sexta-feira, 1 de julho de 2016

Renan quer votar projeto que dificulta investigações


Valter Campanato/Agência Brasil

Muitos dispositivos da proposta estão em sintonia com reclamações de parlamentares sobre a condução de ações da Polícia Federal e da força-tarefa da Lava Jato


Investigado na Operação Lava Jato, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), resolveu desengavetar e acelerar a tramitação de um projeto de 2009 que prevê punições a crimes de abuso de autoridades, de agentes da administração pública e membros de Judiciário, Ministério Público e Legislativo. Muitos dispositivos da proposta estão em sintonia com reclamações de parlamentares sobre a condução de ações da Polícia Federal e da força-tarefa da Lava Jato.

Um dos artigos, por exemplo, prevê punição para o cumprimento de mandados de busca e apreensão de forma vexatória. No início de junho, Renan criticou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, dizendo que ele havia “extrapolado” seus limites constitucionais ao pedir a prisão e a emissão de mandados de busca e apreensão de senadores no exercício do mandato.
Outro dispositivo da proposta determina detenção de um a quatro anos para cumprimento de diligência policial em desacordo com as formalidades legais. Na semana passada, o Senado protocolou reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o juiz de primeira instância Paulo Bueno de Azevedo por promover busca e apreensão no apartamento funcional da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
A petista e outros senadores também reclamaram do constrangimento que a ação da PF teria causado, quando prenderam preventivamente o ex-ministro Paulo Bernardo na frente dos filhos, menores de idade. Novamente em semelhança ao caso, um artigo da proposta contra o abuso de autoridade prevê detenção por ofensa à intimidade e vida privada.
O projeto prevê ainda pena a quem negar, sem justa causa, acesso da defesa à investigação. Em maio, advogados do senador Romero Jucá (PMDB-RR), então ministro do Planejamento e alvo da força-tarefa, chegaram a recorrer à Procuradoria-Geral da República (PGR) para ter acesso ao conteúdo das conversas gravadas entre ele e Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras. Na conversa, Jucá afirma que era preciso “estancar a sangria”, numa referência à Lava Jato.
DelaçõesNa quinta-feira (30/6), o presidente do Senado negou que a proposta tenha como objetivo “interferir no curso” da operação.
Mas, ao tratar da lei de delações, Renan afirmou que é “preciso ter regras” para a colaboração premiada. “Não vou mudar a lei de delação, apesar de entender que ela precisa e pode ser modificada. Não é uma lei de 12 tábuas que vai valer eternamente da forma que se fez.
A delação premiada precisa ter regras porque, se não, ela compensa o crime. O que estamos vendo são pessoas que se entregaram ao desvio de dinheiro público, amealharam milhões e milhões, depois faz uma delação orientada pelo advogado e negociada com as autoridades, entrega parcela que desviou e salva outra parte”, disse o presidente do Senado.
No Congresso, existem ainda outros projetos que tratam de limitação das delações premiadas, uma das principais bases de investigação da Lava Jato. Na Câmara, tanto o petista Wadih Damous (RJ) quanto Heráclito Fortes (PSB-PI) – que é da base aliada do presidente em exercício Michel Temer – já apresentaram propostas nesse sentido.
Na quinta, Renan também criticou vazamentos de depoimentos. “Nos EUA, se a delação vazar, perde a eficácia, é anulada. Aqui, no Brasil, vaza-se de propósito para forçar um julgamento do Judiciário e da opinião pública. Liberdade de expressão não é só para os meios de comunicação, é para todo mundo.” No início da semana, o procurador-geral da República fez críticas ao que chamou de tentativa de acordões e manobras políticas para impedir o avanço da Lava Jato.
GramposUm artigo específico do projeto trata de grampos telefônicos e prevê detenção de seis meses a dois anos para quem reproduzir ou inserir nos autos diálogo de um investigado com outra pessoa que seja protegida por sigilo.
A situação relembra o vazamento da conversa entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente afastada Dilma Rousseff sobre o termo de posse para ministro. Na época, os petistas argumentaram que a presidente da República não poderia ser grampeada. A oposição dizia que o alvo era Lula, que não tinha foro.
O projeto que prevê punições para autoridades está na lista de prioridades de Renan e vai passar pela Comissão de Regulamentação da Constituição, presidida por Jucá. Tramitando desde 2009, a proposta foi sugerida durante a discussão do 2º Pacto Republicano, mas acabou esquecida no Congresso.
Jucá disse desconhecer detalhes da proposta e ironizou qualquer relação com a Lava Jato. “Quem disse que houve abuso na Lava Jato? Não sou eu quem está dizendo isso”, afirmou o senador peemedebista.
Na quinta, o presidente do Senado também anunciou uma lista de nove projetos que gostaria de trazer para votação em plenário nas próximas duas semanas.
  

Beto Mansur diz que Cunha está cada vez mais perto de renunciar à presidência 1º secretário da Casa acha que deputado pode tomar posição na próxima semana, quando se completam dois meses do seu afastamento pelo STF. Intenção é deixar cargo para evitar cassação

GUSTAVO LIMA/CÂMARA DOS DEPUTADOS
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De acordo com Mansur, Cunha está estudando a possibilidade de renunciar na próxima semana
Brasília – O 1º secretário da Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP), confirmou hoje (30) especulações dos últimos dias feitas por peemedebistas de que o presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), está mais próximo de renunciar ao cargo. Segundo Mansur, o deputado afastado está estudando a possibilidade de fazer este anúncio na próxima semana, quando serão completados dois meses da determinação do seu afastamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A renúncia de Cunha está sendo articulada há meses pelos colegas mais próximos dele, mas o parlamentar vinha se mantendo relutante. Caso aconteça, ele deixará apenas o cargo de presidente da Câmara, conforme explicou Beto Mansur. “Eduardo Cunha pode abrir mão da presidência, mas já disse que não abrirá mão da vaga de deputado, pois quer garantir o seu mandato até o final”, afirmou.
A declaração do 1º secretário foi a primeira confirmada por um parlamentar considerado mais próximo a Cunha. Ex corregedor-geral da Câmara e ocupando a 1ª Secretaria pela segunda vez, Mansur é considerado um parlamentar experiente e bom conhecedor das normas regimentais da Casa. Ele tem tido seu nome cotado como um dos possíveis candidatos à sucessão do deputado afastado na presidência da Câmara.

Trapalhadas de Maranhão

As articulações em curso têm dois objetivos: primeiro, afastar de vez da presidência o presidente interino, Waldir Maranhão (PR-MA), que se envolveu em várias trapalhadas desde que assumiu o cargo. A mais recente foi a decretação de uma espécie de recesso branco esta semana, para que os deputados pudessem ficar direto nas festas juninas dos seus estados para, logo em seguida, recuar e fazer uma convocação aos deputados, de emergência, para realização de duas sessões com pauta cheia na Câmara. Como o recesso branco já tinha sido determinado, não houve quórum suficiente para que as sessões ocorressem – e a confusão foi considerada mais um motivo pelo qual Maranhão não pode presidir a Casa.
O outro assunto é de desgaste do Legislativo em si. Parlamentares de várias legendas acham que o assunto Eduardo Cunha já desgastou a Câmara mais do que o limite esperado e é preciso definir, o quanto antes, como ficará a sucessão dele na presidência. De acordo com Beto Mansur, caso Cunha renuncie, o regimento interno da Casa estabelece prazo de cinco sessões plenárias para ser feita a eleição de um novo presidente.
O parlamentar que assumir a presidência, no entanto, terá um mandato tampão de pouco mais de seis meses, uma vez que em fevereiro haverá nova eleição para a presidência da Casa.

Encontro com Temer

Eduardo Cunha, que na semana passada disse, em entrevista coletiva, que não renunciaria de forma alguma, tem mandado cada vez mais acenos para os colegas no sentido contrário, conforme informações de bastidores. Ele conversou com o presidente interino Michel Temer, no último domingo, numa reunião secreta que terminou sendo vazada para a imprensa. Segundo contaram alguns deputados ligados ao governo provisório, o próprio Palácio do Planalto está trabalhando no sentido de convencê-lo a renunciar.
Na avaliação de políticos do PT, Psol, Rede e PCdoB há poucas possibilidades, atualmente, de o deputado escapar da cassação, mesmo deixando a presidência da Câmara para tentar negociar sua manutenção no mandato.
“Em se tratando de Eduardo Cunha, esperamos que ele tente fazer manobras até o fim, embora consideremos que a estratégia de evitar a cassação seja tardia. A cassação está cada vez mais selada”, disse Chico Alencar (Psol-RJ), autor do pedido de representação contra Cunha no Conselho de Ética.

PF prende doleiro aliado de Cunha

A operação deflagrada nesta manhã também mira a JBS
POLÍTICA LAVA JATOHÁ 26 MINSPOR NOTÍCIAS AO MINUTO
O corretor Lúcio Bolonha Funaro, aliado do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e que vinha tentando negociar um acordo de delação com a Procuradoria-geral da República (PGR), foi preso pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (1º). Uma nova etapa da Operação Lava Jato foi deflagrada e também tem como alvo a empresa JBS, dona da Friboi, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo. A PF cumpre mandados em São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Brasília.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavaski, relator da Lava Jato, autorizou a operação, com base na delação do ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, também aliado de Cunha. Cleto afirmou que havia um esquema de pagamentos de propina para liberação de recursos do FI-FGTS e que o dinheiro era repartido entre ele, Cunha e Funaro.
A PF investiga se houve pagamento de propina por parte da JBS, por meio de Funaro, para obter recursos do fundo de investimentos do FGTS, liberados por influência de Cleto. As assessorias de Cunha e Funaro negaram as acusações.

“Lula será candidato à presidência em 2018”, afirma Dilma


Rafaela Felicciano/Metrópoles

Na entrevista à revista francesa, a presidente afastada defendeu o PT e afirmou que não sabia do esquema de corrupção da Petrobras


A presidente afastada Dilma Rousseff, em entrevista a revista francesa “L’Express”, afirmou que o Lula será candidato à presidência do Brasil em 2018. “É a razão principal do golpe de Estado: prevenir que o Lula se apresente à presidência. Hoje em dia, apesar de todas as tentativas de destruir a sua imagem, Lula continua entre as pessoas mais amadas. Eu posso te dizer que ele vai se apresentar na próxima eleição”, disse Dilma.

Na publicação, Dilma respondeu ainda sobre o processo de impeachment, que tramita no Senado. A presidente afastada disse que foi “profundamente injustiçada” quanto à forma que foi tirada do poder. Além disso, afirmou que não cometeu crime de responsabilidade. “Não sou o primeiro presidente a agir assim. O Fernando Henrique Cardoso aprovou 23 decretos similares. Na verdade, a acusação é apenas um pretexto.”
Na entrevista, a presidente afastada defendeu o PT e afirmou que não sabia do esquema de corrupção da Petrobras. Além disso, criticou veementemente os grampos divulgados pelo juiz Sérgio Moro. “Não importa o país do mundo, divulgar o registro de uma conversa do chefe de Estado seria um crime.”

Tucanos não vão articular para que deputados votem por cassação de Cunha

A sigla acredita que o Planalto também está diante da mesma posição, pois se quisesse que o deputado já tivesse sido afastado, já o teria feito



POLÍTICA PSDBHÁ 1 HORA
POR NOTÍCIAS AO MINUTO

Nos bastidores, o PSDB não vai articular para que seus deputados votem pela cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Apesar de saberem do desgaste que a posição pode ter, os tucanos vão usar o discurso de que o deputado prestou um “serviço relevante para o país”, ao dar seguimento ao impeachment de Dilma Rousseff e que, por isto, a legenda não pode condená-lo. As informações são da coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo.

A sigla acredita que o Planalto também está diante da mesma posição, pois se quisesse que o deputado já tivesse sido afastado, já o teria feito. Fontes do Palácio apontam que o encontro com o presidente interino Michel Temer parece ter melhorado um pouco a situação do peemedebista, mas nada que possa salvar seu mandato.

Lava Jato faz operação e mira Friboi e doleiro ligado a Cunha

01/07/2016 06h56 - Atualizado em 01/07/2016 07h42

Ação desta manhã faz parte da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República.

Policiais foram às ruas em três estados e no DF.

Do G1, em Brasília
Polícia Federal deflagrou uma operação na manhã desta sexta-feira (1º) como parte da Lava Jato. Um dos alvos é o  doleiro Lucio Funaro, ligado a Eduardo Cunha. A polícia deve cumprir mandado de prisão contra Funaro. Além disso, há mandados de busca e apreensão nas empresas do grupo JBS Friboi. Os mandados desta etapa da operação foram autorizados pelo ministro doSupremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, relator da Lava Jato na corte.
Policias saíram às ruas para cumprir mandados em três estados e no Distrito Federal. Pernambuco e São Paulo estão entre os estados em que há a operação.
A ação desta manhã se baseia nas informações da delação premiada de Fábio Cleto, ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal. Cleto também é aliado de Cunha.
Às autoridades, Cleto relatou que o presidente afastado da Câmara recebeu propina por negócios feitos pelo Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS).
Grupo JBS
Em outra delação, a do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o executivo disse ter ouvido de vários senadores que o grupo JBS faria uma doação de R$ 40 milhões para abastecer as campanhas de candidatos do PMDB ao Senado.
G1 contatou a assessoria de imprensa da JBS às 7h30h e aguarda o posicionamento da empresa.
Doleiro
Em um inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar Cunha, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que aliados do presidente da Câmara afastado apresentaram mais de 30 requerimentos de convocação, solicitação de documentos e pedidos de auditorias em diversas comissões da Câmara, inclusive na CPI da Petrobras, para pressionar o grupo empresarial Schahin e beneficiar o doleiro Lucio Funaro.
O grupo Schahin foi contratado pela empresa Cebel, Centrais Eletricas Belém, para fazer a obra da hidrelétrica. Houve um acidente: uma barragem se rompeu, provocando uma disputa judicial.
Lucio Funaro, representando a Cebel, cobrou o prejuízo da Schahin no valor de R$ 1 bilhão. E, para conseguir o pagamento, teria contado com ajuda do presidente da Câmara para pressionar a Schahin. Funaro, segundo a investigação, pagou para Eduardo Cunha, por meio de três empresas, dois carros, no total de R$ 180 mil, em 2012.
Em Pernambuco são cumpridos três mandados de busca e apreensão. Um deles tem como alvo a empresa Cone, em Cabo de Santo Agostinho, na Grande Recife. Os outros dois são cumpridos em apartamentos de luxo na Praia de Boa Viagem, na capital.

Nova etapa da Lava Jato investiga JBS, dona da Friboi

A ação ocorreu na manhã desta sexta-feira


POLÍTICA OPERAÇÃOHÁ 37 MINS
POR NOTÍCIAS AO MINUTO

A nova etapa da Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (1º), tem como um dos alvos a empresa JBS, dona da Friboi, de acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo.