quinta-feira, 7 de maio de 2015

Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego subiram no USA


WASHINGTON (Reuters) - O número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego cresceu levemente na semana passada, ficando próximo de uma mínima em 15 anos, em uma indicação de que o mercado de trabalho continua a se fortalecer apesar do crescimento econômico moderado.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego subiram em 3 mil, para 265 mil segundo números ajustados sazonalmente, na semana encerrada em 2 de maio, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira. O número de pedidos para a semana antecedente ficou sem revisão em 262 mil, que foi a menor leitura desde abril de 2000.
(Por Lucia Mutikani)

Dióxido de carbono na atmosfera bateu recorde em março A concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera atingiu um nível recorde em março, mais um sinal evidente do aquecimento global Ler mais: http://visao.sapo.pt/dioxido-de-carbono-na-atmosfera-bateu-recorde-em-marco=f818863#ixzz3ZSS3TOIv

Dióxido de carbono na atmosfera bateu recorde em março
Reuters
Em março, a concentração mundial média mensal do CO2 na atmosfera ultrapassou pela primeira vez o patamar das 400 partes por milhão (ppm), anunciou quarta-feira a agência norte-americana para os Oceanos e a Atmosfera (NOAA, na sigla em Inglês).
A concentração de CO2 na atmosfera é medida em termos de partes por milhão, isto é, quantas moléculas de CO2 existem por milhão de moléculas de ar seco, ou seja, depois de o vapor de água ter sido removido.
"Isto era uma questão de tempo", sublinhou o principal cientista encarregado do acompanhamento dos gases com efeito de estufa na NOAA, Pieter Tans.
Especificou que as estações de medida da agência já tinham sinalizado a ultrapassagem das 400 ppm no Ártico, na primavera de 2012, e no Havai, em 2013.
Agora, "atingir o patamar das 400 ppm no conjunto do mundo é significativo", considerou o cientista.
O aquecimento global, resultantes dos gases com efeito de estufa, vai estar no centro da conferência que a Organização das Nações Unidas está a preparar para Paris, em dezembro.
A reunião deve conduzir a um acordo vinculativo para mais de 190 países na luta contra o aquecimento global do planeta para o limitar a dois graus centígrados em relação à era industrial.
Até à revolução industrial do século XIX e ao recurso massivo às energias fósseis, a taxa de CO2 na atmosfera não terá ultrapassado as 300 ppm durante pelo menos 800 mil anos, segundo os estudos feitos no gelo polar.
"Isto mostra que a combustão do carvão e do petróleo causou um aumento em mais de 120 ppm as concentrações de CO2 desde a era pré-industrial, metade da qual desde 1980", pormenorizou Pieter Tans.
A Agência Internacional de Energia anunciou em 13 de março que o aumento das emissões mundiais de CO2, provenientes da combustão de energias fósseis, tinha sido interrompido em 2014, quando estabilizou no nível de 2013.
Mas estabilizar a taxa de emissões de gases com efeito de estufa é insuficiente para impedir as alterações climáticas, sublinhou Tans.
Segundo James Butler, um dirigente da NOAA, "seria preciso eliminar cerca de 80% das emissões de CO2 provenientes da combustão de combustíveis fósseis para realmente parar aumento de CO2 na atmosfera".
Mas, explicou, "as concentrações de dióxido de carbono não vão começar a diminuir antes de reduções mais drásticas do CO2 e, mesmo depois, a diminuição as concentrações vai ser lenta".
Os dados da NOAA mostram com efeito que a taxa média de aumento das concentrações do CO2 na atmosfera tem sido de 2,25 ppm por ano de 2012 a 2014, ou seja, o nível mais elevado alguma vez registado em três anos consecutivos.
Sinal de que a tendência continua a ser de subida, o observatório da NOAA no Havai, em Mauna Loa, continuou a medir uma taxa superior a 400 ppm em abril. Este observatório, que data de 1958 e é a mais antiga estação de medida do mundo, registou uma taxa de CO2 de 401,3 ppm, quando em 2013 o limite das 400 ppm só foi superado em dois dias. 


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A vaidade ferida do Chile A falta de respostas à desigualdade e os casos de corrupção pesam sobre Bachelet


Michelle Bachelet
Michelle Bachelet e seu filho Sebastián Dávalos em dezembro. / M. RUIZ (EFE)
Como símbolo da desigualdade, dos abusos de poder, das expectativas frustradas e de outros problemas que afligem o mundo ocidental, a Grande Torre de Santiago, o edifício mais alto daAmérica Latina, funciona bem. Monumento ao amor próprio não apenas do segundo homem mais rico do Chile, mas de todo um país, começou a ser construído em 2006 sem as licenças adequadas, e a obra foi paralisada durante anos depois da crise econômica de 2008, deixando 5.000 trabalhadores desempregados. Foi completado no final de 2012 e, desde então, os 60 andares do grande totem de vidro, mais agressivamente visível do que a Cordilheira dos Andes a partir das planas avenidas da capital, permanecem vazios.
Para os chilenos, pelo menos os da classe média para cima, a torre ilustra a lacuna que substituiu seus sonhos de próspera modernidade. Deleitaram-se durante anos com a noção de que eram moralmente superiores ao resto dos latino-americanos. Gostavam de se autodenominar “os ingleses do continente” e fazer comparações destacando seu lado positivo em relação aos caóticos vizinhos argentinos. Gabavam-se do “milagre chileno”, de um crescimento econômico espetacular desde a queda de Augusto Pinochet, em 1990.

Esperavam muito mais quandoMichelle Bachelet, representante da esquerda cujo pai foi assassinado pela ditadura de Pinochet, concorreu pela segunda vez à presidência no ano passado, depois de um exílio voluntário de quase quatro anos na ONU, em Nova York. A crise de 2008, quando o comando do Governo estava nas mãos da direita, havia revelado a dura realidade de que havia uma diferença enganosa entre as receitais globais da economia e a renda per capita: cerca de 1% da população detinha 30% da riqueza nacional. A insatisfação foi expressa em uma explosão de manifestações estudantis semelhantes às dos indignados da Espanha. Os protestos diminuíram com a reaparição no cenário da enormemente popular Bachelet, como também se acalmaram com o surgimento do Podemos na Espanha.Hoje, a Grande Torre simboliza uma repreensão ao excesso de esperança e vaidade. Reina a decepção, a desconfiança no sistema político, a indignação com os ricos. A sensação que se tem nas conversas com acadêmicos, jornalistas e vários analistas em Santiago é a mesma quando se conversa com as pessoas na Europa, de ilusões perdidas. “Esperávamos mais”, repetem.
No país reina a desconfiança no poder político e nas grandes empresas
“Bachelet voltava limpa. Era a grande mãe, a salvadora da pátria”, lembra Alberto Mayol, jovem sociólogo e reconhecido analista político chileno. “Permaneceu assim durante toda a campanha, como símbolo da cruzada mortal, mas sem dizer nada de concreto sobre seu futuro programa de governo.”
Mas promessas foram feitas, principalmente combater os abusos do poder e a desigualdade. No primeiro caso, recebeu um golpe quase mortal contra sua credibilidade com a notícia — quando já estava instalada na presidência — de que seu filho, Sebastián Dávalos, estava sendo investigado pela justiça, por supostamente ter utilizado sua influência política para se enriquecer com a mudança do plano diretor relativo a terrenos, que ele e sua esposa haviam comprado. O escândalo coincidiu com uma onda de acusações relacionada com o financiamento de partidos de todas as cores por empresários de direita. O resultado, segundo pessoas que a conhecem, é que Bachelet está emocionalmente mais abalada do que as pessoas que votaram nela.
Em relação à luta contra a desigualdade, “a máquina” da economia, nas palavras de Mayol, continua nas mãos dos de sempre, e o Governo de Bachelet, como tantos outros do continente e da Europa, não tem dado uma resposta viável ao mal-estar social que isso gera.
A crise revelou que 1% da população detém 30% da riqueza
“As pessoas”, segundo Ramiro Mendoza, recém-aposentado depois de anos no comando da Controladoria Geral da República, “estão emputecidas contra o poder político e também contra a grande empresa”. Mendonza, que causou muita repercussão há algumas semanas quando declarou que a corrupção havia “chegado ao Chile”, acredita que o problema econômico é estrutural e de difícil solução. “Trata-se de uma armadilha dos países emergentes que saem rápido do subdesenvolvimento, como foi o caso do Chile, mas depois descobrem que lhes falta a arquitetura da governança.”
Como no Brasil, onde o problema é de dimensões muito maiores, muita gente, que antes era pobre, de repente conseguiu comprar pela primeira vez geladeiras e televisores e viu com grande satisfação que seus filhos iam à universidade. Mas, logo depois, descobriram que o transporte público, a saúde pública, a segurança pública não estavam à altura; que um título universitário não era garantia de que os filhos conseguiriam melhores empregos que os de seus pais. A insatisfação geral hoje tem origem em expectativas frustradas, um fenômeno que, segundo Mendonza, também é explicado pela corrupção.
“As exigências são mais altas do que no resto da América Latina”, diz um especialista
Como outras pessoas de renome em Santiago, Mendonza afirma que, apesar do estrago causado pelas recentes revelações ao ego nacional, o Chile continua sendo diferente do resto do continente. Ainda existe uma ordem institucional. Não tem nada a ver, como dizem alguns, com o espírito de “salva-se quem puder” dos países vizinhos. No Chile, ao contrário da Argentina, criou-se um Estado forte em meados do século XIX. A propina, o suborno a funcionários públicos, praticamente não existe no Chile. Ninguém pensa em subornar um policial; se alguém compra um chocolate em um quiosque recebe infalivelmente um recibo de compra do vendedor, cuja cópia é guardada para depois regularizar suas contas com a Fazenda. Com relação à Grande Torre, talvez tenha havido abusos no início da construção, mas hoje o acesso ao edifício está bloqueado devido à falta de licenças oficiais, problema que em outros países latino-americanos poderia ter sido resolvido com uma propina ao oficial de plantão.
“As instituições funcionam, a promotoria está fazendo investigações independentes, há pessoas ricas que já estão sendo presas”, observa Patricio Navia, professor chileno de estudos latino-americanos na Universidade de Nova York. “As exigências chilenas são maiores do que no resto da América Latina.”
“A presidenta se tornou um Hamlet”, opina um sociólogo
Em relação à evolução da economia, os chilenos também esperavam mais. O que percebem é que a presidenta, na qual haviam depositado esperanças tão grandes, não tem respostas à crise de legitimidade de seu Governo. “Tornou-se uma Hamlet permanente”, opina Mayol. A direita tampouco sabe para qual lado deve ir para recuperar seu prestígio perdido. No Chile, como em tantos outros países, reina a indecisão; ninguém tem a poção mágica. Vivemos em uma época na qual somos mais conscientes do que as gerações anteriores, e os vendedores de esperança, quando chegam para governar, acabam enfrentando o drama de Hamlet e descobrem que vivem em uma torre de vidro.

E se os políticos fôssemos nós? Acredita ter encontrado a chave do segredo para aumentar participação dos cidadãos no processo político. Em Reinventar a Democracia, que, em Portugal, Manuel Arriaga explica como lá chegar Ler mais: http://visao.sapo.pt/e-se-os-politicos-fossemos-nos=f818902#ixzz3ZSR0JfBd

Manuel de Arriaga é o autor e propõe uma nova relação dos cidadãos com a política
Manuel de Arriaga é o autor e propõe uma nova relação dos cidadãos com a política
Foto: Nuno Botelho
A ideia, apesar de inovadora, traduz uma espécie de regresso aos clássicos. Já na Antiguidade, os cidadãos de Atenas eram recrutados para exercerem os seus deveres políticos.
Manuel Arriaga conta como o processo pode ser transposto para os dias de hoje através de um novo conceito a "deliberação cívica".
Após seis anos nos EUA, regressou no meio da crise que fustigou não só Portugal, como os outros países do Sul da Europa. Se sempre se interessara por política, lançou-se então aos manuais de Ciência Política, e recolheu toda a informação que pôde sobre experiências já feitas para aumentar a participação dos cidadãos. De toda essa procura nasceu Reinventar a Democracia, que chegou dia 5 às bancas, editado pela Manuscrito, uma nova chancela da Presença.
O livro parte do pressuposto de que o problema atual das democracias não pode só resolver-se castigando os partidos em épocas eleitorais, escolhendo outros: "Não se trata apenas de um problema de casting.
Se a peça é má, substituir os atores não a tornará melhor".
Manuel Arriaga viu com simpatia aparecerem movimentos como os Indignados, em Espanha, ou Occupy Wall Street, nos EUA. Achou-os muito mobilizadores mas, com exceção do Podemos, recém-criado em Espanha, "não parecem ter, até agora, deixado uma marca duradoura". Esses movimentos de protesto, explica, têm habitualmente como lideres as "vozes mais radicais " que surgem entre eles, mas acabam por esfumar-se, quando não conseguem articular uma lista de exigências concretas.
"Deliberação cívica"
De tudo o que leu interessou-o particularmente a chamada "deliberação cívica" um painel de cidadãos que não são escolhidos, mas sim sorteados aleatoriamente entre os eleitores, à semelhança do que sucede nos julgamentos com jurados. Só que, neste caso, os cidadãos são convocados para tomar determinada decisão política.
Mais a mais, a "deliberação cívica" já não é uma ideia abstrata. Foi testada, por exemplo, na Columbia Britânica (Canadá), em 2004, quando 160 eleitores foram recrutados pelo Governo provincial para uma "assembleia de cidadãos", destinada a fazer a reforma do sistema eleitoral. Outro exemplo foi o da legislação introduzida em 2010 no estado norte-americano do Oregon.
Antes dos referendos, uma Assembleia de Cidadãos (Citizens' Initiative Review), passa a ser convocada para estudar e emitir uma declaração pública fundamentada sobre os assuntos que os eleitores irão depois referendar. Em ambos os casos, o teste deu positivo.
"Pessoas erradas" na política
"Vivemos numa suposta democracia representativa ", esta é a base do diagnóstico a que chegou Arriaga, quando refletiu sobre os males da sociedade atual. Ou, dito de outra forma, um pouco mais crua: "Aqueles que nos governam não nos representam ".
As peças que vai juntando para aquela conclusão são-nos demasiado familiares.
Como a sensação de impotência dos cidadãos. "Pode irritar-nos ver mais uma decisão do governo a favorecer um grande grupo económico à custa do interesse público: ou mais um político a comprar votos com pontes caras pelas quais as gerações futuras terão de pagar". Lemos as notícias, mas o que poderemos fazer? Arriaga descreve ainda outro mal que conhecemos bem e a que os cientistas políticos chamam o fenómeno da "porta giratória": "Os governantes sabem que, quando abandonarem os seus cargos políticos, muito provavelmente lhes serão oferecidas posições lucrativas (por exemplo, como consultores ou membros do conselho de administração) nas empresas que regulem com 'gentileza'." Sabendo-se que as regras são estas, a política acaba por "atrair as pessoas erradas", explica o livro. "Mesmo que, em algum momento do séc. XX, tenha existido, em algumas partes do mundo, uma verdadeira cultura de serviço público, tudo sugere que essa cultura já está praticamente extinta".
Pelo contrário, como explicam os psicólogos sociais, quando um indivíduo se sente com poder, é menos capaz de empatia com outras pessoas. "Os políticos têm maior probabilidade de se identificarem com outras elites da nossa sociedade do que com os cidadãos em geral."
Poder aos cidadãos
Foi para combater estas distorções que Arriaga se interessou pelas experiências de "deliberação cívica". Se os partidos são formados, pelos menos em teoria, para representar classes sociais, um conceito não mencionado no livro, ou determinados interesses específicos (como os reformados), o autor acredita antes nestes painéis recrutados aleatoriamente, por representarem um "corte transversal" da sociedade.
Admite que possa "chocar" a ideia de entregar as decisões a cidadãos comuns.
É que vivemos "divididos entre dois fantasmas " ou elegemos uma elite que toma as decisões por nós, ou as entregamos a massas desinformadas.
Mas nenhuma das alternativas é necessariamente verdadeira. Primeiro, porque "sobrestimamos os conhecimentos" dos políticos. Por outro lado, os estudos feitos sobre "deliberações cívicas", como o do académico australiano John Dryzek, mostram que a primeira lição a tirar daquelas experiências é a "competência dos cidadãos ". Até porque, para tomarem as suas decisões, podem pedir os especialistas que quiserem ouvir sobre o assunto.
Em que casos funcionam estes painéis? Podem ser formados apenas para resolver assuntos específicos. Mas Arriaga pensa que deveriam funcionar em permanência, como uma segunda câmara acrescentada ao parlamento e que poderia pronunciar--se sobre as decisões tomadas pelo deputados eleitos. A única condição seria que, neste caso, teriam de ser recrutados só para um mandato, não renovável.
O autor fala ainda de outras possibilidades de participação dos cidadãos. Por exemplo, a criação do "voto preferencial".
Hoje os eleitores tendem a optar pelo voto útil, escolhendo não o partido com que mais se identificam, mas o que acham com mais possibilidades de derrotar quem absolutamente não querem no poder. Com o "voto preferencial" poderiam votar em mais do que uma força política, indicando a sua ordem de preferência.
Mas Arriaga passou os últimos dois meses mais uma vez absorvida pela "deliberação cívica". Anda a filmar depoimentos de pessoas que participaram nas experiências efetuadas, fosse no Canadá ou no Oregon, para ouvir desde um carteiro a um banqueiro.
"Quero mostrar que isto existe. E que pode funcionar."
Do livro ao filme
Formado em economia, Manuel Arriaga, 34 anos, é doutorado em gestão pela New York University (NYU). Hoje divide-se entre Lisboa, Cambridge e Nova Iorque, dando aulas de gestão, análise de dados e inovação tecnológica. E apesar do seu interesse por política, tem-se mantido relativamente à distância. Só chegou a ir a algumas reuniões do Bloco de Esquerda, na altura em Miguel Portas foi candidato a eurodeputado.
 
Reinventar a democracia é a versão portuguesa de Rebooting democracy, lançado no Reino Unido há um ano, quando o autor criou também um site na Internet com o mesmo nome, para estimular o debate. Mas o livro, que Arriaga diz ter sido um best-seller na Amazon.UK, na secção sobre democracia, tornou-se um "hit", sobretudo depois do vídeo colocado no YouTube pelo ator e apresentador de TV Russel Brand, onde lê excertos do livro, que recomenda. Quanto ao documentário que Arriaga anda efetuar sobre o mesmo tema (ver texto) ainda não tem titulo, a não ser um provisório, qualquer coisa como Democracy Boulevard.


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Começam as eleições parlamentares britânicas Partidos Conservador e Trabalhista estão tecnicamente empatados. Primeiro-ministro David Cameron tenta se manter no posto.

eleições Reino Unido David Cameron premiê vota (Foto: AP)David Cameron vota no Reino Unido (Foto: AP)
Os locais de votação abriram as portas nesta quinta-feira (7) nno Reino Unido para as eleições que definirão o próximo primeiro-ministro e que já estão entre as mais disputadas da história. As zonas eleitorais abriram às 7h (3h de Brasília) e a votação prosseguirá até 22h (18h de Brasília). Quase 45 milhões de eleitores estão registrados, mas o voto não é obrigatório.
 "Estas eleições me recordam o que Winston Churchill pensava da Rússia: uma charada envolvida em um mistério dentro de um enigma", resumiu Bernard Ingham, que foi diretor de comunicação de Margaret Thatcher.
Segundo as últimas pesquisas, o Partido Conservador e o Partido Trabalhista estão tecnicamente empatados na briga pelo domínio do Parlamento, com 34% da preferência do eleitorado. O Partido da Independência do Reino Unido (UKIP), de Nigel Farage, teriam 12%, e os liberais-democratas, do atual vice-primeiro-ministro, Nick Clegg, alcançariam 10%.
O pleito vai decidir entre a permanência do atual primeiro-ministro, David Cameron, no cargo ou pela escolha de um novo premiê. Do lado trabalhista, Ed Miliband é a aposta para o cargo.
Segundo as pesquisas, conservadores e trabalhistas não conseguirão as cadeiras necessárias para governar sozinhos e terão que negociar coalizões e alianças com partidos menores.
Ao final de votação será divulgada uma pesquisa de boca de urna, mas o resultado oficial definitivo só deve ser conhecido por volta de meio-dia de sexta-feira.
Os candidatos votaram cedo: Cameron em Witney, no condado de Oxfordshire, sul da Inglaterra; Miliband em Sutton, em North Yorkshire, norte da Inglaterra, e Clegg em Sheffield Hallam, também na região norte.
Estão em jogo as 650 cadeiras do Parlamento britânico, disputadas pelo sistema de voto distrital (vencem os candidatos com mais votos em cada um dos 650 distritos). O Reino Unido tem um sistema de maioria simples no qual, em cada uma das circunscrições, o candidato que consegue a maioria dos votos é eleito, enquanto os outros são descartados.
Também acontecem eleições municipais em grande parte da Inglaterra, mas não em Londres.
eleições Reino Unido Ed Miliband vota (Foto: AP)Ed Miliband vota (Foto: AP)

O reino das incertezas O primeiro-ministro que sair das eleições de hoje no Reino Unido tem pela frente desafios como o endividamento, a redução da influência britânica a nível global e a desagregação interna Ler mais: http://visao.sapo.pt/o-reino-das-incertezas=f818834#ixzz3ZSPO6mAz

David Cameron, líder dos Conservadores, e Ed Miliband, líder dos Trabalhistas.
David Cameron, líder dos Conservadores, e Ed Miliband, líder dos Trabalhistas.
Foto: Reuters
O vencedor das eleições britânicas desta quinta-feira enfrenta o desafio de liderar um país de paradoxos. Na economia, apesar dos números do crescimento (2,8% em 2014, a maior taxa do G7) e do baixo desemprego (menos de 6%), existem nuvens negras, enquanto, socialmente, já se vê a face sombria deste modelo de "desenvolvimento" económico. Este é um país muito desigual. Os pobres são sujeitos aos desumanos "contratos zero horas" - em que a mão de obra que tem de estar disponível para ser chamada a qualquer hora, trabalhando em intervalos, a tempo parcial, em exclusivo para um mesmo empregador, sem qualquer noção do que seja um ordenado certo ao final do mês e aos cortes que a política de austeridade impõe no Estado Social. Enquanto isto, os gastos anuais do 1% mais rico da população são mais ou menos os mesmos, fazendo cálculos conservadores, do que aqueles que existiriam se o reino suportasse não uma dinastia mas 1100 famílias reais.
Assim existem envelhecidos e despojados bairros multiculturais vitorianos nos quais caixotes de doação de roupa se situam ao lado de caixotes do lixo. Mas também zonas de elite, rurais, como Whitney, em Costwolds, que costuma dar líderes conservadores ao país. Ai, há transporte gratuito para idosos, jogos de polo ao fim de semana e esplendorosas festas de sábado à noite. Por um (nada) estranho acaso precisamente aquelas festas em que Rebbeca Brooks, a editora do extinto diário populista conservador News of The World, criminosa condenada, se cruzava com frequência com David Cameron e até Ed Miliband...
Junte-se a isto o famoso gap geracional - aliás responsável pelo colapso dos Liberais Democratas - em que os mais novos se endividam até aos 40 anos para pagarem os seus estudos e são obrigados a viver com os pais ou em casas partilhadas, enquanto os mais velhos levaram, e ainda levam, vidas douradas.E no horizonte não se veem rosas: o novo primeiro-ministro ver-se-á obrigado a debelar um deficit comercial acumulado que é o maior da União Europeia (114 mil milhões de euros), um desequilíbrio das contas públicas de 5,5% do PIB e uma dívida em crescendo, de 70% do produto em 2010, para 90% em 2014. Por isso, conservadores e trabalhistas concordam na austeridade.
Nacionalismo e bem-estar
Assim, na política interna, o crescimento dos nacionalistas, imparável desde 1979 (ver caixa) é também alimentado pela destruição do Estado Social. Atente-se nas palavras de Leanne Wood, a líder galesa do Playd Cymru, para quem a austeridade não está baseada na responsabilidade orçamental mas antes no analfabetismo económico: "o Pais de Gales foi a chave para a construção do Estado de bem-estar britânico; agora teremos de começar a construir um Estado de bem-estar galês".
O país ameaça fragmentar-se de forma rancorosa, senão suicida. Os bons resultados do SNP, os nacionalistas escoceses, responsáveis pelo colapso anunciado do Labour na Escócia e pelo referendo que quase conseguiu acabar com o Reino em 2014 estão ai para o provar. Ou os dos independentistas ingleses UKIP, que querem acabar com a relação com a Europa até 2018. E na arena internacional, a "ilha mais poderosa do planeta", com colónias em todos os oceanos e até no Mediterrâneo, ainda membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, está em retração, consequência, também, dos cortes na defesa e na diplomacia. Depois das "aventuras criminosas" de Blair no Iraque, a apetência britânica para intervir no exterior é tão pouca que a sua participação na missão internacional contra o ISIS se limita a um voo por dia, realizado por um velho (1979) caça-bombardeiro Tornado.


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Alvo de busca da Lava Jato, Cunha retalia e quer procurador-geral na CPI Aliados de presidente da Câmara também querem quebra de sigilo telefônico de Janot

Eduardo Cunha e Paulo Pereira da Silva na terça-feira. / UESLEI MARCELINO (REUTERS)
Para toda ação, uma reação. A expressão caracteriza cada vez mais a atuação de Eduardo Cunha, o peemedebista que preside a Câmara dos Deputados brasileira.
A mais recente reação foi a de articular a convocação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para depor na CPI da Petrobras. A razão foi um mandado de busca e apreensão no departamento de informática da Câmara para apurar se Cunha teria usado o seu mandato parlamentar para ajudar a quadrilha que desviou bilhões de reais da Petrobras.

Na manhã desta quarta-feira, aliados de Cunha, como o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB) e o oposicionista Paulo Pereira da Silva (SD-SP), iniciaram conversas parapressionar Janot e colocá-lo frente a frente com os deputados inquisidores da comissão. Nos próximos dias, Pereira da Silva deve apresentar um requerimento para que a CPI convoque o procurador.O mandado foi cumprido entre segunda e terça-feira por técnicos do Ministério Público e acompanhados por funcionários do Legislativo. Cunha reclamou: “Ele escolheu a mim e está insistindo na querela pessoal porque eu o contestei. Virou um problema pessoal dele comigo”, afirmou.
No último dia 28, o jornal Folha de S. Paulo revelou que o registro eletrônico da Câmara reforçava a suspeita contra Cunha de que ele tenha sido o autor de dois requerimentos que investigavam a Mitsui, uma das fornecedoras da Petrobras. O objetivo desses requerimentos, segundo um depoimento do doleiro e operador do esquema ilegal Alberto Youssef, era pressionar a Mistui a voltar a pagar propinas aos políticos.
O presidente da Câmara é um dos 49 políticos brasileiros investigados no esquema e tem dado seguidos depoimentos contra o procurador-geral. Já disse, por exemplo, que a investigação contra ele é uma “querela pessoal” de Janot. Sempre reafirmando que é inocente e que nunca participou do esquema de desvios de recursos da petroleira.
No mês passado, o deputado do Solidariedade já havia pedido a quebra de sigilo dos dados telefônicos de Janot e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. A suspeita do parlamentar é de que os dois tenham tratado de assuntos relacionados à operação Lava Jato antes da apresentação do pedido de investigação do braço político da quadrilha que agia na Petrobras.
Se a CPI aprovar o requerimento, será possível ter acesso a dados como números chamados, horário das ligações e tempo de duração de cada conversa. Não haverá, porém, a gravação dos áudios de cada ligação.