quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Sete são colocados sob custódia após ataque em Paris Ataque terrorista deixou 10 jornalistas mortos e iniciou uma caçada por várias cidades francesas

08 de janeiro de 2015 • 05h57 • atualizado às 06h22

Sete são colocados sob custódia após ataque em Paris

Ataque terrorista deixou 10 jornalistas mortos e iniciou uma caçada por várias cidades francesas

Policiais franceses iniciaram uma caçada após o ataque desta quarta-feira
Foto: Christian Hartmann / Reuters
Sete pessoas foram colocadas sob custódia nesta quinta-feira sob suspeita de participação no ataque contra a revista satírica Charlie Hebdo em Paris, que deixou 12 mortos, indicou o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve.
"Sete pessoas", respondeu na rádio Europe 1 o ministro, em resposta a uma pergunta sobre o número de pessoas atualmente sob custódia. Uma fonte judicial que não quis se identificar afirmou que homens e mulheres próximos aos dois irmãos identificados como os autores do ataque estão atualmente sendo interrogados pela polícia, sem informar onde foram detidos.
Durante a madrugada, a polícia francesa deteve o jovem Murad Hamyd, de apenas 18 anos, e seguia caçando pelo menos outros dois suspeitos. Após a captura de Hamyd, os policiais - especialmente as unidades de elite - seguiam à procura dos irmãos franceses nascidos em Paris Said Kuachi, 34, e Cherif Kuachi, 32, o último um jihadista conhecido pelos serviços antiterroristas.
Hamyd, que é cunhado de Cherif, se entregou à polícia na cidade de Charleville-Mézières "ao ver que seu nome circulava nas redes sociais", explicou à AFP uma fonte ligada ao caso.
Os policiais divulgaram fotos dos irmãos em busca de informações que possam levar a sua captura, e advertiram que Cherif e Said Kuachi "estão armados e são perigosos". Uma grande operação foi deflagrada a princípio em Reims, no nordeste da França, e se estendeu posteriormente para várias cidades do país.
A unidade de elite da polícia Raid participa da caçada, revelou um oficial, advertindo para o risco de tiroteio e pedindo "a máxima prudência" aos jornalistas na região.
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Segundo o jornal "Le Monde", a caçada aos suspeitos envolve mais de três mil policiais. Cherif Kuachi é um jihadista muito conhecido pelos serviços antiterroristas franceses, condenado em 2008 por participar de uma rede de recrutamento de combatentes para o Iraque.
Na noite de ontem,  TV americana NBC News, afirmando ter dois oficiais de alta patente do contraterrorismo americano como fonte, disse que dois dos suspeitos de participar do tiroteio já haviam sido capturados e o terceiro havia sido morto. A NBC News, no entanto, não informou qual deles teria sido morto.
Nascido em 28 de novembro de 1982 em Paris, francês de nacionalidade e apelidado Abu Isen, Cherif Kuachi integrava a chamada "rede de Buttes-Chaumont", sob a autoridade do "emir" Farid Benyettu, encarregada de enviar jihadistas para combater no braço iraquiano da Al-Qaeda, então liderado por Abu Mussab al Zarkaui.
Cherif é suspeito de ser ligado a outra figura do Islã radical francês, Djamel Beghal, que cumpriu dez anos de prisão por preparar atentados, com quem teria treinado.
Suspeitos com idades entre 34 e 32 anos seriam irmãos, cidadãos franceses, nascidos no 10º distrito de Paris, chamados Saïd e Cherif Kouach
Foto: Twitter / Reprodução
Segundo testemunhas, os agressores carregavam fuzis de assalto Kalashnikov e um lança-foguetes quando invadiram a redação do Charlie Hebdo, agindo com sangue-frio e de forma coordenada para executar as pessoas no local.
O ataque deixou 12 mortos a tiros, incluindo os chargistas Wolinski, Charb, Cabu e Tignous, e 11 feridos. De acordo com fontes policiais, os autores do ataque gritaram "Vingamos o Profeta!", em referência a Maomé, alvo de charges publicadas há alguns anos pela revista. O episódio provocou revolta no mundo muçulmano.
A redação do semanário, surpreendida em plena reunião de pauta, foi dizimada. Além dos chargistas Charb, Cabu, Tignous e Wolinski - muito conhecidos na França - dois policiais estão entre os 12 mortos, incluindo um agente executado a sangue-frio quando estava caído no chão, ferido.
Paris: de prédio próximo, cinegrafista registra tiroteioClique no link para iniciar o vídeo
Paris: de prédio próximo, cinegrafista registra tiroteio
A ação impressionou a polícia por sua frieza e objetividade, levantando suspeitas de que os agressores passaram por treinamento militar intenso. "Observamos claramente pela maneira que portam suas armas e agem discretamente, bem ao estilo militar, com frieza. Eles receberam treinamento. Eles não agiram por impulso", afirmou um oficial.
"O mais impressionante é a sua atitude. Eles foram treinados na Síria, no Iraque ou em outro lugar, talvez até mesmo na França, mas o certo é que eles foram treinados", enfatizou, destacando também o sangue-frio.
Vídeo mostra homens atirando em policial em ataque em ParisClique no link para iniciar o vídeo
Vídeo mostra homens atirando em policial em ataque em Paris
A autoria do atentado não foi reivindicada por nenhum grupo, mas pode estar ligada ao grupo Estado Islâmico (EI). A França está envolvida na campanha militar internacional contra o EI no Iraque.
O ataque sem precedentes, o mais sangrento cometido na França em décadas, também fez pensar rapidamente em uma vingança dos radicais islâmicos contra o jornal, que publicou caricaturas do profeta Maomé em 2006.

Atentado a revista em Paris ainda tem perguntas sem respostas

07/01/2015 16h31 - Atualizado em 08/01/2015 04h04

Atentado a revista em Paris ainda tem perguntas sem respostas

Crime deixou 12 mortos e 11 feridos, quatro deles em estado grave.
Suspeitos fugiram em carro e dois ainda não foram encontrados.

Do G1, em São Paulo
Um atentado à redação da revista "Charlie Hebdo" nesta quarta-feira (7) em Paris deixou 12 mortos – entre eles dois policiais – e 11 feridos, sendo 4 deles em estado grave. Dois homens armados entraram no prédio em que fica a redação do semanário, atiraram em um dos funcionários e renderam o outro no segundo andar do prédio, onde acontecia a reunião de pauta dos funcionários da publicação. Lá, atiraram e mataram 10 pessoas.
Depois fugiram de carro, bateram em outro veículo e precisaram abandonar seu carro. Eles renderam um motorista e fugiram em outro carro.
O episódio, classificado como um ato terrorista pelo presidente francês François Hollande, ainda tem questões não esclarecidas.

Quantos suspeitos estiveram envolvidos?Quem são eles?
Três pessoas foram inicialmente apontadas como suspeitas: os irmãos Chérif e Said Kouachi e Hamyd Mourad, cunhado de Chérif, que seria o motorista da operação. Por volta das 23 horas da quarta, Mourad, de 18 anos, se apresentou à polícia em Charleville-Mézières. Segundo a agência AP, ele decidiu se entregar após ver seu nome associado ao caso em redes sociais, mas alega inocência. Pouco depois, a polícia francesa divulgou fotos de Chérif, de 32 anos, e Said, de 34, em um boletim que os descreve como "possivelmente armados e perigosos".
Vídeo mostra execução de policial em Paris; imagens são fortes (Foto: Reprodução/Reuters)Vídeo mostra suposto atirador executar policial em Paris
durante o ataque (Foto: Reprodução/Reuters)
Os suspeitos pertencem a algum grupo?
Chérif Kouachi foi condenado, em 2008, a três anos de prisão por envolvimento com atividades terroristas, dos quais cumpriu 18 meses. Ele seria ligado ao "Buttes Chaumont" um grupo que enviava voluntários ao Iraque, para auxiliar a Al-Qaeda no combate às forças lideradas pelos Estados Unidos. Em seu julgamento, Chérif alegou ter ficado revoltado ao ver na TV cenas de abusos contra prisioneiros em Abu Ghraib. Oficialmente, porém, a polícia não aponta seu envolvimento com nenhum grupo organizado.

Segundo o procurador da República, François Molins, os atiradores teriam afirmado "vingar o profeta" durante o atentado. O escritório da revista, conhecida por seu tratamento irreverente a questões políticas e figuras religiosas, já havia sido alvo de um ataque a bomba no passadoapós publicar uma caricatura do profeta Maomé, o que irritou os muçulmanos.

Quem são as vítimas?
Primeiramente foram divulgadas as identidades de quatro vítimas, que eram renomados cartunistas da publicação: Georges Wolinski; Jean Cabut, o "Cabu"; Bernard Verlhac, conhecido como "Tignous", e o editor da publicação, Stephane Charbonnier, conhecido como "Charb".

Mais tarde, o jornal "Le Monde" divulgou que entre as outras vítimas fatais estão: Frédéric Boisseau, um funcionário da Sodexo que trabalhava no prédio; Michel Renaud, convidado que visitava a redação; Bernard Maris, economista e vice-editor; Phillippe Honoré, também desenhista; Mustapha Ourad, revisor; e Elsa Cayat, psicanalista que escrevia uma coluna quinzenal para a revista.

Os dois policiais mortos foram Franck Brinsolaro, morto dentro da redação, e o agente Ahmed Merabet, que morreu já na rua, durante a fuga dos atiradores.
Fotos de arquivo mostram cartunistas da equipe da revista 'Charlie Hebdo' mortos no ataque. Da esquerda para a direita: Georges Wolinski (em 2006), Jean Cabut - o Cabu (em 2012), Stephane Charbonnier - o Charb (em 2012) e Tignous (em 2008) (Foto: Bertrand Guay, François Guillot, Guillaume Baptiste/AFP)Fotos de arquivo mostram cartunistas da equipe da revista 'Charlie Hebdo' mortos no ataque. Da esquerda para a direita: Georges Wolinski (em 2006), Jean Cabut - o Cabu (em 2012), Stephane Charbonnier - o Charb (em 2012) e Tignous (em 2008) (Foto: Bertrand Guay, François Guillot, Guillaume Baptiste/AFP)

A edição desta quarta da revista tem relação com o ataque?
Por coincidência ou não, a "Charlie Hebdo" fez a divulgação em sua edição desta quarta do novo romance do controvertido escritor Michel Houellebecq, um dos mais famosos autores franceses no exterior. A obra de ficção política fala de uma França islamizada em 2022, depois da eleição de um presidente da República muçulmano.
Bombeiros levam vítima em maca após ataque a jornal satírico em Paris (Foto: Jacky Naegelen/Reuters)Bombeiros levam vítima em maca após ataque a jornal satírico em Paris (Foto: Jacky Naegelen/Reuters)

Veja a repercussão do ataque à revista francesa 'Charlie Hebdo'

Veja a repercussão do ataque à revista francesa 'Charlie Hebdo'

Homens armados invadiram sede de publicação e mataram 12 pessoas.
Revista já havia sido alvo de atentado por publicar charge de Maomé.

Do G1, em São Paulo
Homens armados são vistos saindo de um carro e apontando armas a um carro da polícia perto do escritório da revista satírica 'Charlie Hebdo', em Paris (Foto: Anne Gelbard/AFP)Homens armados são vistos saindo de um carro e apontando armas a um carro da polícia perto do escritório da revista satírica 'Charlie Hebdo', em Paris (Foto: Anne Gelbard/AFP)
Diversos chefes de Estado e autoridades de órgãos internacionais manifestaram nesta quarta-feira (7) seu repúdio ao ataque contra a sede da revista satírica "Charlie Hebdo", em Paris, no qual pelo menos 12 pessoas morreram.
A revista já havia sido alvo de uma ataque no passado após publicar uma caricatura do profeta Maomé, o que irritou os muçulmanos. Fontes judiciais ouvidas pela France Presse confirmaram a morte de 4 importantes cartunistas franceses no ataque: Wolinski, Charb, Cabu e Tignous.
Confira abaixo a repercussão do caso:
Reino Unido
O premiê britânico, David Cameron, condenou o ataque e o classificou de “doentio”, além de reforçar seu apoio à França na luta contra o terrorismo.
“Os assassinatos em Paris são doentios.Nós estamos ao lado dos franceses na luta contra o terrorismo e na defesa da liberdade de imprensa”, disse o premiê em um comunicado oficial.
Estados Unidos
A Casa Branca condenou “nos termos mais fortes” o ataque. “Toda a Casa Branca se solidariza com as famílias de todos os que resultaram mortos ou feridos neste ataque”, disse Josh Earnest, porta-voz do presidente dos EUA, Barack Obama.
Mais tarde, um comunicado assinado por Obama dizia que "Estamos em contato com as autoridades francesas para fornecer qualquer ajuda necessária para levar esses terroristas à Justiça."

Brasil
A presidente Dilma Rousseff divulgou nota na qual afirmou estar "indignada" com o ataque "terrorista e sangrento". "Esse ato de barbárie, além das lastimáveis perdas humanas, é um inaceitável ataque a um valor fundamental das sociedades democráticas - a liberdade de imprensa". Veja a reportagem.
Nicolas Sarkozy, ex-presidente francês
Atual líder do partido conservador União por um Movimento Popular (UMP), Sarkozy repudiou o atentado "selvagem" e pediu "medidas fortes contra o terrorismo" ao governo, o que disse que "apoiará sem reservas".
"Os culpados por esses atos de barbárie devem ser perseguidos e punidos com a mais extrema severidade", disse. "A França foi atacada de novo pela barbárie terrorista. Não podemos ceder nem um pouco de terreno. Temos que continuar dizendo o que temos que dizer e viver como queremos", complementou.
Alemanha
A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que o tiroteio não foi um ataque apenas contra cidadãos franceses, mas contra a liberdade de imprensa e de expressão. Ela afirmou que a Alemanha apoia a França neste momento difícil. "Um ataque que ninguém pode justificar contra a liberdade de imprensa e de opinião, um fundamento de nossa cultura livre e democrática", afirmou em um comunicado.
Comissão Europeia
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que o crime foi um “ato intolerável”. "Estou profundamente consternado com o ataque brutal e desumano contra a redação da Charlie Hebdo. É um ato intolerável, uma barbárie que questiona a todos nós como seres humanos e europeus", afirmou Juncker em um comunicado.
Otan
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, condenou o atentado e qualificou a ação de “ato bárbaro” e de “intolerável ataque à liberdade de imprensa”.
“Condeno firmemente o ataque terrorista contra o escritório da revista 'Charlie Hebdo' em Paris. Foi um ato bárbaro e um ataque intolerável à liberdade de imprensa”, disse Stoltenberg em um comunicado. “Todos os aliados da Otan estão unidos na luta contra o terrorismo. O terrorismo, em todas suas formas e manifestações, nunca pode ser tolerado ou justificado”, acrescentou.

Espanha
O governo classificou como "vil e covarde" o ataque terrorista contra a sede da revista. O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, condenou o atentado em sua conta no Twitter e expressou solidariedade ao povo francês.

"Minha firme condenação ao atentado terrorista em Paris, e minhas condolências e solidariedade ao povo francês pelas vítimas. Espanha com a França', escreveu Rajoy na rede social.
Egito
O ministro das Relações Exteriores egípcio, Sameh Shoukry, mostrou sua "enérgica" condenação ao atentado. Segundo um comunicado oficial, Shoukry expressou a solidariedade do país com a França e seu apoio na luta antiterrorista.
"O terrorismo é um fenômeno internacional cujo alvo é a segurança e a estabilidade no mundo", escreveu. Ele pediu ainda que sejam unificados os esforços internacionais para acabar com ele e expressou condolências do Egito às famílias das vítimas.

Vaticano
O Vaticano, sede da Igreja Católica, considerou abominável o atentado em Paris. O porta-voz da Santa Sé, Padre Ciro Benedettini, disse que a ação "é um duplo ato de violência, porque ao mesmo tempo que ataca as pessoas, também ataca a liberdade de imprensa". O sacerdote disse ainda que o Papa Francisco deve enviar uma mensagem especial ao arcebispo de Paris ainda nesta quarta.

Papa Francisco
Mais tarde, a assessoria de imprensa do Vaticano divulgou comunicado em que o Papa Francisco expressa "sua firme condenação ao horrível atentado" e pede a todos os católicos a "se opor com todos os meios à propogação do ódio e de toda forma de violência". O Papa manifestou "sua proximidade e solidariedade espiritual" a todos os afetados pelo atentado e disse que nenhuma razão justifica "a violência abominável".
Ziraldo e outros cartunistas brasileiros
cartunista francês de origem tunisiana Georges Wolinski, conhecido por seu trabalho de forte teor erótico e político, considerado um dos símbolos de maio de 68, está entre os mortos no ataque contra o escritório da revista satírica "Charlie Hebdo". "A gente é amigo de longe. Mas toda vez que eu vou à França, encontro com ele. Ele já veio ao Brasil. A gente tem uma relação muito fraterna, muito agradável. Ele era muito combativo. Aquele francês bem irreverente e bravo. O 'Charlie Hebdo' fazia um humor muito agressivo. Acho que eles tinham muita coragem."
André Dahmer: "É uma perda irreparável. Assassinaram o maior cartunista em atividade no mundo. Um homem que influenciou três gerações de desenhistas."
Arnaldo Branco: "Wolinski era meu favorito - até por aproximação, por conta do seu desenho tosco (opcional, no caso do francês, que na verdade desenhava muito bem). É difícil até comentar, dada a imbecilidade da morte desse grande mestre - que causa é essa que precisa retaliar um cartum?"Veja outros depoimentos
Liga Árabe e Al Azhar
A associação voluntária de estados árabes e a Al Azhar, principal autoridade sunita, condenaram o ataque contra a revista francesa Charlie Hebdo, que deixou 12 mortos.
Al Azhar lamentou o ataque, que classificou de criminoso, e destacou que "o Islã denuncia qualquer tipo de violência", enquanto que a organização árabe, com sede no Cairo, condenou o que chamou de atentado terrorista.
Conselho do Culto Muçulmano
O Conselho Francês do Culto Muçulmano (CFCM) também condenou o atentado. “Este ato bárbaro de uma extrema gravidade também é um ataque contra a democracia e a liberdade de imprensa”, afirma em nome dos “muçulmanos da França” esta instância representativa da comunidade muçulmana mais numerosa da Europa, formada por entre 3,5 e 5 milhões de pessoas.
“Em um contexto internacional político de tensões alimentadas pelos delírios de grupos terroristas que se valem injustamente do Islã, convocamos todos os que estão atados aos valores da República e da democracia a evitar as provocações que só servem para jogar mais lenha na fogueira”, prossegue.
O Conselho convoca, por sua vez, a “comunidade muçulmana a se mostrar vigilante diante das eventuais manipulações de grupos com intenções extremistas, sejam quais forem”.
Irã
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Marzieh Afkham, afirmou que "este tipo de conduta é a continuação de uma onda sem precedentes de extremismo e de violência física e pensamento que durante a última década se desenvolveu no mundo".
Rússia
O presidente russo, Vladimir Putin condenou “energicamente o terrorismo em todas as suas formas”, de acordo com seu porta-voz, Dmitry Peskov, citado pela agência de notícias TASS, acrescentando que Putin expressou suas condolências aos franceses.
Itália
O chefe do governo italiano, Matteo Renzi, escreveu no Twitter: “horror e consternação pelo massacre de Paris, proximidade total com (o presidente francês François) Hollande neste momento terrível, a violência sempre perderá para a liberdade”.
Israel
"Os ataques do Islã radical não conhecem fronteiras," disse o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu.
Unesco
A diretora geral da Unesco, Irina Bokova, também disse estar horrorizada. “Meu pensamento está com as famílias das vítimas e dos feridos. Também é um ataque contra a imprensa e contra a liberdade de expressão”, afirmou.
“A comunidade internacional não pode deixar que os extremistas semeiem o terror e impeçam a livre circulação das opiniões e ideias”, acrescentou Bokova.
Dinamarca
A primeira-ministra dinamarquesa, Helle Thorning-Schmidt, também condenou o ataque. “A sociedade francesa, como a nossa, é aberta, democrática e se baseia em uma imprensa livre e crítica. São valores enraizados em todos nós que precisam ser protegidos”, explicou.
Secretário-geral da ONU
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, manifestou seu ultraje diante do que chamou de um "crime horrendo, injustificável e a sangue-frio".
Jordânia
"Este ato terrorista contra a revista 'Charlie Hebdo' representa um ataque contra os princípios e valores nobres", destacou o ministro de Estado para Assuntos de Meios de Comunicação, Mohammed Momani. "A Jordânia expressa novamente sua solidariedade com o país amigo francês para lutar contra todas as formas de terrorismo e estende suas sentidas condolências ao povo francês", acrescentou.
Turquia
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlüt Cavusoglu, também condenou o ataque. "Somos contra o terrorismo, venha de onde venha e tenha a causa que tenha". Já o o ministro turco de Cultura, Ömer Çelik, assegurou que o ocorrido em Paris é "um ataque contra inocentes" e "um ataque contra toda a humanidade".

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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O mais novo dos suspeitos entregou-se à polícia

O mais novo dos suspeitos entregou-se à polícia

LUSA
O mais jovem dos suspeitos do atentado de quarta-feira em Paris contra o jornal satírico Charlie Hebdo, Hamyd Mourad, de 18 anos, entregou-se à polícia, revelou a agência France Presse.

Papa condena ataque em Paris e pede que pessoas parem de propagar ódio

Papa condena ataque em Paris e pede que pessoas parem de propagar ódio

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015 18:45 BRST
 
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CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco considerou "abominável" o ataque desta quarta-feira que matou 12 pessoas na redação em Paris de uma revista semanal conhecida por satirizar o Islã e pediu a todos que parem de propagar o ódio.
"O Santo Padre expressa sua mais veemente condenação deste ataque horrível", disse o porta-voz chefe do Vaticano, padre Federico Lombardi, em comunicado.
Francisco "apela a todos para se opor a todos os métodos de propagação de ódio" porque isso "prejudica radicalmente o bem fundamental da convivência pacífica dos povos, apesar das diferenças nacionais, religiosas e culturais".
"Seja qual for a motivação, a violência homicida é abominável (e) nunca é justificada", disse o porta-voz, refletindo os sentimentos do papa.
O líder dos 1,2 bilhão de católicos está fazendo orações pelos feridos e as famílias dos mortos, disse o porta-voz.
 

Combatente do Estado Islâmico elogia ataque contra revista de Paris

Combatente do Estado Islâmico elogia ataque contra revista de Paris

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015 15:33 BRST
 
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BEIRUTE (Reuters) - Um combatente do grupo insurgente Estado Islâmico elogiou o ataque desta quarta-feira a uma revista satírica francesa em que ao menos 12 pessoas foram mortas, dizendo à Reuters que a ação foi uma vingança por insultos contra o Islã.
Homens armados e encapuzados invadiram a sede em Paris da revista semanal Charlie Hebdo, no pior ataque de militantes em solo francês nas últimas décadas. Editores da publicação e dois policiais estão entre os mortos.
"Os leões do Islã vingaram o nosso profeta", disse Abu Mussab, um sírio que combate junto ao Estado Islâmico, grupo que conquistou territórios no Iraque e na Síria.
"Esses são os nossos leões. Foram as primeiras gotas - mais virão", disse ele via Internet da Síria. Mussab acrescentou que ele e outros combatentes do grupo ficaram felizes com o incidente.
Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque até o momento.
Mussab disse que não conhece os homens armados que realizaram o ataque, mas acrescentou que "eles estão no caminho do emir... e de nosso xeique Osama (bin Laden)".
O emir citado pelo combatente é o líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, cujo grupo é uma força paramilitar poderosa que combate tanto na Síria como no Iraque e que tem atraído seguidores em outras partes do Oriente Médio e da Ásia.
O fundador da Al Qaeda, Osama bin Laden, foi morto por forças especiais dos Estados Unidos no Paquistão em 2011.
(Reportagem de Mariam Karouny)

'Le Monde': 'Prefiro morrer em pé a viver ajoelhado', dizia Charb

'Le Monde': 'Prefiro morrer em pé a viver ajoelhado', dizia Charb

Cartunista, que era diretor do Charlie Hebdo, foi assassinado nesta quarta-feira aos 43 anos

Jornal do Brasil
Em uma entrevista dada ao jornal francês Le Monde há dois anos, Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb, cartunista e diretor da publicação Charlie Hebdo, não pensava em baixar suas armas. Sua arma, a caneta. “Não se tem a impressão de degolar alguém com uma caneta”, costumava dizer.
Charb está entre os doze mortos do atentado perpetrado nesta quarta-feira (7/01), na sede da revista Charlie Hebdo, no coração de Paris. Na linha de frente das ameaças que o jornal satírico sofria, ele recebia proteção policial desde o incêndio voluntário do jornal em 2011 depois da publicação das caricaturas de Maomé.
Nascido no dia 21 de agosto de 1971 em Conflans-Sainte-Honorine, Charb foi colaborador nas publicações L'Echo des savanes, Télérama, Fluide glacial e L'Humanité. Ele tinha acabado de publicar no último numero da Charlie Hebdo um desenho tristemente premonitório. Nele, o cartunista escreve o título otimista “Ainda não houve atentados na França”. Mas um extremista, com um fuzil kalachnikov nas costas, interrompe e exclama: "Espere, temos até o final de janeiro para fazer nossos votos".