro, ou, melhor dizendo, junto a um herói.
Quem está encarregada de doutrinar as inglesas é Asaq Mahmood, ex-estudante de Medicina de Glasgow, procedente de uma família paquistanesa, radicalizada sem sair de seu quarto por meio de vídeos de propaganda islâmica. Foi uma das primeiras a abandonar sua família e a se unir às fileiras do Estado Islâmico. Fez tudo por sua própria conta, sem ajuda de nenhum recrutador, e, quando chegou à Al Raqa, se converteu de imediato na voz feminina do Califado.
Asaq é muito hábil no uso das redes sociais como ferramenta de convencimento e sedução; dependendo da psicologia de sua presa, compõe poemas nacionalistas ou divulga receitas de cozinha do Oriente Médio melhoradas com ingredientes ocidentais, como Nutella. Antes de sua fuga, tinha um blog em que contava o dia a dia de seu processo de doutrinação, um diário valiosíssimo para a luta contra o terrorismo. Ao lê-lo, não é difícil perceber que sua autora não só é uma menina inteligente que se sentia incomodada em sua própria pele, mas que possui também uma racionalidade completamente ocidental e um espírito de independência adquirido nas carteiras escolares da Escócia. Características que a levaram a buscar as respostas para seus questionamentos existenciais na Rede.
Os primeiros passos de todos os seguidores ocidentais do Estado Islâmico, mulheres e homens, acontece quase sempre no universo cibernético e são motivados pela busca por uma nova identidade, pela necessidade de dar um sentido significativo a suas vidas. A sedução do Estado Islâmico, no caso de Asaq, aconteceu pelo intelecto, a militância a transformou em uma heroína de uma aventura patriótica, o Califado, a primeira expressão autêntica concreta da utopia política muçulmana, um sonho idealista que há séculos acompanha as famílias muçulmanas e com o qual todas as gerações acabam tropeçando.
Se o Califado não for capaz de casar seus guerreiros, o sonho pode fracassar
É muito provável que Asaq tenha recorrido a essa narrativa nacionalista para recrutar as três adolescentes britânicas que em fevereiro realizaram sua própria viagem para Al Raqa: Amira Abase e Shamira Begun, de 15 anos, e Kadiza Sultana, de 16.
Uma tática diferente, por outro lado, é aplicada, no caso das muçulmanas de Ceuta, por Loubna Mohamed, de 21 anos, a cabeça de uma rede de recrutamento espanhola. Loubna era uma professora de jardim de infância, que sumiu de repente para reaparecer algumas semanas mais tarde nas redes sociais. De Al Raqa, Loubna fala para adolescentes com menor nível educacional do que Amira, Shamira e Kadiza, para meninas com sonhos mais simples, para quem o casamento é o objetivo mais importante de suas vidas.
Sem que se deem conta, a sedução dessas cinderellas islâmicas, presas por sua madrasta ocidental, se produz paradoxalmente através da manipulação das ferramentas clássicas das fábulas europeias. A mulher de carreira, que enfrenta os homens nos Conselhos de Administração das grandes empresas, é uma imagem repugnante, como repugnante é a ideia de acabar sendo uma solteirona. Isso se institui claramente nas mensagens que Loubna envia de Al Raqa. E a doutrina funciona. Em Ceuta, com uma população de 85.000 habitantes, 15 famílias denunciaram o desaparecimento de adolescentes, um percentual altíssimo.
É difícil estabelecer com exatidão quantas são as mulheres ocidentais convencidas e seduzidas pelas recrutadoras do Estado Islâmico; os ingleses dizem que são cerca de 550, mas essas estatísticas só levam em conta os casos de desaparecimentos divulgados pelas famílias. Por exemplo, no Reino Unido, as meninas desaparecidas oficialmente são 20, mas suspeita-se que as famílias de outras 40 não tenham denunciado seus desaparecimentos.
Na Alemanha estima-se que 100 mulheres fugiram com destino ao Califado, algumas com maridos e filhos, mas a grande maioria sozinha. A faixa de idade mais comum é a que vai dos 16 aos 27 anos, e entra elas se encontra Fátima, desaparecida em dezembro de 2013, com apenas 17 anos, milagrosamente encontrada por seus pais na Síria.
A recrutadora das mulheres muçulmanas alemães é uma compatriota que se faz chamar Muhajira, emigrante. Em seu blog, intitulado Uma verdadeira heroína, discute simultaneamente os fundamentos do islã e de fábulas de amor com heróis jihadistas. Descreve a viagem a Al Raqa como um livro ilustrado, repleto de aventuras e descobertas.
As técnicas de sedução são similares às empregadas na Rede pelos pedófilos
Ultimamente, a chegada de novos recrutas masculinos –calcula-se que nos últimos 12 meses tenham chegado da Europa 6.000 jovens— tem obrigado o Estado Islâmico a acelerar o programa de recrutamento de noivas. Assim nasceram páginas na web comoask.fm, no qual futuros maridos publicam anúncios matrimoniais, omatch.com jihadista. Em julho, o Estado Islâmico abriu inclusive uma agência de casamentos em Al Bab, uma aldeia na província de Alepo, e, recentemente, o califa, Al Baghdadi, ofereceu aos futuros casais uma casa e 1.200 dólares (3.500 reais) de dote.
A importância da mulher, a essa altura, vai muito além da necessidade de procriar, se convertendo em um elemento fundamental de estabilidade social. Do mesmo modo que a condição de solteirona é repulsiva para as mulheres, estar sem esposa e família é um sinal de fracasso para o guerreiro e, a julgar pelos comentários na Internet de jovens jihadistas que buscam uma mulher para se casar, também uma condição de frustração para os homens. Quem sabe, talvez a primeira autêntica crise social dentro do Estado Islâmico acabe se produzindo por causa da desproporção entre homens e mulheres em seu interior. Se o califado não for capaz de casar seus guerreiros, o sonho nacionalista pode fracassar. Uma realidade surrealista, que poderia nos ajudar, no entanto, a encontrar uma nova arma. A política de “casa e lar” não é novidade, e foi também um dos cimentos da aventura nacionalista na Europa e na América. Os novos Estados nascem das famílias que constituem os pilares de sua sociedade. Sem eles, o Estado não pode existir.
Loretta Napoleoni é economista.