segunda-feira, 2 de maio de 2016

WhatsApp bloqueado: veja 10 alternativas para o aplicativo 02/05/2016 13h25 - Atualizado em 02/05/2016 14h25

Facebook Messenger, Skype, Telegram, Viber e Hangouts são opções.
Bloqueio a partir das 14h deve durar 72 horas, decide Justiça de Sergipe.

Do G1, em São Paulo

Aplicativo de mensagens Telegram. (Foto: Divulgação/Telegram)Aplicativo de mensagens Telegram. (Foto: Divulgação)

anúncio do bloqueio do Whatsapp no Brasil por ordem da Justiça fez com que usuários de aplicativos de mensagens buscassem alternativas.
Veja, abaixo, algumas opções para substituir o Whatsapp:

Facebook Messenger (site:https://www.messenger.com)
Embora ligado diretamente à rede social, o Messenger pode ser usado como um app à parte. Funciona como bate-papo para mensagens de texto, voz e emoticons. O Facebook, no entanto, não deseja fazer do Messenger um substituto do WhatsApp – a ideia é que seja antes de tudo plataforma de relacionamento. Prova disso são os esforços da rede social para transformar o bate-papo em um serviço de transação (compra e venda de produtos, relacionamento entre clientes e empresas etc). Vale lembrar ainda que o Facebook comprou o WhatsApp em 2014 por US$ 22 bilhões.
Hangouts (site:https://hangouts.google.com/)
Inicialmente vinculado ao Google+, o Hangouts hoje em dia pode ser usado por quem não tem perfil na rede social. Mas é preciso, sim, ter conta no Google. Criado como bate-papo, agora permite envio de SMS. Dá para conversar em grupos de até cem pessoas, trocar fotos, emoticons e GIFs, por exemplo.
Além disso, o Hangouts faz chamadas em vídeo, tanto entre duas pessoas como entre grupos de até dez pessoas. Permite ainda sincronizar dispositivos e está disponível nas versões Android, iOS e Web.
KaKao Talk (site: http://www.kakao.com/talk)
O KaKao Talk permite mensagem de texto e voz, chamadas telefônicas e em vídeo, envio de fotos e compartilhamento de eventos. Também dá para sincronizar o aplicativo no telefone e no computador, com versões para Windows, MAC OS X 10.7.
Além disso, o Kakao permite enviar documentos, vídeos, imagens, áudio ou arquivos compactados no computador (até 100 MB por arquivo) e depois visualizá-los tanto em um computador quanto no telefone.

Kik Messenger (site: http://www.kik.com/)
O app permite a troca de mensagens de texto, voz e imagens. Ele usa o nome do usuário para gristro, e não o número do telefone. Mas o Kik faz uma ressalva: não existe "apenas para que as pessoas conversem entre si". 
"Nossas ferramentas de marketing permitem que as marcas conversem e compartilhem conteúdo interessante com os usuários e acompanhem os resultados", destaca o texto de apresentação do Kik. "Nossas ferramentas de desenvolvimento ajudam programadores a otimizar e distribuir seu conteúdo no Kik."

Line (site: http://line.me/pt-BR/)
Além de troca de mensagens, o Line permite chamadas de voz e vídeo e compartilhamento de fotos e mensagens de vídeo e de voz. O app está disponível para iPhone, Android, Windows Phone, BlackBerry (chamadas de voz) e PC (Windows eMac OS).

Nas mensagens de texto, o Line informa que oferece mais de 10 mil stickers (pequenas imagens animadas) e emojis.
Skype (Foto: Divulgação)Skype (Foto: Divulgação)
Skype (site: www.skype/pt-br)
O forte do Skype são conversas em vídeo, mas serve para trocar mensagens de texto também. Pertencente à Microsoft, o Skype pode ser usado no telefone, no computador ou em uma TV com o programa instalado.

Dentre os recursos que oferece, e que não estão disponíveis no WhatsApp, está a tradução simultâneas do português para outros seis idiomas e a possibilidade de se fazer videoconferência.
Telegram (site: https://telegram.org/)
Com funções semelhantes às do WhatsApp, o Telegram serve para troca de mensagens de texto, foto e vídeo. A vantagem é que permite ainda o envio de arquivos de qualquer tipo (doc, zip e mp3, por exemplo).

Outra diferença com relação ao WhatsApp, segundo o próprio Telegram, é que o usuário pode "acessar suas menagens de vários dispositivos ao mesmo tempo, incluindo tablets e computadores, além de compartilhar um número ilimitado de fotos, vídeos e arquivos de até 1,5 GB cada".
Viber (Foto: Divulgação/ Viber)Viber (Foto: Divulgação/ Viber)
Viber (site: www.viber.com/pt/)
O Viber serve tanto para mensagens de texto quanto para ligações telefônicas para outros usuários do aplicativo. É via internet, ou seja: funciona pelo WiFi ou 3G e 4G (e, neste caso, o usuuário está sujeito à cobrança da operadora).
"Ah, mas e se eu, que tenho Viber, quiser ligar para alguém que não tem o aplicativo?". Dá para fazer isso usando Viber Out, mas precisa comprar créditos. Além de Android, iPhone, BlackBerry, Windows Phone, Nokia e Bada, o Viber está disponível para Mac, Windows e Linux. O Viber gosta ainda de lembrar que não contém propagandas.
WeChat (site: www.wechat.com/pt/)
Serve para trocar mensagens de texto e imagens e faz chamadas de voz e vídeo. Além disso, oferece jogos e acessos a outros serviços. Na China, por exemplo, é possível pedir táxi, comida e transferência de dinheiro.
ZapZap (site: http://www.zapzapbr.mobi/)
Faz tudo que o WhatsApp faz e com um diferencial: permite enviar e receber qualquer tipo de arquivo (de Office e PDFs a áudio e vídeo) e tamanho grande (até 1,5 GB). Com o slogan "brasileiros falando com brasileiros", o ZapZap oferece grupos temáticos e a possibilidade de conversar com pessoas próximas (a localização ocorre por GPS).
Também dá para publicar no mural de outros usuários. O ZapZap tem versão para smartphone e tablet Android e a versão web para computador.

Justiça manda operadoras bloquearem WhatsApp no Brasil por 72 horas Empresas afirmam que vão cumprir ordem de bloqueio do WhatsApp a partir das 14h desta segunda-feira (2) Por Paulo Higa 02/05/2016 às 12h05

A história se repete: a Justiça determinou que as empresas de internet fixa e móvel bloqueiem o WhatsApp em território nacional por 72 horas, contando a partir das 14h desta segunda-feira (2). É a segunda vez que o aplicativo de mensagens será impedido de funcionar no país: em dezembro de 2015, o serviço saiu do ar devido a uma investigação policial.
As operadoras Claro, Nextel, Oi, TIM e Vivo afirmaram ao jornal Folha de S.Paulo que receberam a ordem judicial e cumprirão o bloqueio. A multa para as empresas de internet que descumprirem a determinação é de R$ 500 mil por dia.

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A decisão foi tomada pelo juiz Marcel Montalvão, da comarca de Lagarto (SE). Em março, o mesmo juiz havia determinado a prisão preventiva do vice-presidente do Facebook na América Latina, Diego Dzodan, após a rede social descumprir ordens judiciais em investigações que envolviam o crime organizado e o tráfico de drogas. O Facebook é dono do WhatsApp desde 2014, quando comprou o aplicativo de mensagens pelo equivalente a mais de R$ 50 bilhões.
Quando a Justiça determinou a suspensão do funcionamento do WhatsApp em dezembro de 2015, o bloqueio foi cumprido pelas operadoras, mas não durou as 48 horas previstas. Na época, o desembargador Raimundo Nonato da Costa Alencar, do Tribunal de Justiça do Piauí, derrubou a decisão alegando falta de razoabilidade, uma vez que não era adequado que uma investigação local afetasse milhões de usuários.
O bloqueio de aplicações por ordem judicial é um dos temas em discussão na CPI de Crimes Cibernéticos. Se um dos projetos de lei for aprovado, a Justiça só poderá obrigar o provedor de conexão a bloquear conteúdo de aplicativos que não tenham representação no Brasil e de sites hospedados em servidor no exterior. Embora seja dono do aplicativo de mensagens, o Facebook argumenta que possui operações independentes, portanto, o WhatsApp não teria representação no país.
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O mecanismo de funcionamento do WhatsApp dificulta a colaboração com a Justiça. De acordo com o serviço, as mensagens enviadas pelos usuários são armazenadas apenas temporariamente nos servidores, sendo apagadas assim que o destinatário recebe o conteúdo. Além disso, em abril, o WhatsApp adotou criptografia de ponta a ponta em seus aplicativos, portanto, nem a própria empresa tem acesso às mensagens enviadas pelos usuários.
Atualização às 14h04. As operadoras já começaram a bloquear o WhatsApp, cumprindo a determinação judicial. Por volta das 14h, não era mais possível enviar ou receber mensagens nas redes móveis da Claro, Vivo, Oi e TIM. O bloqueio também havia sido feito nas conexões de banda larga fixa da NET, TIM e Vivo.
Atualização às 14h44. O WhatsApp se posicionou sobre o assunto. Em nota à Época, a empresa diz que não tem as informações pedidas pela Justiça: “Depois de cooperar com toda a extensão da nossa capacidade com os tribunais brasileiros, estamos desapontados que um juiz de Sergipe decidiu mais uma vez ordenar o bloqueio de WhatsApp no Brasil. Esta decisão pune mais de 100 milhões de brasileiros que dependem do nosso serviço para se comunicar, administrar os seus negócios e muito mais, para nos forçar a entregar informações que afirmamos repetidamente que nós não temos”, diz a nota.

Temer deve procurar Lula após o impeachment de Dilma

Na avaliação do PMDB, o petista é fundamental para segurar a pressão das ruas que está dividida e com grande parcela contra o impedimento da presidente

POLÍTICA EM BUSCA DE APOIOHÁ 12 MINSPOR NOTÍCIAS AO MINUTO
O vice-presidente Michel Temer deve procurar o ex-presidente Lula tão logo o Senado admita o processo de impeachment de Dilma Rousseff. De acordo com a coluna Painel da Folha de S. Paulo, em conversas reservadas, Temer tem dito que a contribuição do PT “seria de extrema importância” para garantir estabilidade a um novo governo. 
Na avaliação do PMDB, o petista é fundamental para segurar a pressão das ruas que está dividida e com grande parcela contra o impedimento da presidente. Lula sabe que terá dificuldade para se posicionar contra a agenda econômica do vice. Afinal, Henrique Meirelles era seu nome para a Fazenda há tempos. 
É consenso no PT que o partido será cobrado se, no Congresso, votar contra medidas que resgatem a economia brasileira da UTI. “Não se pode mais dividir a sociedade entre nós e eles”, diz um interlocutor do vice. 
Em contraponto, petistas afirmam que não há sentido em apoiar o possível novo presidente. “Michel Temer não precisará do PT para garantir sua governabilidade no Congresso. Nós e eles sabemos disso. A aproximação não faria qualquer sentido”, diz um dirigente petista.

Dado e Bonfá falam sobre a importância de voltar a tocar em Brasília Eles reaparecem juntos no show que celebra os 30 anos do primeiro disco da Legião Urbana


Fernando Schlaepfer/Divulgação

Não se pode falar em um retorno da Legião Urbana a Brasília. Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá deixaram bem claro, inúmeras vezes, que “não há Legião sem Renato Russo”. Ainda assim, a turnê em comemoração aos 30 anos do primeiro disco da banda, que traz Dado e Bonfá no palco, tem clima de regresso. Principalmente, se lembrarmos que a última vez que o grupo se apresentou na capital federal foi em 1988, naquele infausto show que subverteu a cidade.

Desde então, os dois ex-integrantes passaram várias vezes pelo Distrito Federal, em projetos solos e juntos, mas jamais nesse formato. Daí a expectativa em torno da apresentação do próximo dia 7, quando o show Legião Urbana XXX Anos finalmente desembarca em Brasília, cidade berço da maior banda de rock do país.

“Aquela noite no Mané Garrincha, em 1988, foi realmente traumática e perturbadora. Mas, tocar em Brasília é sempre um retorno, uma volta ao lugar onde tudo começou. Eu revejo os espectros da adolescência, todas aquelas bandas começando, minha vida se transformado. Não me bate uma nostalgia, mas rola uma força emotiva, algo muito bom”, conta o guitarrista Dado Villa-Lobos, em entrevista ao Correio.

O baterista Marcelo Bonfá também prefere focar nas melhores recordações: “Tenho memória seletiva. As lembranças ruins eu jogo fora. Aquela noite escapou do nosso controle porque tinha muita coisa jogando contra, desde a produção do evento até o clima da cidade. Nem meus pais, que estavam lá na arquibancada, entenderam aquele show”.

Que país é esse? 

Apesar da distância entre a Legião dos anos 1980 e a formação atual, Dado reconhece algumas similaridades, principalmente no contexto político. “Quando saímos de Brasília, ali por volta 1985, estavam rolando as Diretas Já, Tancredo Neves morria e Sarney assumia a Presidência. Hoje, temos a provável saída de Dilma, a chegada de Temer. Os momentos se parecem em termos de conturbação e conflito”, afirma.

Nem por isso o show em Brasília terá ares de manifesto. Pelo contrário. “Não sei o que vai acontecer. Estamos em um período político louco e bizarro, mas vamos subir no palco para celebrar nossas vidas. A gente quer só fazer um puta show de rock e levantar alguma reflexão por meio das músicas”, ratifica o guitarrista.

Bonfá confirma o discurso do eterno parceiro de banda. “A Legião nunca levantou bandeira de partido e isso permanece. Espero que as pessoas não busquem algum lado naquilo que a gente canta. Não é uma manifestação política, até porque nosso repertório fala, primordialmente, de amor”.

Eles querem mesmo é encontrar a juventude brasiliense e fazer coro com o público, evocando as canções imortalizadas como hinos do rock nacional, a exemplo de Tempo perdidoSerá e da contundente e inquisitiva Que país é esse?, certamente uma das faixas mais aguardas da apresentação. E a resposta já sabemos qual será. 
 
 
Legião Urbana XXX Anos 
No Net Live (SHTN, Trecho 2). Sábado, 7 de maio, a partir das 21h30. Ingressos entre R$80 e R$460, à venda na Central de Ingressos do Brasília Shopping. Não recomendado para menores de 16 anos. 

LULA RECLAMA DE MAGUITO VILELA E DANIEL VILELA E JURA VINGANÇA CONTRA CAIADO

Lula reclama de Maguito Vilela e Daniel Vilela e jura vingança contra Caiado

Lula reclama de Maguito Vilela e Daniel Vilela e jura vingança contra Caiado

Lula da Silva reclamou para um político que o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, e o deputado Daniel Vilela, do PMDB, não deram apoio a Dilma Rousseff no momento em que a presidente mais precisou. Na verdade, se Daniel votou pelo impeachment, Maguito sempre defendeu a petista e seu governo. Lula reclamou de Ronaldo Caiado, sugerindo que move uma perseguição implacável e ideológica aos integrantes do PT e jurou vingança eterna.
Fonte: Jornal Opção

Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira

Todo esse mar de lama de corrupção, enriquecimentos ilícitos, nos dar a certeza da putrefação da política já que não existe ideologia. Um mandato parlamentar concede ao mau político a fazer negociatas com o erário público de interesses pessoais, sem o mínimo interesse com os sérios problemas e dificuldades enfrentadas pela nação, se esquecendo de que a pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. O voto no Brasil precisa deixar de ser obrigatório, pois a democracia séria e justa contempla esses benefícios a todos que não se identifiquem com as propostas de candidatos.
“Provérbios 12,34. A Justiça faz a grande a Nação, o pecado é a vergonha dos povos.”

Monja Coen: “A corrupção está dentro de nós”

A Monja Coen, no Templo Soto Zen Budista Taikozan Tenzuizenji, em São Paulo, onde recebeu a reportagem do EL PAÍS, em 21 de abril.A Monja Coen, no Templo Soto Zen Budista Taikozan Tenzuizenji, em São Paulo, onde recebeu a reportagem do EL PAÍS, em 21 de abril. 

Monja budista mais pop do Brasil fala sobre o impeachment de Dilma e a intolerância política

Para ela, num Estado laico como o nosso é "absurdo" que parlamentares "votem em nome de Deus"

Marina Novaes
Vestida de branco dos pés à cabeça, Cláudia Dias Baptista de Souza, 69 anos, se misturou à multidão que ocupava a avenida Paulista no dia 18 de março para se manifestar contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Apenas a carequinha denunciava que estava ali a líder budista mais pop do Brasil, a Monja Coen, que há 33 anos deixou a vida regada a sexo, drogas e rock n' roll para se dedicar ao zen budismo. Sorridente, com um semblante tranquilo de observadora, ela decidira participar como "pessoa física", sem o habitual samue (o manto dos monges), de sua primeira manifestação desde o início da conturbada crise política que o Brasil atravessa desde 2015. Alguns a reconheceram e pediram para tirar fotos. Mas, nas redes sociais, nem todos ficaram felizes ao saber que a religiosa tinha escolhido um lado.
A política não é tema das conversas dentro do templo soto zen budista que lidera no Pacaembu, bairro nobre da região central de São Paulo. Mas, fora dele, ela sentia que era hora de se manifestar. "Eu sou contra o impeachment. No momento em que eleições legitimamente realizadas estão sendo questionadas, estamos dando um retrocesso político", respondeu, semanas depois, ao receber o EL PAÍS em sua casa para uma entrevista sobre atitudes zen em meio à tensão social atual.

A partir dali abraçou um estilo de vida que lhe trouxe serenidade e uma vocação. Nunca escondeu seu passado por ver em sua trajetória o exemplo prático de como é possível virar qualquer vida do avesso e recomeçar. Se tornou a primeira mulher a ocupar a presidência das Seitas Budistas no Brasil, se casou com um monge (de quem se separou anos depois), escreveu livros sobre a vida zen e hoje se define como uma "monja e dona-de-casa", que roda o Brasil dando palestras sobre felicidade e vê alegria em coisas triviais, como caminhar no parque com seus três cachorros e votar. "Me alegra poder dar meu voto. Eu vivi muito tempo numa época em que não podíamos votar". Na definição da filha Fábia, 52 anos, é "uma figura", "iluminada e de bem com a vida".
Cláudia se tornou Coen (Co quer dizer  e En significa círculo,ou seja, um só círculo) em 1983, quando fez votos monásticos e entrou para o Mosteiro Feminino de Nagoia, no Japão, onde viveu por mais de uma década. Ex-jornalista, prima dosMutantes Sérgio Dias e Arnaldo Dias Baptista, ela descobriu aos 36 anos, em Los Angeles, "essa coisa maravilhosa que é a meditação", quando fazia uma reportagem sobre sociedades alternativas nos Estados Unidos. Deixou para trás um passado agitado, que inclui um casamento aos 14 anos (e uma gravidez e divórcio aos 17), uma fase de groupie da banda de rock Alice Cooper, uma prisão na Suécia por tráfico de LSD e uma tentativa de suicídio. 
A Monja Coen. Ricardo Matsukawa
E é justamente  (como diz o nome que ganhou do professor japonês) que assume sua posição política. Antes de continuar a entrevista, faz questão de esclarecer: essa é a sua opinião pessoal e não representa a comunidade que lidera, que tem liberdade para pensar como quiser. Também esclarece que não é filiada a nenhum partido político, não vota sempre no mesmo grupo, nem possui uma ideologia partidária. E que "entende muito pouco desses assuntos". Razões pelas quais não vê como quem pensa diferente dela deveria se sentir incomodado com sua opinião, já que conviver com pessoas que pensam diferente é, para ela, algo que deveria ser "enriquecedor" e, mais: necessário.
"Nós não falamos de política aqui. Mas eu tenho notado que as pessoas ficam muito virulentas quando vão discutir o seu ponto de vista... Há muitas pessoas intolerantes hoje. Teve uma senhora que frequentava o templo e veio aqui chorando me dizer que não poderia mais ser guiada por mim porque soube que eu me manifestei publicamente sobre o tema. Olha isso que interessante... Aí tem gente que diz: 'Ah, mas a monja não pode ter uma opinião política'... Isso não é verdade. Todos temos. Nós estamos numa democracia e existem várias formas de pensar", diz.
Para ela, há certos momentos em que é preciso se posicionar no mundo. “Cada um de nós tem que assumir aquilo que faz, aquilo que é e aquilo que pensa. E assumir, com isso, as consequências", ponderou, sem rodeios. Por isso lembrou que não falava em nome de mais ninguém a não ser dela mesma

Circo político versus Estado laico

"É um absurdo falarem 'estou aqui votando em nome de Deus' porque o nosso Estado é laico"
Para a missionária budista, o Estado ser laico é fundamental para a democracia brasileira, o que a faz achar "um completo absurdo" o fato de deputados federais citarem mais a palavra Deus que as acusações contra Dilma ao votarem por sua destituição. "É um absurdo falarem 'estou aqui votando em nome de Deus', porque o nosso Estado é laico. É importante que seja laico. Nem todos os evangélicos, os católicos, os budistas, enfim, são a favor do impeachment... Então você não pode falar em nome de todas essas pessoas sem consultá-las antes", disse, em referência à aprovação, pela Câmara Federal, da continuidade do processo contra Dilma no dia 17 de abril. 
"O que eu vi naquela votação na Câmara foi um circo. E pensei depois: que bom que eu estou do lado daqueles que perderam essa votação. Porque eu não gostaria de estar do lado daqueles que ganharam. Porque eu teria muita vergonha. Pois aquilo não foi honesto."

Cisão da sangha

Coen se diz especialmente preocupada com a divisão do Brasil e o clima de intolerância. Uma das poucas referências políticas que faz quando se dirige à comunidade budista é sobre a importância de não deixar com que esse momento de crise —que é passageira, frisa ela— divida "famílias, separe amigos, destrua comunidades". "Buda, ele dizia que um dos crimes maiores que podia ser cometido era a cisão da sangha, divisão da comunidade. Que é o que a gente está vivendo no Brasil. Que lamentável. Seja qual lado que ganhe ou que perca todos nós perdemos e ganhamos juntos."
Para a missionária, neste sentido, "todos os lados" da história estão errados, sejam governistas ou opositores. "Nós não precisamos destruir o outro para provar que temos capacidade. E nisso, todos eles estão na mesma panela", observou, reprovando o discurso do "nós contra eles", tão presente em falas políticas. "Eu não gosto da palavra luta, por exemplo, e muitos partidos políticos usam isso. Eu não acho que a gente deve lutar por coisa alguma. Eu acho que a gente deve trabalhar para construir algo", completa, retomando o tom zen do papo.
A monja segurando um leque japonês. Ricardo Matsukawa

A corrupção dentro de nós

Monja Coen fala frases duras, gesticula bastante, mas não eleva o tom da voz. Mantém o olhar suave  mesmo nas vezes em que usa palavras como "hipocrisia" ao falar dos que usam a bandeira "contra a corrupção" para destituir o Governo. "Então somos todos contra a corrupção e os corruptos. E os juízes quem são? São esses senhores que têm as perninhas presas em escândalos", diz. Também não altera o timbre ao dizer que a "mídia brasileira não é democrática" e "manipula a população ocultando um dos lados da história".
Demonstra paixão ao falar e gesticula muito, mas não perde o tom sereno. Ricardo Matsukawa
Foi um livro de Léon Trotsky (não se lembra qual), que fazia menção ao combate à corrupção, que a motivou a se tornar monge nos anos 80. O livro apontava justamente  que qualquer mudança social positiva só seria possível se a transformação fosse interna."Se a mudança não for do coração, interna de cada um de nós, não vão ser partidos políticos, sistemas econômicos que vão fazer a diferença. Porque nós somos corrompíveis. Todos nós. Em níveis diferentes. E como é que você pode acessar um nível de incorruptibilidade? Como fazer isso através de uma visão clara da realidade de que estamos todos e tudo interligados? Como é que eu mexo nisso sem ódio, sem criar atrito? Isso, pra mim, é uma arte. É uma arte de fazer política. E nós ainda não chegamos lá."

Desapego 

Questionada, porém, sobre as acusações de corrupção que pesam contra o PT e contra o Governo Dilma, a monja relativiza o poder que "um presidente tem dentro de um jogo político que inclui muitos interesses" e o quão reais são as acusações. Não se aprofunda no assunto, mas diz não "botar a mão no fogo por ninguém". Apesar disso, nega ter medo de admitir estar errada, mais uma vez recorrendo ao budismo ao avaliar essa hipótese.
"Eu acredito na Dilma. Acho que é uma senhora honesta. Acho que ela queria fazer coisas pelo bem do Brasil e está sendo impedida porque não soube fazer as barganhas políticas. Mas posso estar errada? Posso. E se ficar provado que não era isso, vou dizer: eu me enganei. Porque eu descobri uma coisa maravilhosa que é o zen budismo, que me tira o apego de tudo, inclusive de um ponto de vista. Eu posso errar. Eu não sou uma ativista política. Eu apenas tenho uma opinião política."
— E, diante de todo esse cenário de caos político, como a senhora tem conseguido se manter zen?
Ela recebe a pergunta com uma gargalhada. Pensa alguns segundos e responde:
Monja Coen, em seu templo em São Paulo. Ricardo Matsukawa
 A vida continua, apesar de tudo e apesar de todos os aspectos e revezes. Eu continuo meditando, continuo fazendo o meu trabalho. Esse é um dos princípios básicos do budismo: não há nada fixo, nada permanente. Então neste momento que estamos atravessando essa turbulência, vamos apertar nossos cintos, vamos controlar nossas finanças, manter a calma… Porque sabemos que a turbulência passa. Não vamos fazer disso essa coisa tão negativa, como se o mundo fosse acabar, porque não vai. Eu ainda acredito que nós podemos construir uma cultura de paz. Uma cultura de respeito. Isso tudo vai passar...