sexta-feira, 8 de julho de 2016

MP diz que pedalada no BNDES não é crime

O procurador argumenta que houve "um simples inadimplemento contratual, quando o pagamento não ocorre na data devida"




POLÍTICA IMPEACHMENTHÁ 1 HORAPOR


A Procuradoria da República no Distrito Federal entendeu que os atrasos em repasses do Tesouro Nacional para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), uma das "pedaladas" do governo Dilma Rousseff, não foram empréstimos ilegais. A conclusão consta de despacho do procurador Ivan Marx, no qual ele arquiva procedimento aberto para apurar se houve crime de integrantes da equipe econômica nessas operações específicas.


O procurador ainda vai se manifestar sobre outras manobras atribuídas à gestão da petista, inclusive os atrasos na transferência de recursos do Plano Safra para o Banco do Brasil - um dos fundamentos formais do processo do impeachment. Ele adianta que, nesse caso, sua posição deve ser a mesma. "Foi muito similar (a prática) e, possivelmente, eu vá dizer que não existe (crime)."
Os argumentos do parecer coincidem com os apresentados pela defesa da presidente afastada na Comissão do Impeachment e devem reforçar o discurso dos que apoiam a permanência dela no cargo. Recentemente, peritos nomeados pelo Senado concluíram também que Dilma não teve participação direta ao autorizar as pedaladas, embora tenha assinado decretos de suplementação orçamentária supostamente ilegais.
À reportagem, Ivan Marx lamentou que o Ministério Público Federal (MPF) não tenha sido ouvido no processo de impeachment. "Quem tem atribuição de dizer se determinada prática é crime ou improbidade é o MPF. É o único ator que não foi chamado a depor na comissão."
As pedaladas foram atrasos no repasse de recursos para bancos públicos bancarem obrigações do governo com programas sociais e empréstimos subsidiados. Com isso, os saldos das contas desses programas ficaram negativos nas instituições, que tiveram que cobrir os gastos com o dinheiro depositado pelos correntistas. Para o Tribunal de Contas da União (TCU), esses atrasos configuraram empréstimos ilegais entre os bancos e seu controlador, a União, porque não foram autorizados pelo Legislativo.
Ao retardar os pagamentos, o governo também indicava que suas despesas naqueles períodos eram menores, produzindo um resultado fiscal artificial.
O BNDES é o gestor do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que empresta dinheiro a grandes empresas a juros mais baixos que os de mercado. A diferença entre as taxas é coberta pelo Tesouro, que não fazia os repasses conforme pactuado.
Para Ivan Marx, não houve crime nesse caso porque a manobra do governo não se enquadra precisamente no conceito de operação de crédito previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal. "O conceito legal não pode ser ampliado em respeito ao princípio da legalidade estrita. Além disso, o direito penal é indene de dúvidas de que resulta vedada a analogia prejudicial ao réu", alegou.
O procurador argumenta que houve "um simples inadimplemento contratual, quando o pagamento não ocorre na data devida". "Entender de modo diverso transformaria qualquer relação obrigacional da União em operação de crédito, dependente de autorização legal, de modo que o sistema resultaria engessado. E essa, obviamente, não era a intenção da Lei de Responsabilidade Fiscal", argumenta.
Ivan Marx sustenta que, embora as pedaladas do BNDES não sejam crime, elas serviram ao propósito do governo de maquiar o resultado fiscal, o que configura improbidade administrativa, um tipo de delito civil. As autoridades responsáveis devem, portanto, responder a ação a respeito.
Nos próximos dias, Ivan Marx decidirá se arquiva ou apresenta denúncia criminal contra integrantes da equipe econômica de Dilma sobre as pedaladas do Plano Safra; dívidas no pagamento de tarifas e taxas à Caixa Econômica Federal; e procedimento indevido do Ministério das Cidades ao registrar em restos a pagar dívidas referentes ao Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV). Nesses três casos, o TCU viu ilegalidades. Com informações do Estadão Conteúdo.

Padre Moacir, da paróquia de Gim, reza na cartilha de Moro



Julia Affonso, Vitor Tavares, Ricardo Brandt, Mateus Coutinho e Fausto Macedo
A Operação Lava Jato investiga o padre Moacir Anastácio, da Paróquia São Pedro, em Taguatinga, no Distrito Federal. De acordo com as investigações, a igreja recebeu uma doação de R$ 350 mil da empreiteira OAS, em 2014, a mando do ex-senador Gim Argello (PTB-DF).
Na quarta-feira, 29, o juiz federal Sérgio Moro autorizou que a investigação sobre o padre Moacir ocorra de forma concomitante às apurações sobre o ex-senador Gim Argello. O pagamento de R$ 350 mil, segundo a Procuradoria da República, à paróquia foi efetivamente realizado em 19 de maio de 2014, “como demonstram as mensagens posteriores no celular de Léo Pinheiro e as informações fiscais da Construtora OAS”.
“A autoridade policial solicitou ao Ministério Público Federal prazo para a continuidade das investigações neste procedimento, precipuamente para análise completa do material apreendido e para apurar suposto envolvimento nos fatos do investigado padre Moacir Anastácio”, afirmou Sérgio Moro, no despacho.
“O Ministério Público Federal manifestou-se. Afirmou que requereu a este Juízo o desmembramento do inquérito para as investigações relativas ao padre Moacir Anastácio de Carvalho, o que foi deferido por meio de decisão proferida nos autos. Diante das informações prestadas pela autoridade policial, no entanto, posicionou-se o Ministério Público Federal pela viabilidade do prosseguimento das investigações nestes próprios autos.”
Na denúncia criminal em que acusa Gim Argello e outros oito investigados de arquitetar um esquema de pagamento de ao menos R$ 5,3 milhões em propinas de empresas para evitar a convocação de empreiteiros investigados na Lava Jato para depor nas CPIs no Senado e no Congresso em 2014, a Procuradoria dedica um trecho do documento à relação entre o padre e o ex-senador. Os investigadores apontam que o padre Moacir Anastácio “é o responsável por promover a festa religiosa denominada ‘Festa de Pentecostes’, em Taguatinga/DF, que arregimenta milhões de pessoas”.
“Na referida festa de Pentecostes, Moacir Anastácio, notadamente, em época das eleições, como no caso do escrutínio de 2014, enaltece a figura de candidatos políticos, e, foi nessa ocasião, que promoveu a imagem de Gim Argello, alcunhando-o de Senador de Pentecostes. A proximidade de Gim Argello com o Padre Moacir Anastácio se corrobora pela existência de pelo menos 58 ligações telefônicas, no período de 19 de março de 2014 a 26 de agosto de 2014”, destacaram os procuradores na denúncia.
A acusação afirma que Gim Argello “ocultou e dissimulou os recursos ilícitos oriundos da OAS para dar aparência lícita ao repasse da propina, mediante transferência para a Paróquia São Pedro para obter benefícios na promoção de sua imagem junto aos fiéis do Padre Moacir Anastácio”. Gim Argello foi preso em abril na 28ª fase da operação.
Além da OAS, a Paróquia São Pedro recebeu “doação” da Construtora Andrade Gutierrez no valor de R$ 300 mil em 4 de junho de 2014 “por intermediação espontânea” do então governador do DF Agnelo Queiroz (PT/2011-2015). A igreja destacou que também “recebeu doações” da Construtora Via Engenharia, “todas contabilizadas e à disposição das autoridades”.
Em depoimento, em 14 de abril deste ano, o ex-assessor parlamentar Valério Neves Campos, suspeito de operar pagamento de propinas em forma de doação eleitoral para os partidos da coligação de Gim Argello em 2014, DEM, PR, PMN e PRTB, prestou depoimento à Polícia Federal. Valério Campos afirmou que “nunca foi” a qualquer evento religioso do padre e “não o conhece pessoalmente”.
A reportagem ligou para o celular do padre Moacir Anastácio e para a Paróquia São Pedro, mas não teve retorno.

CONSEQUÊNCIAS DO BREXIT Reino Unido terá a primeira mulher premiê desde Margareth Thatcher

Theresa May, ministra do Interior, e Andrea Leadsom, disputam o lugar de Cameron

Michael Gove, grande defensor do 'Brexit', ficou fora da corrida pelo posto



Londres




Theresa May, a veterana e férrea ministra do Interior do Reino Unido, ou Andrea Leadsom, a secretária de Estado que despontou como estrela durante sua campanha a favor do Brexit. Uma delas se tornará a segunda mulher a assumir o posto de primeira-ministra do Reino Unido, depois de Margaret Thatcher. Os três candidatos que restaram se submeteram à segunda votação nesta quinta-feira entre os deputados tories (conservadores), que descartaram Michael Gove. O ministro, que estava no caminho de Boris Johnson rumo à Downing Street, não conseguiu arrancar a segunda posição de Leadsom, cujas chances pareciam mínimas no começo da disputa. Agora, serão os militantes conservadores que escolherão qual das duas mulheres ocupará o posto de David Cameron e assumirá a liderança do país depois da ruptura com a União Europeia (UE).


O processo de escolha do líder no Partido Conservador dá poder aos deputados, um total de 330 no atual mandato, de reduzir o número de candidatos a dois finalistas. Por meio de uma série de votações, os candidatos com menos apoio vão sendo eliminados até restarem dois. Os cinco candidatos enfrentaram a primeira votação na semana passada, e Liam Fox foi eliminado. Mas Stephen Crabb, o quarto da lista, decidiu abandonar a corrida, dispensando uma terceira votação: os deputados escolheram nesta quinta entre os três candidatos restantes, e Michael Gove, o com menos apoio, foi eliminado, deixando o caminho livre às duas finalistas.
Theresa May se impôs com um resultado expressivo. Recebeu 199 votos, contra 84 de Leadsom e 46 de Gove. Agora, os membros do Partido Conservador, um total de 150.000, escolherão qual das duas finalistas assumirá a liderança da legenda e, sem a necessidade de realizar uma nova eleição geral, se tornará a próxima primeira-ministra britânica.
O resultado da votação será conhecido em 9 de setembro. A decisão foi tomada pela entidade gestora do partido, atrasando em uma semana a data proposta inicialmente, provavelmente devido ao desejo de Cameron de participar de sua última cúpula do G-20, que será realizada nos dias 4 e 5 de setembro
na China. Assim, a sucessora de Cameron estará eleita quando o partido realizar seu congresso anual, no início de outubro, data em que Cameron anunciou que deixaria o cargo, depois de sua derrota no referendo europeu.
A vantagem muito clara de May nas votações e o fato de que as duas finalistas foram escolhidas em menos de uma semana levaram alguns deputados a pedir que os prazos sejam encurtados. Acreditam que isso evitaria prolongar a sensação de incerteza política, iniciada após o referendo, que tanto está afetando os mercados.
“Esta votação mostra que o Partido Conservador pode continuar unido e, sob a minha liderança, assim será”, disse May a seus seguidores às portas do Parlamento de Westminster, logo após tomar conhecimento do resultado da votação, a segunda vencida pela ministra do Interior com uma ampla vantagem.
May, de 59 anos, destacou nos últimos dias que a vontade de 51,9% dos eleitores na consulta, que optaram por cortar os laços com Bruxelas, deve ser respeitada e descartou qualquer tentativa para que o Reino Unido continue na UE. May também indicou que, se for eleita primeira-ministra, não acionará, pelo menos até o final deste ano, o artigo 50 do Tratado de Lisboa, que inicia a contagem regressiva de dois anos para o país sair da UE.
Leadsom, ex-diretora no setor bancário, de 53 anos, disse, por sua vez, que notificará Bruxelas oficialmente sobre a intenção de Londres de deixar o bloco comunitário o mais rapidamente possível, caso assuma a liderança do Executivo. A deputada conservadora, que ingressou na Câmara dos Comuns em 2010, fez campanha a favor do Brexit e destacou que um dos seus principais objetivos será conseguir reduzir o número de imigrantes que chegam todos os anos no Reino Unido.
Michael Gove afirmou estar “naturalmente desapontado” por não ter conseguido ficar entre os dois finalistas. Mas descreveu as duas candidatas como “formidáveis”.

Brasília Justiça condena Bradesco Saúde a pagar multa por negar autorização de parto








A 5ª Turma Cível do TJDFT confirmou sentença que condenou o Bradesco Saúde a pagar danos morais a casal por não autorizar a realização de parto de emergência com base na carência do plano. De acordo com a decisão colegiada, “uma vez constatada a emergência/urgência no atendimento e a gravidade do estado de saúde do paciente, o período de carência a ser considerada é de no máximo 24 horas a contar da vigência do contrato, nos termos do art. 12, inc. V, alínea “c”, da Lei nº 9.656/1998”.
A ação de indenização tramitou na 21ª Vara Cível de Brasília. Segundo os autores, ao contratarem o seguro de saúde da Bradesco Saúde foi efetuada a portabilidade de seguro anterior. No entanto, alegando prazo de carência, a seguradora se recusou a autorizar a realização do parto de emergência da segurada. Pediram restituição do valor pago pelo procedimento, bem como indenização pelos danos morais sofridos.
Na 1ª Instância, o juiz condenou o plano ao pagamento de R$ 10 mil a título de danos morais e de R$ 11.397,24 correspondente ao valor do parto.
Em grau de recurso, a Turma Cível manteve a condenação. “A negativa de autorização para o parto causa danos morais, por relegar ao desamparo o segurado, já afetado física e emocionalmente pelo iminente nascimento do seu filho, não caracterizando mero descumprimento contratual ou dissabor do cotidiano”, concluíram os desembargadores.

Aliado de Cunha deve assumir presidência da Câmara

O nome favorito para assumir a Casa é o de Rogério Rosso (PSD-DF), tido como aliado de Cunha dentro da Câmara




POLÍTICA VOTAÇÃOHÁ 5 HORAS
POR NOTÍCIAS AO MINUTO


O sucessor de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no comando da Câmara deve ser eleito na próxima terça-feira (12). O nome favorito para assumir a Casa é o de Rogério Rosso (PSD-DF), tido como aliado de Cunha dentro da Câmara e representante do "centrão", grupo de deputados de PP, PR, PTB, PSD e PRB.

De acordo com a coluna poder da Folha de S. Paulo, os líderes partidários tem pelo menos 12 nomes que circulam como candidatos, cinco com mais força. Além de Rosso, supostamente disputarão Osmar Serraglio (PMDB-PR), Baleia Rossi (PMDB-SP), Fernando Giacobo (PR-PR) e Beto Mansur (PRB-SP).
O escolhido vai dirigir a Câmara durante um "mandato-tampão", até 1° de fevereiro do ano que vem, sem possibilidade de reeleição.

Para Wadih Damous, suposto 'acordão' não salvará mandato de Cunha





Na opinião de deputado, "quem está dentro da Câmara sabe que ele não escapa, tendo havido acordo ou não", e ex-presidente da Casa ainda terá de enfrentar o Supremo Tribunal Federal

por Eduardo Maretti, da RBA 

LUCIO BERNARDO JR./CÂMARA DOS DEPUTADOS
Wadih Damous
Damous: "Que Cunha agiu com desvio de finalidade para aprovar o impeachment, já está mais do que provado"
São Paulo – Embora inúmeros deputados avaliem que arenúncia do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha(PMDB-RJ), hoje (7), seja parte de um acordo ou estratégia para salvar seu mandato, o deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) defende que essa tese está no “campo da especulação” e que o destino de Cunha está “traçado”. “Se é acordão, me parece que é inútil, porque ele não escapa da cassação. Quem está dentro da Câmara sabe que ele não escapa, tendo havido acordão ou não”, diz Damous. “Esse suposto acordão não será suficiente para livrá-lo, o destino dele já está traçado.”
Um dos vários parlamentares para os quais Cunha tenta salvar seu mandato e renunciou para tentar viabilizar essa saída, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) comentou: “A cena do crime está montada: Eduardo Cunha renuncia à presidência da Câmara, mas mantém o mandato. Com isso, passa a articular a candidatura do seu sucessor, que terá a missão de evitar a cassação do seu chefe. Tudo isso com a conivência de PSDB e DEM e a regência do presidente interino Michel Temer” (leia aqui).
Na opinião de Damous, porém, os problemas de Cunha vão além da própria Câmara dos Deputados. “Repito que tudo isso ainda está no plano da especulação. Mas, ainda que ele não seja cassado na Câmara, ele será preso. Se a Câmara não cassa, ele perde o mandato por força de decisão do Supremo Tribunal Federal”, diz o deputado, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro.
Na semana passada, Damous havia feito avaliação semelhante: “Ou aprovamos a cassação ou entregamos o seu destino ao STF, porque, das condenações nas quais ele (Cunha) é réu, não tem escapatória”, afirmou.

Impeachment

Após a renúncia de Cunha, José Eduardo Cardozo, advogado de Dilma Rousseff no processo de impeachment e ex-ministro da Justiça, avaliou que as justificativas do ex-presidente da Câmara para deixar o cargo fortalecem a defesa da presidenta afastada. “A fala dele sobre sua participação no processo de impeachment é emblemática em relação ao que está acontecendo. Vamos juntar essa fala ao processo”, disse, segundo matéria do portal UOL.
Em sua carta de renúncia, Cunha mencionou a abertura do processo de impeachment como um dos principais feitos de sua gestão. “Considerando as provas que existem contra ele, a fala dele mostra o papel que ele teve no processo de impeachment que afastou um governo que se negou a ceder ao que ele pedia", avaliou Cardozo.
Para Wadih Damous, a condução viciada do processo de impeachment por Eduardo Cunha não é novidade faz tempo. “Que Eduardo Cunha agiu com desvio de finalidade para aprovar o pedido de impeachment, já está mais do que provado. É óbvio que houve desvio de finalidade.  Não é a fala dele de hoje que mostra isso. Isso vem desde lá atrás.”

Inflação oficial perde força e fica em 0,35% em junho

08/07/2016 09h00 - Atualizado em 08/07/2016 10h36

No 1º semestre, IPCA tem avanço de 4,42% e, em 12 meses, de 8,84%.

Feijão e leite pressionaram os preços no mês.

Do G1, em São Paulo
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, voltou a perder força e atingiu 0,35% em junho, a menor taxa desde agosto de 2015. No mês anterior, o IPCA havia chegado a 0,78%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No ano, o índice acumula avanço de 4,42%. Em 12 meses, o índicador sobe 8,84% - ficando abaixo de 9% pela primeira vez desde junho de 2015.
Feijão resistente é desenvolvido por pesquisadores do IAC, em Campinas (Foto: Fernando Pacífico / G1 Campinas)Feijão carioca ficou 41% mais caro em junho. (Foto: Fernando Pacífico / G1 Campinas)
Todos os grupos de despesa que entram no cálculo do IPCA mostraram taxas menores de maio para junho. Apenas os itens relativos a comunicação registraram avanço, mas leve, de 0,04%.
Apesar de os preços dos alimentos e bebidas terem subido menos de maio para junho, esse grupo de gastos foi o que mais pesou sobre a inflação geral percebida pelo consumidor brasileiro no mês passado. Ficaram mais caros, principalmente, o feijão-carioca - o novo vilão da inflação - e o leite longa vida. Na contramão, no entanto, caíram os preços da cenoura e da cebola, que vinham subindo nos últimos meses. (Veja, no final do texto, a variação de preços de mais itens)
IPCA EM 12 MESES
em %
9,539,499,9310,4810,6710,7110,369,399,289,328,84em 12 mesesAgo/15Set/15Out/15Nov/15Dez/15Jan/16Fev/16Mar/16Abr/16Mai/16Jun/168,599,51010,511
Fonte: IBGE
A alta menor registrada pela taxa de água e esgosto também contribuíram com a inflação mais baixa em junho. De 10,37%, a alta desse serviço passou para 2,64%. Também subiram menos as roupas, de 1,88% para 0,85%, produtos farmacêuticos, de 3,10% para 0,65%, e cigarro, de 9,33% para 0,61%.
Sobre os índices regionais, o maior foi registrado na região metropolitana de Belo Horizonte, 0,66%, e o menor, em Porto Alegre, com queda de 0,02%.
INPC
O IBGE também divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que variou 0,47%, depois de avançar 0,98% em maio. No ano, o índice acumula alta de 5,09% e, em 12 meses, de 9,49%. Em junho de 2015, o INPC ficou em 0,77%.
Previsão do mercado
previsão do mercado financeiro para o IPCA deste ano é de 7,27%, segundo o boletim do Banco Central mais recente. A estimativa permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas e bem distante do objetivo central de 4,5% fixado para 2016.
Variação de preços, em junho e no ano
Feijão-carioca: 41,78% e 89,26%
Feijão-mulatinho: 34,15% e 84,38%
Leite longa vida: 10,16% e 26,70%
Feijão-preto: 9,80% e 30,44%
Feijão-fradinho: 9,32% e 23,68%
Manteiga: 6,36% e 43,82%
Chocolate em barra e bombom: 5,20 e 15,03%
Fubá de milho: 4,92% e 17,16%
Alho: 3,54 e 36,14%
Leite em pó: 2,60% e 6,72%
Café moído: 2,58% e 10,05%
Ovos: 2,45% e 11,24%
Tempero misto: 2,21 e 7,12%
Batata-inglesa: 2,08 e 54,06%
Arroz: 2% e 6,15%
Queijo: 1,85% e 6,10%
Sorvete: 1,59 e 7,40%
Farinha de mandioca 1,42% e 35,37%
Chocolate e achocolatado em pó: 1,41% e 9,20%
Lanche fora: 1,26% e 6,14%
Açúcar cristal 1,10% e 13,94%
Carnes industrializadas: 0,98% e 3,50%
Pão doce: 0,97% e 6,13%
Outras bebidas alcoólicas: 0,94% e 5,41%
Iogurte: 0,87% e 9,20%
Suco de frutas: 0,87% e 4,45%
Biscoito: 0,80% e 5,38%
Macarrão: 0,71 e 5,84%
Refeição fora: 0,69% e 4,39%
Refrigerante: 0,54% e  5,41%