sábado, 12 de março de 2016

Revista diz que Erenice desviou R$ 45 mi de Belo Monte para campanhas

12/03/2016 14h08 - Atualizado em 12/03/2016 14h20

Informação consta da delação premiada de senador Delcídio, afirma IstoÉ.

Segundo ele, diz revista, ex-ministra operou esquema; defesa dela nega.

Do G1, com informações do Jornal Hoje

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A ex-ministra da Casa CivilErenice Guerra teria sido a principal operadora de um esquema de corrupção que desviou R$ 45 milhões de obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, para campanhas eleitorais do PT e do PMDB, segundo informou reportagem da edição deste fim de semana da revista IstoÉ.
A defesa da ex-ministra diz que o conteúdo da reportagem é "inconsistente" e não é verdadeiro (leia mais sobre a versão de Erenice Guerra e de outros políticos e autoridades mencionados pela revista ao final desta reportagem).
Segundo a publicação, as revelações estão na delação premiada do senador Delcídio do Amaral, ex-líder do governo no Senado, preso em uma das etapas da Operação Lava Jato e atualmente em recolhimento domiciliar. Devido à prisão, ele teve a filiação ao PT suspensa pelo partido.
A delação premiada de Delcídio ainda está sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF). A expectativa é que o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, homologue o acordo nos próximos dias. Depois disso, os depoimentos de Delcidio poderão servir de base para futuros inquéritos e investigações, inclusive no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
De acordo com a reportagem, no acordo de colaboração assinado pelo senador, ele conta que os ex-ministros Erenice Guerra e Silas Rondeau, do governo Luiz Inácio Lula da Silva, e Antonio Palloci, dos governos Lula e Dilma Rousseff, movimentaram cerca de R$ 25 bilhões e desviaram pelo menos R$ 45 milhões dos cofres públicos diretamente para as campanhas eleitorais do PT e do PMDB em 2010 e 2014.
"A propina de Belo Monte serviu como contribuição decisiva para as campanhas eleitorais de 2010 e 2014",
afirmou Delcídio aos procuradores da Lava Jato, de acordo com a revista.
A reportagem diz que os relatos feitos pelo senador mostram que a suposta operação montada para desviar dinheiro público de Belo Monte começou a ser arquitetada ainda no leilão para a escolha do consórcio que tocaria a obra, em 2010, e se desenrolou até pelo menos o início do ano passado, com a Lava Jato já em andamento.
O senador explica na delação, segundo a revista, que os desvios de recursos do projeto da usina vieram tanto do pacote de obras civis, que consumiram cerca de R$ 19 bilhões, como da compra de equipamentos, que chegou a R$ 4,5 bilhões. Em todas as etapas do processo teria havido superfaturamento.
Todo o esquema, segundo o relato do senador reproduzido por IstoÉ, foi coordenado por um triunvirato formado pelos ex-ministros Silas Rondeau, Erenice Guerra e Antônio Palocci, especialmente Palocci e Erenice, que seria uma das principais escudeiras da presidente Dilma Rousseff.
De acordo com a revista, Delcídio do Amaral também menciona boa parte da bancada do PMDBdo Senado e até o vice-presidente da república, michel temer.
Segundo a reportagem, Delcídio disse que o "time" formado pelos senadores Renan Calheiros, Edson Lobão, Jader Barbalho, Romero Jucá e Valdir Raupp, todos do PMDB, exerce influência ampla no governo, como no Ministério de Minas e Energia, na Eletrosul, na Eletronorte e em diretorias de Abastecimento e Internacional da Petrobras, além das usinas de Jirau e Belo monte.
Delcídio também citou o vice-presidente michel temer. Segundo a IstoÉ, está escrito no depoimento que "delcídio do amaral sabe que um dos maiores escândalos envolvendo a br distribuidora foi a aquisição ilícita de etanol no período entre 1997 e 2001.O senador Romero Jucá negou que tenha indicado nomes no governo. "Eu não fiz indicação para canto nenhum. Agora, a revista publica que o quer. Nós vamos responder aquilo que consideramos a verdade, e as investigações devem aprofundar qualquer questão", afirmou.
Segundo a delação, o principal operador desse esquema foi João Augusto Henriques, ex-diretor daBR Distribuidora, atualmente preso.
A ilicitude, segundo Delcidio, ocorreu durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Segundo a revista, o "padrinho" de João Henriques no esquema do etanol foi Michel Temer.
Versões dos mencionados na reportagem
A defesa de Delcídio do Amaral afirmou que o teor da reportagem da revista IstoÉ não é verdadeiro e que os documentos que a ilustram não são autênticos porque, segundo os defensores, não têm conexão com depoimentos ou manifestações do senador.
Segundo a defesa, esses documentos não podem e não devem ser considerados como idôneos e configurar provas ou indícios contra qualquer pessoa.
A defesa disse ainda que repudia a "espetacularização criminosa e indecente" da investigação federal, "em matéria que mescla mentiras e maledicências, com a finalidade deliberada de envenenar consciências e estimular na sociedade um ambiente de apreensão, fomentando, ainda, o descrédito das instituições, atingindo a honra e a imagem das pessoas".
O advogado da ex-ministra Erenice Guerra também afirmou que o conteúdo da reportagem e da delação é "absolutamente inconsistente" e não é verdadeiro.
A defesa de Antonio Palocci negou que o ex-ministro tenha solicitado "contrapartidas para campanhas eleitorais de quem quer que seja".
A assessoria do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que ele está fora do país.
assessoria do PT informou que todas as doações recebidas pelo partido aconteceram estritamente dentro da legalidade e foram posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral.
O senador Jader Barbalho afirma que Delcídio do Amaral "cometeu um exagero"  e que não se sente "influenciando" o governo "há bastante tempo".
O advogado de Edison Lobão classificou a afirmação de que ele faz parte de um arco de influência amplo no governo como "totaltamente desconectada" e informou que não há imputação de crime.
O senador Valdir Raupp disse que desconhece indicações para o setor elétrico.
Palácio do Planalto não tinha se manifestado até a última atualização desta reportagem.
A assessoria do vice-presidente Michel Temer informou que as citações do senador Delcídio são "equivocadas" e não procedem. Disse ainda que Temer não tem qualquer relação de proximidade com o ex-diretor da BR Distribuidora João Augusto Henriques.
O Jornal Hoje não conseguiu contato com João Augusto Henriques, com o senador Renan Calheiros, com o ex-ministro Silas Rondeau e com o Ministério de Minas e Energia.

Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira

Todo esse mar de lama de corrupção, enriquecimentos ilícitos, nos dar a certeza da putrefação da política já que não existe ideologia. Um mandato parlamentar concede ao mau político a fazer negociatas com o erário público de interesses pessoais, sem o mínimo interesse com os sérios problemas e dificuldades enfrentadas pela nação, se esquecendo de que a pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. O voto no Brasil precisa deixar de ser obrigatório, pois a democracia séria e justa contempla esses benefícios a todos que não se identifiquem com as propostas de candidatos.

Temer vê crise política 'gravíssima' e diz que não é hora de 'acirrar ânimos' Vice-presidente discursou na convenção nacional do PMDB. Ele disse que crise não pode comprometer ganhos sociais.

Michel Temer (centro), próximo a Eduardo Cunha e Renan Calheiros durante convenção PMDB  (Foto: Filipe Matoso)Michel Temer (centro), com Renan Calheiros (segundo, da esq. para a dir.) e Eduardo (terceiro) durante convenção do PMDB (Foto: Filipe Matoso/G1)
O vice-presidente da República, Michel Temer, mencionou a crise política “gravíssima” e disse que não é hora de “acirrar ânimos” ao discursar neste sábado (12) na convenção nacional do PMDB, em Brasília.
Presidente nacional do partido, Temer deverá ser reconduzido ao posto pelos delegados da convenção.
“Não podemos ignorar que o país enfrenta uma gravíssima crise política e econômica. Mas não podemos deixar – e esta é a tarefa do PMDB – que os graves problemas comprometam os ganhos sociais alcançados nos últimos tempos”, disse Temer.
Para o vice-presidente da República, “não é hora de dividir os brasileiros, de acirrar os ânimos, de levantar muros".
"A hora é de construir pontes e é o que o PMDB está e estará fazendo. Sairemos daqui hoje unidos para resgatar os valores da nossa república e reencontrar a via do crescimento econômico e desenvolvimento social”, afirmou.
A uma plateia formada somente por peemedebistas, entre parlamentares, ministros e dirigentes estaduais, Temer afirmou que o PMDB não pode se “abater nem perder a confiança no futuro”.Temer citou o quadro de recessão e o aumento do desemprego. Segundo ele, são realidades que devem ser combatidas por uma rede de “políticas de incentivo à iniciativa privada, com estímulo à competitividade”.
“Nosso PMDB sempre teve diversidades internas, mas, como em todas as ocasiões, nós convergimos de que é preciso cuidar do país. Confesso que é isso que tem nos incentivado a pregar a unidade nacional, a harmonia, a independência dos poderes e a aliança entre o capital e o trabalho”, afirmou.
A convenção deste sábado foi convocada para eleger a nova direção do partido, que comandará a legenda pelos próximos dois anos.
Candidato único, Temer chegou ao evento por volta das 11h50 acompanhado dos presidentes do Congresso Nacional e do Senado, senador Renan Calheiros (AL); da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ); além de ministros do partido, como Eduardo Braga (Minas e Energia),Marcelo Castro (Saúde) e Henrique Alves (Turismo).
A primeira parte da convenção foi marcada por discursos críticos ao governo da presidente Dilma Rousseff. Oradores defenderam o rompimento do partido com o Palácio do Planalto, a entrega de cargos na Esplanada e a candidatura própria nas eleições de 2018.
Ao longo do evento, foram apresentadas moções de rompimento com o governo. A direção do partido decidiu que essas moções serão avaliadas em até 30 dias pela nova Comissão Executiva Nacional.
José Sarney
Ao fim do discurso de Temer, o ex-presidente e ex-senador José Sarney foi escolhido presidente de honra do partido, apesar de parte da plateia ter vaiado o nome dele.
Sarney, que discursou depois do vice-presidente, disse que Temer vem exercendo sua função “com moderação, espírito de diálogo, e grande e profundo amor ao Brasil”. O ex-presidente disse ainda que o país vive um momento “difícil”.
Desconforto
Após a fala de Sarney, o deputado federal Carlos Marun (MS), da ala oposicionista do PMDB, disse que havia desconforto em relação à decisão de dar 30 dias para que o diretório decida sobre a saída do governo. Ele questionou, ainda, se ministros peemedebistas deixariam cargos no governo.
“Estamos desconfortáveis. Nós não nos sentimos ainda esclarecidos em relação ao rumo que o PMDB está tomando e o prazo de 30 dias. Queremos saber se – em sendo aceito esse prazo – o PMDB não aceitará ocupar espaço no governo”, afirmou.
Durante o questionamento de Marun, no entanto, Temer e os principais nomes do partido, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), deixaram o palanque do evento.
Quem deu uma resposta ao deputado foi Eliseu Padilha, secretário-executivo do PMDB. “Vamos respeitar a vontade do plenário e esperar os 30 dias”, afirmou.

O maravilhoso Cane Corso.

Privatizaram a segurança da Presidência da República? Lula era a mascote do empreendimento. Os vendedores dizem que quem comprasse um apartamento ali poderia ter mais segurança graças à presença do ex-presidente. “Até mesmo poderiam jogar bola com ele”.



Tensão jurídica e política do país aumenta após pedido de prisão de Lula 


Promotores de São Paulo pedem à Justiça que autorize a medida contra o ex-presidente Lula devido ao seu poder de influência, à facilidade para fuga e por incitar a população contra instituições judiciais. Defesa acusa investigadores de agirem com intenção política


São Paulo e Brasília — A tensão jurídica e política do país cresceu mais alguns graus ontem, com o pedido de prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Ministério Público de São Paulo. Em uma denúncia sobre desvios da Bancoop, cooperativa dos bancários, apresentada na quarta-feira, a família do ex-presidente é acusada de ter sido beneficiada indevidamente na compra de um apartamento de cobertura tríplex no Guarujá, litoral paulista.

Os promotores responsáveis pelo caso, Cássio Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique Araújo, recusaram-se a comentar o pedido de prisão preventiva ontem ao conceder entrevista a jornalistas. “Vamos falar exclusivamente da denúncia apresentada”, disse Conserino. Os argumentos a serem analisados pela juíza da quarta vara criminal de São Paulo, Maria Veiga Oliveira, no entanto, foram recebidos com resistência por juristas e até por políticos de oposição. O motivo é suposta ausência de fatos concretos para o pedido de prisão preventiva do petista.

Na denúncia, no entanto, o trio de promotores se baseia em cinco alegações principais (veja quadro): críticas de Lula à atuação do Ministério Público e a decisões judiciais; possibilidade de o ex-presidente “inflamar a população a se voltar contra as investigações criminais”; utilização de “parceiros políticos” para requerer ao CNMP medida liminar para suspender a oitiva; atitude de Lula se colocar acima da lei; e facilidade de fuga.

Na peça, o petista é acusado de lavagem de dinheiro e de falsidade ideológica, crimes que podem resultar em condenação combinada de quatro a 13 anos de prisão. A mulher dele, Marisa Letícia, e um dos filhos do casal, Fábio Luís, são acusados de lavagem de dinheiro, o que pode resultar em pena entre 3 e 10 anos de prisão. Outras 13 pessoas são denunciadas, incluindo o ex-tesoureito do PT João Vaccari Neto, preso no âmbito da Operação Lava-Jato. Segundo os promotores, o ex-presidente, a esposa e os filhos puderam comprar um apartamento em condições especiais, enquanto outras famílias foram lesadas pela Bancoop. “Elas tiveram de passar por dificuldades sobrenaturais, enquanto Lula e a família tiveram seis anos para negociar e desistir do empreendimento”, afirmou Conserino.

Reforma
A defesa de Lula argumenta que Marisa Letícia havia adquirido outro apartamento do empreendimento, do qual desistiu em 2009. A construtora OAS, que assumiu a construção do edifício, ofereceu a cobertura tríplex, mas Marisa desistiu do negócio no fim do ano passado. Segundo os promotores, a desistência ocorreu apenas porque o caso veio a público, mas o apartamento, em fase de acabamento, já estava em posse do casal. As provas disso, afirmam, é que foi feita uma reforma de quase R$ 1 milhão no imóvel. Além disso, os promotores listaram 20 testemunhas que afirmaram que a família visitou várias vezes o prédio durante a construção e a reforma, entre funcionários do condomínio e da OAS, e vizinhos.


“Lula era a mascote do empreendimento. Os vendedores diziam que quem comprasse um apartamento ali poderia ter mais segurança graças à presença do ex-presidente. Até mesmo poderiam jogar bola com ele”, afirmou Conserino. Uma prova documental de falsidade ideológica, segundo ele, é a declaração de Imposto de Renda (IR) do ex-presidente, colocada na página do Instituto Lula, em que ele declara possuir uma outra unidade no empreendimento, a 141, de outro bloco, que pertencia a outra pessoa.

Criadores da 'dança do impeachment' rebatem críticas: 'Música une pessoas no combate a comunismo e corrupção' Rafael Barifouse Da BBC Brasil em São Paulo

Image copyrightConsciencia Patriotica
Image captionVídeos com a música e coreografias criados pelo grupo Consciência Patriótica viralizaram
Um espectador mais desatento pode pensar que se trata de um vídeo de Carnaval. No clipe, pessoas cantam e dançam em sincronia uma coreografia como as que são vistas em blocos país afora. Mas, na verdade, trata-se de uma manifestação contra o governo federal organizada pelo grupo Consciência Patriótica, de Fortaleza, no Ceará.
Este não é o maior nem mais ruidoso dentre os movimentos políticos criados nos últimos anos no país. Ainda assim, após viralizarem clipes com a música "Seja Patriota", de sua autoria, o grupo ficou conhecido como o criador da "dança do impeachment".
Há três dias, um novo vídeo do Consciência Patriótica voltou a ser muito compartilhado nas redes sociais. Desta vez, com um passo a passo para replicar a coreografia em protestos marcados para este domingo.
E, assim como os anteriores, dividiu opiniões, com algumas pessoas elogiando a iniciativa e, em maior número, criticando, por dar um clima de festa ao que muitos consideram ser um momento que requer seriedade.
"Não damos ouvidos às críticas. Música é uma forma válida de unir as pessoas em torno do combate ao comunismo e ao socialismo, à corrupção e ao governo federal", diz o publicitário Diego Rebouças, de 31 anos, porta-voz do Consciência Patriótica.

'Coação'

Ele conta que música e a coreografia surgiram naturalmente entre os integrantes mais jovens do grupo, durante as panfletagens realizadas nas ruas da capital cearense para convocar a população aos protestos de 16 de agosto do ano passado.
"Seja patriota/Vem lutar por sua nação/Patriota verdadeiro/Vem pra manifestação", diz a letra da canção. "Veste verde e amarelo/Com determinação/Pra livrar nosso país/Dessa corrupção/Grita forte brasileiro/Ê, ê/ Fora Dilma/Fora PT".
Rebouças explica que a ideia é mostrar a quem deseja sair às ruas que ali é um ambiente pacífico para se manifestar.
"Desde o ano passado, sofremos com a coação de líderes políticos a favor do governo que convocam seus apoiadores para irem às ruas se entrincheirar e fazer um combate corpo a corpo para que as pessoas tenham medo e não compareçam ao protesto", afirma ele.
A estreia oficial da música e da dança se deu naquele 16 de agosto. O vídeo com a performance foi visualizado centenas de milhares de vezes.
Computação gráfica e dançarinos
ReproduçãoImage copyrightReproducao
Image captionGrupo publicou um passo a passo da dança para que possa ser replicada neste domingo
Rebouças conta que, a partir de então, recebeu no perfil do Consciência Patriótica no Facebook mensagens de outros grupos semelhantes. "Começaram a dizer que iam fazer a dança também e que queriam um vídeo com a coreografia completa para ensaiar” diz.
"Foram tantos pedidos que resolvemos fazer um tutorial, porque, por mais óbvia que ela pareça, tem gente que não consegue aprender só vendo o clipe."
No clipe, feito com computação gráfica, dois dançarinos em verde e amarelo ensinam cada um dos seis passos básicos da dança.
O vídeo já foi assistido mais de 173 mil vezes em três dias e compartilhado mais de 7,7 mil vezes. Muitos comentários deixados na rede social criticam a "dança do impeachment".
"Por favor, não façam a cidade de Fortaleza passar vergonha", diz o comentário mais popular deixado na postagem, que recebeu 430 curtidas até esta sexta-feira. "Tô indignada com essa coreografia."
"Sou patriota até demais, mas essa dança é ridícula", diz outro usuário em um comentário curtido mais de 130 vezes. "O negócio é sério, e dancinha não combina."

'Argumento clichê'

Mas há também quem elogie o grupo. "Iniciativa maravilhosa desses jovens, que me emociona e me enche de orgulho de ser brasileira", diz uma usuária da rede social em comentário com 51 curtidas. "Somos um povo que gosta de dançar e cantar e por que não protestarmos também dessa maneira?".
Rebouças explica que o vídeo foi feito com a ajuda de apoiadores do grupo. "Um ofereceu o estúdio; outro, a ilha de edição e o computador com os programas necessários. Cada um disponibiliza seu capital como pode."
E defende este jeito de protestar, que ele considera diferente do que chama de "formato de manifestação criado pela esquerda". "Quando nós do outro lado passamos a protestar, fizemos isso dando outra cara ao protesto. Mas não deixamos de ter palavras de ordem e discursos para transmitir informações por causa disso", afirma.
"Dizem que dançar não é politizar, mas esse argumento é tão clichê que nem nos damos ao trabalho de responder. Pela repercussão que teve, parece que só fazemos isso, mas trabalhamos com muitas outras ações. A dança é só um detalhe."
ReproduçãoImage copyrightReproducao
Image captionOrganizadores do grupo afirmam combater o socialismo e a corrupção

'Pensamento marxista'

O grupo foi criado oficialmente no início do ano passado, mas começou ainda no período pré-eleitoral de 2014, quando pessoas com interesses e opiniões semelhantes passaram a trocar informações por meio da internet.
"Comecei ainda na época da faculdade a ver a unilateralidade do pensamento marxista. Isso passou a me incomodar e me juntei a pessoas que pensavam de forma parecida, começamos a compartilhar materiais sobre liberalismo e conservadorismo", afirma Rebouças.
"Depois, passamos a nos reunir para panfletar e informar. Foi algo virtual que transbordou para o mundo real", afirma Rebouças.
Hoje, o Consciência Patriótica tem 52,3 mil seguidores no Facebook. "Não somos contra o governo como instituição. Somos contra a corrupção e o socialismo e comunismo que vêm se instaurando na América Latina”, prossegue.
"Não somos partidários. Criticamos o PT porque sabemos que sua proposta é socialista, mas também batemos da mesma forma em outros partidos com esse viés."
Rebouças conta que seu grupo, junto com outros semelhantes, decidiram se unir para formar a Frente Cearense pelo Impeachment e, assim fazer uma ação coordenada neste domingo.
O lançamento da iniciativa se deu na última quarta-feira, data escolhida por conta da presença do cantor Lobão, um ferrenho crítico do atual governo, em Fortaleza para o lançamento de seu livro.
"Ele nos deu uma palavra de motivação, porque ele está super na causa, né?"

Confira os horários e locais dos protestos neste domingo (13)

O protesto organizado pelo Movimento Vem Pra Rua
BRASIL MANIFESTAÇÃOHÁ 2 HORASPOR NOTÍCIAS AO MINUTO
O “Movimento Brasil Livre”, uma organização virtual, é o principal grupo convocador dos protestos desse domingo (13), por várias cidades do Brasil. A página do movimento dá os nomes de seus colunistas e coordenadores nos Estados. Segundo o The Economist, o grupo foi “fundado no último ano para promover as respostas do livre mercado para os problemas do país”.
O MBL, que surgiu em apoio à campanha de Aécio Neves, não esconde o que pretende com a manifestação: “O principal objetivo do movimento, no momento, é derrubar o PT, a maior nêmesis da liberdade e da democracia que assombra o nosso país” disseram Kim Kataguiri e Renan Santos em um artigo do jornal Folha de S.Paulo.
Confira abaixo os horários e locais das manifestações no Brasil e em algumas capitais do mundo:
 AMAZONAS
Manaus – 16h – Ponta Negra
BAHIA
Salvador – 10h – Farol da Barra
CEARÁ
Fortaleza - 15h – Aterro da Praia Iracema
DISTRITO FEDERAL
Brasília – 10h – Museu Nacional da República
MINAS GERAIS
Belo Horizonte - 10h – Praça da Liberdade
MATO GROSSO
Cuiabá – 16h – Praça Alencastro
PARÁ
Belém – 8h – Escadinha Estação das Docas
PERNAMBUCO
Recife ─ 10h ─ Em frente à padaria de Boa Viagem
PARANÁ
Curitiba – 14h – Praça Santos Andrade
RIO DE JANEIRO
Rio de Janeiro - 10h – Praia de Copacabana em frente à R. Sousa Lima, Posto 5
RIO GRANDE DO SUL
Porto Alegre - 15h – Parcão
SANTA CATARINA
Florianópolis – 16h – TICEN (Terminal de Integração do Centro)
SÃO PAULO
São Paulo – 15h30 – Av. Paulista x R. Pamplona

EXTERIOR (HORÁRIO LOCAL)
ALEMANHA
Frankfurt - 15h – Römerberg
ARGENTINA
Buenos Aires ─ 16h ─ Obelisco
CANADÁ
Toronto - 15h – Queen’s Park
Vancouver ─ 13h ─ Canada Place
ESPANHA
Coaña, Asturias ─ 16h ─ Jarrios, em frente ao hospital
ESTADOS UNIDOS
Los Angeles ─ 10h ─ Chinese Theatre(6801 Hollywood Boulevard)
Nova York – 11h – 5th Avenue x 46 Street
Orlando ─ 11h/14h ─ Estacionamento do Banco do Brasil na Internacional Drive.
Washington, D.C. ─ 11h ─ Consulado-Geral do Brasil
FRANÇA
Paris ─ 13h ─ Embaixada brasileira (Métro Alma Manceau)
HUNGRIA
Budapeste ─ 15h ─ Budapeste Hösök Tere
INGLATERRA
Londres - 15h – Big Ben / 14h – Embaixada Brasileira
IRLANDA 
Dublin ─ 15h ─ The Spire
PARAGUAI
Assunción ─ 10h ─ Em frente à embaixada brasileira
PERU
Lima ─ 10h ─ Embaixada do Brasil (Avenida José Pardo, 850)
PORTUGAL
Lisboa – 15h – Praça Luís de Camões
SUÉCIA
Estocolmo ─ 10h ─ Vão da estação central (T-Centrallen)

Delcídio, novo ‘homem-bomba’ da Lava Jato capaz de afetar até oposição?

Suposto acordo de delação premiada do parlamentar cita Dilma, Aécio, Lula e Temer


São PauloO senador Delcídio do Amaral
Nas últimas semanas o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) está assumindo o papel de novo homem-bomba da Operação Lava Jato. Após amargar quase três meses de prisão preventiva por suspeita de tentar obstruir as investigações do escândalo de corrupção na Petrobras, o parlamentar aos poucos se torna protagonista no caso. Informações vazadas sobre um eventual acordo de delação firmado pelo petista com a Justiça publicados na revista IstoÉimplicaram os principais nomes do Governo – incluindo a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Agora, novos informações publicadas na imprensa podem dividir o foco da operação, até agora majoritariamente sobre o PT e parte do PMDB. Informações ainda não confirmadas oficialmente dão conta de que o senador também citou o envolvimento do colega de parlamento Aécio Neves (PSDB-MG), do vice-presidente Michel Temer (PMDB) e do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) em irregularidades. 
O suposto elo tucano nas delações de Delcídio veio à tona na Folha de S.Paulo na quarta-feira. Aécio teria negociado com o petista durante a CPI dos Correios, em 2006. A comissão foi um embrião das investigações que culminaram com o caso mensalão. À época, o PSDB de Minas Gerais – então governado pelo tucano - entrou na mira dos parlamentares por supostamente ter usado esquema irregular de financiamento campanhas. Em nota, a assessoria do senador afirmou que “Aécio Neves nunca tratou de assuntos relacionados à CPI dos Correios com o senador Delcídio do Amaral”. O presidente do PSDB já foi citado por outros delatores da Lava Jato, mas os processos contra ele foram arquivados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Nesta sexta-feira foi a vez de Michel Temer entrar na dança da suposta delação de Delcídio. A coluna Painel, também da Folha de S. Paulo, afirmou que o senador teria dito que o peemedebista foi “o grande patrocinador” da indicação de Jorge Zelada para assumir a diretoria da área internacional da Petrobras. Apontado como o elo do PMDB no esquema de corrupção da estatal, o ex-diretor foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a 12 anos de prisão. A assessoria da vice-presidência da República afirmou que Zelada foi indicado pela bancada mineira do partido. Não foram divulgados detalhes sobre a suposta citação a Renan – em que contexto o nome do presidente do Senado foi mencionado e se ele teria cometido alguma irregularidade. O peemedebista é alvo de diversos inquéritos que investigam sua suposta participação nos desvios da Petrobras.

Dilma e cúpula petista na delação

De acordo com a reportagem da IstoÉ, o acordo de delação firmado pelo senador teria 400 páginas e foi fechado no dia 19 de fevereiro. Nele, Delcídio diria que a presidenta e o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo tentaram interferir na Lava Jato em pelo menos três ocasiões. No mesmo dia,  Cardozo reagiu desqualificando o senador, que "não tem credibilidade" e "não prima por dizer a verdade". Um dia depois, a presidenta Dilma fez questão de rebater em pronunciamento, ponto a ponto, as acusações feitas na revista IstoÉ.  A mandatária criticou o que considera "vazamentos seletivos" da operação. “Se há delação premiada homologada e devidamente autorizada, é justo e legítimo que seu teor seja do conhecimento da sociedade”, disse. A presidenta afirmou ainda que é "absolutamente subjetiva e insidiosa a fala do senador, se [é que] ela foi feita".
Delcídio também teria dito que “Dilma Rousseff, como então presidente do Conselho de Administração da Petrobras, tinha pleno conhecimento de todo o processo de aquisição da Refinaria de Pasadena e de tudo o que esse encerrava", segundo informa a revista. Dilma nega categoricamente a afirmação. 
Sobre Lula, Delcídio disse: “Lula pediu expressamente a Delcídio do Amaral para ajudar o (empresário José Carlos) Bumlai porque supostamente ele estaria implicado nas delações de Fernando Soares e Nestor Cerveró. No caso, Delcídio intermediaria o pagamento de valores à família de Cerveró com recursos fornecidos por Bumlai", diz o texto reproduzido pela revista. Entre os supostamente citados, Lula foi o único que não se manifestou.




O desafio das provas e novas delações

Para que a delação do senador seja homologada pela Justiça, é preciso que ele convença ao procurador-geral, Rodrigo Janot, de que ele tem elementos, ou sabe como consegui-los, capazes de embasar suas declarações - gravações, comprovantes bancários, por exemplo. Então, o ministro do STF responsável pelo inquérito tem de aceitá-la (no caso, Teori Zavascki). Tendo em vista a natureza de alguns dos delitos citados nos seus depoimentos, isso pode ser bastante complicado. A maioria das acusações se baseia em conversas que Delcídio teve com outros interlocutores, e em última instância seria a palavra dele contra a dos implicados - a não ser que ele tenha a gravação dos diálogos.
A delação de Delcídio do Amaral é tão esperada quanto a de executivos de duas grandes construtoras, a Odebrecht e a Andrade Gutierrez, ainda sem acordo com a Justiça. O conjunto delas, somada à de Leo Pinheiro, presidente da OAS, poderia levar a Lava Jato para um novo patamar de estrago no sistema político.