sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Partidos Vão Custar Incríveis R$ 3,5 Bilhões Só Em 2018!



  • 05/01/2018





O Orçamento de 2018 para todo o governo federal será de R$ 3,5 trilhões. A peça foi aprovada pelo Congresso Nacional e já foi sancionada pelo presidente Michel Temer (MDB).

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Um dos destaques da parasitagem é o custo dos partidos. A máquina de financiamento que move os políticos brasileiros funciona na base do financiamento empresarial, com origem em contratos superfaturados, e doações partidárias. Com a proibição do financiamento empresarial (em 2016 já valeu a regra), os congressistas se mostraram incapazes de pedir doações aos próprios eleitores ou aos empresários, pessoas físicas, donas das jurídicas que tradicionalmente doavam (foi proibida a doação de empresas, não de empresários).

Os políticos brasileiros são simplesmente inabilitados para criar laços e interlocução com pequenos e médios empreendedores, além do próprio eleitorado, para criar uma rede orgânica de apoio. É mais fácil sugar recursos públicos.

Confira abaixo quanto os partidos políticos irão custar para o lombo do brasileiro só em 2018:

Fundo Especial de Financiamento de Campanha, o Fundo Eleitoral – R$ 1,7 bilhão.

Fundo Partidário – R$ 888,7 milhões.

Renúncia fiscal para propaganda eleitoral em Rádio/TV – R$ 1 bilhão (o maior valor da história).

Total – R$ 3,5 bilhões.

Por enquanto, o partido NOVO é o único que não recebe Fundo Eleitoral ou Partidário.



Para comparação, o Orçamento prevê para investimentos em “Sistemas Públicos de Abastecimento de Água e Esgoto em Municípios com população até 50.000 habitantes” – R$ 433,6 milhões.

“Remuneração e aperfeiçoamento dos professores, aquisição de material didático-escolar, manutenção de programas de transporte escolar entre outras despesas com manutenção e desenvolvimento do ensino” – R$ 358,9 milhões.

Investimentos em vagas de ensino técnico profissionalizante, 15 mil vagas do PRONATEC – R$ 284,4 milhões.

Educação de Jovens e Adultos –  R$ 91 milhões (o Brasil ainda tem 11,8 milhões de analfabetos).

Se você quiser ler outros absurdos do Orçamento de 2018, clique aqui e leia o documento na íntegra

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Indulto

Debate sobre indulto é guiado por despreparados e espertalhões, diz Gilmar http://www.conjur.com.br/2017-dez-29/indulto-discutido-despreparados-espertalhoes-gilmar

Carta aos Juristas do Mundo



Carta aos Juristas do Mundo denuncia práticas de ‘lawfare’ e de estado de exceção no Brasil



Documento denuncia lawfare e o uso de normas processuais de “exceção” por setores do Sistema de Justiça no Brasil. (Divulgação)
Da Redação
Um grupo de mais de 600 juristas, operadores do Direitos e lideranças de organizações políticas e sociais lançou uma carta dirigida à comunidade jurídica internacional, denunciando a prática de lawfare (uso do sistema de justiça para realizar perseguições políticas) e o uso de normas de estado de exceção por parte do Poder Judiciário no Brasil. A carta pede que a comunidade jurídica do mundo volte sua atenção para o que está acontecendo no Brasil e seus desdobramentos imprevisíveis. Assinam a carta, entre outros, nomes como Boaventura de Sousa Santos, Pilar del Río, Celso Amorim, Samuel Pinheiro Guimarães, Tarso Genro, João Pedro Stédile e Luiz Carlos Barreto. Segue a íntegra da carta que está aberta a adesões neste endereço:
Carta aos Juristas do Mundo
Dirigimo-nos à comunidade jurídica internacional – juristas, acadêmicos, estudiosos e operadores do Direito, magistrados – para solicitar a sua digna atenção para o que ocorre atualmente no Brasil, que terá reflexos na fragilização política e institucional de todas as jovens democracias latino-americanas. O Estado de Direito em nosso país está sendo corroído depois do Golpe contra a Presidenta Dilma, encetado por meio de um Congresso majoritariamente fisiológico ou corrupto, comprometido com forças econômicas espúrias. Sufocaram a força normativa da Constituição e, de mãos dadas com uma mídia oligopolizada, naturalizaram a “exceção” com recorrentes violações a princípios e normas constitucionais que caracterizam e sustentam uma saudável vida democrática.
A deformação de um conjunto de processos contra a corrupção sistêmica no país –  justa ação do Ministério Público que despertou a simpatia da população e de pessoas de todas as classes e partidos democráticos da nação – é a consequência do “aparelhamento” das medidas anticorrupção para fins de instrumentalização política por setores da direita e da extrema direita do Ministério Público, que hoje se arvoram purificadores da moral pública nacional. Fazem-no, especialmente, para atacar a figura do Presidente Lula, visando anular sua participação no próximo pleito presidencial. Nenhuma pessoa está acima da lei e não nos opomos a qualquer investigação ou processamento de quem quer que seja; porém, com cumplicidade de parte do Poder Judiciário, o Sistema de Justiça, não apenas em relação a Lula, mas especialmente em razão dele, tem sufocado o direito à ampla defesa, tratando-o de forma desigual e discriminatória e criado normas processuais de “exceção” contra ele e vários investigados e processados, típico “lawfare”, subordinado ao processo eleitoral.
São os seguintes, os elementos de fato e de direito, que caracterizam este processo de perversão e diluição das funções institucionais do garantismo democrático:
1. instrumentalização política das “delações premiadas”, com a cumplicidade majoritária da mídia, para dar direcionamento e seletividade ao vazamento de informações;
2. conduções coercitivas de caráter nitidamente político, desnecessárias e ao arrepio dos dispositivos processuais do Estado de Direito formal, com o visível intuito de desmoralizar lideranças políticas que sequer foram convidadas a depor, medida agora provisoriamente suspensa por decisão monocrática de ministro do STF;
3. prisões preventivas de longo curso, coativas, destinadas a buscar depoimentos especificamente contra o Presidente Lula, alvo preferencial dos Procuradores de Curitiba;
4. manifestação pública de juízes, desembargadores e ministros do Supremo Tribunal Federal, participando do contencioso político e muitas vezes adiantando opiniões e votos sobre processos que estão sob sua jurisdição;
5. humilhação pela mídia, de réus, investigados e presos, “julgando” os mesmos de forma antecipada, fora do processo, cortejando e promovendo à condição de heróis, os integrantes do MP e do Judiciário que dão suporte aos seus pré-julgamentos.
É preciso que essas informações sejam claramente compreendidas pela comunidade jurídica internacional, a quem solicitamos apoio para a luta dos brasileiros comprometidos com a ética pública, a segurança jurídica, a preservação da soberania popular e a reconstrução da democracia.

Troca-troca em delegacias estratégicas movimenta Polícia Civil





Mudanças envolvem unidades responsáveis por algumas das maiores operações desencadeadas no ano passado


Rafaela Felicciano/Metrópoles




O ano começou agitado nos bastidores da Polícia Civil. Um mês após o diretor-geral da corporação, Eric Seba, anunciar a criação de uma superdelegacia para concentrar unidades especializadas em investigar corrupção, a PCDF se prepara para implementar as mudanças.
Nos últimos dias, alguns nomes foram definidos e aguardam publicação no Diário Oficial do DF. Ao menos dois delegados das chamadas delegacias circunscricionais, unidades localizadas em Regiões Administrativas, devem perder a chefia.
A criação de uma coordenação que une investigações sobre o combate ao crime organizado, contra a administração pública e à ordem tributária foi anunciada em dezembro. Na ocasião, Seba antecipou que Fernando César, atual chefe da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), ficaria à frente da superdelegacia que vai absorver a Divisão de Combate aos Crimes contra a Administração Pública (Decap), e as delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco) e Contra a Ordem Tributária (Dicot).

A equipe de Fernando César deve contar com Adriano Valente, delegado-adjunto da Deco; Wenderson Teles, da Divisão de Inteligência Policial (Dipo); e Jonas Bessa, chefe da Decap.
Bessa integrou investigações importantes no cenário político do Distrito Federal, como a Operação Drácon. O delegado-adjunto de Bessa, Virgílio Agnaldo Ozelami, também deve assumir uma divisão. Ele chefiou as investigações que levaram para a cadeia servidores da Secretaria de Mobilidade suspeitos de cobrarem propina de empresas de transporte.
Outras mudançasLuiz Henrique Dourado, que chefiava a Deco, terá como responsabilidade comandar a Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), antes capitaneada por Rodrigo Bonach. O delegado, querido entre os colegas e considerado um profissional de ponta, deverá assumir a chefia em uma unidade ainda a ser definida. Dourado, que traz grande experiência em investigações complexas, vai trabalhar com o delegado Jorge Antônio Cheim Pires.
A Coordenação de Crimes Contra o Patrimônio será criada neste ano. O coordenador escolhido foi Marco Aurélio Vergílio. Atual chefe da Delegacia de Roubos de Furtos de Veículos (DRFV), Vergílio tem ampla experiência em grandes coordenações: já passou pela Cord e, segundo colegas, conduziu um trabalho de excelência na DRFV, tirando de circulação uma série de quadrilhas especializadas no roubo e no furto de veículos.
A DRFV será incorporada à Coordenação de Crimes Contra o Patrimônio e organizada em duas divisões. Uma delas, chefiada por Raphael Seixas, que está na especializada desde 2013 e comandou boa parte das operações de destaque deflagradas pela unidade. O outro diretor será Bruno Ehndo, ex delegado-adjunto da 24ª DP (Setor O). O delegado Fábio Santos Souza, que estava na Secretaria da Segurança Pública, também vai compor a equipe da coordenação.
A reportagem procurou o presidente da Associação e do Sindicato dos Delegados de Polícia (Adepol e Sindepo), Rafael Sampaio, para falar sobre as mudanças. Ele preferiu aguardar a decisão dos delegados, que será conhecida em uma assembleia a ser marcada para a próxima semana. “Vamos nos manifestar oficialmente somente após o evento”, disse.

Entidade De Juízes Processa Seus Ex-Presidentes Por Suspeita De Fraude





  • 05/01/2018




Diante da morosidade do Judiciário, uma associação de juízes decidiu ingressar como assistente de acusação em dois processos criminais movidos contra magistrados ex-presidentes da própria entidade. Eles são suspeitos de arquitetar a maior fraude da história da Justiça Federal.
Entre 2000 e 2009, a Associação dos Juízes Federais da 1ª Região (Ajufer) obteve empréstimos da Fundação Habitacional do Exército por meio de contratos fictícios, usando dados cadastrais de juízes e desembargadores federais que desconheciam o ardil.
O fato foi revelado pela Folha de S.Paulo em novembro de 2010.
A atual diretoria da Ajufer contratou, por R$ 50 mil, o escritório do advogado Jorge Amaury Nunes, de Brasília, para ingressar como assistente de acusação em duas ações penais que tramitam vagarosamente no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que engloba o DF e 13 Estados.

Nunes é professor da UNB, ex-procurador do Banco Central. O advogado vai acompanhar todos os processos cíveis, criminais e administrativos sobre o caso.
Em carta aos associados, em setembro, o presidente da Ajufer, Leonardo Paupério, afirmou que, “para superar o gosto amargo desse passado, não há outro remédio senão apurar as responsabilidades e clamar por Justiça”.
No texto, ele faz referência a reportagem da Folha de S.Paulo de julho, que definiu a fraude como o mensalão da toga, que corre o risco de ficar impune.
Com recursos obtidos em sucessivos contratos fictícios, a associação rolou mensalmente empréstimos não quitados; parte do dinheiro era desviado ou depositado em contas de laranjas.
Na época da fraude, alguns membros da atual diretoria da Ajufer ainda não eram juízes. Outros foram vítimas. Paupério, por exemplo, teve seu nome usado indevidamente em dois empréstimos fictícios.
“Passados sete anos desde a descoberta daquela década de fraudes, os fatos ainda não foram suficientemente esclarecidos e os responsáveis permanecem impunes”, diz Paupério.
Ele lembra que “mais de R$ 20 milhões teriam sido desviados de maneira fraudulenta e criminosa”. Até hoje não se sabe o destino do dinheiro.
RITMO LENTO
Foram denunciados no TRF-1 os ex-presidentes da Ajufer Moacir Ramos, Solange Salgado da Silva Ramos de Vasconcelos, Hamilton de Sá Dantas e Charles Renaud Frazão de Moraes. Foi decretada a extinção da punibilidade, por prescrição, de Dantas.
Também são réus o ex-diretor da FHE José de Melo, e Cezário Braga e Nilson Freitas Carvalho, apontados como agiotas e doleiros.
Segundo os autos, o juiz Moacir Ramos – apontado como mentor do esquema– indicava à FHE os supostos beneficiários dos empréstimos, sacava a quantia para pagar prestações em curso e transferia para contas pessoais e de doleiros a diferença.
No mês seguinte, ele “firmava” novos empréstimos em valores superiores e repetia o desvio de recursos. A denúncia foi oferecida ao TRF-1 pelo Ministério Público Federal em dezembro de 2014. Só foi recebida em maio de 2016. Até agora, segundo a Ajufer, os réus não foram citados.
OUTRO LADO
A Fundação Habitacional do Exército (FHE) não comenta a decisão da Ajufer de contratar o escritório do advogado Jorge Amaury Nunes para ingressar como assistente de acusação em duas ações penais que tramitam no TRF-1.
“Não cabe à FHE avaliar nem se manifestar sobre os profissionais contratados pela Ajufer”, informa.
Sobre a decisão do Tribunal de Contas da União, que citou ex-dirigentes e funcionários da FHE como responsáveis solidários, a fundação informa que “se trata de processo classificado, pelo TCU, com confidencialidade restrita, sobre o qual não vai se pronunciar”.
O advogado Jonas Modesto da Cruz, que defende o juiz federal Moacir Ramos, considerado o principal responsável pela fraude nos financiamentos, diz que só se manifesta nos autos.Ramos afirmou à corregedoria que a Fundação do Exército “tinha conhecimento de todos os contratos e os assinava sem opor qualquer resistência”.
A reportagem não conseguiu ouvir os juízes Charles Moraes e Solange Salgado e os ex-servidores da FHE.
Moraes afirmou à corregedoria “não ter consciência da dimensão dos fatos em apuração, devido à confiança que depositava no diretor-financeiro, Moacir Ramos”.
Salgado disse ao corregedor que “assinava cheques em branco, na confiança que depositava no juiz Moacir Ramos”. Afirmou que “também foi uma das associadas lesadas”.
Com relação à acusação contra o ex-presidente da entidade Hamilton Dantas, foi decretada a extinção da punibilidade, por prescrição. Com informações da Folhapress.

Temer perderá mais da metade dos ministros para a disputa eleitoral




Marcelo da Fonseca
postado em 05/01/2018 06:00 / atualizado em 05/01/2018 07:24




"Vamos fazer paulatinamente (troca de ministros). Para conseguir manter a base, tem que manter os partidos" - Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil(foto: JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL)
Até abril, prazo final de desincompatibilização para ministros que vão disputar as eleições de outubro, o Palácio do Planalto pode ter de mudar os titulares de mais da metade das 29 pastas. Nas últimas duas semanas, dois ministros – Ronaldo Nogueira (Trabalho), do PTB,  e Marcos Pereira (Indústria, Comércio Exterior e Serviços), do PRB – anteciparam o desembarque do governo Michel Temer (PMDB) alegando que pretendem focar em suas campanhas eleitorais. Ontem, foi a vez de o ministro da Saúde, Ricardo Barros, do PP, anunciar que deixará a pasta para disputar uma vaga com deputado federal. Ao todo, o Planalto contabiliza ao menos 17 ministros que podem deixar as pastas nos próximos meses para disputar algum cargo.

“Eu vou sair para disputar a eleição como deputado federal. Fico no cargo o tempo que o presidente determinar. Mas a data limite é dia 7, prazo que a lei impõe”, afirmou o ministro da Saúde. De acordo com a legislação, ministros que decidirem disputar a eleição têm até 7 de abril para pedir exoneração. No início de dezembro, outro ministro a sair do governo foi Antonio Imbassahy (PSDB), que deixou a Secretaria de Governo, após divergências entre tucanos e aliados de Temer.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que os ministros que pretendem deixar o governo por causa das eleições sairão de forma paulatina, conversada com Temer. Padilha lembrou que, em dezembro, o governo ameaçou fazer uma reforma ministerial ampla, trocando 17 ministros, mas recuou por insatisfação dos que desejavam permanecer por mais tempo no poder. “O presidente Michel Temer já disse isso em dezembro, vamos fazer paulatinamente”, disse Padilha. “Para conseguir manter a base, tem que manter os partidos”, avaliou o ministro responsável pela articulação política do governo federal.

Ontem, o Diário Oficial da União (DOU) publicou o decreto de nomeação da deputada Cristiane Brasil Francisco (PTB-RJ) como ministra do Trabalho. A titular foi definida na quarta-feira pelo presidente Michel Temer depois de encontro com o presidente do partido, o ex-deputado Roberto Jefferson, que é pai da nova ministra. Jefferson, que foi condenado no processo do mensalão, se disse emocionado e chorou ao falar com jornalistas ao fim do encontro. Para ele, a escolha de Cristiane representa “um resgate da família”. “É o orgulho, a surpresa, a emoção que me dá. É o resgate, sabe? É um resgate. (O mensalão) Já passou. Fico satisfeito”, disse.

Temer havia pedido na quarta-feira ao PTB para indicar um nome alternativo ao do deputado Pedro Fernandes (PTB-MA), adversário eleitoral do ex-presidente José Sarney (PMDB), amigo de Temer. Segundo Jefferson, Sarney vetou a indicação do parlamentar, mas o ex-presidente nega a informação. Cristiane assumiu a pasta no lugar do deputado Ronaldo Nogueira (PTB-RS), que deixou o cargo alegando que vai se candidatar neste ano para mais um mandato parlamentar. A data da posse da nova ministra ainda não foi marcada, mas deve ocorrer na próxima semana.

MEIRELLES
 Já o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, cotado para a disputa presidencial pelo PSD, usou ontem sua conta no Twitter para reafirmar que segue focado nas atividades da Fazenda e que uma eventual candidatura nas eleições deste ano só será definida em abril, prazo final para que titulares de cargos públicos deixem suas funções para poder entrar na disputa eleitoral. “Tenho dito reiteradas vezes que só decidirei sobre candidatura em abril”, escreveu em suas redes sociais. “Meu foco está 100% voltado ao meu trabalho de organizar as contas públicas, fazer a economia crescer e gerar mais empregos”, completou.

O nome de Meirelles como presidenciável tem ganhado força no meio político e no seu partido, o PSD. O presidente licenciado da sigla e ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, afirmou que o partido trabalha para que o ministro seja candidato a presidente. “Não tem plano B ou plano C, só plano A, que é o Meirelles”, declarou Kassab. No entanto, o nome de Meirelles não decolou nas pesquisas eleitorais, nas quais a preferência  pelo ministro gira entre 2% e 3%, e Kassab não descarta apoio à candidatura de Alckmin e a à eventual de Temer . (Com agências)

Michel Temer desmonta programa de saúde mental modelo para o mundo





Governo Temer desmonta, com uma canetada, programa de saúde mental que é referência mundial. A portaria aprovada sem discussão impõe sérios retrocessos no tratamento de pacientes com transtornos mentais e a usuários de álcool e drogas



governo michel temer desmonta saúde mental modelo mundo


A maior ameaça à política de saúde mental desde 1990”; “As mudanças afrontam os direitos humanos e a reforma psiquiátrica antimanicomial adotada no país”; “O ministro da Saúde não pode desfazer numa canetada uma política de Estado amparada pela legislação federal, pelo controle social do SUS e mundialmente reconhecida por seus resultados”.
Nada adiantou. Nem mesmo estes, entre tantos outros apelos de profissionais e entidades especializadas foram suficientes. A reunião ordinária da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) do Sistema Único de Saúde (SUS) aprovou, sem nenhum tipo de discussão, na manhã desta quinta-feira (14), em Brasília, as mudanças na política de saúde mental propostas através de portaria do Ministério da Saúde.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Saúde Mental, Paulo Amarante, a controversa portaria foi aprovada a “toque de caixa”. “Não foi aberta a palavra. Eu pedi a palavra, o Ronald Ferreira dos Santos, presidente do Conselho Nacional de Saúde, pediu também e o ministro respondeu grosseiramente que não daria a fala a ninguém. A portaria só foi lida. Não tivemos qualquer possibilidade de manifestação”, disse.

Sérios retrocessos

Desde que a portaria que altera a política de atendimento à saúde mental foi colocada em pauta, várias entidades, como o Conselho Federal de Psicologia (CFP), a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e a Procuradoria Federal dos Direitos dos Cidadãos (PFDC) se manifestaram contra.
De acordo com eles, a portaria impõe sérios retrocessos no tratamento de pacientes com transtornos mentais e a usuários de álcool e drogas. Todos temem, sobretudo, o retorno da internação de pessoas com transtornos em hospitais psiquiátricos.
Para o psiquiatra Leon Garcia, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, esta “é a maior ameaça à política de saúde mental desde 1990 [quando começaram as discussões sobre a reforma psiquiátrica]”. Para ele, além de dar aval a hospitais psiquiátricos, a medida traz o risco de desfinanciamento de outros serviços.
A procuradoria, por sua vez, alegou que “as mudanças afrontam os direitos humanos e a reforma psiquiátrica antimanicomial adotada no país, pois limitam os recursos para unidades que trabalham com a reinserção psicossocial de pessoas, como serviços residenciais terapêuticos, ao passo que aumentam o custeio de hospitais psiquiátricos”.
Considerando que há o dever legal de diminuir as internações hospitalares e a segregação das pessoas com deficiência, para que elas sejam de regra atendidas em serviços extra-hospitalares, não há razoabilidade no aumento do custeio dos hospitais psiquiátricos, na diminuição do financiamento ao gestor local que fechar leitos para atender no modelo extra-hospitalar, e na manutenção do número de leitos em hospitais psiquiátricos. Não há como não enxergar que esta política apenas incentiva a manutenção de hospitais psiquiátricos, o que viola frontalmente a Lei nº 10.216/2001 e nega às pessoas com transtorno mental o direito de serem tratados em serviços”, diz a nota.
Também em nota, o CFP disse ser contrário à proposta do Ministério da Saúde de mudança na política de saúde mental. O conselho destaca que, na semana passada, foi concluído encontro com dezenas de instituições que marcou os 30 anos de mobilização em defesa do fim dos manicômios. Nele, foi aprovada a Carta de Bauru, que reafirma que “uma sociedade sem manicômios é uma sociedade democrática”.

A Comissão

A Comissão Intergestores Tripartite conta com representantes do Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). O presidente do Conasems, Mauro Junqueira, disse à Agência Brasil que “boa parte da proposta é muito interessante, tem avanços”, mas discordou de que as mudanças vão ampliar a internação em hospitais psiquiátricos.

Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde foi procurado pela Agência Brasil, mas a assessoria informou que as propostas finais do órgão serão apresentadas na reunião, prevista para as 8h30.

“Retrocesso na saúde mental?”

Em artigo publicado nesta quinta-feira (14), na sessão “Tendências e Debates”, da Folha de S.Paulo, com o título “Retrocesso na saúde mental?”, vários profissionais ligados à saúde mental se posicionaram contra a portaria.
De acordo com eles, “nos últimos 30 anos, o Brasil construiu uma política de Estado para portadores de transtornos mentais que ganhou o reconhecimento da Organização Mundial da Saúde”. Neste novo cenário, “o orçamento federal, que antes subvertia a lógica ao priorizar internações, hoje destina 75% de seus recursos para serviços extra-hospitalares, que ajudam homens e mulheres a encontrar saúde mental e felicidade lá onde ela pode estar, no cotidiano da vida em comunidade”.
Para os profissionais, “a proposta ressuscita o financiamento de ambulatórios de saúde mental, sobrepostos aos serviços comunitários existentes. O conjunto das propostas privilegia a internação e duplica serviços. Como os recursos são escassos e decrescentes, o resultado será o sucateamento da rede comunitária de saúde mental”.