quinta-feira, 30 de junho de 2016

Janot defende no STF decisão de Cunha que deflagrou impeachment

A conclusão está na manifestação enviada à Corte para embasar o julgamento do mérito de ações que contestam a legalidade do impeachment
POLÍTICA DILMA ROUSSEFFHÁ 4 HORASPOR NOTICIAS AO MINUTO
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu hoje (30) no Supremo Tribunal Federal (STF) a legalidade ao ato do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que deflagrou o processo de impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff.
A conclusão está na manifestação enviada à Corte para embasar o julgamento do mérito de ações que contestam a legalidade do impeachment. Em abril, o Supremo negou cinco liminares para barrar o impedimento de Dilma.
Em uma das ações, o ex-advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, alegou que a Comissão Especial do Impeachment violou o direito de defesa de Dilma ao permitir que os juristas Janaína Paschoal e Helio Bicudo pudessem se manifestar em uma das sessões, além de inserir na denúncia os termos de delação do senador cassado Delcídio do Amaral, fato que não foi objeto da denúncia original recebida por Eduardo Cunha.
Ao analisar a questão, Janot entendeu que os atos praticados na Câmara dos Deputados durante o processo de impeachment têm fundamentos jurídicos mínimos para justificar a deflagração do impedimento.
“O que se verifica é tentativa da impetrante de emprestar aos axiomas constitucionais óptica própria, com o fim de retardar – ou mesmo impedir – a marcha do procedimento, sem, no entanto, demonstrar, da forma exigida na via mandamental, as alegadas violações do princípio mencionado e a seus corolários”, argumentou Janot.
Atualmente, o processo de impeachment está em tramitação no Senado. De acordo com o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), o julgamento final do processo de impedimento da presidenta afastada Dilma Rousseff deve ocorrer a partir do dia 22 de agosto. Com informações da Agência Brasil.

Teori envia para Moro apuração sobre propina de Pasadena para Delcídio

O inquérito investiga Delcídio por corrupção passiva e lavagem de dinheiro




POLÍTICA STFHÁ 2 HORAS
POR NOTICIAS AO MINUTO


O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki enviou nesta quinta-feira (30) para o juiz Sergio Moro inquérito que apura o suposto pagamento de propina do esquema de corrupção da Petrobras ao ex-senador Delcidio do Amaral (ex-PT-MS).

Teori atendeu a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, uma vez que Delcídio perdeu o foro privilegiado depois que foi cassado pelo Senado após ter virado delator na Lava Jato.
O inquérito investiga Delcídio por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A apuração foi motivada pela delação do lobista Fernando Soares, o Baiano, que acusou o ex-senador de receber propina pela compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
Segundo Teori, como o caso tem conexão direta com a Lava Jato, deve ser analisado pela Justiça do Paraná.
"Como visto, a situação fática descrita, em que se destaca a compra da refinaria no estrangeiro, guarda aparente pertinência com inquéritos e ações penais relacionadas a supostos crimes envolvendo a Petrobras", escreveu o ministro.
Em sua delação, Delcídio admitiu em depoimento que recebeu propina de US$ 1 milhão decorrente da compra irregular da refinaria de Pasadena, adquirida pela Petrobras em 2006.
Baiano afirmou ter pago entre US$ 1 milhão e US$ 1,5 milhão a Delcídio por meio de um suposto "amigo de infância" do parlamentar, identificado apenas Godinho.
De acordo com o delator, Godinho se apresentou como amigo de Delcídio e disse que "inclusive tinham estudado juntos".
Os pagamentos, sempre de acordo com Baiano, foram feitos em "cinco ou seis" visitas de Godinho, no segundo semestre de 2006 e nos dois primeiros meses de 2007, no antigo escritório de Baiano, no centro do Rio de Janeiro. O dinheiro, segundo Baiano, foi todo entregue em espécie.
"Godinho provavelmente foi [ao Rio] depois das eleições, pois se recorda de ele comentar que ainda precisava pagar dívidas de campanha", disse Baiano. Delcídio foi candidato derrotado a governador de Mato Grosso do Sul em 2006. Com informações da Folhapress.

Após post enigmático, filha de Tony Tornado está desaparecida

"Estou nervosa e desesperada", afirmou a mãe da jovem



FAMA SPHÁ 2 HORAS
POR NOTÍCIAS AO MINUTO


Aretha Pearl, de 39 anos, filha do ator Tony Tornado, está desaparecida desde domingo (26), como confirmou nesta quinta-feira (30) a mãe da chef de cozinha, Maritza Cavalcante, de 68.


O caso, de acordo com o Correio 24 Horas, foi registrado em uma delegacia de São Paulo. Ao Ego, a mãe de Aretha afirmou que a filha sofre de depressão e é bipolar. "Estou nervosa e desesperada", disse ela.
Por telefone, Maritza relatou que conversou com a filha no domingo. Ela aparentava estar feliz, prestes a começar um trabalho, e comentou de um rapaz que tinha conhecido. Na madrugada, Aretha ligou para a mãe novamente e perguntou se ela estava bem. "Depois disso nunca mais falei com ela. É muito triste", disse. As duas moram em Santo Antônio, de São Paulo.
Em postagem enigmática publicada no dia 2 de junho no Facebook, Aretha escreveu: "Amigos, novamente me retiro da sociedade para um maior entendimento espiritual e para que seres superiores cuidem de mim. Até breve! Às vezes é preciso morrer um pouco por dentro. Para que então possamos renascer ...e crescer mais fortes e sábios numa nova versão de nós mesmos".
A mãe relata que a filha não usa drogas e a mensagem refere-se a quando ela pediu para se internar por conta da depressão. "Ela ficou cerca de 20 dias internada na Clínica Vera Cruz, em São Paulo. Saiu de lá ótima, com energia e bem feliz. Ela não deixava de tomar os remédios. Moramos juntas e conheço minha filha. Ela estava em uma fase boa".
Tony Tornado não quis comentar o assunto.

















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Gasto da bancada do DF no Congresso Nacional aumenta 31% em um ano No primeiro semestre de 2016, houve deputado federal que torrou com aluguel de carros quase R$ 47 mil - o suficiente para comprar um veículo 0km com motor 1.6. Despesas dos três senadores brasilienses chegaram a R$ 132,2 mil



 postado em 30/06/2016 06:05 / atualizado em 30/06/2016 07:20
 Helena Mader
 
 
Enquanto o país enfrenta uma realidade de corte de despesas e ajuste fiscal, os representantes do Distrito Federal no Congresso aumentaram os gastos com cota parlamentar. No primeiro semestre de 2016, os oito deputados federais da bancada do DF torraram mais de R$ 1,1 milhão, valor 31% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Passagens aéreas, combustível, aluguel de carros de luxo e impressão de panfletos estão entre as principais despesas.

O deputado Alberto Fraga (DEM) lidera o ranking dos parlamentares que mais gastaram com a verba indenizatória este ano. De janeiro a junho, ele apresentou notas fiscais para justificar uma despesa total de R$ 189,3 mil. Em seguida, aparece Laerte Bessa (PR), que gastou R$ 185,7 mil no mesmo período, seguido pelo tucano Izalci, que registrou despesas de R$ 173,1 mil. Augusto Carvalho (SD) usou R$ 157,3 mil de recursos da cota e Rôney Nemer (PMDB), um total de R$ 140 mil. Os três parlamentares do DF que menos gastaram foram Ronaldo Fonseca (Pros) — R$ 112,6 mil —, Rogério Rosso (PSD) — R$ 102 mil — e Érika Kokay (PT) — R$ 80,1 mil.

Consultorias
Os oito parlamentares também tiveram despesas altas com a contratação de consultorias, pesquisas e trabalhos técnicos. Eles gastaram, juntos, R$ 285,2 mil com essa finalidade. As regras para uso da cota parlamentar estabelecidas pela Câmara dos Deputados autorizam o repasse de recursos para a contratação de serviço de apoio ao exercício parlamentar, como a consultoria de advogados e especialistas em outras áreas. Os gastos com consultoria da bancada do DF ficaram em R$ 285,2 mil no primeiro semestre. Izalci, do  PSDB, ficou em primeiro: desembolsou R$ 104,2 mil, e a maioria desses recursos foi destinada ao escritório Barbosa Carneiro Advogados Associados. Augusto Carvalho gastou R$ 82,5 mil com consultoria — recursos integralmente repassados ao escritório Todde Advogados e Consultores Associados.

A reportagem procurou os dois parlamentares do DF que mais gastaram recursos da cota. Em nota, o deputado Alberto Fraga argumentou que, durante as votações do impeachment, “ele realizou várias mobilizações e produziu uma quantidade maior de material para ajudar nas ações”. O parlamentar alegou que apresentou mais de 60 projetos de lei em 2016, e usou o dinheiro para prestar contas e divulgar as ações aos eleitores. Por meio da assessoria, o deputado Laerte Bessa informou que “é um parlamentar atuante no Distrito Federal e que os gastos referentes ao primeiro semestre foram para prestar contas aos eleitores de sua atividade”. Ele frisou que a quantia está dentro do limite legal permitido.

Patrimônio de Claudia Cruz aumentou 151% em seis anos, diz Receita

De acordo com a Receita, a jornalista usou artifícios para justificar o aumento de patrimonial, como recebimentos de pessoas físicas, o que na prática dificulta o rastreamento
POLÍTICA MULHER DE CUNHAHÁ 4 HORASPOR NOTÍCIAS AO MINUTO
Os técnicos da Receita Federal informaram que a jornalista Claudia Cruz, mulher do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, teve um crescimento patrimonial de 151% em seis anos, de 2008 a 2014.
De acordo com a Receita, a jornalista usou artifícios para justificar o aumento de patrimonial, como recebimentos de pessoas físicas, o que na prática dificulta o rastreamento.
"Tudo leva a crer (logicamente dependendo do aprofundamento das investigações pelo MPF ou DPF) de que as investigadas utilizaram, em tese, como instrumento de lavagem de dinheiro a própria entrega de DIRPF para a Receita Federal, lançando valores no item de rendimentos recebidos de pessoas físicas (e de fato, na prática, regularmente, não há outra forma de fazê-lo para tributar espontaneamente alguma renda sem origem)", diz o relatório da Receita.
Segundo informações do Extra, em 2010, apenas uma conta de de Cláudia Cruz, no Itaú-Unibanco, movimentou cerca de R$ 2,5 milhões.
"A atitude arredia da Sra. Claudia Cordeiro Cruz revela desapreço e, até mesmo, singular menosprezo institucional ao Banco Central do Brasil", afirma o documento.
Para a força tarefa da Lava-Jato, Cláudia tinha plena consciência dos crimes que praticava sendo a única controladora da conta em nome da offshore Köpek, na Suíça, por meio da qual pagou despesas de cartão de crédito no exterior.

O Estado como promotor da desigualdade e da concentração de renda Soma de arrocho, abertura para as privatizações, sequestro do Orçamento e cortes em programas sociais resultará em exclusão social e em transferência de renda para o andar de cima

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Para o ministro Henrique Meirelles, educação e saúde são despesas a serem controladas
Se é verdade que o diabo mora nos detalhes, o governo interino já forneceu alguns sinais de mudança não só de rota, mas de concepção. Tirou, por exemplo, a palavra "desenvolvimento" de um de seus ministérios estratégicos, o da Indústria e Comércio Exterior, acrescido de "serviços". E em meio a uma severa crise no mercado de trabalho, nomeou para o Banco Central um economista que, refletindo uma ideia corrente em certa linha de pensamento, defende que um pouco de desemprego não é ruim para a economia. Nas medidas econômicas anunciadas pouco depois da "posse", não trouxe tanta novidade, adotando um programa de austeridade já implementado em outros países e com resultados perversos em termos sociais.
Depois da divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, feita em 1º de junho pelo IBGE, o Ministério da Fazenda saiu a público para dizer que a "implementação intempestiva" das iniciativas anunciadas pelo governo deve iniciar o processo de recuperação da economia "nos próximos trimestres". Basicamente, o programa econômico se fundamenta em controle de gastos, ou "controle rígido e rigoroso da despesa", como afirmou o ministro Henrique Meirelles, que inclui nesse rigor setores diretamente ligados à área social, como ­educação e saúde.
Medidas dessa natureza levarão não só a uma recessão econômica, mas social, avalia o professor João Sicsú, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). E revelam intenções e pensamentos do governo de plantão. "O Estado tem de estar mais presente em momentos de dificuldade. Aqui, a situação é invertida. O Estado se retira, e o setor privado também", aponta. "Além de não ampliar os gastos sociais, como já vinha sendo feito no governo Dilma, agora estão tentando comprimir os gastos."
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A nova equipe econômica propõe que o BNDES, agente financeiro de desenvolvimento do país, repasse ao Tesouro R$ 100 bilhões até 2018

Mantra

O economista e consultor Antonio Corrêa de Lacerda, professor da ­Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, concorda. "Hoje, esse discurso da austeridade vai na contramão das experiên­cias históricas. É nas crises que o Estado tem de gastar", afirma. Para ele, o governo Temer adotou o "mantra" do ajuste fiscal como solução para todos os problemas. E repete um erro já feito pelo ministro Joaquim Levy, no início do segundo mandato de Dilma Rousseff: fazer ajuste com a economia em baixa.
Mas é um ajuste que pega uns e não outros, observa o professor Denis ­Maracci Gimenez, do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e diretor do Centro de Estudos Sindicais e do Trabalho (Cesit) da mesma instituição. Com o governo interino, reduz-se, sim, o papel do Estado – nas áreas de proteção social. "E mantém muito forte onde há uma maciça transferência de recursos públicos para o setor financeiro. Esse é o arranjo."
Para ele, nenhuma das medidas anunciadas pelo governo é capaz de recuperar a economia ou garantir um sistema de proteção. Pelo contrário: "Apontam crescente fragilização de políticas públicas, num quadro de estagnação".
Se a ideia fosse de fato recuperar a economia, não se começaria por reformas da Previdência Social ou da legislação trabalhista, mas por uma discussão de uma estratégia nacional de desenvolvimento, envolvendo bancos públicos e o setor privado, na busca da recuperação do investimento.
O governo, porém, acena com reformas. O próprio ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou em entrevista à agência de notícias Reuters que depois da Previdência o objetivo é mirar na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). "Eu não sei se aprova até o final do ano, mas a ideia é aprovar as duas até o final do ano para entrar no ano novo com uma nova perspectiva", declarou.
Entidades empresariais, que em bom número apoiaram a mudança de governo, fazem pressão para implementar a sempre pedida flexibilização da leis trabalhistas, como "solução" para o problema do desemprego. O professor da Unicamp contesta: "Não há evidência empírica de que medidas de flexibilização do mercado de trabalho gerem emprego ou conduzam à recuperação da atividade econômica", diz. "Neste momento, só aumentaria a falta de proteção social e debilitaria ainda mais a capacidade de arredacação fiscal."
Ele receia que as ações deste governo aprofundem as dificuldades, que não são recentes. "Nos últimos dois anos, o país entrou em uma situação de estagnação, e isso coloca em risco os avanços sociais da última década. Não estão sob ameaça, estão indo embora, concretamente." É o que ocorre, por exemplo, no mercado de trabalho, que sofre "uma deterioração muito rápida, muito intensa, e vai prosseguir ao longo do ano".

Juros

Ao falar em controle de gasto público, o governo não menciona a verdadeira sangria de recursos: os juros. "O que vem degradando as finanças públicas muito rapidamente é a política monetária", diz o economista da Unicamp. "Não há nenhum motivo que impeça a redução da taxa de juros", afirma, lembrando que com a tendência de inflação menor, o juro real aumenta.
"Essa taxa está muito acima do nível de equilíbrio", acrescenta o professor Lacerda.­ Isso dificulta também uma eventual recuperação da indústria, que atualmente convive com um câmbio mais realista. "Mas é preciso ter uma sinalização clara de que essa taxa (cambial) se manterá. O câmbio não para de pé sem seu coirmão, que é a taxa de juros."
Segundo ele, o "ajuste" já começou a ser feito – via desemprego. "E todas as sinalizações são de redução dos benefícios, o que denota uma visão conservadora da economia, sem a visão do papel multiplicador do investimento público. Está no DNA. Buscam atacar os falsos problemas", afirma, para quem o governo interino tem vícios de origem: "Acha normal ter juro alto, cortar investimento, ter desemprego. É uma tese superada, mas está muito presente. É aquela fé cega no mercado".
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Novo presidente da Petrobras já disse que é a favor de mudanças na lei do pré-sal, como propôs Serra, em favor de interesses internacionais
O economista também lembra dos efeitos da Operação Lava Jato, em que pese a importância do combate à corrupção. "O problema da operação, a despeito de ser valiosa, é que no curto prazo ela travou a economia. É preciso que haja uma saída para punir os executivos e recuperar as empresas. Dizer que podem ser substituídas por empresas de fora é simplista. Não é mercado financeiro, que você troca papel por papel."

Investimentos

Em um cálculo preliminar, Sicsú estima que se regras anunciadas pelo governo interino tivessem sido aplicadas nos dez últimos anos, o país teria gasto aproximadamente R$ 200 bilhões a menos em saúde e R$ 300 bilhões a menos em educação. Para ele, está em curso um processo de transferência de renda para o setor empresarial e financeiro.
"Não se pensa em fazer nenhuma grande política de investimento público", diz, vendo ainda uma tentativa de "estrangular" o BNDES ao se propor a devolução de R$ 100 bilhões ao Tesouro até 2018, e lamentando a ideia de extinguir o Fundo Soberano. "Seria bastante abastecido com recursos do pré-sal."
O pré-sal também está na mira. A tomar posse na presidência da Petrobras, em 2 de junho, Pedro Parente disse ser favorável ao fim da obrigatoridade de investimento mínimo de 30% da empresa, dando apoio a projeto do senador tucano e agora chanceler José Serra, combatido pelos trabalhadores e por setores nacionalistas.
Mesmo o anunciado controle é, para Sicsú, mais uma mudança de composição de gastos, ao se aumentar "de forma extravagante, anormal", a meta de déficit fiscal de R$ 96,7 bilhões para R$ 170,5 bilhões. "Duvido muito que no governo Dilma se conseguisse alterar uma meta dessa forma", comenta o professor da UFRJ, para quem o governo, com uma meta tão larga, além de dar mais dinheiro a bancos e empreiteiras, ainda poderá posar de bom administrador fiscal.
Os três economistas concluem que o chamado rentismo continua prevalecendo no país – mesmo na gestão anterior. "Desde o governo Dilma, precisaríamos de um programa de pequenas obras, colocar mais dinheiro para os mais pobres. A economia ficaria mais dinamizada", diz Sicsú. "Empresário não gasta nada quando a economia está desacelerando. Trabalhador de baixa renda sempre gasta."
A soma de arrocho salarial, redução do Estado, "sequestro" do orçamento e corte em programas sociais tem como consequência o crescimento da desigualdade, interrompendo e até revertendo uma trajetória positiva verificada em período recente. Mesmo que em algum momento a economia cresça, esse processo não resultará em distribuição de renda. Será "à la ditadura", na definição de Sicsú, lembrando que em alguns anos o país cresceu em até dois dígitos, mas para poucos. Em uma imagem conhecida da época, esperava-se o bolo crescer para então dividi-lo. Naquele momento, observa, "nunca dividiram, só cresceu".

A culpa é do desempregado

O diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, vê na crise atual um pretexto para jogar a conta "nas costas do trabalhador". Seja para afirmar que ele é responsável pelo desemprego, por falta de qualificação, ou para dizer que o movimento sindical não ajuda na busca de alternativas, recusando-se a aceitar a chamada flexibilização. "O emprego é resultado da dinâmica econômica", afirmou, durante debate que reuniu as centrais sindicais justamente para debater a situação do mercado de trabalho. Em abril, a taxa nacional de desemprego atingiu recorde de 11,2%, com estimativa de 11,4 milhões de desempregados, Segundo o IBGE.
Ele lembrou que no final de 2015 centrais e entidades empresariais aprovaram um Compromisso pelo Desenvolvimento, com sete diretrizes para retomada da economia. O documento lista itens como recuperação do setor da construção civil, afetado pela Operação Lava Jato – "Estamos acabando com um dos setores estratégicos da economia brasileira" –, da capacidade de investimento do Estado e do crédito para empresas e famílias, além de políticas de promoção e proteção ao emprego.
"Não é um problema de curta duração. Levaremos alguns anos para recuperar o nível de emprego de dois anos atrás", observa Clemente. "O diálogo é o melhor caminho." Em documento recente, o Dieese lembra que a agenda de austeridade adotada ainda no final de 2014, antes da posse do governo Dilma, esteve longe de responder satisfatoriamente ao desafio de fazer a economia crescer e o emprego se recuperar.
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O país precisa recuperar o setor da construção civil, afetado pela Operação Lava Jato