terça-feira, 18 de julho de 2017

Dinheiro Público E Ameaças. Veja Quanto Custou Cada Deputado Que Votou A Favor De Temer







Toda festa tem um custo. A comemoração registrada pela foto abaixo, protagonizada pelos aliados do presidente Michel Temer na noite da quinta-feira (13), no plenário da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, já está orçada e com pagamento comprometido no orçamento do governo federal. Vai custar R$ 128 milhões, a ser distribuídos, não de forma igualitária, para ações recomendadas por 40 deputados. Fazem parte de uma fatia do orçamento federal, que cada parlamentar tem o direito de sugerir no que a União deve gastar. Esse dinheiro será liberado para os 40 que votaram contra a Câmara dar continuidade à denúncia na qual o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusa o presidente Michel Temer de cometer crime de corrupção, ao receber indiretamente R$ 500 mil do grupo J&F. Votaram para salvar Temer. A cruzada do presidente para manter-se no poder custa – e os brasileiros pagam.
Com esse artifício, em três dias na semana passada o governo Temer virou um jogo que esteve perdido do ponto de vista político. Na segunda-feira (10), o deputado Sergio Zveiter, do PMDB de Temer, leu um relatório contundente, no qual recomendava voto favorável à tramitação da denúncia contra Temer. “Impedir o avanço das investigações e seu devido julgamento seria ampliar perigosamente o abismo entre a sociedade e as instituições”, disse. A oposição chegou a contar 40 votos favoráveis ao ponto de vista de Zveiter. Sem qualquer discrição ou pudor, o Palácio do Planalto interveio. Pressionou, e os líderes de partidos aliados trocaram 13 integrantes da comissão que votariam contra Temer. “Dois anos e meio nessa comissão como titular e aí eu tomo consciência pela imprensa de que eu não presto. Eu não vendo meu voto”, disse o deputado Delegado Waldir, do PR de Goiás. “Eu sei que houve um caminhão de liberação de emendas. Não é assim que se faz um governo.”


Só nos 13 primeiros dias de julho, o governo se comprometeu a gastar R$ 1,9 bilhão com emendas, segundo os dados do Siafi, o sistema de contabilidade do governo federal. É uma explosão de gastança sem precedentes no ano. De janeiro a maio, o governo havia empenhado apenas R$ 102,5 milhões nas emendas de deputados e senadores. Em junho, o valor explodiu para exorbitante R$ 1,8 bilhão. Era muito, mas pouco perto do que viria em julho.

Lido no dia 10, o relatório de Zveiter acelerou o ritmo do caixa num governo que luta para não romper a meta de não ter um déficit maior de R$ 139 bilhões. Só nos dias 12 e 13 de julho, respectivamente a véspera e o dia da votação, foram empenhados R$ 19 milhões a esse mesmo grupo de parlamentares, que retribuíram os pagamentos com os votos favoráveis na comissão. Na quarta-feira (12), o discreto deputado Paulo Maluf, do PP de São Paulo, discursou por Temer. “Conheço Temer há 35 anos e em 35 anos de convivência não dá para a gente se enganar: Temer é um homem honesto, probo, correto e decente que está sendo acusado de maneira absolutamente imprópria”, declarou Maluf, condenado na França e no Brasil por lavagem de dinheiro. Até o dia 13, o governo havia empenhado R$ 4 milhões para emendas de Maluf.
Dinheiro para emendas é uma injeção de fidelidade política na veia. Cientes disso, por volta das 16h15 da quinta-feira (13), dois dos principais articuladores do governo, os deputados Pauderney Avelino (DEM-AM) e Beto Mansur (PRB-SP), sorriam e circulavam no plenário da comissão uma lista com a contabilidade dos parlamentares que votariam a favor do presidente Michel Temer. O clima era de tranquilidade, ânimos serenos, um contraste flagrante em relação às sessões anteriores, quando as discussões entre aliados do governo e oposição atingiram os decibéis de um pancadão. O relatório de Zveiter foi rejeitado por 40 votos a 25.

Ato imediato, a turma do governo apresentou um relatório do deputado tucano Paulo Abi-Ackel, que defendia o contrário: a rejeição da denúncia contra Temer. “De onde extraiu o eminente procurador-geral da República, doutor Rodrigo Janot, a convicção que ligue, envolva, inclua o presidente Michel Temer no recebimento, pelo senhor Rocha Loures, da importância de R$ 500 mil, por ordem de Joesley Batista?”, disse Abi-Ackel. “A denúncia é unicamente baseada em uma suposição.” Dias antes, o governo agraciara Abi-Ackel com R$ 5 milhões para suas emendas, com recursos dos ministérios das Cidades, Esportes, Agricultura e do Fundo Nacional de Saúde. O relatório foi aprovado com tranquilidade. O governo gastou os tubos em capital financeiro e político para alcançar uma vitória de pouco efeito prático, já que a decisão final sobre a denúncia contra Temer caberá ao plenário. O esforço foi feito para evitar uma derrota de forte simbolismo, que poderia contaminar o esforço futuro para angariar 172 votos no plenário contra a denúncia. Mas as fragilidades ficaram expostas. Temer investiu em conversas diretas com três líderes partidários importantes quando a política precisa daquelas negociações mais diretas. Conversou pessoalmente com o ministro Gilberto Kassab, do PSD, o senador Ciro Nogueira, do PP – dois investigados pela Lava Jato –, e o ex-deputado Valdemar Costa Neto, controlador do PR e condenado no mensalão. Após a conversa, os três partidos obrigaram seus deputados a votar por Temer. Nos próximos dias, no entanto, o trio vai apanhar da Lava Jato, o que pode prejudicar sua capacidade de controlar suas bancadas.

Contudo, o governo não conseguiu seu objetivo maior, que era fazer a Câmara votar a denúncia na semana passada, antes do recesso. Na noite de quinta-feira, após o encerramento da sessão na comissão, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, reuniu-se com líderes partidários e combinou que a votação da denúncia contra Temer no plenário ocorrerá em 2 de agosto, após o recesso parlamentar. A votação será nominal e aberta – cada parlamentar terá de ir ao microfone declarar seu voto. Será necessário um número mínimo de 342 deputados para que a sessão ocorra.
A oposição trabalha para que a sessão ocorra com quórum máximo, o que é ruim para Temer. Levantamento feito por ÉPOCA mostra que mais de 330 deputados já se comprometem a comparecer. Até agosto, Temer estará exposto às intempéries de deputados sendo cobrados em suas bases a votar contra um presidente impopular. Estará exposto às conversas de seu antigo aliado, o ex-deputado Eduardo Cunha, e seu operador financeiro, Lúcio Funaro, com a turma da Lava Jato, além do ex-ministro Geddel Vieira Lima e do ex-assessor Rodrigo Rocha Loures. Esses não há emenda que alcance.



O cofre foi escancarado (Foto: Época)


                                               Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira


De todos os animais o Homem é o único que é educado para explorar outras formas de vida! 

Justiça Derruba Bloqueio De R$ 800 Milhões De Joesley Batista








O juiz federal Tiago Bitencourt De David, da 5a vara federal de São Paulo, acaba de revogar o bloqueio de R$ 800 milhões de reais das contas de Joesley Batista, dono da J&F, controladora da JBS.
O bloqueio foi feito pelo próprio magistrado no 30 de maio. Ele é fruto de uma ação popular que acusava o grupo de usar informação privilegiada para comprar cerca de  US$ 1 bilhão antes divulgação dos diálogo do empresário com o presidente Michel Temer.


O juiz afirma ainda  ter se equivocado quanto ao cálculo de que Joesley lucrou R$ 800 milhões com a transação.
“… fui, assim como os autores, induzido em erro quanto ao valor do lucro supostamente ilícito obtido pela operação. O lucro não teria ter sido de R$ 800 milhões. Isso porque a negociação consistiria na compra de dólares por meio da utilização de
R$ 1 bilhão, o que geraria uma vantagem econômica de cerca de R$ 80 milhões”, disse David.
Segundo os autores desta ação, Joesley praticou o crime de “insider trading”. O termo é usado para quem usa informações privilegiadas para lucrar na venda ou na compra de ações no mercado financeiro.
A defesa do empresário foi feita pelo escritório Bichara Advogados.

Autoridades Dos EUA E Brasil Planejaram Flagrante De Temer Na Casa De Joesley Em Nova York





O presidente Michel Temer escapou de uma ação controlada, coordenada por autoridades de investigação do Brasil e dos Estados Unidos, na casa do empresário Joesley Batista, em Nova York. De acordo com reportagem dojornal Valor Econômico, a intenção era obter um flagrante na cobertura que o dono da JBS tem na esquina da Quinta Avenida com a rua 51. A operação só não foi concretizada porque Temer desistiu da viagem que tinha marcado para os EUA, em maio.
O peemedebista foi convidado para ir a Nova York para participar da entrega do prêmio “Personalidade do Ano” para o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB). Temer não compareceu, mas o então deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), sim. A delação da JBS foi revelada no dia seguinte ao evento, que ocorreu 18 de maio, enquanto Rocha Loures ainda estava nos EUA.


O Valor aponta que, caso a ação tivesse sido concretizada, o presidente poderia ter sido processado pelas autoridades norte-americanas. Os EUA foram comunicados sobre o envolvimento da JBS em casos de corrupção no Brasil um dia antes da divulgação da delação. Atualmente, a JBS é a maior produtora de carnes dos Estados Unidos.




Michel pode ir da guerra à renúncia?

Lava Jato Identifica 31 Conversas E Trocas De Mensagens Entre Léo Pinheiro E Ministro Do TCU




  • 18/07/2017


O ex-presidente da OAS Léo Pinheiro manteve 31 conversas telefônicas e trocas de mensagens com o ministro José Múcio Monteiro, do Tribunal de Contas da União (TCU). As conversas ocorreram entre junho de 2013 e agosto de 2014, período em que o órgão discutia bloqueio de recursos para uma obra da empreiteira, a construção do estádio Arena das Dunas, no Rio Grande do Norte. Os dados constam de relatório do Ministério Público Federal sobre a quebra de sigilo telefônico de Léo Pinheiro, mantido em sigilo na Justiça Federal do Rio Grande do Norte e obtido por EXPRESSO. Segundo as investigações, os telefonemas partiam de um celular em nome de um funcionário da OAS, André Ney Garcia, mas que era usado por Léo Pinheiro. As conversas, em geral, duravam entre um e três minutos.
Léo Pinheiro negocia uma delação premiada com a Procuradoria-Geral da República e, em seu cardápio, promete incluir informações sobre integrantes do TCU e do Judiciário. José Múcio Monteiro chegou a participar de julgamento e proferir seu voto em processo do TCU que permitiu a liberação de recursos para o Arena das Dunas.

Procurado, José Múcio Monteiro afirmou ser amigo de Léo Pinheiro desde o período em que ocupou o cargo de ministro das Relações Institucionais do governo Lula, entre 2007 e 2009. Afirmou, ainda, que Pinheiro costumava lhe telefonar quando ia ao TCU para conversarem. Múcio admitiu que, em uma ocasião, Léo Pinheiro falou sobre um processo da OAS relacionado a aeroportos, mas diz que o empreiteiro nunca pediu sua interferência em processos no TCU.

Michel Temer diz que é "normal" gastar R$ 15 bilhões para se salvar





Depois de abrir o cofre para se salvar, presidente Michel Temer diz ser “normal” gastar R$ 15 bilhões de dinheiro público para barrar denúncia na CCJ


michel temer gasta bilhões comprar deputados se salvar

Ana Pompeu, Congresso em Foco
governo divulgou nota à imprensa (leia íntegra abaixo), por meio do Ministério do Planejamento, em que afirma que a liberação de verbas para garantir apoio na Câmara se trata “de procedimento absolutamente normal”. O texto foi divulgado em resposta à reportagem do jornal O Globo intitulada “Antes de votação, Temer distribuiu R$ 15 bilhões em programas e emendas”, publicada na edição deste domingo (16). Assinada pelos repórteres Leonardo Barretto, Letícia Fernandes, Cristiane Jungblut e Catarina Alencastro, a matéria informa que pacote de bondades do presidente Michel Temer, durante semana decisiva para sua permanência no Planalto, foi fruto de uma verdadeira operação de guerra no Congresso.
Tais recursos serão utilizados obedecendo a critérios como seleção pública e avaliação de risco de crédito, entre outros. Trata-se, portanto, de recursos emprestados e não doados, como quer fazer crer a reportagem”, diz trecho do texto. A reportagem mostra que, além de acelerar a liberação de emendas parlamentares para a base governista, na última terça-feira, anunciou R$ 103 bilhões de recursos do Banco do Brasil para o Plano Safra 2017/2018, que já havia sido lançado oficialmente no início do mês, com o valor de R$ 190 bilhões.
Na quarta-feira, o presidente anunciou a quantia de R$ 11,7 bilhões em linhas de crédito para obras de infraestrutura como iluminação pública, saneamento e gestão de resíduos sólidos. Por fim, no dia seguinte, decidiu realocar R$ 1,7 bilhão em recursos para a Saúde, destinados para compra de ambulâncias e gastos na atenção básica em 1.787 municípios.
A nota do Ministério do Planejamento diz ainda que a proposta dos programas está sendo discutida há meses pelas áreas técnicas do governo. Quanto às emendas parlamentares, o texto se limita a argumentar que “trata-se de um procedimento obrigatório previsto na Constituição e na legislação orçamentária” e que “a execução dessas emendas é feita pelos ministérios setoriais obedecendo a critérios pré-determinados”, sem entrar na questão sobre a ampliação de valores para os parlamentares que votaram a favor do governo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, durante apreciação de relatórios sobre a denúncia contra Temer feita pela Procuradoria-Geral da República, por corrupção passiva.

Lupa

A oposição está de olhos abertos para a movimentação de recursos feita pelo governo. Em maio, segundo o mapeamento da Rede, foram R$ 89,4 milhões; em junho, R$ 1,8 bilhão, justamente no mês em que a situação política de Temer se agravou. O PSOL deve apresentar, nos próximos dias, uma representação ao Ministério Público por corrupção ativa, desvio de finalidade e obstrução à Justiça. O partido mapeia o volume de liberação de emendas recebidas pelos deputados que votaram a favor do governo para traçar uma relação direta entre o favorecimento e o voto.
De acordo com levantamento feito pelo jornal O Globo, que levou em consideração apenas verbas específicas anunciadas em cerimônias, no primeiro semestre de 2017 Temer ordenou investimentos de aproximadamente R$ 96 bilhões para aliados. Só em dois dias o presidente liberou quase um sexto do valor total dos últimos meses, sem considerar os R$ 190 bilhões do Plano Safra, cuja liberação é obrigatória.

Produção da vitória

Depois da liberação de bilhões em emendas parlamentares e da troca de mais de 20 deputados na CCJC da Câmara, o governo mobilizou a base e conseguiu, por 40 votos a 25, a rejeição do parecer do deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) pela admissão da denúncia contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva. Uma vez rejeitado na CCJ, o relatório favorável à acusação, encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não mais será levado ao plenário para a votação definitiva, onde precisaria de pelo menos 342 votos para manter a acusação sob exame do STF.
Pouco mais de uma hora após rejeitar o relatório de Zveiter, o colegiado aprovou parecer do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que foi designado novo relator da denúncia, recomendando a rejeição do processo contra o presidente. O novo relatório foi aprovado por 41 fotos favoráveis a 24 contrários. Outras duas denúncias contra Temer, por obstrução de Justiça e organização criminosa, são preparadas pela PGR e devem ser encaminhadas ao Congresso nas próximas semanas.
Leia a íntegra da nota do Planejamento:
Nota à imprensa
Em relação à matéria publicada hoje, 16/07, no jornal O Globo, sob o título ‘Temer usou R$ 15 bi para obter vitória’, o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão esclarece que a liberação de recursos para municípios trata-se de procedimento absolutamente normal. Tais recursos serão utilizados obedecendo a critérios como seleção pública e avaliação de risco de crédito, entre outros. Trata-se, portanto, de recursos emprestados e não doados, como quer fazer crer a reportagem.
A proposta inicial dos programas lançados está sendo discutida há vários meses pelas áreas técnicas do Governo, envolvendo vários Ministérios e havia sido anunciada previamente pelo Ministro.
Quanto às emendas parlamentares mencionadas, o Ministério esclarece que trata-se de um procedimento obrigatório previsto na Constituição e na legislação orçamentária. A execução dessas emendas é feita pelos ministérios setoriais obedecendo a critérios pré-determinados. São recursos destinados a diversos municípios para realização de obras essenciais, como projetos de saneamento, mobilidade urbana, iluminação pública etc.
Assessoria de Comunicação do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão


                                       Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira!

Pela primeira vez na história da República brasileira, temos um presidente denunciado criminalmente por atos de corrupção cometidos no exercício do mandato. Sai um homem de confiança do Temer da cadeia e entra outro e assim por diante. Isso bastaria para que Michel Temer tomasse a decisão de renunciar para abreviar a crise, Michel Temer faz parte do Grupo de bandidos dos Batistas. Assim, se os irmãos Batistas entregaram seus comparsas, melhor para o Brasil, pois preferível o pior à dura verdade, do que uma eternização da mentira e corrupção. O Brasil passou pela trajetória do Impeachment da Dilma e passará também pela trajetória do afastamento do Temer (Artigo 81 CF), pois caso contrário será uma catástrofe MORAL e ÉTICO para o Brasil. Não podemos e eu não defendo qualquer tipo de corrupção ou safadeza de um líder político, independente do Partido.  Afinal, o próprio presidente declarou há meses que ministros denunciados na Lava Jato teriam que renunciar. Agora, o próprio presidente foi atingido, mas ao contrário do que afirmou, promete resistir, junto com seus ministros, muitos deles na mesma situação.

É como eu sempre digo: Político corrupto deve ser enxergado com o mesmo ódio e repulso que enxergamos os assassinos, estupradores ou os pedófilos. Pois é isso que eles são, a escória da humanidade. Suas ações corruptas dão inicio a acontecimentos trágicos para a nossas vidas, a criança que morre fome em um país prospero como o nosso, foi porque um vagabundo desses surrupiou milhões para sua conta. a idosa que morre na fila de um hospital por falta de médicos, leitos e remédios foi porque um vagabundo desses meteu a mão nos cofres públicos. A mulher que é estuprada na esquina por falta de uma viatura policial foi porque um político patife desviou milhões para sua conta fantasma no exterior, para comprar carrões, iates e joias caras para sua prostituta de luxo. Eles são a causa primária desse degradante efeito borboleta.. Político corrupto é o pior bandido que possa existir na face da terra. Suas atitudes decidem o que será de nossas vidas, o que será de nosso país?

De quantos anos de cursinho você precisa para passar no vestibular de medicina?







Três vestibulandos que estão há pelo menos três anos tentando uma vaga em medicina contam como se preparam e como se mantêm motivados na disputa pela carreira.



Por Ana Carolina Moreno*, G1
 



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Passar direto do ensino médio para um curso de medicina não é impossível, mas as estatísticas mostram que apenas uma minoria dos candidatos consegue a aprovação no vestibular na primeira tentativa. Na Universidade de São Paulo, eles representam menos de 10% do total de calouros da medicina na Capital. Enquanto na média total de mais de dez mil calouros de 2016 mostrava que 22,9% tinham 17 anos na véspera da segunda fase da Fuvest, entre os aprovados em medicina esse número cai para 9,1%.
Além disso, 53% dos aprovados no curso naquele ano afirmaram que precisaram de pelo menos dois anos de cursinho antes de conquistar a vaga.
A estudante Teresa Leite, de 20 anos, precisou de quatro tentativas "a sério", sem contar a experiência de treineira, para se tornar graduanda em medicina. Atualmente, ela está no primeiro ano do curso da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, depois de ter sido aprovada pela Fuvest 2017. De acordo com ela, "o emocional tem que estar bem forte para lidar com toda essa pressão".
A situação ainda é diferente para três vestibulandos de Alagoas, Rio de Janeiro e São Paulo ouvidos pelo G1. Além de se apegarem à vocação pela carreira, eles dizem que a perspectiva da disputa ferrenha por uma vaga em medicina – especialmente em uma universidade pública – exige dos candidatos planejamento, força de vontade, concentração e apoio da família. Veja a história de cada um deles:

Júlia Visconti, 24 anos, Rio de Janeiro

Filha de militar, a estudante carioca cresceu em Brasília e neste ano voltou com a família para a capital fluminense. Atualmente, ela estuda no curso pré-vestibular De A a Z, na Barra da Tijuca. Antes, porém, ela já havia feito cinco anos de cursinho em Brasília, e seu objetivo principal é conseguir uma vaga na Escola Superior de Ciências da Saúde, que é ligada ao governo do Distrito Federal e aderiu ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Ela diz que já foi aprovada em três faculdades particulares, mas sua família não tem como pagar as mensalidades, todas acima de R$ mil. Segundo Júlia, se for aprovada em alguma universidade pública, ela desiste de sua primeira opção.
Por que decidiu estudar medicina? "Como dizem meus pais, eu decidi com um ano de idade. É a única coisa que eu consigo pensar em fazer. Já pensei em todos os cursos, direito, nutrição. Eu não quero ter consultório, não quero ser dermatologista. Quero trabalhar em hospital de bairro, hospital geral. Tenho dúvidas, mas a gente muda depois. Mas atualmente ou ser oncologista ou alguma coisa que trabalhasse com criança."
Há quantos anos tenta o vestibular de medicina? "É o sexto ano de cursinho. A minha mãe e meus irmãos me apoiam muito. Meu pai foi uma jornada, no início, ele não concordava, tinha briga. Mas depois que ele viu que todos os filhos dos amigos dele fazem particular, ele viu que federal não era uma coisa tão fácil, então hoje em dia ele entende. Minha mãe acha que não devo desistir de jeito nenhum."
Como se prepara para o vestibular? "Acordo cedo, mas não absurdamente cedo, como já fiz. Antigamente dormia cinco horas por noite, estudava quase 20 horas por dia. Hoje acordo às 7h30 ou 8h, estudo até 12h, 13h. Almoço, faço exercício [físico] e venho para o curso. Tenho aula das 15h50 até 20h40. Vou para casa e durmo. No fim de semana estudo também. Como tenho dificuldade em redação, estou fazendo aula com um professor que dizem que é um dos melhores do Rio. Estou seguindo as dicas dele, fazendo uma redação por semana. Daqui a pouco vou começar a fazer duas. Ele nem acha necessário, mas vou fazer."
Como mantém a motivação para estudar? "Eu nem passei ainda, mas acho que vale [a pena se dedicar durante vários anos]. A gente não está fazendo nada errado, está estudando pra passar em uma federal. Se você realmente tem vocação para medicina, como eu, não tem por que desistir. Calma eu não mantenho, não. Isso me atrapalha muito. Já fiz psicóloga, e eu tento manter a calma, mas não sei como. A motivação é a vocação mesmo, tentar não pensar em outras coisas. É o querer. Sei que é o que eu quero para a minha vida, e que diferença faz me formar com 24 ou com 30? É medicina."

Arlyson Souto, 20 anos, Maceió

Este é o terceiro ano em que Arlyson se dedica integralmente a conseguir uma vaga em um curso de graduação em medicina. O estudante do Curso Contato, da capital alagoana, vive com a mãe e com a avó e conta com o apoio da família e da namorada no seu plano. Ele diz que começou o cursinho sabendo que levaria pelo menos três anos para conseguir se preparar de forma adequada para o vestibular.
Por que decidiu estudar medicina? "Eu não tinha nenhum vínculo com esse tipo de coisa, mas minha mãe me indicou, disse que era um bom curso. Tenho irmão farmacêutico, irmã enfermeira, dois tios médicos, tio dentista, que me aconselharam, me disseram os prós e contras. Tinha certa dúvida entre medicina e física, mas alguns acontecimentos me fizeram abraçar esse tipo de causa, então hoje eu abordo isso como única opção. Não vejo nenhuma solução plausível para substituir esse curso."
Há quantos anos tenta o vestibular de medicina? "Três. Quando escolhi eu tinha 17 anos, estava terminando o ensino médio. Só que nessa época, por questão de maturidade, eu não tinha aquela certeza absoluta. Como terminei o terceiro ano um pouco com falta de qualidade, de ensino, de busca, de objetivo, de estrutura, comecei a ter base [do ensino médio] no pré-vestibular. Passei um ano com base, no outro ano tempo integral, na tentativa de acumular teoria. Esse ano tenho uma política de prática, de resolução de questões, para ver se tenho programa completo."
Como se prepara para o vestibular? "Tenho uma estratégia de resoluções de questões, e análise das provas do Enem. Quando fiz a prova no terceiro ano, tirei 640 pontos na média. Em 2015, tirei 690, em 2016, 750. Minha primeira redação teve nota 680, a segunda foi 860 e a terceira foi 980 pontos. Estudo oito horas em casa e seis horas de aula. Faço uma redação no sábado, outra no domingo, acompanho um curso on-line de física no sábado, no domingo resolvo questões desse curso. A família para mim serve como o principal pilar desse processo. Ela tenta o máximo possível não perturbar minha rotina, nada que me atrapalhe. Tenho espaço próprio [de estudos], um quarto sem cama. A gente tirou tudo, só tem uma mesa, duas estantes cheias de livros, o rack de computador."
Como mantém a motivação para estudar? "Eu procuro não pensar nos anos que eu fiz como tempo perdido, como dias jogados fora. Penso como experiência adquirida. É um processo em construção, não é uma coisa que acontece da noite pro dia, de um ano para o outro. Foi um plano montado desde o começo, com um ano de tentativa, e possivelmente três anos estudando. É um processo que se soma a cada dia, precisa de uma meta a longo prazo. Para que isso aconteça, na minha opinião, o apoio da família é fundamental."

Rodrigo Seiji Yasue, 22 anos, São Paulo

Paulistano, Rodrigo diz não ter parentes próximos na área de medicina. Atualmente, ele faz curso pré-vestibular em tempo integral no Etapa, em São Paulo. Ele tem aulas durante pelo menos nova horas todos os dias, mas estuda mais de doze horas por dia, durante seis dias na semana.
Por que decidiu estudar medicina? "Decidi com 15 anos. Pensei em engenharia química, mas a área de medicina acho bem mais completas e interessante. Medicina é uma carreira que me interessou logo que vi. Tanto pela matéria que estuda quanto pelo lado humano. Eu escolhi medicina porque eu percebi que poderia de alguma forma ajudar, curar ou amenizar a dor de outra pessoa. Também escolhi porque engloba as matérias de que eu mais gostava no colégio: química, física e biologia. E com o contato com amigos e parentes de amigos (médicos e estudantes de medicina), fui percebendo que ser médico vai além do tratamento convencional. Médico muitas vezes é uma pessoa com quem simplesmente conversar. E essa vontade de poder fazer algo só aumentou quando vi meu avô falecer na minha frente. Desse momento em diante eu prometi cuidar de cada paciente como se fosse da minha família."
Há quantos anos tenta o vestibular de medicina? "Estou tentando há seis anos. Na verdade, cinco. O primeiro ano não conta. Minha escola tinha um sistema de ensino bom, só que eu não soube aproveitar o que deveria para essa carreira. Eu achava que era mais fácil do que na verdade é. E aí no cursinho eu tive aquele baque: nossa, realmente é difícil passar em medicina."
Como se prepara para o vestibular? "Acordo às 4h30 da manhã, chego no cursinho umas 6h, 6h30, 6h40, por aí. Lá tenho aula até as 16h, mas tem dia que é até as 19h da noite. Fico no cursinho da hora que eu chego até umas 21h. E aí vou para casa, durmo às 23h e acordo às 4h30 de novo, de segunda a sábado. No primeiro ano de cursinho fiquei tentando ver tudo o que eu podia, todas as matérias. Aí, passado o vestibular e a segunda fase, fui focando naquilo que fui errando. 'Não passei por quê? Por tal coisa que errei.' Aí nos anos seguintes eu fui arrumando isso. A cada ano que passa fico mais preparado e mais confiante, só que na hora da prova bate aquele nervosismo, e você acaba não rendendo o quanto você esperava no resto do ano."
Como mantém a motivação para estudar? "Você fica imaginando seu nome na lista, e aí isso te dá uma força pra aguentar essa rotina. Essa rotina é bem difícil, você precisa abrir mão de muita coisa, como viajar, sair com amigos... Só restam os domingos e olhe lá. Mas, quando se tem um objetivo, mesmo que não seja fácil, é preciso batalhar por ele. Minha família e meus amigos são a minha base e me apoiam muito. Eu me esforço por mim e por eles, que estão se esforçando e torcendo muito pelo meu sucesso."
*Colaboraram Andressa Gonçalves e Patrícia Albuquerque, no Rio de Janeiro, e Tatiana Regadas, em São Paulo