quarta-feira, 20 de julho de 2016

Crise dos grampos. “Eu tenho provas”, diz Marli Rodrigues a jornal

Reprodução/Facebook

Sindicalista garantiu que vai entregar todo o material que tem sobre denúncias de pagamento de propina em contratos do GDF à CPI da Saúde, nesta quinta-feira (21/7)




“Eu tenho provas”. A garantia é da presidente do Sindicato dos Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do DF (Sindsaúde-DF), Marli Rodrigues. Em gravações divulgadas semana passada, a sindicalista e o vice-governador Renato Santana (PSD) conversam sobre um suposto esquema de pagamento de propina na área da saúde do DF, envolvendo também a Secretaria de Fazenda. Em outro grampo, Marli e o ex-secretário da Saúde Fábio Gondim falam que há um “meio podre” infiltrado na pasta.



Em entrevista exclusiva ao Jornal de Brasília, Marli disse que as provas serão apresentadas na quinta-feira (21/7) aos deputados distritais, durante seu depoimento à CPI da Saúde. Além dela, Santana também foi convidado a prestar esclarecimentos e confirmou a ida à Câmara Legislativa. “O governador tem um grande desafio pela frente. Ele deve se preocupar não somente em explicar, mas convencer, porque está claro que existe uma propina”, destacou a sindicalista ao jornal.
Questionada sobre os motivos que a levaram a fazer as gravações, Marli negou qualquer intenção política. Garantiu que foi movida por “indignação”: “Morrer onde existe SUS não é normal”.
O depoimento da presidente do SindSaúde será às 10h. O do vice foi agendado para as 15h. Os membros da CPI aprovaram ainda o convite para o ex-secretário Fábio Gondim e a convocação de Marcello Nóbrega, à época subsecretário de Administração Geral, atualmente subsecretário de Infraestrutura e Logística, ainda sem data para deporem.
A previsão inicial era de que o depoimento de Marli fosse fechado. Segundo o deputado Wellington Luiz (PMDB), presidente da CPI da Saúde, a oitiva seria gravada. De acordo com o parlamentar, a sindicalista, mãe de nove filhos, teria pedido proteção policial para ela e familiares.
Ao Jornal de Brasília, a sindicalista disse que falaria em sessão aberta ou fechada e que a decisão seria dos parlamentares. Ela negou que o pedido de privacidade foi feito por medo.
Desde que entrei nessa investigação, minha única preocupação tem sido com a vida dos pacientes que agonizam nos hospitais sucateados."
Marli Rodrigues
Para Marli, antes de persegui-la e tentar desqualificá-la, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) deveria se preocupar em convencer a população de que apurou as denúncias do suposto esquema de propina, já que o vice garante que reportou a ele assim que soube da cobrança: “Estou numa posição muito inferior à dele, quando se trata de poder, de artilharia”.
Pressão no Buriti
A movimentação dos distritais, em plenas férias, é vista como uma manobra da presidente da Câmara, Celina Leão (PPS), para atacar o governador Rodrigo Rollemberg (PSB), cujo governo ficou fragilizado com a crise aberta pela divulgação dos grampos. A oposição está aproveitando para disparar contra o Palácio do Buriti.
Ainda de acordo com o jornal, a presidente do SindSaúde disse que o Distrito Federal “é um navio de um comandante só”. Ela contou que percebeu, na conversa com Renato Santana, que o vice-governador estava muito angustiado, “por saber de algumas coisas e não ter como reagir”.


Apesar do impeachment, Congresso mantém ritmo de votações












Câmara votou 56 projetos em seis meses; Senado realizou 60 votações no mesmo período



POLÍTICA BALANÇOHÁ 1 HORA
POR NOTÍCIAS AO MINUTO



Ainda que a pauta do possível afastamento da presidente Dilma Rousseff tenha dominado as discussões no Congresso nos últimas seis meses, tanto a Câmara quanto o Senado conseguiram manter ritmo normal de discussão e votação de projetos.


Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, a Câmara teve 114 sessões de votação desde o início do ano, em que foram votadas 56 Propostas de Emenda à Constituição, projetos de lei da Câmara e do Senado, Medidas Provisórias, e projetos de lei complementar.
Em 2014, a Casa votou 55 projetos e, em 2015, 56 propostas. No mesmo período, o Senado realizou 56 sessões deliberativas e votou 60 projetos. Nos dois últimos anos, as médias foram de 59,5 propostas.
Tanto o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, quanto o presidente do Senado, Renan Calheiros, fizeram esforços para menter a normalidade às Casas durante a discussão sobre o impeachment.

Caso WhatsApp no Brasil é faceta piorada de conflito global sobre criptografia

Bloqueado por três vezes, WhatsApp expõe questões relativas à privacidade e problemas judiciais


Empresas de tecnologia, privacidade, comunicação e investigações policiais formam um conjunto globalmente conflituoso. Até aí é normal que aqui no Brasil, como tem acontecido em outros lugares do mundo, juízes peçam para ter acesso a dados trocados em aplicativos de mensagens. Contudo, o que tem tornado o país singular na disputa, avaliam especialistas ouvidos pelo EL PAÍS, é a forma recorrente com que magistrados de primeira instância têm conseguido bloquear ferramentas de comunicação, mais especificamente o WhatsApp.  Durou pouco, mas a decisão de uma magistrada do Rio de Janeiro nesta terça-feira, derrubada em pouco menos de quatro horas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, corresponde ao terceiro bloqueio do aplicativo no Brasil em menos de um ano.

É a terceira vez que app é bloqueado  FOTOS PÚBLICAS
“O que está acontecendo no país não é normal, esse tipo de interferência na rede causa preocupação. Levando em conta que o Brasil tem mais de 15 mil juízes, isso pode se tornar epidêmico”, comenta Ronaldo Lemos, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS-RJ). Para ele, o bloqueio significa uma interferência na estrutura da rede que vai contra o Marco Civil da Internet, lei que regula o uso da internet no país. “O que se pode fazer são interferências na camada do conteúdo, como remover publicações de ódio em redes sociais, mas não bloquear um serviço, mesmo porque hoje o WhatsApp faz parte da infraestrutura do país, assim como a rede de energia ou telefonia”, diz.


No cerne da questão está a confidencialidade e a privacidade de usuários. Logo após o atentado de San Bernardino, nos Estados Unidos, em que um homem matou mais de uma dezena de pessoas, o FBI pediu para que a Apple possibilitasse o acesso de investigadores ao celular do atirador. A empresa, apoiada por outras gigantes da tecnologia, como Google e Microsoft, recusou-se. A argumentação se baseava no fato de que ao fazer isso, ela estaria fragilizando a segurança dos celulares de todos os outros usuários. Com a diferença de que apesar do entrevero nenhum juiz tentou bloquear os serviços da Apple, o caso faz parte do mesmo conflito global que a Justiça brasileira e o Whatsapp estão inseridos. A palavra chave para entender a questão é criptografia, que não é nada mais do que cifrar dados.
Para Lemos, até o caso de Edward Snowden – um analista de sistemas responsável por tornar públicos uma série de detalhes do sistema de vigilância global dos Estados Unidos, a NSA – a regra em quase 100% das vezes era a falta de privacidade na internet. “Depois dele, as empresas começaram a se preocupar com isso, com o fato de que nossas informações estão todas na internet para qualquer corporação ou pessoa que busque ter acesso a elas. A criptografia, desse modo, nos protege até mesmo das próprias gigantes de tecnologia”, diz. O WhatsApp sempre alegou que não guardava ou fazia registros das mensagens trocadas pelo aplicativo, mas desde abril passou a adotar um sistema de criptografia em que só as pessoas envolvidas na conversa podem ter acesso ao conteúdo trocado. Por isso, tem dito repetidamente que não tem sequer meios de fornecer as informações pedidas pela Justiça. Além do Brasil, já houve críticas de outros países ao mecanismo, como no Reino Unido, e em países como o Irã e a Arábia Saudita.
“Não conheço o sistema criptográfico adotado pelo app, mas se ele é eficaz, eles simplesmente não têm acesso à chave de decodificação. A única solução seria proibir a criptografia no Brasil e, de fato, isso está sendo discutido em alguns lugares, como a Inglaterra, mas é algo que envolve quebra de privacidade e que não poderia ser resolvido a partir de apenas uma decisão judicial”, opina Carlos Afonso, que fez parte da criação do Comitê Gestor da Internet, entidade multissetorial criada em 1995 para lidar com questões relativas à internet. À época do atentado de San Bernardino, as empresas de tecnologia reconheceram a possibilidade de debater a questão, mas disseram que a decisão não poderia ser monocrática e sim parte de um debate público.
“O que vejo hoje é que as pessoas endossam completamente, mesmo que sem saber, a criptografia. Afinal, no WhatsApp trocamos informações como número de CPF, conta corrente. A quebra da criptografia significa que essas informações privadas poderiam ficar acessíveis”, exemplifica Lemos. Para Afonso, as empresas também não podem ser responsabilizadas pelo comportamento de seus usuários. “Vamos supor que empresas de tecnologia fossem proibidas de usar a criptografia nos serviços que oferecem. Isso não impediria que duas pessoas trocando e-mails cifrassem suas mensagens. E aí nesse caso a quem a Justiça recorreria? Claramente ela não poderia responsabilizar a empresa pelo comportamento de seus clientes, como tem feito”, argumenta Afonso.
Sobre a questão, o ministro interino da Justiça, Alexandre de Moraes, disse que sua pasta está trabalhando em uma proposta para deixar mais simples o conflito que envolve a criptografia. Segundo ele, é preciso que empresas estrangeiras que lidam com troca de dados entre usuários tenham sede no Brasil e que forneçam, quando necessários, dados requisitados por autoridades policiais. Moraes toca também na questão referente à obrigação das gigantes de tecnologia de se submeter a leis locais. No caso do WhatsApp, o principal argumento é o mecanismo da criptografia, mas eles têm dito também que o appcom 100 milhões de usuários no país não tem sede no Brasil e, portanto, se rege sob a legislação americana. No passado, o Google também se negou a fornecer informações à Justiça brasileira afirmando que os dados do serviço de email Gmail, por exemplo, ficam armazenados nos EUA.
“O que se pode fazer são interferências na camada do conteúdo, como remover publicações de ódio em redes sociais, mas não bloquear um serviço, mesmo porque hoje o WhatsApp faz parte da infraestrutura do país, assim como a rede de energia ou telefonia”
Para Lemos, contudo, uma proposta nesses moldes tornaria tudo ainda mais complexo. “Pelo que entendi, a lei iria aumentar os requisitos para que empresas de tecnologia sejam instaladas no Brasil para além do que é exigido em outros países. Isso vai ter um efeito contrário do que o esperado, porque essas empresas vão simplesmente fugir do Brasil e continuar oferecendo os serviços para os brasileiros, como é o caso da redeSnapChat, que não tem escritório aqui”, comenta. Para ele, uma medida como a proposta tornaria a relação com as empresas mais difícil, criando um ambiente negativo para o país na área de inovação. Enquanto as questões de confidencialidade e privacidade são alvo de discussões aqui e em outros países, o importante, acreditam os especialistas, é que o aplicativo não seja mais bloqueado, que milhares de usuários não sejam mais penalizados.
A decisão de hoje do Supremo, que classificou a medida do bloqueio como desproporcional, uma vez que o WhatsApp é usado de forma abrangente como meio de comunicação, é um indicativo de que isso pode estar perto de acontecer. Não à toa, é a primeira vez que o tribunal se pronuncia sobre a questão. Segundo Lemos, o que é necessário para que os bloqueios deixem de acontecer é que isso se torne uma jurisdição. “Já é uma violação do Marco Civil, do artigo 13 da Convenção Americana de Direitos Humanos e de uma resolução recente do Conselho de Direitos Humanos da ONU que condena a prática de bloqueios de sites, mas com uma decisão definitiva do STF, juízes de primeira instância não poderão mais interferir no modo com que 100 milhões de usuários se comunicam no Brasil”, diz.

QUEM ELE REPRESENTA? Parente mostra má-fé e 'esquarteja' a Petrobras, diz a FUP














Petroleiros afirmam que presidente interino, chamado de "mercador", não defende os interesses estratégicos da companhia, mas a prepara para atender aos interesses econômicos de quem apoiou o golpe

por Redação RBA publicado 19/07/2016 16:18
FABIO RODRIGUES POZZEBOM/ AGÊNCIA BRASIL
FRP_Pedro-Parente-assume-cargo-presidente-indicado-Petrobras-Michel-Temer_00605192016.jpg
FUP acusa Parente de 'retomar o modelo econômico ultraliberal dos anos 90'
São Paulo – O presidente interino da Petrobras, Pedro Parente, mostra má-fé e hipocrisia ao dizer que não defende a privatização da companhia, afirmam os petroleiros, para quem o executivo está "esquartejando" a estatal. "Sob o seu comando, a Petrobras está sendo esquartejada, com ativos valiosos em processo de liquidação, como malhas de gasodutos, termoelétricas, terminais de gás natural, campos de produção de petróleo, fábricas de fertilizantes, além de subsidiárias como a BR Distribuidora, a Liquigás e a Transpetro", diz, em nota, a Federação Única dos Petroleiros (FUP).
No documento, a entidade comenta entrevista de Parente ao jornal Folha de S. Paulo, na edição de ontem (18). Para a FUP, o presidente interino "tentou dourar a pílula do desmonte que está em curso na estatal". "Hipocritamente, declarou que não defende a privatização da empresa, mas é a favor do controle compartilhado com o setor privado, o que chama de 'cocontrole'", acrescenta a federação.
"Como preservar a empresa verticalizada se ele está quebrando a integração do Sistema? Que nome damos a isso, se não privatização?", questiona a entidade, chamado de "lorota" a afirmação sobre "cocontrole": "Nada mais é do que dilapidar o patrimônio da Petrobras, entregando nas mãos do sócio privado o destino de investimentos que são estratégicos para o Estado". Além disso, aponta a FUP, trata-se de uma política implementada em outro período. "Esse modelo já foi testado no governo FHC, quando Pedro Parente, então ministro da Casa Civil e conselheiro da estatal, autorizou a venda de 30% da Refap para a Repsol, que já havia comprado a YPF, a petroleira estatal argentina."
O resultado, diz a FUP, foi um fiasco. "Por conta do tal controle compartilhado, a Petrobras ficou anos a fio refém dos interesses do sócio minoritário, que, vetava qualquer tipo de investimento que não tivesse retorno financeiro imediato, como, por exemplo, as obras para adequar as unidades da refinaria às exigências da legislação ambiental. Essa sangria só teve fim quando a Refap voltou a ser 100% Petrobras, em dezembro de 2010."
A entidade afirma que Parente "sabe muito bem" que seu papel não é defender os interesses estratégicos da empresa, mas prepará-la para "atender aos interesses econômicos dos setores que apoiaram o golpe". Por isso, ele afirma na entrevista que o modelo de partilha é o menos favorável para as empresas. "Quem Pedro Parente representa? A Petrobras ou as suas concorrentes? Um gestor que abre mão de 30% de participação garantida nos campos do Pré-Sal definitivamente não tem qualquer compromisso com os interesses estratégicos da empresa que comanda."
Leia a íntegra da nota da FUP.
PEDRO PARENTE, O MERCADOR
Em entrevista de página inteira à Folha de São Paulo na segunda-feira, 18, o presidente interino da Petrobrás, Pedro Parente, tentou dourar a pílula do desmonte que está em curso na estatal. Hipocritamente, declarou que não defende a privatização da empresa, mas é a favor do controle compartilhado com o setor privado, o que chama de “cocontrole”. Disse ainda que irá preservar a empresa verticalizada e os seus interesses estratégicos.
Não precisa ser especialista no setor para perceber a má fé de Pedro Parente. Sob o seu comando, a Petrobrás está sendo esquartejada, com ativos valiosos em processo de liquidação, como malhas de gasodutos, termoelétricas, terminais de gás natural, campos de produção de petróleo, fábricas de fertilizantes, além de subsidiárias como a BR Distribuidora, a Liquigás e a Transpetro.
Como preservar a empresa verticalizada se ele está quebrando a integração do Sistema? Que nome damos a isso, se não privatização? Essa lorota de “cocontrole” nada mais é do que dilapidar o patrimônio da Petrobrás, entregando nas mãos do sócio privado o destino de investimentos que são estratégicos para o Estado. Esse modelo já foi testado no governo FHC, quando Pedro Parente, então ministro da Casa Civil e conselheiro da estatal, autorizou a venda de 30% da Refap para a Repsol, que já havia comprado a YPF, a petroleira estatal argentina.
O resultado foi um fiasco. Por conta do tal controle compartilhado, a Petrobrás ficou anos a fio refém dos interesses do sócio minoritário, que, vetava qualquer tipo de investimento que não tivesse retorno financeiro imediato, como, por exemplo, as obras para adequar as unidades da refinaria às exigências da legislação ambiental. Essa sangria só teve fim quando a Refap voltou a ser 100% Petrobrás, em dezembro de 2010.
Pedro Parente sabe muito bem que seu papel não é defender os interesses estratégicos da Petrobrás, como disse na entrevista. Sua função é preparar a companhia para atender aos interesses econômicos dos setores que apoiaram o golpe. Por isso é contra a Petrobrás ser a operadora do Pré-Sal. Na entrevista à Folha, ele chegou a afirmar que o modelo de partilha é “o menos favorável para as empresas”. Como assim? Quem Pedro Parente representa? A Petrobrás ou as suas concorrentes? Um gestor que abre mão de 30% de participação garantida nos campos do Pré-Sal definitivamente não tem qualquer compromisso com os interesses estratégicos da empresa que comanda.
As multinacionais querem abocanhar a maior reserva de petróleo do planeta todinha para elas, sem partilhar nada com o Estado ou com o povo brasileiro. E para isso contam com a ajuda de Pedro Parente, cuja missão é transformar a Petrobrás em uma empresa a serviço do mercado internacional e não dos interesses do país. É o caso, por exemplo, da política de conteúdo nacional, que ele diz na entrevista que precisa ser revista.
Quando Pedro Parente participou do governo FHC, as plataformas e equipamentos da Petrobrás eram encomendados no exterior. Em 2003, os contratos da empresa com os estaleiros brasileiros eram para apenas dois módulos de FPSO. Dez anos depois, a indústria naval tinha sob encomenda da estatal 08 cascos de navios, 04 conversões de cascos, 16 módulos de FPSO, 28 sondas e 40 navios.
A política de conteúdo nacional foi fundamental para alavancar a indústria brasileira e a economia do país, gerando empregos e investimentos no mercado interno e não no exterior, como defende Pedro Parente. Os números falam por si só. Os empregos da cadeia produtiva da indústria de petróleo se multiplicaram, só no setor naval aumentou em 26 vezes, saindo de 3 mil trabalhadores para 78 mil. Os reflexos sobre a economia foram imediatos: em 2003, os investimentos do setor representavam 3% do PIB, dez anos depois passaram a ser 13%.
É disso que se trata o golpe em curso no país e na Petrobrás. A missão de Pedro Parente é retomar o modelo econômico ultraliberal dos anos 90, focado nas privatizações, na redução do Estado, na flexibilização de direitos e na lucratividade do capital estrangeiro. O Pré-Sal e os ativos da Petrobrás são a moeda de troca do golpe. E Pedro Parente, o mercador.

FMI melhora projeção para o PIB do Brasil; retração cai de 3,8% para 3,3%

O FMI diz, entretanto, que as incertezas políticas mantêm-se e podem obscurecer as perspectivas




O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera por uma queda menor da economia brasileira este ano. A projeção de retração do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no pais, passou de 3,8% em abril, para 3,3%. O FMI também melhorou a estimativa para o próximo ano, que foi de estabilidade da economia para crescimento de 0,5%.

“A confiança dos consumidores e empresários parece já ter batido no fundo no Brasil, e a contração do PIB no primeiro trimestre foi mais branda que a antecipada", diz o FMI no relatório Perspectiva Econômica Global (World Econonic Outlook, em inglês), publicado hoje (19/7).

Consequentemente, diz o FMI, a recessão em 2016 agora está prevista para ser menos severa, com o retorno ao crescimento em 2017. O FMI diz, entretanto, que as incertezas políticas mantêm-se e podem obscurecer as perspectivas. A projeção para o crescimento das economias emergentes e em desenvolvimento foi mantida em 4,1% e em 4,6%.

Brexit
No relatório, o FMI analisa as consequências da saída do Reino Unido da União Europeia, após decisão da população em referendo. Para o FMI, o resultado do referendo no Reino Unido, que surpreendeu os mercados financeiros globais, implica a materialização de um risco importante para a economia mundial, o que tem como resultado piores perspectivas econômicas para 2016 e 2017.

No documento, que atualiza as projeções feitas no relatório do abril, a projeção para o crescimento da economia global ficou em 3,1% este ano e 3,4% em 2017, com redução de 0,1 ponto percentual em relação à estimativa de abril.

Ainda assim, as projeções hoje apresentadas consideram que há uma redução gradual da incerteza, há acordos entre o Reino Unido e a União Europeia que impedem um aumento das barreiras comerciais e também que não não há uma ruptura grande nos mercados financeiros e que as consequências políticas do Brexit são limitadas.

A tensa largada na eleição presidencial nos Estados Unidos

Convenções partidárias ocorrem nesta semana e na próxima. Trump já foi confirmado candidato republicano e Hillary Clinton deve ser homologada pelos democratas para disputa acirrada de discursos opostos


Por: Léo Gerchmann
20/07/2016 - 02h03min | Atualizada em 20/07/2016 - 02h33min

A tensa largada na eleição presidencial nos Estados Unidos Alex Wong e Stephen Maturen / AFP/AFP
Republicano, o milionário Donald Trump vai concorrer ao comando da Casa Branca contra a democrata Hillary ClintonFoto: Alex Wong e Stephen Maturen / AFP / AFP
Em um mundo sob tensão, os Estados Unidos, a principal potência planetária, consolida quadro eleitoral que remete à ideia de confrontação. De um lado, aquela que se credencia a ser a primeira mulher a presidir o país: a democrata Hillary Clinton, com discurso que reporta ao bem-estar social. De outro, o candidato com discurso xenófobo e por vezes misógino: o republicano Donald Trump. As eleições ocorrerão em 8 de novembro, uma terça-feira, e a posse, para o lugar de Barack Obama, em 20 de janeiro do ano que vem.



Fatores locais e internacionais se cruzam para complicar a disputa. De fora, vêm atentados terroristas como o recente de Nice, na França, que ameaçam se espalhar pelo mundo. De dentro, a tensão social, com fortes ingredientes raciais. Em 10 dias, houve dois ataques contra a polícia, acusada de perseguir negros. Primeiro, em Dallas, no Texas. Depois, no último domingo, na Louisiana. No total, oito agentes foram mortos.
Trump fala em falta de pulso, Hillary, em incitação à violência
Os apoiadores de Trump reforçam seu discurso de que falta, ao atual governo democrata pulso, mais firme. Os defensores de Hillary argumentam que é o contrário: a mensagem confrontativa do adversário se refletiria nas ruas.
Professora de Relações Internacionais em programas de pós-graduação da UFRGS, Analúcia Danilevicz vê "limite nos projetos de desenvolvimento", tanto nos EUA quanto nos países ricos da Europa. Por isso, "cresce a tensão e a hostilidade aos estrangeiros ou diferentes". Em especial nos EUA, há, segundo Analúcia, "uma questão racial mal resolvida".
E aí entram as eleições. A professora acredita que esse impasse americano, de não ter projeto social definido, provocou o surgimento de candidaturas como a de Trump, e o discurso do republicano durante a campanha teria "avalizado" condutas que levaram à atual situação.
— Enquanto os EUA não estabelecerem um caminho, a tensão só vai piorar — diz Analúcia, doutora em História.
Trump aproveitou os incidentes internos para acusar Obama de "falta de liderança". A convenção do Partido Republicano começou na segunda-feira, em Cleveland, Ohio. Nesta terça-feira, Trump foi confirmado como candidato do partido.
O encontro vai até amanhã. Na semana que vem, também de segunda a quinta-feira, será a vez dos democratas se reunirem na Filadélfia, Pensilvânia.
Eventos milionários para referendar candidaturas
Cada convenção custa cerca de US$ 140 milhões. Serve para convencer eleitores de que o vencedor da prévia é a pessoa certa para comandar o país e para unificar o partido em torno desse nome. Acaba sendo um show com alta produção, comparável a um grande comício. O efeito do evento, porém, é meramente homologatório.
Enquanto o clima é festivo nas programações partidárias, os dois candidatos se preocupam. Hillary, diante de pesquisa da CBS/NYT na semana passada que mostrava empate em 40%, fez apelo aos latinos, um de seus eleitorados mais leais, com as mulheres e os negros. Pediu que não deixem de votar.
— Vejo, escuto e estou com vocês. Juntos, devemos enviar sonora mensagem a Donald Trump em novembro, e ganhar decisivo mandato contra a demagogia e o medo — disse Hillary em Washington, na League of United Latin American Citizens, a organização mais antiga dos direitos civis de hispânicos nos EUA.
A última polêmica envolvendo Trump foi o discurso de sua mulher, a modelo eslovena Melania, durante o primeiro dia de convenção, pelo qual foi acusada de plagiar pronunciamento de Michelle Obama, na campanha de 2008.
Diferenças nas propostas para praticamente tudo
As diferenças entre os candidatos se dão em diversos aspectos. Na política externa, Trump costuma deixar claro que os EUA estarão em primeiro lugar. Quer os adversários temendo seu país. Pretende modernizar o arsenal nuclear e promete coibir o islamismo radical. Hillary, ex-secretária de Estado no governo Obama, também fala em restaurar a liderança e o poderio militar dos EUA, mas enfatiza que quer fortalecer alianças. 
Na questão migratória, Trump mantém intenções de erguer um muro na fronteira com o México, obrigando os mexicanos a pagarem pela obra, e expulsar 11 milhões de imigrantes ilegais. Lista restrições à concessão de vistos e ao ingresso de estrangeiros, especialmente muçulmanos — chegou a dizer que os vetará. Hillary fala em reforma migratória "abrangente", com regularização de ilegais e ações de integração e naturalização.
Na economia, Trump fala em aumentar o nível de empregos e cogita elevar impostos de quem não reserva vagas a americanos. Hillary tem plano de elevar ganhos das famílias com benefícios fiscais para endividados, incentivar distribuição de lucros e investir em infraestrutura, energia limpa e pesquisas médicas.
Na saúde, Trump assumiu como prioridade revogar o Obamacare, lei pela qual todo americano deve ter plano de saúde. Hillary defende o modelo e pretende estender programas públicos para a população mais pobre. Na educação, também aparece a tendência radicalmente liberal de Trump contrastando com planos de Hillary, de assistência às famílias carentes.
Também na questão dos armamentos, eles destoam. Trump repudia restrições ao porte. Hillary, defende. No duelo final das urnas, em novembro, só um restará de pé.





DONALD TRUMP

- Nasceu há 69 anos em Nova York, filho de um milionário.

- Casou-se três vezes. Na primeira, em 1977, com a modelo tcheca Ivana Zelnícková, com quem tem três filhos, e pela segunda, em 1993, com a atriz Marla Maples, com quem tem uma filha. Em 2011, se casou com sua atual mulher, a ex-modelo eslovena Melania Knauss, com quem tem um filho de 9 anos. Tem sete netos.

- Afeito a piadas, muitas vezes de gosto duvidoso, Trump repete que começou seus negócios modestamente, com "um pequeno empréstimo de US$ 1 milhão" dado pelo pai.

- Proprietário de hotéis, cassinos e campos de golfe, detém direitos dos concursos Miss USA e Miss Universo. Tornou-se celebridade ao apresentar o reality show The Apprentice.

- A Forbes estima seu patrimônio em US$ 4,5 bilhões.

- Nunca ocupou cargo público. Sempre almejou presidir o país.

- São muitas as controvérsias que o envolvem, a começar pela agressividade com que se refere a mexicanos, muçulmanos e mulheres e pela forma com que ataca os adversários. Também já declarou que o aquecimento global é uma mentira inventada pelos chineses e sugeriu que vacinas podem causar autismo.







HILLARY CLINTON

- Nasceu há 68 anos em Chicago.

- Casada com o ex-presidente dos EUA Bill Clinton desde 1975, tem uma filha, Chelsea, de 35 anos, uma neta, Charlotte Clinton Mezvinsky, de 16 meses, e um neto, Aidan Clinton Mezvinsky, de apenas um mês.

- Se for eleita, Hillary será a primeira presidente americana.

- A primeira vez que Hillary tentou chegar à presidência foi há oito anos. Obama a derrotou nas prévias.

- Na vida profissional, foi advogada reconhecida pela atuação na área dos direitos humanos, especializando-se na defesa de mulheres e crianças.

- Também tem lá suas controvérsias. Nas prévias democratas, o adversário Bernie Sanders, hoje aliado, a acusava de ser muito próxima de grandes investidores, o que esvazia seu discurso de defender a regulamentação de Wall Street. Como secretária de Estado, usou servidor privado de e-mails. Milhares de suas mensagens foram divulgadas publicamente. Acusam-na, por isso, de ter posto em risco a segurança nacional.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Comitê libera venda de 100 mil ingressos da Rio 2016 a partir de amanhã

A expectativa é que os ingressos mais procurados se esgotem nas primeiras horas



ESPORTE ESPORTEHÁ 2 HORAS
POR NOTICIAS AO MINUTO


O Comitê Rio 2016 faz amanhã (21), a partir das 12h, vai colocar a venda 100 mil ingressos para os Jogos Rio 2016, será a liberação do último grande lote.


“A gente vai ter de volta ingressos para todas as seções. É uma grande chance para que as pessoas consigam um ingresso a um dos eventos mais concorridos dos jogos”, disse o diretor de Ingressos do Comitê Rio 2016, Donovan Ferreti. Estarão disponíveis também tíquetes para as cerimônias de abertura e encerramento do Rio 2016.
A liberação marca os 15 dias restantes para o início dos Jogos Olímpicos, dia 5 de agosto, no Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã. 
Estarão disponíveis ingressos para todas as modalidades esportivas. Os preços variam de R$ 40 a R$ 1,2 mil, que é o caso das finais do vôlei, do basquete, do futebol e do atletismo, este último com a possibilidade da participação do campeão mundial, o jamaicano Usain Bolt.
Os ingressos podem ser comprados pelo site www.rio2016.com/ingressos ou nas bilheterias oficiais.
O valor dos ingressos pode ser parcelado em até três vezes sem juros no cartão de crédito bandeira Visa, nas compras pelo site. Os tíquetes podem também ser pagos à vista em dinheiro ou pelo cartão Visa débito ou crédito, nas bilheterias.
Ferreti recomendou que os interessados, antes de comprar o ingresso, navegue no site e escolha a competição desejada, mesmo que não esteja disponível. “Se você já tiver traçado e souber exatamente onde está a seção que deseja comprar, tem uma vantagem sobre as outras pessoas e mais chance de conseguir o seu ingresso”.
A expectativa é que os ingressos mais procurados se esgotem nas primeiras horas.
Balanço
Até agora, foram vendidos 4,4 milhões de ingressos para a Olimpíada Rio 2016, o equivalente a 72% do total de 6,1 milhões de tíquetes. Segundo o diretor de Ingressos do Comitê Rio 2016, Donovan Ferreti, restam 1,6 milhão de ingressos.
Os ingressos mais procurados são para competições de natação, tênis e as grandes finais de vôlei, vôlei de praia, basquete, futebol. “Tem diversos esportes com bastante procura, principalmente nas fases eliminatórias”. Donovan Ferreti revelou que os ingressos vendidos até a semana passada atingiram 93% da meta de receita do Comitê Rio 2016, cerca de R$ 978 milhões. A meta soma R$ 1,045 bilhão. O diretor de Ingressos acredita que o restante da meta será alcançado durante os Jogos Olímpicos.
As maiores vendas ocorreram no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Distrito Federal, em Minas Gerais e na Bahia.
Segundo o diretor, não há distinção entre as modalidades esportivas disputadas pelas equipes masculina e feminina. No vôlei de praia, por exemplo, a venda de ingressos para a final feminina esgotou antes da masculina; no basquete, ocorreu o contrário. “Não há relação clara de venda entre o masculino e o feminino. Tem boa demanda para os dois”, disse. 
Paralimpíada
Para os Jogos Paralímpicos, 29% dos ingressos foram vendidos até o momento, um montante de R$ 2,5 milhões, o que representa 30% da receita total (R$ 80 milhões). Donovan Ferreti disse que, historicamente, a venda de tíquetes para a Paralimpíada cresce após a abertura dos Jogos Olímpicos. “Aconteceu isso também em Londres e em outras edições", disse.
A maior procura nos esportes paralímpicos é para as competições de natação, nas quais o medalhista Clodoaldo Silva fará sua despedida oficial das piscinas; além do futebol de 5, do atletismo e da solenidade de abertura.
Os interessados podem encontrar os ingressos nos mesmos locais onde são vendidos os tíquetes para a Olimpíada. Com informações da Agência Brasil.