sexta-feira, 30 de junho de 2017

A derrota de Moro


Política

Editorial



por Mino Carta — publicado 28/04/2017 00h30, última modificação 27/04/2017 20h57
Lula demonstra como o inquisidor de camisa preta substitui provas por mentiras e faz ato de acusação contra o golpe


Mateus Bonomi/AGIF/AFP
Lula


Luiz Inácio Lula da Silva deu dois passos decisivos para antecipar a derrota final do inquisidor Sergio Moro e dos demais organizadores de um auto de fé posto em xeque. O discurso pronunciado pelo ex-presidente dia 24 em Brasília, no seminário sobre economia promovido pelo PT e pela Fundação Perseu Abramo, e a entrevista dada ao jornalista Kennedy Alencar e apresentada na noite do dia 26, selam o fracasso da tentativa de condenar Lula ao sabor de mentiras, acalentada pelos golpistas em peso. Se houver condenação, sobrará a mentira para todo o sempre.
Na entrevista, Lula dispara uma observação fatal, flecha envenenada: Moro é refém da mídia. Entregou-se ele mesmo, devorado pela vaidade, Narciso de camisa preta, a lhe assentar à perfeição. Inútil sublinhar o propósito central da Lava Jato, condenar Lula ao escolher o culpado antes de lhe apontar a culpa.
Mas como atingir o alvo sem provas? Ao procurar destruir Lula, Moro autodestruiu-se. Em desespero, os inquisidores curitibanos talvez pretendam fazer valer até o fim as suas convicções, certos de partilhá-las com quem os fez reféns. Não escaparão ao desastre.
A entrevista de Lula ao colega Alencar verteu sobre o processo engendrado pela Lava Jato, o discurso de Brasília é de alcance mais amplo e representa um ato de acusação contra o golpe de 2016, contra o governo ilegítimo, sem deixar de indicar o caminho do seu retorno à Presidência e formular a única solução pacífica para emergir da monstruosa crise em que precipitamos, moral, política, econômica, social, cultural. Ou seja, a convocação de eleições gerais antecipadas. Alvejados por Lula, os golpistas em peso, sem perdão e com absoluto respaldo dos fatos.
Instituições: em lugar do governo Temer, “um Executivo que seja Executivo”, a governar nos interesses da nação. Em lugar do atual Congresso, “um Legislativo que volte a legislar”. Em lugar do STF, outro “que garanta a nossa Constituição”. Em lugar de uma polícia politizada, outra imparcial como há de ser.
Mídia: hoje “coordena o processo, diz quem é bandido, quem é culpado, quem está na lista e quem não está”. Exemplo: “São quase 18 horas de Jornal Nacional contra um coitado de Garanhuns”. 
Governo Temer: é o desgoverno do presidente impopular, “indevidamente” no cargo pelo voto do Congresso e não pelo sufrágio popular. No quadro do País à matroca, escancaram-se as portas do Brasil ao capital estrangeiro e permite-se que o FMI afirme “que a reforma da Previdência é imperativa”.
Lava Jato: primeira alavanca do golpe. Depor diante do juiz Moro é desejo, em primeiro lugar, dele mesmo, pela oportunidade de se defender, de falar “porque faz três anos que estou ouvindo”. Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, é personagem simbólico do absurdo jurídico cometido pela República de Curitiba ao extorquir delações pela chantagem da prisão ilegal. É hora de mostrar provas em lugar da convicção dos promotores. “Eu quero que eles mostrem um real numa conta minha fora do País, ou indevido.”
Aos correligionários, Lula reserva a advertência: a um partido como o PT cabe “politizar a sociedade e melhorar a qualidade de deputados e senadores”. Trata-se de uma admoestação severa, a denunciar as falhas de uma agremiação nascida para defender o povo e que se desviou da rota, e nisso há também um toque de mea-culpa.
“A gente briga, briga, briga e, quando chegam as eleições, elege três deputados ligados ao MST e dois ou três representantes da CUT.” Enquanto 200 deputados integram a bancada ruralista e os empresários elegem 349.
O ex-presidente define sua postura às vésperas do embate determinante para seu destino político e de antemão avisa que, se voltar à Presidência, irá bem além do que fez nos seus dois mandatos, embora tenha sido o bastante para premiá-lo, ao sair do Planalto em dezembro de 2010, com 89% de aprovação popular.
A greve geral da sexta 28, quando a revista já estará fechada, oferece o cenário ao momento vincado por muitas incógnitas, mas vibrante também de esperanças. Do êxito da greve depende o futuro. Cai a noite de quinta-feira 27 de abril e, como diz a capa desta edição ao se permitir a premonição, os golpistas estão acuados.

Delação que incrimina PSDB tem resistência do MPF





Delação que envolve arrecadador de campanha do PSDB enfrenta resistência do MPF. Doleiro e empresário afirmou que mostraria provas de um repasse de R$ 100 milhões durante a gestão de José Serra como governador de São Paulo



Adir Assad delação psdb ministério público são paulo

Helena Sthephanowitz, RBA

Alvo da Operação Dragão, da Polícia Federal, o doleiro e empresário Adir Assad está preso na carceragem da PF em Curitiba desde o ano passado, sob acusação de, entre outros crimes, chefiar um esquema de empresas de fachada responsáveis por emitir notas frias para lavagem de dinheiro de propinas para empreiteiras, entre as quais a Andrade Gutierrez.
Desde a prisão, Assad, tido como operador central de desvios de obras dos governos tucanos em São Paulo, vem tentando negociar uma “colaboração premiada” na qual promete contar em detalhes e mostrar provas de um esquema criminoso na estatal paulista Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A – estatal responsável por obras viárias,), do qual fez parte Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, diretor da estatal entre 2007 e 2010, na gestão José Serra (PSDB) no governo de São Paulo.
Na tratativa com o Ministério Público Federal (MPF), Assad afirmou que mostraria provas de um repasse de R$ 100 milhões em propina a Paulo Vieira, que ele teria feito e, ainda, daria como prova detalhes sobre um imóvel onde o dinheiro em espécie era armazenado. Assad disse que o conheceu o ex diretor da Dersa há mais de 15 anos, e, foi Paulo Souza que o apresentou a representantes das maiores construtoras do País.
Paulo Vieira, conhecido como “Paulo Preto”, foi apontado pelo Ministério Público de São Paulo como figura chave nas denúncias de desvio de dinheiro público no governo de José Serra, do PSDB, ganhou notoriedade durante a campanha de José Serra à Presidência por ter fugido com R$ 4 milhões em propina que seriam usados na campanha do atualmente senador tucano.
Em depoimento no Ministério Público de Curitiba, Assad admitiu ter usado sete empresas de fachada para lavar dinheiro de empreiteiras em obras viárias na capital paulista e região da Grande São Paulo, entre elas a Nova Marginal Tietê, o Rodoanel e o Complexo Jacu-Pêssego. Assad contou aos procuradores que nos contratos com a Dersa, as empreiteiras subcontratavam suas empresas, o valor das notas frias era transformado em dinheiro e as companhias indicavam os beneficiários dos recursos.
Segundo conta Assad, entre 2007 e 2012, o “noteiro” movimentou cerca de R$ 1,3 bilhão em contratos fictícios assinados com grandes construtoras.E ainda propôs aos procuradores mapear o funcionamento do sistema paralelo de finanças das construtoras, responsável por abastecer as contas de suas empresas, e de como firmas sem prestar serviços e sem ter funcionários conseguiram movimentar quantias milionárias nos bancos brasileiros.

Uma pergunta: será que o MPF também vê ameaça na delação que envolve bancos?

A relação das empresas de Assad com obras nos governos tucanos em São Paulo já apareceram nas quebras de sigilo de construtoras que respondem a processos. Os documentos mostram um pagamento de R$ 37 milhões do Consórcio Nova Tietê, liderado pela Delta Engenharia e vencedor da licitação de um dos lotes da Nova Marginal, para uma das empresas de Adir Assad.
Das empresas que executaram obras no Rodoanel, o Consórcio Rodoanel Sul 5 Engenharia, formado por OAS, Carioca Engenharia e Mendes Júnior, depositou R$ 4,6 milhões na conta da Legend Engenheiros, de Assad. O SVM, do qual a Andrade Gutierrez faz parte, pagou R$ 7,4 milhões para a Legend, entre 2009 e 2010. O consórcio atuou no Complexo Jacu-Pêssego.
Nas primeiras tratativas para fechar delação premiada, Assad delatou Paulo Vieira Souza que, além de ex-diretor da Dersa, é sabidamente ligado a políticos do PSDB. O doleiro afirma ter provas de propinas em obras tocadas há anos pelos sucessivos governadores tucanos de São Paulo. Todas já foram denunciadas pelo Ministério Público Paulista, mas o caso não andou.
Apesar disso, o depoimento do doleiro para o Ministério Público Federal de Curitiba foi avaliado como “frágil“, mesmo sendo Assad considerado o operador central de desvios de recursos dessas obras.
Diante de tantos detalhes apresentados na confissão e mais a promessa de apresentar provas das acusações de corrupção nas obras tucanas, causa certa estranheza que as negociações para delação enfrentem resistência por parte do Ministério Público Federal. Afinal, “ninguém está acima da lei ou fora do seu alcance“, como disse Rodrigo Janot sobre Temer.


QUERO MEU PAÍS DE VOLTA.
Neimar Fernandes



A aeronave Gulfstream G650 adquirida por 65 milhões de dólares em novembro de 2016, que saiu de Guarulhos no último dia 10 de maio, pousou no aeroporto de Terterboro, em Nova Jersey, vizinha a Nova York, onde possui um angar.

O iate, um Azymut Leonardo de 100 pés, batizado como "WHY NOT" (Porque não), lançado ao mar em janeiro de 2017 a um custo de 10 milhões de dólares, zarpou dia 18 de maio para Miami, onde está ancorado na Marina Biscayne bay Bayside.

O dono desses "mimos" já está morando em seu novo endereço, Baccarat Residences na esquina da Rua 52 com a Quinta Avenida, avaliado em 10 milhões de7 dólares.

Para manter-se confortavelmente, este empresário contratou a Baker McKenzie, maior banca de advogados do mundo, com 77 escritórios em 47 países, para defendê-lo e providenciar a mudança da sede do seu conglomerado de empresas para os Estados Unidos da América.

O faturamento dessas empresas aumentou 3.400% nos últimos 10 anos e hoje as vendas externas representam mais de 80% do total. Assim, ele achou melhor dar adeus ao Brasil após receber 12,8 bilhões de Reais do BNDES. Vale lembrar que esses recursos deveriam gerar empregos no Brasil, mas infelizmente restou-nos apenas o calote.

Como se não bastasse todo este escárnio, Joesley Batista obteve o perdão do nosso judiciário após acordo espúrio, delação debochada e sob medida para os objetivos dele, lambança generalizada no mercado financeiro, que por sinal lhe rendeu 230 milhões de Reais em apenas 2 dias e uma crise sem precedentes na governabilidade da nação. Enquanto a esplanada dos ministérios pega fogo, literalmente, eu me questiono se me encontro em meu perfeito juízo ao rabiscar estas notas.

Uma quadrilha toma de assalto o país leva cerca de 10% de nosso PIB, algo como 600 bilhões de Reais, coisa nunca vista no mundo, deixa um rastro de 13 milhões de desempregados e ao invés de união para cobrarmos.


POLÍCIA PARA QUEM PRECISA DE POLÍCIA!




quinta-feira, 29 de junho de 2017

Em nova agenda secreta, Temer almoça na casa de deputado do PSB








MARINA DIAS E GUSTAVO URIBE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Michel Temer almoçou nesta quinta-feira (29) na casa do deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), em Brasília, em mais um compromisso fora da agenda oficial nesta semana.
Enquanto o presidente participava do almoço, a Câmara fazia a leitura em plenário da denúncia por corrupção passiva apresentada contra ele pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
O compromisso não constava na agenda de Temer e assessores do Palácio do Planalto só confirmaram o evento após o questionamento da reportagem.
Essa foi a segunda agenda secreta de Temer esta semana. Na noite de terça-feira (27), o presidente foi à casa do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes, também fora da agenda oficial.
O encontro do peemedebista com o ministro da Suprema Corte ocorreu no dia anterior à escolha da subprocuradora-geral Raquel Dodge para substituir o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Mendes, que se tornou uma espécie de conselheiro jurídico de Temer, é crítico ferrenho do atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e um dos principais defensores da escolha de Dodge, rival do chefe do Ministério Público Federal.
Sob críticas por ter recebido o empresário Joesley Batista de maneira reservada, a agenda diária do presidente vinha desde maio sendo divulgada de modo ao máximo detalhado, com compromissos de até dois minutos.
A obrigatoriedade de dar publicidade a compromissos e encontros é prevista para ministros e secretários, mas não para o presidente e para o vice-presidente.
Os dois não são incluídos nem no Código de Conduta Ética da Alta Administração Federal nem na legislação federal sobre conflito de interesses.
O Código de Ética da Presidência da República prevê a divulgação da "agenda de reuniões com pessoas físicas e jurídicas" com as quais o servidor público se relacione funcionalmente.
Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, no entanto, a regra não cabe ao presidente, mas apenas ao demais agentes públicos.
A especialista em transparência pública Joara Marchezini, da ONG Artigo19, avalia, no entanto, que não deveria existir uma agenda secreta.
"A agenda do presidente é pública, então, não vejo motivo para não ser divulgada", disse.