Ele iria participar do encontro em Hamburgo, que reúne chefes de estado das 20 maiores economias do mundo; em 2016, ele foi à China logo após assumir cargo
28 jun 2017, 21h45 - Publicado em 28 jun 2017, 20h52
Em meio à mais grave crise política do seu governo, o presidente Michel Temer (PMDB) cancelou sua ida à reunião do G20, encontro que reúne presidentes e chefes de estado das 20 principais economias do mundo, nos dias 7 e 8 de julho, em Hamburgo, na Alemanha. O encontro é anual desde 2008.
A assessoria da Presidência da República confirmou a informação de que ele não irá ao evento, mas não informou o motivo da desistência. Também não está claro quem representará o Brasil no encontro. Em 2016, em Hangzhou, na China, Temer viajou acompanhado dos ministros Henrique Meirelles (Fazenda), José Serra (Relações Exteriores), Blairo Maggi (Agricultura) e Maurício Quintella (Transportes), além de parlamentares como o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), hoje desafeto do governo.
A viagem de Temer à China em setembro no ano passado foi a apresentação internacional do presidente, que havia assumido o cargo de forma efetiva um mês antes, com a cassação de Dilma Rousseff (PT) pelo Congresso. O cartão de visitas era a PEC (proposta de emenda constitucional) do Teto dos Gastos, proposta de ajuste fiscal que foi aprovada pelo Congresso e impõe um limite nas despesas do governo.
Temer disse à época que o crescimento real zero do gasto público iria levar à redução da dívida do Estado brasileiro e que “uma ambiciosa agenda de reformas estruturais” estava em curso no país para elevar a produtividade da economia – de lá para cá, nenhuma reforma foi aprovada. “Estimularemos os investimentos em infraestrutura, sobretudo por meio de concessões. Com as medidas tomadas nos últimos meses, já há sinais de retomada da confiança na economia”, afirmou.
Michel Temer:
Parabéns! Você chegou à Presidência da República não por méritos pessoais?
Muito menos pelo PMDB!
Por Aguiasemrumo:
Romulo Sanches de Oliveira
O TSE perdoa Temer:
Cinco grandes lições de como funciona o Brasil
TSE perdoa Temer:
Cinco grandes lições de como funciona o Brasil
Para quem acompanha a
política nacional, esta sexta (9) foi um dia bem instrutivo.
Foram, ao menos,
cinco grandes lições de como o país funciona:
1) A justiça não é
cega – O Tribunal Superior Eleitoral contrariou o relator Herman
Benjamin
(https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2017/06/09/relator-vecaixa-2-e-pede-cassacao-da-chapa-dilma-temer.htm)
e absolveu a campanha
de
Dilma Rousseff e
Michel Temer de crime eleitoral por 4 votos a 3. Isso garantiu uma
sobrevida ao governo
de Temer. Para isso, foi ignorada farta quantidade de provas
e evidências
apresentadas, mostrando que PT e PMDB se beneficiaram de caixa 2
na eleição de 2014. A
vitória só foi possível graças à atuação
constrangedora de
Gilmar Mendes, amigo pessoal de Temer, que acumulou as
funções de presidente
da corte e advogado de defesa. Aviso: quem disser a
frase ''Se Dilma
Rousseff fosse a presidente, a decisão teria sido outra'', corre o
risco de ser
processado pelo digníssimo.
2) Vida de jornalista
vale pouco – Durante a sessão do julgamento desta sexta, o
ministro do TSE
Napoleão Maia confessou seu desejo de decapitar ou degolar
(https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2017/06/09/apos-filho-serbarrado-no-tse-ministro-desabafa-em-plenario-e-faz-gesto-da-ira-do-profeta.htm)
Jornalistas. Por
conta de uma denúncia veiculada – de que delatores da JBS haviam
envolvido seu nome em
um caso de tráfico de influência – Maia desejou que
''desabe a ira do
profeta'' sobre os profissionais de imprensa envolvidos. Ele, que é
cristão, apelou a
Maomé – demonstrando o melhor do sincretismo religioso
tupiniquim. E
enquanto falava da ira, simulou o gesto de uma lâmina cortando a
própria garganta.
3) O cinismo político
não tem limites – Temer, talvez sentindo-se revigorado pelo
vento favorável que
soprava do TSE, devolveu em branco as 82 perguntas que a
Polícia Federal fez a
ele
(https://noticias.uol.com.br/politica/ultimasnoticias/2017/06/09/temer-nao-responde-perguntas-da-pf-e-pede-arquivamento-deinquerito-no-stf.htm)
no inquérito sobre
suspeita de seu envolvimento em corrupção,
organização criminosa
e obstrução de Justiça. Ele já havia pedido uma extensão de
prazo para enviar as
respostas. Agora, afirmando que as questões se desviaram do
tema, solicitou
arquivamento do inquérito. Em sua petição, seus advogados
reclamaram que ele é
''alvo de um rol de abusos e agressões aos seus direitos
individuais e à sua
condição de mandatário da nação''.
4) Ética não pode
prejudicar negócios – Reportagem da BBC, publicada nesta
sexta
(https://economia.uol.com.br/noticias/bbc/2017/06/09/com-ou-sem-temerpara-mercado-o-que-interessa-e-aprovacao-das-reformas.htm),
mostra o que pensa
o mercado sobre
Temer. ''Quem é o presidente do país fica em segundo plano'',
afirmou um
empresário. ''Como pessoa física, está todo mundo enojado'', explicou
um segundo. ''Se
vamos prender todo mundo, não sobra ninguém'', ponderou um
terceiro.
''Atrapalhou muito, foi decepcionante'', avaliou um quarto. ''Quem vai
conquistar apoio não
é ele, são as reformas propriamente ditas. Passadas as
medidas, vamos ver se
os outros seguirão apoiando um presidente não legítimo'',
2017610 TSE perdoa
Temer: Cinco grandes lições de como funciona o Brasil Cotidiano Cotidiano
https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2017/06/09/tseperdoatemercincograndeslicoesdecomofuncionaobrasil/
2/2
cravou um quinto. O
mercado, na verdade, professa a crença da imortalidade das
reformas: se Temer
voltar ao pó, elas reencarnarão no corpo de outra pessoa.
Como Rodrigo Maia,
Tasso Jereissati, Cármen Lúcia, Fernando Henrique, Nelson
Jobim, Henrique
Meirelles ou o próprio Gilmar Mendes.
5) O Congresso vive
em um universo paralelo – O mesmo forno a lenha.