quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Escândalo da Petrobras é má notícia para economia em 2015

Escândalo da Petrobras é má notícia para economia em 2015

Divulgação/Petrobras
Plataforma de petróleo da Petrobras
Plataforma da Petrobras: imaginar que a vida voltará ao normal com a urgência que a economia precisa parece um devaneio
Aluísio Alves, daREUTERS
São Paulo - Tão ou mais críticos do que os estragos políticos, os passivos econômicos da operação Lava Jato devem se fazer sentir nos próximos meses, à medida que o escândalo de corrupção da Petrobras se alastra para as maiores empreiteiras do Brasil.
Juntas, Odebrecht, Camargo Corrêa, Mendes Júnior, OAS e Queiroz Galvão, todas citadas nas investigações da Polícia Federal, são nomes frequentes em licitações de infraestutura, área vista por governo e setor privado como a tábua de salvação para o investimento, cuja participação no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro só faz cair há quatro trimestres seguidos.
Diante da gravidade das notícias, envolvendo prisões de altos executivos de algumas dessas empresas, seria ingênuo imaginar que o pacote de concessões federais de rodovias, ferrovias e portos, hoje na prateleira, não vai atrasar ainda mais.
De um lado, as empresas poderão ser alvos de potenciais constrangimentos regulatórios, já que companhias consideradas inidôneas são proibidas de participar de licitações públicas. De outro, elas próprias vão consumir bastante de seus esforços para lidar com questões, digamos, mais delicadas, especialmente nos casos das que têm altos executivos atrás das grades.
Uma amostra dos estragos potenciais de uma investigação por denúncias pode ser o caso Alstom, em que a empresa francesa foi acusada de pagar propina a vários políticos do Estado de São Paulo relativas a obras do metrô. O episódio foi apontado como um dos fatores que contribuíram para o adiamento da licitação do trem de alta velocidade, que vai ligar São Paulo e Rio de Janeiro.
Assim, mesmo que o suposto envolvimento das empreiteiras no caso Petrobras não chegue às últimas consequências, imaginar que a vida voltará ao normal com a urgência que a economia precisa parece um devaneio.
Ciente disso, a recém-eleita presidente Dilma Rousseff se adiantou no domingo, afirmando que não vai "demonizar as empreiteiras" nem colocar "carimbo" nas empresas. Isso parece indicar que a estratégia para evitar a exclusão sumária e generalizada de empreiteiras das concessões -- justamente no momento em que elas são peça fundamental do esforço federal para se distensionar a atribulada relação que marca o primeiro mandato Dilma -- será defender a punição apenas das pessoas ou subsidiárias envolvidas.
A Odebrecht, por exemplo, deixaria de fora do tiroteiro a Odebrecht Energia, membro do consórcio da hidrelétrica de Santo Antônio, e a Odebrecht Transport, do consórcio da BR-163 (MT), e que administra o aeroporto do Galeão (RJ). Sozinho, o conglomerado baiano tem, ou tinha, planos de investir 53 bilhões de reais entre 2014 e 2016.
Na mesma linha, uma subsidiária da Queiroz Galvão compõe o consórcio que venceu o leilão de concessão da rodovia BR-153, no trecho entre Tocantins e Goiás, em maio.
Essa pode ser a solução para evitar que outra pedra no caminho atrase ainda mais o Programa de Investimentos em Logística (PIL), promessa da presidente em 2012, incluindo quase todas as concessões de ferrovias e portos, num total estimado em 120 bilhões de reais.
A indicação da presidente de que as empreiteiras não devem ser sacrificadas pelos eventuais malfeitos de alguns executivos pode ser um aceno para reaproximação com o setor privado. A relação tem ficado estremecida nos últimos anos, com empresários acusando o governo de interferência excessiva no ambiente de negócios.
Acender o cachimbo da paz com o empresariado parece ser a melhor, senão a única chance de Dilma retomar a confiança na economia, cujo fraco desempenho quase pôs sua reeleição a perder e que já promete comprometer um naco do seu segundo mandato.
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Samsung produzirá menos modelos de smartphones em 2015

Samsung produzirá menos modelos de smartphones em 2015

David Paul Morris/Bloomberg
Consumidor olha o novo smartphone Galaxy S5, da Samsung, em uma loja Best Buy de San Francisco, Califórnia
Samsung: companhia não informou o número exato de modelos afetados pela redução
Da AFP
Samsung, líder mundial na produção de smartphones, reduzirá consideravelmente sua oferta de aparelhos no setor e produzirá modelos mais baratos e mais acessíveis aos países emergentes.
A mudança estratégica, aguardada por vários analistas, foi confirmada nesta terça-feira por um porta-voz da companhia e apresentada em uma conferência em Nova York pelo responsável pelas relações com investidores, Robert Yi.
Segundo Yi, a Samsung, que registrou uma queda de aproximadamente 50% de seus lucros líquidos no terceiro trimestre, quer reduzir entre um quarto e um terço o número de smartphones lançados no mercado em 2015.
A Samsung não informou o número exato de modelos afetados pela redução.
Paralelamente, o grupo aumentará a produção de seus smartphones mais baratos, para competir com os modelos chineses das marcas Huawei, Lenovo e Xiaomi.
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ONU aprova resolução para levar dirigentes norte-coreanos ao TPI

ONU aprova resolução para levar dirigentes norte-coreanos ao TPI

Comissão da Assembleia-Geral aprovou projecto de resolução, mas a última palavra é do Conselho de Segurança.
Kim Jong-un, líder norte-coreano KCNA / REUTERS
As Nações Unidas aprovaram terça-feira uma resolução que condena a Coreia do Norte por violações dos direitos humanos e pede a abertura de um inquérito à por crimes contra a humanidade. O processo poderá levar a que o país seja julgado no Tribunal Penal Internacional, mas para isso será necessária a luz verde do Conselho de Segurança.
Na base da apreciação da comissão de inquérito da Assembleia-Geral da ONU esteve um inédito relatório elaborado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, apresentado em Fevereiro, em que se dá conta de “atrocidades indescritíveis” cometidas pelo Estado norte-coreano. No documento, no qual a ONU faz pela primeira vez referência a crimes concretos perpetrados pelo regime da Coreia do Norte, deixa-se a recomendação para que osresponsáveis sejam julgados no Tribunal Penal Internacional (TPI) e alvo de sañções internacionais.
Votado terça-feira à noite, o projecto de resolução, proposto pela União Europeia e pelo Japão, foi aprovado por 111 votos a favor, 19 contra e 55 abstenções. Segue-se o debate na Assembleia-Geral, que reúne em plenário em Dezembro, e a resolução que daí sair será depois apreciada no Conselho de Segurança, o único organismo com poder para enviar um processo para o TPI, seja ou não o país visado um dos signatários da instância.
Porém, é provável que tanto a China como a Rússia – países próximos do regime de Pyongyang – se oponham a esse cenário e utilizem o seu poder de veto, inviabilizando a continuação do processo. Na votação de terça-feira, ambos votaram contra a resolução, juntando-se a países como Cuba, Síria ou Irão.
“Foi um passo importante na defesa dos direitos humanos, um passo para por a máquina em andamente para a grande votação em Nova Iorque”, reagiu Michael Kirby, que liderou o grupo de investigadores que elaboraram o relatório apresentado em Fevereiro.
Nos últimos tempos, a Coreia do Norte tem tentado amenizar as consequências da discussão na ONU sobre o seu historial de direitos humanos. Os diplomatas norte-coreanos tentaram fazer aprovar alterações ao texto da resolução, mas apenas foi acrescentada uma nota de agradecimento pela oferta de cooperação do regime norte-coreano com os investigadores da ONU.
Com o mesmo intuito foi enviado esta semana à Rússia um emissário especial do líder norte-coreano, Kim Jong-un, que deverá encontrar-se com o Presidente russo, Vladimir Putin. Os motivos da visita de Choe Ryong-hae não foram revelados mas, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, no encontro pretende-se discutir “vários problemas internacionais” através do “estabelecimento de um diálogo político a um nível mais elevado”.
Para Pyongyang, o objectivo das investigações da ONU não passa de “uma tentativa de danificar a imagem [do país] e de derrubar o sistema social e a ideologia escolhidos pelo povo coreano”. Falando antes da votação, o representante de Pyongyang avisou que a condenação internacional “forçará o país a não se conter de realizar mais ensaios nucleares”, após três testes que nos últimos anos valeram à Coreia do Norte várias rondas de sanções.
As acusações que são feitas à Coreia do Norte abrangem uma grande quantidade de crimes cometidos no âmbito da política repressora do Estado. Tendo por base entrevistas a antigos prisioneiros, o relatório refere tortura, escravatura, maus-tratos e execuções sobre os detidos nos campos de trabalho. Algumas estimativas apontam para a existência de 120 a 200 mil prisioneiros no país.

Petrobras rescinde contrato de US$ 800 mi com a Iesa


Empreiteiras

Petrobras rescinde contrato de US$ 800 mi com a Iesa

Negócio previa a construção de 24 módulos para plataformas de petróleo; cancelamento aprofunda crise financeira na empreiteira, investigada pela PF

Teminal Transpetro da Petrobras, em Barueri
Teminal Transpetro da Petrobras, em Barueri (Reinaldo Canato/VEJA)
A Petrobras rescindiu um contrato com a Iesa Óleo e Gás que previa a construção de 24 módulos para plataformas de petróleo no Polo Naval do Jacuí, na cidade de Charqueadas, no Rio Grande do Sul. O negócio de 800 milhões de dólares estava ameaçado há meses, devido à crise financeira enfrentada pela Iesa e a consequente dificuldade em honrar o contrato – em setembro, o grupo Inepar, controlador da empresa, entrou com pedido de recuperação judicial.
"A Petrobras e seus parceiros BG e Galp, sócios para desenvolvimento da produção do Bloco BMS11 do pré-sal da Bacia de Santos, informam que o contrato assinado com a Iesa Óleo e Gás para fornecimento do Pacote III de Módulos de Replicantes foi rescindido. Será realizada, oportunamente, nova licitação para a contratação dos serviços", informou a estatal.
Por enquanto, nenhum módulo de plataforma encomendado foi entregue. A Iesa estourou todos os prazos, atrasou salários e afastou os trabalhadores de forma temporária, enquanto não se chegava a uma solução para a crise. A notícia da rescisão não é uma surpresa, já que as tratativas para tentar manter o contrato se arrastaram por meses, sem sucesso. A estatal tentou inclusive encontrar um parceiro comercial para assumir o projeto junto com a Iesa. Andrade e Gutierrez e Queiroz Galvão chegaram a negociar, mas não fecharam.
No entanto, para o prefeito de Charqueadas, Davi Gilmar de Souza, a decisão pode ter sido antecipada pelo envolvimento de executivos da Iesa Óleo e Gás na sétima fase da operação Lava Jato, que investiga casos de irregularidades em contratos da Petrobras. "Foi a gota d'água", disse. O diretor de Operações da Iesa Óleo e Gás, Otto Garrido Sparenberg, e o diretor presidente da empresa, Valdir Lima Carreiro, estão em prisão temporária em Curitiba. Gilmar contou que foi informado da rescisão pela própria Iesa, nesta terça-feira.
Com o fim do contrato com a Petrobras, os mil trabalhadores que atuam na unidade da Iesa em Charqueadas devem ser dispensados. Representantes da cidade gaúcha se reuniram hoje com o vice-presidente da República, Michel Temer, para pedir uma solução capaz de manter os empregos e salvar o Polo Naval do Jacuí - já que a Iesa é a principal empresa operando no local.
(Com Estadão Conteúdo)

Dieta mediterrânea é melhor ‘antídoto’ contra obesidade, dizem cientistas

Dieta mediterrânea é melhor ‘antídoto’ contra obesidade, dizem cientistas

Segundo eles, alimentação baseada em culinária de países do sul da Europa reduz risco de ataques cardíacos e derrames.

Adam BrimelowRepórter de saúde, BBC News
Para especialistas, alimentação baseada em culinária de países do sul da Europa reduz risco de ataques cardíacos e derrames  (Foto: Thinkstock/BBC)Para especialistas, alimentação baseada em culinária de países do sul da Europa reduz risco de ataques cardíacos e derrames (Foto: Thinkstock/BBC)
Uma dieta mediterrânea é mais eficiente para combater a obesidade do que a simples contagem de calorias, afirmam cientistas.
Eles acrescentam que esse tipo de dieta reduz o risco de ataques cardíacos e derrames.
Além disso, na opinião desses especialistas, uma alimentação baseada em frutas, legumes, verduras e cereais seria mais eficiente para a perda de peso do que dietas com baixa ingestão de gordura.
A recomendação foi feita por meio de uma declaração conjunta publicada na revista científica "PMJ" (Postgraduate Medical Journal, na sigla em inglês) e assinada por nomes de peso como o presidente da Academy of Medical Royal Colleges do Reino Unido, Terence Stephenson, e Mahiben Mara, alto funcionário do NHS (National Health Service, o SUS britânico).
No abaixo-assinado, os especialistas criticaram a indústria da dieta por focar a perda de peso na restrição calórica em vez da "boa alimentação".
Melhor do que remédio
Segundo eles, pesquisas indicam que a dieta mediterrânea, incluindo frutas, legumes e verduras, cereais e azeite de oliva, reduz rapidamente o risco de ataques cardíacos e derrames e permitem uma perda de peso mais gradativa a longo prazo.
O autor do abaixo-assinado, o cardiologista Aseem Malhotra, afirma que as evidências científicas são "irrefutáveis".
"O mais importante é dizer às pessoas que elas devem se concentrar em comer melhor".
Inspirada pela cozinha tradicional de países como Grécia, Espanha e Itália, a dieta mediterrânea sempre esteve associada à boa saúde e a corações sadios.
Essa dieta consiste tipicamente em comer várias porções de legumes e verduras, frutas frescas, cereais integrais, azeite de oliva e sementes oleaginosas, além de frango, peixe, carne vermelha, manteiga e gordura animal.
"O impacto desse tipo de alimentação na saúde do paciente se dá de forma muito rápida. Sabemos que a tradicional dieta mediterrânea que é rica em gordura – por meio de testes controlados em grupos aleatórios – reduz o risco de ataque cardíaco e derrames pouco tempo depois de colocada em prática".
No artigo, os médicos também dizem que a dieta mediterrânea é três vezes mais eficiente para a redução da mortalidade em pacientes que já tenham sofrido ataques cardíacos do que medicamentos para baixar o colesterol.
Para David Haslam, diretor-presidente do Fórum de Obesidade Nacional do Reino Unido, a recomendação dos médicos é "bem vinda".
"Uma caloria não é só uma caloria. É ingênuo pensar que os complexos sistemas de apetite hormonal e neurológico do nosso corpo respondem a diferentes substâncias de igual maneira".

Corrupção na Petrobras pagou campanhas, diz governador eleito do Maranhão

Corrupção na Petrobras pagou campanhas, diz governador eleito do Maranhão

Por iG São Paulo  - Atualizada às 
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Para Flávio Dino (PCdoB), escândalo na estatal, investigado na Operação Lava Jato, pode ir além de PT, PMDB e PP

Reprodução/TV iG
Flávio Dino, eleito pelo PCdoB ao governo do Maranhão
Depois de meio século, o clã Sarney perdeu o poder no Maranhão. A partir de 1º de janeiro, o Estado nordestino, que apresenta alguns dos piores índices sociais e econômicos do Brasil, passa a ser comandado por Flávio Dino, de 46 anos, eleito no primeiro turno com 63,52% dos votos.
Entrevistado por Tales Faria (publisher doiG), Rodrigo de Almeida (diretor de jornalismo), Paula Pacheco (editora executiva de Último Segundo e Economia) e Wanderlei Preite Sobrinho (repórter especial), Flávio Dino analisa a situação dos partidos políticos depois do avanço das investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que envolvem denúncias de corrupção e caixa dois na maior empresa do País, a Petrobras. Algumas centenas de milhões de reais podem ter sido desviados dos cofres da petroleira para financiar campanhas políticas de três partidos: PT, PP e PMDB, conforme mostram as investigações até o momento.
"Se for a fundo no caso da Petrobras, se chegará a financiamento de campanha. Minha impressão é que o escândalo da Petrobras transcende o universo dos três partidods [PT, PP e PMDB]", diz o governador eleito, que foi juiz federal e professor universitário.
Flávio Dino sabe que enfrentará dificuldades no comando do Maranhão agora que a família Sarney e seus aliados passarão a fazer oposição. Ainda assim, o ex-juiz garante que haverá mudanças profundas: "É claro que pequenos segmentos que têm privilégios indevidos, que usufruem de favores e de contratos superfaturados, estão insatisfeitos e ficarão ainda mais".
Confira a entrevista na íntegra com Flávio Dino, governador eleito do Maranhão:


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