A Polícia Federal encaminhou nesta sexta-feira (17) ao Supremo Tribunal Federal (STF) documentos com provas e depoimentos de três deputados. As declarações dos parlamentares foram dadas na semana passada, em um dos inquéritos da Operação Lava Jato, que investiga suposto esquema de pagamento de propina com recursos de contratos da Petrobras.
Em março, o ministro do STF Teori Zavascki autorizou a abertura de inquéritos para investigar 49 pessoas – das quais 47 políticos. Os documentos encaminhados nesta sexta ao Supremo se referem a um dos inquéritos, que tem 39 investigados e apura se existiu uma quadrilha para fraudar a Petrobras.
Em depoimento prestado no último dia 10, o deputado do PP Luiz Carlos Heinze (RS) afirmou que “já tinha ouvido falar de esquemas de corrupção dentro do partido”. Ele, no entanto, negou participação no suposto esquema e disse não saber quem participava.
Dos cinco partidos com políticos listados nesta fase da investigação, o PP é o que tem o maior número de integrantes sob suspeita: 32 membros.
O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da presidência do PP, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
Além de Heinze, também foram ouvidos pela PF os deputados do PP Renato Molling e Jerônimo Goergen, todos do Rio Grande do Sul.
Heinze disse não conhecer Alberto Youssef e afirmou que acredita que seu nome “tenha sido usado indevidamente por lideranças do PP que se beneficiaram do esquema”.
O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da presidência do PP, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
Além de Heinze, também foram ouvidos pela PF os deputados do PP Renato Molling e Jerônimo Goergen, todos do Rio Grande do Sul.
Heinze disse não conhecer Alberto Youssef e afirmou que acredita que seu nome “tenha sido usado indevidamente por lideranças do PP que se beneficiaram do esquema”.
“[Ele disse] que, como parlamentar integrante dos quadros do PP, já tinha ouvido falar de esquemas de corrupção dentro do partido. Que [ele próprio] não tinha envolvimentos com a cúpula do partido [... e] que não sabe exatamente quem participava" do suposto esquema, diz o documento da PF.
Luiz Carlos Heinze também declarou ter se encontrado com o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa uma vez em 2006 ou 2007, mas disse que não tem relação com a indicação do ex-dirigente ao cargo de alto escalão na estatal. O parlamentar afirmou ainda que, no último dia 24, chegou a cobrar de integrantes do diretório nacional do PP que provassem que ele recebeu dinheiro de esquema de corrupção.
Em seu depoimento no dia 8, o deputado Renato Molling também negou conhecer Alberto Youssef e disse que seu nome “foi usado indevidamente por alguém do partido que queria receber propina, que mantinha relações institucionais com os líderes do PP”, de acordo com o documento da PF. Molling disse, no entantom não saber quem teria usado seu nome no suposto esquema.
Jerônimo Goergen afirmou aos policiais federais desconhecer Youssef, negou encontro com Paulo Roberto Costa e afirmou que seu nome foi citado indevidamente, negando envolvimento em esquema. Em seu depoimento à PF, o parlamentar “afirmou que ‘não havia democracia interna no PP’ e que poucos tomavam decisões” na sigla.
Nesta quarta-feira (15), o ministro Teori Zavascki atendeu pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) e cancelou parte dos depoimentos que seriam dados nesta semana à PF. Os depoimentos foram marcados pelos policiais federais sem aval da PGR. O caso explicitou uma disputa de bastidores entre policiais e procuradores da República em torno do comando das investigações da Operação Lava Jato.