sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Presidente do Metrô leva “pito” do MPT por não contratar concursados


Daniel Ferreira/Metrópoles


Para a procuradora Marici Coelho existe uma “contradição” no discurso de Marcelo Dourado, já que haveria impedimento para contratar concursados, mas não os terceirizados. Segundo a magistrada, determinações cumpridas por ordem judicial não são computadas pela LRF




A terceirização em atividades que deveriam ser executadas por servidores concursados nas empresas do Governo do Distrito Federal entrou na mira do Ministério Público do Trabalho (MPT). A Caesb e o Metrô são os principais alvos dos procuradores, que não aceitam mais o argumento de que os dois órgãos estão impedidos de contratar por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), enquanto gastam altos valores com serviços prestados por empresas privadas. O grau de descontentamento chegou a tal ponto que a procuradora Marici Coelho deu uma chamada no presidente Marcelo Dourado.
“Para contratar vigilantes de forma irregular, o presidente do Metrô quer ultrapassar os alegados limites da Lei de Responsabilidade Fiscal! Mas para chamar os concursados, se utiliza de suposta vedação da mesma lei! Mais uma contradição que não pode ser aceita”, disse ela, após Dourado pedir em uma audiência autorização para contratar 250 vigilantes terceirizados. O pedido foi negado pela procuradora.
Tramita no MPT uma Ação Civil Pública que discute a contratação de aprovados em concurso público no último certame para o Metrô. O déficit de empregados é consenso entre todas as partes, inclusive a empresa, que admite publicamente a necessidade de realizar contratações. A falta de pessoal é, além de outras reivindicações, motivo da greve dos metroviários que já dura mais de um mês.
Mesmo admitindo a necessidade de contratação, o Metrô alega estar impedido de aumentar seu quadro de pessoal em razão do limite prudencial da LRF. A lei proíbe novas contratações quando o gasto dos estados com pessoal fica acima de 46,55% da arrecadação. Os últimos dados divulgados pelo GDF mostram que o Executivo local comprometeu 47,08% da receita corrente líquida com o pagamento de servidores na média dos últimos 12 meses.
A procuradora Marici Coelho de Barros Pereira, no entanto, não aceita o argumento. Ela explica que a substituição de terceirizados e comissionados por aprovados em concursos públicos não causaria danos à LRF como, ainda, resultaria em economia erário, “uma vez que a despesa com o contrato de terceirização é consideravelmente maior de que o custo para novas contratações”.
Catracas livres
De acordo com ela, os gastos necessários para contratação de pessoal por meio de decisões judiciais não são contabilizados na LRF, e já havia uma sentença determinando a substituição dos terceirizados. Marici Coelho não é a única que está no pé do Metrô por conta das contratações de terceirizados. Em acórdão recente que discute a greve, o desembargador Alexandre Nery de Oliveira lembrou que a empresa possui receita própria, que inclusive tem sido prejudicada por ter que liberar as catracas liberadas por falta de empregado.
O magistrado também relatou que o déficit de pessoal contribuiu para problemas na segurança, “com risco à integridade de trabalhadores e usuários, bem como perda de eficiência no serviço, inclusive na área de manutenção”.
O MPT obteve liminar que obrigava a substituição de todos os terceirizados na área de segurança, por aprovados no último certame, para o mesmo cargo. O Metrô, porém, obteve junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) a suspensão dessa liminar.
Na ação, o Metrô alega que não é possível promover a substituição de terceirizados na área de segurança, pois o edital do concurso público prevê vigilantes desarmados, enquanto há terceirizados executando a vigilância armada. A procuradora Marici Coelho, entretanto, questiona que as atribuições do cargo de segurança metroviário e o que prevê a Classificação Brasileira de Ocupações (Vigilante) são semelhantes, sendo a primeira mais ampla.
Ela também reforça que a Lei 6.149/74, que dispõe sobre a segurança do transporte metroviário, destaca que as empresas da área devem manter corpo próprio e especializado de agente de segurança. “Nesta ação, não se busca afirmar que o serviço de vigilantes não é necessário para o Metrô. Ocorre que, todavia, ao contratar 300 vigilantes terceirizados, ao passo que convoca apenas 136 para ocupar o emprego do Profissional de Segurança Metroviário, é evidente que os aprovados são preteridos por terceirizados”, conclui.
Metrópoles procurou o Metrô, que não se pronunciou até a publicação desta reportagem.


Caesb
A Caesb também é alvo de ação do MPT. O órgão executa a estatal de saneamento do DF por descumprimento de Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta (TAC), se comprometendo a não terceirizar atividades-fim, de competência exclusiva de aprovados em concurso público.
Mandado de segurança impetrado pelo MPT foi aceito pela 1ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT), garantindo a prorrogação do prazo de validade do concurso, até o trânsito em julgado do processo. Os representantes da empresa alegam que não há terceirizados nas funções de aprovados que aguardam no Cadastro de Reserva e que em alguns cargos, como o de bombeiro, não há mais ninguém para ser chamado.
O procurador Carlos Eduardo Carvalho Brisolla, responsável pelo caso, reafirmou que é preciso analisar os documentos e, se necessário, realizar inspeção in loco para avaliar possíveis desvios de função. O juiz Fernando Gonçalves Fontes Lima fez coro à manifestação do procurador, ressaltando a importância da inspeção judicial.
Para Brisolla, se o Cadastro de Reserva já se exauriu para algumas atividades, como a de bombeiro, nada impede a realização de novo certame público para preencher essas vagas. “O que não pode é terceirizar atividades finalísticas com a justificativa de que não há mais aprovados para serem chamados”, explica. (Com informações do MPT)

Vox Populi: Temer só supera expectativas de 16% dos eleitores

Para 27%, governo é pior do que esperado e para 18%, tão ruim quando imaginavam

por Redação RBA publicado 05/08/2016 09:53, última modificação 05/08/2016 10:08


BETO BARATA/PR
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Maiorias avaliam de forma negativa as perspectivas para os direitos trabalhistas e os programas sociais na gestão Temer
CartaCapital – Pesquisa CartaCapital/Vox Populi realizada entre 29 de julho e 1º de agosto mostra que o governo interino de Michel Temer só é considerado "melhor que o esperado" por 16% dos eleitores, o equivalente a uma em cada seis pessoas. A porcentagem é igual à verificada na rodada anterior da pesquisa, feita em junho.
Para a maior parte dos eleitores, o governo é pior do que o esperado (27%) ou tão ruim quanto imaginavam (18%). Outros 9% avaliam que o governo do peemedebista é melhor que o esperado. Quase um terço dos entrevistados (30%) disse não saber avaliar ou não respondeu.
Em junho, 32% achavam o governo pior que o esperado, 16% achavam tão ruim quanto esperado e 7%, tão bom quanto esperado.
As expectativas dos brasileiros com relação ao governo são, em geral, negativas. Para 43% dos eleitores, o combate à corrupção vai piorar com Temer na presidência, enquanto 49% avaliam que o desemprego vai aumentar.
Maiorias também avaliam de forma negativa as perspectivas para os direitos trabalhistas e os programas sociais, mas nesses casos as margens diminuíram em comparação com a pesquisa anterior.
Em junho, 55% achavam que o respeito aos direitos dos trabalhadores iria piorar, 20% que não iria mudar e 19% que iria melhorar. Agora 43% acham que a situação dos direitos vai piorar, 29% acham que não vai mudar e 20%, que permanecerá igual.
A respeito dos programas sociais, 41% acham que eles sofrerão piora (eram 56% em junho), 30% que não vão passar por mudanças (eram 19%) e 21% avaliam que vão melhorar (eram 18%).
A pesquisa ouviu 1,5 mil pessoas em 97 municípios de todos os estados e do Distrito Federal. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
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Novas eleições

Para 61% dos entrevistados, seria melhor para o Brasil se novas eleições fossem convocadas antes de 2018.  O índice é o mesmo verificado pelo instituto em abril, logo após a Câmara aceitar o pedido de impeachmentda presidenta eleita Dilma Rousseff.
O maior entusiasmo pela convocação de novas eleições está no Centro-Oeste/Norte (66%), seguido do Sul (64%) e Sudeste (62%), e a menor adesão (57%), no Nordeste. O apoio à volta de Dilma ao governo foi de 21% para 18% em todo o País, enquanto subiu a opção de Temer permanecer na presidência (11% para 17%).
A maior base de apoio para a volta de Dilma concentra-se no Nordeste, onde 32% acreditam que seu retorno seria mais benéfico para o país, em vez da permanência do interino ou da convocação de um novo pleito. A região é historicamente mais favorável às gestões petistas.
Entre os residentes nas regiões Centro-Oeste/Norte e Sudeste, o amparo à volta da presidenta é defendido por 14% da população. O menor índice está no Sul, onde apenas 9% defendem essa proposta. A região Sul é também a que mais apoia a preservação de Michel Temer como presidente (23%), seguida do Sudeste (21%) e Centro-Oeste/Norte (16%). A menor adesão à permanência do interino está no Nordeste, onde 9% apoiam a proposta. A margem de erro é de dois pontos.
A pesquisa CartaCapital/Vox Populi também debruçou-se sobre as diferenças de opinião entre homens e mulheres, faixa etária, escolaridade e renda quando questionados sobre o que seria melhor para o Brasil: a volta de Dilma, a permanência de Temer ou novas eleições.
Apesar da convocação do novo pleito ser a opção preferia de ambos os gêneros, ela é apoiada por uma fração ligeiramente maior entre o público masculino (63%) do que entre o feminino (60%). Os homens também apoiam mais a hipótese da manutenção de Temer no cargo, 20%, ante 14% das mulheres. Elas também expressam mais simpatia pela volta de Dilma, com 22% defendendo essa opção. Entre os homens, o índice fica em 14%.
Os jovens são os maiores entusiastas da proposta de novas eleições (68%) e os que menos apoiam Michel Temer (13%) – a volta de Dilma é apoiada por 17% dos entrevistados mais novos. Entre os adultos, 61% preferem novas eleições como uma opção mais positiva para o Brasil. A volta de Dilma ou a permanência de Temer estão tecnicamente empatadas entre os adultos, com 18% e 17%, respectivamente.pesquisa2.jpg

Youtubers brasileiras fazem versão vegana do prato ‘Ribs On Barbie’, o mais famoso do Outback 05/08/2016 às 10:52

Se é por causa de costela com molho de churrasco, tem vegana.


Fabio Chaves 
Do Vista-se

As meninas do canal Viewganas (conheça) do YouTube publicaram mais uma receita mirabolante nessa quinta-feira (4). No vídeo, elas ensinam como fazer uma versão livre de ingredientes de origem animal do prato mais famoso da rede de restaurantes Outback.
A receita Ribs On Barbie original tem costelas de porco assadas. Mas na versão melhorada e otimizada para não machucar ninguém, os ossos e músculos dão lugar aos cogumelos da variedade eryngui, que são muito versáteis.
As meninas também ensinaram técnicas para fazer o molho barbecue e outros segredos dos acompanhamentos do prato.
Assista ao vídeo | YouTube

Com paralisação, Polícia Civil enfrenta PMs, governo e Justiça

Apesar de o Judiciário considerar a greve ilegal, agentes mantêm a radicalização do movimento e ainda fazem protesto diante do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, palco da estreia da Seleção Brasileira nas Olimpíadas


 postado em 05/08/2016 06:00 / atualizado em 05/08/2016 09:26
 Helena Mader , Isa Stacciarini Ailim Cabral
Minervino Junior/CB/D.A Press
 
 
Quem esteve no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha ontem à tarde para celebrar a estreia da Seleção Brasileira nas Olimpíadas se deparou com uma manifestação de policiais civis. Apesar de proibido pela Justiça, o protesto reuniu cerca de 1 mil servidores da corporação, que radicalizaram o movimento de luta por reajuste salarial. Os agentes decidiram enfrentar o Judiciário e o governo, interrompendo o atendimento em várias delegacias. Além disso, o grupo responsável pela atuação em caso de ataques terroristas se retirou do hotel onde estão hospedadas as delegações estrangeiras, o que ampliou a repercussão do movimento. O governo aguarda o fim da greve para voltar a negociar com a categoria, mas mudou de estratégia: a partir de agora, o GDF analisará os pleitos de PMs e bombeiros com as demandas dos policiais civis.
 
O protesto em frente ao estádio foi pacífico, mas houve momentos de tensão, especialmente quando a cavalaria se aproximou dos grevistas. Nos bastidores, o clima entre PMs e policiais civis é de conflito direto. Como a concessão do aumento pleiteado a todas as categorias da segurança pública é praticamente inviável por causa da crise financeira, as corporações se veem como inimigas na briga pelo reajuste salarial.


Delegados e agentes da Polícia Civil aprovaram a paralisação de 48 horas em assembleias realizadas na tarde da última quarta-feira. Pouco depois, o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) recorreu à Justiça, e o desembargador Sebastião Coelho declarou a greve ilegal. “A deflagração de um movimento grevista por parte de policiais na data do primeiro jogo olímpico realizado na cidade não é consentâneo com o exercício da greve como instrumento legítimo de pressão. Não é possível que a segurança da população seja utilizada como moeda de troca nessa negociação”, argumentou o magistrado.

O desembargador mencionou, ainda, os riscos de atritos com a PM. “Eventual reunião de policiais civis nas cercanias do estádio nos dias de realização de partidas de futebol tem potencial para desencadear confronto entre forças de segurança, uma vez que outras polícias e até a Força Nacional estarão presentes para garantir a normalidade do evento”. A multa fixada foi de R$ 500 mil por dia de jogo e R$ 200 mil para datas sem partidas no estádio. O juiz também determinou a aplicação de multa de R$ 500 mil, caso houvesse manifestação no estádio.

Não estão descartados cortes de salário pelos dias não trabalhados. A Promotoria de Justiça Militar do MPDFT acompanhou ontem o protesto dos grevistas. O promotor Nísio Tostes classificou a paralisação e a manifestação no local do jogo como um ato de “extrema irresponsabilidade”. “Qualquer reivindicação salarial é permitida, mas deve ser feita dentro das regras constitucionais”, explicou. O MP atuou para identificar os participantes do movimento paredista e não descarta sanções aos envolvidos na paralisação.

Os policiais civis reivindicam a isonomia salarial com a Polícia Federal, que teve aumento de 37% em três parcelas proposto pelo Executivo federal. O GDF se dispôs a pagar 7% no próximo ano, 10% em 2018 e 10% em 2019, mas a oferta foi rejeitada pela categoria. Os policiais militares e bombeiros também reivindicam reajuste de 37% e ameaçam com Operação Tartaruga caso as negociações não avancem. “Quando fizeram um movimento parecido no ano passado, houve um grande número de processos, inclusive com condenações. Quem quiser entrar nessa aventura é bom contratar advogados, pois, certamente, haverá processo contra todos que aderirem a esse tipo de operação”, comentou o promotor Nísio.

Impacto
Os crimes cometidos no perímetro do estádio deveriam ter sido registrados na 5ª DP (Área Central). Mas o Correio esteve no local às 17h e o encontrou fechado. A unidade montada dentro da arena funcionou normalmente.

A secretária de Segurança Pública e da Paz Social, Márcia de Alencar, afirmou ontem que a greve da Polícia Civil não terá impactos graves no planejamento dos Jogos Olímpicos. “A paralisação estava prevista em todos os cenários de crise. Já houve reforço no plano de contingência com as outras forças. Teremos um reflexo na questão de serviços ordinários e nas investigações, mas esse não é um ponto que envolve a questão das Olimpíadas”, explicou. “A Secretaria de Segurança Pública tem muito respeito pela Polícia Civil e reconhece a sua importância. Majoritariamente, o contingente de segurança das Olimpíadas é formado por PMs, bombeiros e agentes do Detran”, ponderou.

O comandante da Polícia Militar, coronel Marco Antônio Nunes, também minimizou o impacto da greve. “A segurança não ficará desfalcada. Temos uma força reserva para esse tipo de cenário, que foi previsto”, reforçou. Sobre a disparidade entre policiais civis e militares, Nunes preferiu amenizar o caso. “Eles estão no movimento deles, e nós estamos trabalhando. A PM não faz greve. Independentemente de qualquer coisa, as duas polícias são irmãs. Não existe disputa”, finalizou o oficial.

Ameaça
Quem está à frente das negociações com a Polícia Civil é o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio. Depois que os agentes radicalizaram o movimento, o governo retirou a proposta apresentada à categoria, mas o Buriti quer retomar as conversas com a PCDF. “A gente espera que a Polícia Civil aja com responsabilidade e retorne o quanto antes ao trabalho, para que possamos retomar as negociações. Até porque a greve foi considerada ilegal”, comentou Sampaio.

ONU: Brasil lidera ranking de mortes por bala perdida na América Latina e Caribe

O ranking internacional mostrou que, das 741 ocorrências envolvendo balas perdidas na América Latina e Caribe, 197 foram no Brasil




JUSTIÇA MEDOHÁ 5 HORAS
POR NOTÍCIAS AO MINUTO


O Brasil é o país com maior número de mortes por balas perdidas entre os países da América Latina e Caribe durante os anos de 2014 e 2015, segundo relatório do Centro Regional das Nações Unidas para a Paz, Desarmamento e Desenvolvimento na América Latina e Caribe (Unlirec, sigla em inglês), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU). Os dados foram contabilizados a partir de casos divulgados pelos meios de comunicação em 27 países.


ranking internacional mostrou que, das 741 ocorrências envolvendo balas perdidas na América Latina e Caribe, 197 foram no Brasil, resultando em 98 mortos e 115 feridos. No segundo lugar, está o México com 116 casos (55 mortos e 77 feridos), seguido da Colômbia com 101 ocorrências (40 mortos e 74 feridos). No total, na América Latina e Caribe foram registrados 455 feridos e 371 mortos por bala perdida.
Explicações
De acordo com a entidade, essa situação é consequência da proliferação de armas pequenas e de munições, combinadas com uma série de variáveis institucionais, sociais e econômicas, que tem dado lugar a níveis inaceitáveis de violência armada na região.
“Esse estudo dá alguns diagnósticos importantes, porque, em muitos casos, o discurso das autoridades, principalmente aqui no Brasil, é de como se a bala perdida fosse uma coisa que não tem o que se fazer para evitar”, diz Bruno Langeani, coordenador da área de Sistemas de Justiça e Segurança Pública do Instituto Sou da Paz. Segundo ele, a pesquisa mostra que, conhecendo um pouco mais sobre como esses fenômenos acontecem e quem eles vitimam, é possível propor soluções.
O especialista diz que é importante comparar os países e apresentar o contexto em que as balas perdidas acontecem. “[Aqui] você tem uma importância grande das operações da polícia em favela, que é algo que está bastante em voga com a questão das Olimpíadas no Rio de Janeiro. A própria escolha de qual arma de fogo você compra para as polícias interfere na quantidade de casos de balas perdidas”, disse, ao explicar que armas de alto calibre tem maior potencial de atravessar obstáculos e atingir pessoas que não estão envolvidas na operação policial.
Motivação
Há um grande número de casos classificados como motivação não identificada (31%) sobre o tipo de violência relacionado aos casos de balas perdidas na América Latina e Caribe, pois, no momento da notícia e do registro, não se tem, muitas vezes, elementos ou pistas que ajudem na identificação.
Logo em seguida no ranking, aparece a violência de gangues com 15% dos casos, seguida por criminalidade organizada, com 14%, e crimes comuns ou roubos armados, com 12%. A violência social ou interpessoal foi a causa de 10% dos casos e, em 9%, foi identificada a prática de disparar para o alto em comemorações ou advertências, segundo a pesquisa.
Brasil
As ocorrências que envolvem intervenção legal contra alguma atividade ilícita, como o roubo ou o crime organizado, é de 19% do total dos casos de balas perdidas Vladimir Platonow/Agência Brasil
No Brasil, 30% dos casos tem motivação não identificada. No restante, as três maiores causas são: crime organizado, com 24%, e violência de gangues e roubos, que ficaram empatados com 16% cada. Os casos de intervenção legal, ou seja, por parte do estado, ficaram em terceiro lugar, com 7%. No entanto, esse número corresponde às ocorrências de intervenção legal isoladas, ou seja, sem nenhum vínculo com algum crime, devido à falta de especificação nas notícias divulgadas.
As ocorrências que envolvem intervenção legal contra alguma atividade ilícita, como o roubo ou o crime organizado, é de 19% do total dos casos de balas perdidas. Na média geral dos países, as intervenções legais isoladas é  3%, enquanto aquelas combinadas com algum crime, é 11%.
O relatório do Unlirec informa que quase metade de todos os casos de incidentes relacionados à chamada intervenção legal combinada na região ocorreram do Brasil. O total de intervenções relacionadas a algum crime, em todos os países da América Latina e no Caribe pesquisados, resultou em 83 vítimas. No Brasil, esse número foi 37, representando 44,5% do total.
O documento destacou os incidentes de balas perdidas no processo de pacificação em favelas, geralmente caracterizadas por confrontos entre a polícia militar e o crime organizado, mantendo uma tendência observada anteriormente.
Método de pesquisa
Para Langeani, o fato de os dados serem coletados de notícias veiculadas por meios de comunicação em cada país pode influenciar o resultado na comparação com países menores, como El Salvador. Ele destaca que diversos países, como México, Colômbia e Argentina, tem uma imprensa forte e ampla e, mesmo assim, apresentaram números menores que os do Brasil.
“Se não fosse feito através das notícias, não haveria outra forma de documentar. Mesmo no Brasil, não tem no registro de B.O. [boletim de ocorrência], uma categoria 'bala perdida'. Então o estudo foi feito com base nas notícias por falta de um outro meio mais adequado”, disse.
Segundo Langeani, o fato de o Brasil estar no topo do ranking não é uma surpresa, pois o país tem 60 mil homicídios por ano, o que é considerado um número alto. “[Com] essa quantidade de violência armada, obviamente, você vai ter essa questão dos danos colaterais, que são as balas perdidas”.
Soluções
Langeani diz que, entre as soluções, a mais geral tem a ver com o trabalho específico das polícias para retirar armas ilegais de circulação. Para ele, esse ponto seria uma das soluções para todos os países e influenciaria diretamente no problema.
Em relação aos casos em decorrência de intervenção policial, o coordenador do Instituto Sou da Paz diz ser necessário discutir os protocolos de atuação da polícia e a escolha do armamento das corporações. “Todas essas escolhas interferem na questão da bala perdida. Se você escolhe uma arma que é inadequada para o policiamento, ela pode gerar mais danos para civis”, disse.
De acordo com Langeani, a troca do armamento mais adequada seria por carabinas, porque seus disparos atingem uma distância menor e a arma não dá o chamado tiro de rajada, que, segundo ele, é um tiro que o policial perde um pouco do controle do alvo no qual está atirando, o que aumenta a possibilidade de vitimar civis. Com informações da Agência Brasil.

Atleta marroquino do boxe é preso por suspeita de estupro na Vila Olímpica Hassan Saada, de 22 anos, foi preso na manhã desta sexta-feira. Ele teria estuprado duas camareiras brasileiras na quarta-feira.

O boxeador Hassan Saada posa após treino no Riocentro, em foto de segunda-feira (1º) (Foto: Yuri Cortez/AFP)O boxeador Hassan Saada posa após treino no Riocentro, em foto de segunda-feira (1º) (Foto: Yuri Cortez/AFP)
O atleta marroquino de boxe Hassan Saada, de 22 anos, foi preso na manhã desta sexta-feira (5) suspeito de ter estuprado duas camareiras brasileiras na Vila dos Atletas, na quarta-feira (3).
A prisão temporária do boxeador foi decretada pelo Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos, com base em provas reunidas por investigadores da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes).

O atleta iria competir neste sábado (6), às 12h30, no Pavilhão 6 do RioCentro, com o turco Mehmet Nadir Unal, mas está fora da competição porque estará preso por 15 dias.(Saiba mais detalhes sobre o lutador)

De acordo com a polícia, ele teria chamado as duas camareiras como se quisesse uma informação. Quando elas entraram no quarto dele para verificar o que o boxeador queria, ele as atacou e passou a apertar as coxas de uma delas e os seios da outra. Hassan Saada estava com mais dois atletas no quarto, que nada fizeram com as duas mulheres. Elas conseguiram se desvencilhar e saíram do quarto.

Natural de Casablanca, maior cidade marroquina, Saada conseguiu a classificação para a Olimpíada na categoria meio-pesado apenas em junho deste ano no torneio qualificatório em Baku, no Azerbaijão. Ele foi nono colocado no Mundial de boxe de 2015, em Doha.

O Comitê Rio 2016 afirmou que está ciente do caso, que a prisão extrapola o âmbito esportivo e que vai colaborar com as investigações no que for necessário.
Lutador de boxe marroquinho é suspeito de estuprar camareiras brasileiras na Vila Olímpica (Foto: Reprodução / Facebook)Lutador de boxe marroquinho é suspeito de estuprar camareiras brasileiras na Vila Olímpica (Foto: Reprodução / Facebook)
Outra suspeita de estupro
No domingo (31), o segurança Genival Ferreira Mendes, funcionário da empresa Gocil, que presta serviços ao Comitê Rio 2016, foi autuado em flagrante suspeito de praticar ato libidinoso contra uma bombeiro civil dentro do Velódromo, no Parque Olímpico.

De acordo com o Comitê Rio 2016, a empresa Gocil foi notificada de que o funcionário "infringiu o código de conduta e ética do Comitê".

RIO Copacabana abre onda de protestos contra Temer durante Jogos Olímpicos

“Vamos ter um grande ato aqui, com gente de todo o Brasil, denunciando o golpe para o mundo, aproveitando que é o dia de abertura dos Jogos Olímpicos”, diz o presidente da CUT-RJ

por Redação RBA publicado 04/08/2016 12:43
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Mobilização no Rio: “A questão da denúncia do golpe tomou uma proporção mundial", diz presidente da CUT-RJ
São Paulo – “Vamos ter um grande ato aqui, com gente de todo o Brasil, denunciando o golpe para o mundo, aproveitando que é o dia de abertura dos Jogos Olímpicos”, diz o presidente da CUT-RJ, Marcelo Rodrigues, o Marcelinho, sobre as manifestações que marcam o evento esportivo nesta sexta-feira (5). O ato será realizado a partir das 11h, em frente ao Copacabana Palace, na zona sul da cidade.
Com a concentração, os organizadores da mobilização – CUT, movimentos sociais e sindical ligados à Frente Povo Sem Medo, Frente Brasil Popular e Frente de Esquerda Socialista – preveem grande repercussão internacional para denunciar o golpe parlamentar em curso no país. “A questão da denúncia do golpe tomou uma proporção mundial. Nós tivemos esta semana, inclusive, a discussão da representação do ex-presidente Lula (contra o juiz Sérgio Moro no Comitê de Direitos Humanos da ONU), nós achamos que esse debate tem de ser feito nos tribunais internacionais, não só na América Latina, mas no mundo todo, que não pode conviver com esse golpe de estado”, afirma Marcelinho.
Amanhã, as manifestações ocorrem no período da manhã na praia de Copacabana. À tarde, nos arredores do estádio do Maracanã, palco da cerimônia de abertura das Olimpíadas – a partir de 19h15 com show preliminar; a cerimônia propriamente começa às 20h e deve seguir até as 23h20.
A Frente Brasil Popular também convocou manifestações em diversas cidades para terça-feira (9), quando será votado o juízo de pronúncia no Senado, no processo de impeachment. “Está em jogo o presente e o futuro do povo brasileiro. Agora é a hora: não temos tempo a perder e não temos nada a temer”, diz a Frente Brasil Popular.
As centrais sindicais farão também no dia 16, em todas capitais, atos em defesa dos empregos e dos direitos dos trabalhadores. A data foi escolhida durante assembleias das centrais no último dia 26 de julho.
“A partir desse ato (de amanhã), nós temos algumas construções coletivas acontecendo, tem o pessoal da cultura que fez o Ocupa MinC, e neste momento está lá no Canecão, e tem vários coletivos organizando atividades, mas a nossa ideia aqui é fazer com que durante as Olimpíadas as atividades sejam bem centralizadas”, diz Marcelinho. O Canecão está ocupado desde a madrugada de segunda-feira (1º) pelo grupo de artistas que ocupava a sede da Funarte, no Palácio Capanema, e enfrentou ação de reintegração de posse da Polícia Federal, no último dia 25.
“Durante as Olimpíadas não vamos ter grandes atividades como vai ser na abertura. Teremos pequenas atividades, acontecendo pontualmente em todo o Rio de Janeiro”, diz Marcelinho. “Atividades com enfoque cultural, botando a cultura para fazer esse debate, mas dentro do VLT. No Metrô vai acontecer outra atividade, e isso vai ser descentralizado e nós não vamos divulgar. Não é atividade para chamar massa, mas para chamar atenção”, afirma, sobre a estratégia de manifestação adotada.

Contradições do governo interino

Em nota, a Frente Brasil Popular afirma que o golpe do impeachment tem como alvo "a classe trabalhadora, os setores populares, os direitos sociais, as liberdades civis e democráticas, o patrimônio público, a soberania e o Estado nacional".
O documento também expõe as contradições do governo interino, que adota discurso de austeridade, mas amplia o déficit público. Por outro lado, acaba com a obrigatoriedade de gastos governamentais em saúde e educação, impondo limites que significam um verdadeiro desmonte dos serviços públicos.
Eles também denunciam a diminuição de recursos em programas como o Minha Casa, Minha Vida e o Bolsa Família, e atacam a proposta de reforma da Previdência do governo Temer, que quer aumentar a idade mínima para acesso às aposentadorias e desvincular do salário mínimo o reajuste dos aposentados.
"Cientes de que as urnas não aprovariam o desmonte do patrimônio público e a retirada de direitos conquistados", o governo golpista, afirmam, promove também a dilapidação do patrimônio público com privatização de empresas estatais no setor elétrico, nos portos e aeroportos, a venda de campos do pré-sal para corporações transnacionais e a venda de terras e demais recursos naturais ao capital internacional.