quinta-feira, 30 de abril de 2015

Brasil à espera de um pacote de 150 bilhões de reais para a economia


Presidenta Dilma Roussef durante visita à fábrica da Jeep, em Pernambuco. / JUCA VARELLA (FOTOS PÚBLICAS)

Após a divulgação catártica do balanço da Petrobras reconhecendo prejuízos de mais de 6 bilhões de reais com desvios de corrupção, o Governo da presidenta Dilma Rousseff corre para montar uma agenda positiva que reverta o pessimismo com o futuro. A grande aposta, que será anunciada no início de maio, é um pacote de concessões em infraestrutura que pode movimentar 150 bilhões de reais.
Esse seria o valor sobre o qual se especula desde sábado, depois de uma reunião de dez horas entre Rousseff, 13 ministros, além dos presidentes de dois bancos públicos (BNDES e Caixa). Seriam concessões para novos aeroportos, ferrovias, rodovias e portos. A presidenta afirmou, nesta terça-feira em visita a Polo Automotivo em Pernambuco, que sua equipe estuda incluir no pacote o lote 1 da construção do arco viário de 77 quilômetros para conectar o litoral o norte de Pernambuco ao Porto de Suape.
Junto com as novas concessões, o Governo também pretende anunciar medidas de aperfeiçoamento no mercado de capitais que permitam maior participação de recursos do setor privado, segundo informações do secretário executivo do Ministério do Planejamento, Dyogo Oliveira.

O Ministério dos Transporte é um dos que já parece sentir as consequências dos cortes do Governo. O ministro da pasta, Antônio Carlos Rodrigues, afirmou, nesta quarta-feira, que a falta de recursos vai parar "várias obras no país" e que ele "não pode esconder o que está acontecendo no ministério". Segundo ele, ainda não se sabe o quanto poderá ser investido na pasta, o que dificulta o desenvolvimento dos projetos. Mesmo com essa injeção importante na economia brasileira, notícias como o aumento do desemprego, o maior desde 2011, e a queda da renda nas principais regiões metropolitanas do país evidenciam a desaceleração da economia e mostra que o desafio de voltar a crescer,enquanto o Governo tenta implementar um um amplo ajuste nas contas públicas, é enorme.
A equipe econômica se comprometeu como uma economia de 66 bilhões de reais dos gastos públicos para 2015- o que equivale a um superávit fiscal de 1,2% do PIB - implementado por meio de aumento de tributos e corte de gastos. Agora, o programa de cortes entra na fase de negociação com o Congresso.

"Cortando na carne" e Selic

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, admitiu, nesta quarta-feira em audiência pública na Câmara dos Deputados, que o Governo terá que fazer "um grande esforço" para cumprir a meta. "É um esforço que faremos todos os dias", ressaltou o ministro que afirmou ainda que o Governo está "cortando na carne" suas despesas.
Ele destacou também a necessidade da aprovação da MP 668, que trata da incidência do PIS/Cofins sobre importados, que ainda está em tramitação no Congresso Nacional. De acordo como Levy, a medida vai aumentar a competitividade do produto nacional.
O ministro explicou também que a disciplina fiscal é insubstituível para que a inflação volte para o centro da meta e para que os juros voltem a cair no Brasil. "A gente não pode esquecer toda a parte de convergência macro, inclusive com a inflação convergindo para a meta para dar segurança para o investidor e baixar a curva de juros de médio prazo", afirmou.
No fim da tarde desta quarta-feira, o Comitê de Política Monetária do Banco Central se reúne e deve subir a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 12,75% ao ano. Se confirmada será a quinta elevação consecutiva da taxa, o que prejudicaria ainda mais o crescimento da economia brasileira. Se por um lado, controla o consumo segurando a inflação, por outro, deixa os créditos e os investimentos mais caros.

Primeira mulher piloto do Afeganistão sobrevoa preconceitos Niloofar Rahmani tem 23 anos e recebeu cartas e ligações com ameaças. Ela recebeu prêmio dos EUA por iniciativa de se tornar piloto.

Niloofar Rahmani, a primeira mulher piloto do Afeganistão, posa para foto em 26 de abril (Foto: Shah Marai/AFP)Niloofar Rahmani, a primeira mulher piloto do Afeganistão, posa para foto em 26 de abril (Foto: Shah Marai/AFP)
De óculos de aviador e andar confiante na pista, Niloofar Rahmani está sendo chamada de "Top Gun Afegã" ao encarar o duplo desafio de integrar um universo exclusivamente masculino num dos países mais conservadores do mundo e se tornar a primeira mulher piloto do Afeganistão.
Na base aérea das forças afegãs em Cabul, a jovem de 23 anos e lenço preto é a única presença feminina e a promessa de uma micro-revolução que começou com um sonho.
"Desde pequena, quando via um pássaro no céu, eu queria pilotar um avião", conta à AFP a mulher sorridente com uma mecha de seu cabelo castanho ligeiramente pra fora do véu.
"Muitas meninas no Afeganistão têm sonhos... mas enfrentam muitos obstáculos, ameaças", disse ela em frente a seu avião, um pequeno Cessna de transporte leve com hélices - bem diferente do potente F-14 pilotado por "Maverick", o personagem de Tom Cruise no filme "Top Gun".
Niloofar Rahmani, que cresceu em Cabul, se matriculou no curso da Força Aérea afegã em 2010. Ela recebeu o apoio de seus pais, mas outros a acusaram de desonrar a família.
Dois anos mais tarde, ela se tornou a primeira mulher piloto de aviões na história do país, que já teve mulheres pilotando helicópteros durante o período comunista, de 1978 a 1992.
Niloofar Rahmani, a primeira mulher piloto do Afeganistão, é vista em aeronave da Força Aérea afegã em foto de 26 de abril (Foto: Shah Marai/AFP)Niloofar Rahmani, a primeira mulher piloto do Afeganistão, é vista em aeronave da Força Aérea afegã em foto de 26 de abril (Foto: Shah Marai/AFP)
Recompensada com o prêmio internacional "Mulheres de Coragem" do departamento de Estado dos Estados Unidos, Niloofar está entre aquelas que têm feito avançar a causa das mulheres no Afeganistão desde a queda do Talibã, há 14 anos.
Sob o regime fundamentalista, as mulheres não podiam sair de suas casas sem estarem acompanhadas por um homem e viviam confinadas. Mas a paridade ainda é um sonho distante no Afeganistão de hoje, onde os costumes continuam embasados na segregação entre homens e mulheres.
"Perdi minha liberdade" 
Em sua ascensão irresistível, Niloofar tem recebido telefonemas e cartas ameaçadoras de estranhos, ordenando que ela peça baixa.
"Eles me ameaçaram, e disseram que iam prejudicar minha família", revela. "Minha única reação foi ignorá-los", diz ela, que teve que deixar o país por dois meses em 2013, quando as ameaças se intensificaram.
Hoje, a jovem piloto anda sempre armada para poder se defender. Acostumada ao olhar dos homens, ela nunca deixa a base usando o uniforme por medo de se tornar um alvo.
"Caminhar pela rua, fazer compras, tudo isso não consigo mais fazer. Perdi minha liberdade", lamenta. Mas além das ameaças físicas, o conservadorismo persistente continua um obstáculo para os direitos das mulheres.
Ao longo de uma missão, ela desafiou as ordens de seu comandante ao transportar soldados feridos no sul do Afeganistão.
Niloofar Rahmani, a primeira mulher piloto do Afeganistão, é vista ao lado de colegas da Força Aérea afegã em foto de 26 de abril (Foto: Shah Marai/AFP)Niloofar Rahmani, a primeira mulher piloto do Afeganistão, é vista ao lado de colegas da Força Aérea afegã em foto de 26 de abril (Foto: Shah Marai/AFP)
As mulheres não são autorizadas a transportar homens, mortos ou feridos. Mas no final desta missão, ela disse a seu comandante: "Pode me punir se você achou que eu fiz algo de errado". "Ele sorriu e me disse: 'você agiu bem'", lembra.
Para ser tratada da mesma maneira que seus colegas homens, ela acredita que não pode demonstrar fragilidade. "Devo ser dura, muito dura, não posso demonstrar muitas emoções", desabafa.
E ultrapassando as barreiras da igualdade entre os sexos, ela toma muito cuidado para não mexer - tanto - com as tradições.
Recentemente, um de seus colegas estendeu a mão para cumprimentá-la e ela declinou. "Porque?", disse o militar, desapontado. Sem dizer nada, ela apenas acenou com a cabeça, sorrindo educadamente, com cuidado para não ser mal interpretada.
Niloofar Rahmani, de 23 anos, se tornou a primeira mulher piloto do Afeganistão (Foto: Shah Marai/AFP)Niloofar Rahmani, de 23 anos, se tornou a primeira mulher piloto do Afeganistão (Foto: Shah Marai/AFP)

VOCÊ É A FAVOR OU CONTRA UMA MANIFESTAÇÃO PACÍFICA E ORDEIRA NA PRAÇA DO BURITI DIA 13 DE MAIO?


ONU vai apurar se crise hídrica viola direitos humanos em São Paulo

O relator da ONU Leo Heller. / MARCELO S. CAMARGO (ESTADÃO CONTEÚDO)
O novo relator das Nações Unidas sobre a água, o mineiro Leo Heller, se reuniu nesta quarta-feira em São Paulo com vários coletivos sociais, ONGs, promotores, procuradores e acadêmicos preocupados com o impacto da crise hídrica sobre a população, especialmente na região metropolitana. Heller encerrou a jornada surpreendido com alguns depoimentos e anunciou que a relatoria apurará possíveis violações de direitos humanos – especialmente o direito universal de acesso à água e ao esgotamento sanitário, mas também questões derivadas da crise, como o direito à saúde. "Não quero afirmar que já há direitos que estão sendo violados, mas muitos depoimentos vão nessa direção e as consequências têm impacto em milhares de pessoas. Isso é incompatível com uma região com o nível de desenvolvimento de São Paulo", afirmou o relator.
Ficar sem água é muito estressante para as pessoas: você está sujo, não tem roupa limpa, não dorme direito porque aguarda a madrugada quando liberam um pouco de água para prencher baldes, os vizinhos brigam entre eles pela água..."
Mônica Seixas, do movimento Itu Vai Parar
Entre os relatos que Heller ouviu estava o de Mônica Seixas, moradora de Itu e integrante do movimento Itu Vai Parar. Seixas descreveu a realidade do município do interior de São Paulo quando os reservatórios secaram em julho do ano passado. "Houve casos de famílias que ficaram três meses sem receber uma gota de água. E sem informação. Porque pior que não tomar banho é você não saber quando vai poder tomar o próximo. Começaram a surgir doenças porqueas pessoas pegavam água de qualquer lugar, saía barro das torneiras por conta dos vazamentos, no local do trabalho não dava nem para dar descarga... Começamos a ver assaltos a caixas de água, filas de quatro horas na bica para abastecer três galões e bandidos que chegavam, não para roubar sua carteira, mas para dizer: 'Coloca todos os galões no meu caminhão que eu vou levar'. Essa situação é muito estressante para as pessoas. Você está sujo, não tem roupa limpa, não dorme direito porque aguarda a madrugada quando liberam um pouco de água para preencher baldes. Os vizinhos brigam entre eles pela água...", descreveu Seixas.
Martha Lu, formada em administração e envolvida nas consequências sociais da crise hídrica desde a Copa do Mundo, ilustrou com outros exemplos, como a dificuldade dos moradores de rua para conseguir água, a realidade do desabastecimento em São Paulo. Lu questionou como levar até a ONU evidências de casos de pessoas que não querem aparecer, mas que passam seis dias sem água até o extremo de ter que fazer suas necessidades fisiológicas em sacolas de plástico.

MAIS INFORMA

O relator pediu que as organizações civis e ONGs resumam conjuntamente em um relatório, com provas, as situações que representariam desrespeito de direitos básicos, como os cortes de abastecimento nas comunidades mais pobres. "Não estamos falando de estatísticas nem evidências científicas. Os relatos da comunidade são uma evidência clara", esclareceu Heller. A avaliação da ONU desse relatório-denúncia, que ainda não tem prazo para ser preparado, pode levar à instituição a escrever uma "carta de alegação", documento que seria enviado ao Governo federal denunciando possíveis violações e questionando o que está sendo feito para evitá-las. "Os depoimentos foram muito fortes, mas tenho que ouvir os Governos", disse o relator.
As organizações que compilarão os dados para o relator se organizam sob o guarda-chuva da Aliança pela Água, o principal grupo ativo nesta crise, que reune mais de 40 membros entre coletivos, ONGs e sociedade civil. Foi a Aliança quem convidou Heller para ouvir os relatos da São Paulo sem água.

Alckmin e a relatora da ONU

Heller também se posicionou sobre os contratos de demanda firmeda Sabesp que beneficiam grandes consumidores ao oferecerem tarifas que diminuem conforme aumenta o consumo. "Sob a lente dos direitos humanos, que é o que me ocupa, é inaceitável negar acesso a água à população em detrimento de outros usos. Não conheço o detalhe desses contratos, mas se eles levam a esse tipo de consequência é inaceitável." O aumento de 22,7% da tarifa, pretendido pela companhia estatal, também preocupa a ONU no caso de levar a uma falta de suministro nos consumidores mais carentes.
Heller é o segundo relator das Nações Unidas que assume a responsabilidade de garantir os direitos básicos associados a água e o saneamento, reconhecidos pela ONU em 2010. O brasileiro de 59 anos, professor da Universidade Federal de Minas Gerais, substituiu em dezembro a portuguesa Catarina de Albuquerque. Alburquerque irritou profundamente o governador Geraldo Alckmin quando, em uma visita à cidade no ano passado, afirmou que a crise hídrica poderia ter sido evitada com um planejamento adequado por parte do Estado. Alckmin chegou a mandar um ofício à instituição exigindo que a relatora se retratasse, mas Alburquerque manteve as críticas e agora, seu sucesor, as reafirma. "Eu endosso completamente o que a Catarina falou sobre que esta crise poderia ter sido evitada com um planejamento adequado. Entre outras coisas ela também disse que não é aceitável que uma prestadora de serviços de fornecimento de água, como a Sabesp, mantenha uma parte da sua população sem acesso à água e transfira recursos para fora. Quer distribuir lucro? Ok, mas só se você tem uma completa universalização dos serviços compatível com os direitos humanos", disse Heller.

Vale tem prejuízo de R$ 9,5 bilhões no 1º trimestre de 2015 No 1º trimestre de 2014, mineradora teve lucro de quase R$ 6 bilhões. Resultado foi influenciado pelo impacto da alta do dólar frente o real.

A Vale anunciou nesta quinta-feira (30) que registrou prejuízo de R$ 9,538 bilhões no primeiro trimestre deste ano, acima do valor verificado nos três meses anteriores, quando as perdas somaram R$ 4,761 bilhões. No primeiro trimestre de 2014, a mineradora havia tido lucro de R$ 5,909 bilhões.
Natalia Araujo é estagiaria de eletromecanica da Vale. mineradora Pará (Foto: Divulgação/ Salviano Machado)Vale mineradora Pará (Foto: Divulgação/
Salviano Machado)
O prejuízo líquido - registrado pelo terceiro trimestre seguido - ocorreu principalmente devido ao impacto causado pela depreciação de 20,8%, trimestre a trimestre, do real contra o dólar americano.
A Vale afirma ainda ter alcançado produção de minério de ferro de 74,5 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2015, o maior volume para um primeiro trimestre na história da empresa.
Investimentos
Os investimentos da Vale chegaram a US$ 2,210 bilhões entre janeiro e março, queda de diminuição de US$ 377 milhões ante o mesmo período de 2014.

Dívida
Já os desinvestimentos e parcerias representaram US$ 1,017 bilhão em recebimentos de caixa no primeiro trimestre. Deste total, 900 milhões de dólares foram resultado da venda de 25% adicionais do fluxo de ouro produzido em Salobo (PA) como subproduto de cobre.
A dívida bruta da companhia caiu para US$ 28,487 bilhões em 31 de março de 2015, redução de 320 milhões ante o fim de 2014 com a ajuda dos desembolsos com desinvestimentos.
A dívida líquida alcançou US$ 24,802 bilhões, com posição de caixa de 3,685 bilhões, antes da distribuição de US$ 1 bilhão em dividendos agendados para 30 de abril de 2015.
"Permanecemos confiantes que estaremos aptos a manter níveis estáveis de endividamento absoluto conforme executamos com sucesso nosso programa de desinvestimento e aumentamos a disciplina na aplicação de capital", disse a Vale, no comunicado.

PM reprime protesto de professores em Curitiba e mais de 200 se ferem

PM reprime protesto de professores em Curitiba e mais de 200 se ferem. Gravação mostra o momento em que os manifestantes derrubam as grades posicionadas para isolar a Assembleia Legislativa do Paraná. Policiais reagem com bombas. / GERMANO ASSAD / FABIO TISSOT
Mais de 200 pessoas ficaram feridas, sendo que oito em estado grave, durante mais um episódio de repressão da polícia do Paraná a professores da rede estadual de ensino, que estão em greve e acampados no Centro Cívico desde segunda-feira 27. Treze pessoas foram presas, segundo a Secretaria de Segurança Pública.
A ofensiva ocorre em frente à Assembleia Legislativa, onde, segundo o sindicatos dos professores,  20.000 pessoas protestavam contra as mudanças na previdência para os servidores do Estado. A Polícia Militar foi escalada pelo governador Carlos Alberto Richa (PSDB) para impedir a entrada dos manifestantes na Assembleia, onde ocorre a votação. Há informações de fontes extraoficiais de que mais de 50 policiais militares que participaram da ação teriam se recusado a disparar contra manifestantes. Esse grupo estaria passando por processo de exoneração. Durante a semana, vários policiais, anonimamente, expressaram indignação com o pedido do governador Beto Richa (PSDB) com relação ao contingente de 1.500 policiais deslocados para proteger a Assembleia, número maior do que o disponível na própria cidade habitualmente.
O cenário de guerra começou perto das 15 horas, quando manifestantes, aos gritos de “sem violência” e “ei, polícia, prende o Beto Richa” começaram a forçar grades que faziam o isolamento da Assembleia, enquanto os deputados estaduais começarm a a sessão para votar o projeto de lei que altera a Paraná Previdência, e que, segundo os professores, acarretaria perda de benefícios. Agressões com cacetete e jatos de spray de pimenta foram registrados. Alguns dos atingidos revidaram contra a polícia, atirando copos de água vazios. A resposta veio com uso de bombas e balas de borracha, que continuaram a ser lançados de forma ininterrupta durante mais de uma hora. Uma creche localizada na região foi atingida, e funcionários e crianças presentes precisaram ser retirados às pressas.
O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), informou pelo Twitter, a prefeitura foi evacuada para atender aos feridos, que também estão recebendo os primeiros socorros no Tribunal de Justiça. Seis escolas que ficam na região suspenderam as aulas. "Parece uma praça de guerra!", escreveu Fruet, que faz oposição do Governo estadual, na rede social. Segundo ele, 34 pessoas foram encaminhadas ao hospital e mais de 100 foram atendidas. Ambulâncias não foram suficientes para o atendimento e a Guarda Municipal foi acionada para auxiliar os feridos.

MAIS IN

Nem o clima belicoso na rua impediu que, do lado de dentro da Assembleia, deputados votassem pela aprovação das medidas. Houve bate-boca e a sessão chegou a ser interrompida por alguns minutos. Mas quando retomaram, o líder do governo Luiz Claudio Romanelli, do PMDB, conseguiu os votos necessários para aprovação de seu parecer. Foram 31 votos favoráveis contra 19.
O prefeito aproveitou para criticar a truculência da polícia do Estado: "Há dias a Prefeitura vem alertando da desproporcionalidade da força", disse a jornalistas durante o confronto.
O projeto de lei em votação na Assembleia Legislativa foi encaminhado pelo Executivo para alterar a previdência estadual. Pela proposta do Governo, mais de 33.000 beneficiários acima dos 73 anos de idade serão transferidos do fundo financeiro, bancado pelo Estado, para o previdenciário, composto por verbas dos contribuintes. A mudança na origem do custeio representaria uma economia de 125 milhões de reais por mês aos combalidos cofres do estado, segundo estimativas de especialistas.
A manobra do Governo visa minorar a crise financeira que assola o Estado. Por isso, vem tentando mudar a forma de custear a ParanaPrevidência, um regime próprio da previdência social dos servidores públicos do Paraná, composta por três fundos: o militar, o financeiro e o previdenciário.
A posição de servidores e do APP, sindicato que representa os profissionais da educação pública, alegam, porém, que a mudança comprometeria a saúde financeira da ParanáPrevidência, e que, no longo prazo, a instituição acabará com saldo devedor maior do que a receber.
O governo rebate dizendo que o fundo previdenciário está capitalizado em 8,5 bilhões de reais em investimentos e que o projeto determina ainda aporte de 1 bilhão de reais a partir de 2021, prevendo repasse ao Estado de royalties provenientes da Usina de Itaipu, o que garantiria a solvência do sistema por pelo menos 29 anos.
Em fevereiro deste ano, os professores já haviam realizado um acampamento no Centro Cívico de Curitiba contra o pacote de austeridade do governador Beto Richa, que cortava benefícios da categoria para aumentar o caixa deficitário do Governo.
Brecha política
Políticos de oposição se aproveitaram da situação para fazer palanque. Os senadores Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffman (PT) mostraram indignação, discursaram no carro de som do sindicato dos trabalhadores em educação pública e prometeram pedir explicações aos responsáveis pela operação no senado, além de intervenção federal no estado. "Viemos representando o senado, vou levar um relato, quero me pronunciar no plenário do senado para que a comissão de direitos humanos possa tomar providências”, disse Hoffman.
O Governo de Beto Richa, por sua vez, atribuiu a responsabilidade das agressões a “manifestantes estranhos ao movimento dos servidores estaduais que estavam concentrados em frente à Assembleia Legislativa.”  Ele culpou "militantes black blocs que, infiltrados no movimento, atacaram os soldados da Polícia Militar que protegiam a Assembleia Legislativa" durante a votação do projeto.
“A polícia estava lá por determinação do Poder Judiciário para proteger a sede do Poder Legislativo, uma instituição democrática que não pode ser afrontada no seu direito”, disse o governador, lembrando que em fevereiro a Assembleia havia sido invadida por manifestantes.
Num primeiro momento, circulou uma nota do Estado, relatando que as reiteradas tentativas desses manifestantes de invadir o espaço do Parlamento Estadual “culminaram com a ação de defesa das forças policiais, destacadas para cumprir a ordem judicial de proteção à Assembleia e ao seu livre exercício democrático”. O Governo, porém, só teria contabilizado, inicialmente, quatro manifestantes feridos, além de 20 policiais, embora as redes sociais viessem exibindo fotos de dezenas de pessoas sangrando em função dos ataques de bomba e cacetete da polícia.
A nota do governador Beto Richa, liberada no final do dia, não contava mais o número de feridos.
(Com informações da Agência Brasil)

Autoridades resgatam adolescente com vida cinco dias após terremoto no Nepal

KATMANDU (Reuters) - Um menino de 15 anos foi retirado com vida dos escombros do Hotel Hilton de Katmandu nesta quinta-feira, cinco dias após o forte terremoto que provocou enorme devastação no Nepal e matou cerca de 5.500 pessoas.
O sobrevivente Pema Lama foi resgatada pela polícia do Nepal e levado de maca para uma ambulância. Uma multidão que se reuniu em torno do local aplaudiu a ação de resgate quando as pessoas viram que o adolescente estava vivo.
Lama estava consciente, segurou na mão de um dos resgatistas e olhou para um grande número de fotógrafos e equipes de televisão ao ser retirado dos escombros, de acordo com um fotógrafo da Reuters no local.
O autor do resgate, o policial nepalês L.B. Basnet, disse a repórteres que o garoto havia falado com ele em meio aos destroços e pediu água.
Diversos corpos também foram encontrados nos destroços do hotel nesta quinta-feira, apesar da chuva forte ter prejudicado os trabalhos de resgate.
(Reportagem de Tommy Wilkes e Douglas Busvine)