quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Por que é raro que um parlamentar seja preso? Mariana Schreiber Da BBC Brasil em Brasília

(Foto: Ag. Senado)Image copyrightGeraldo Magela Ag. Senado
Image captionLegislação limita possibilidade de prisão de congressistas como o senador Delcídio Amaral
Dezenas de pessoas já foram presas pela Operação Lava Jato, mas nesta quarta-feira aconteceu algo inédito: um senador no exercício de seu mandato, o líder do governo na Casa, Delcídio Amaral (PT-MS), foi detido preventivamente sob a acusação de tentar atrapalhar as investigações contra ele.
Mas, com tantas suspeitas e acusações que recaem sobre congressistas – algumas dezenas deles estão sendo investigados na Lava Jato – por que a prisão de um parlamentar é algo tão raro?
Isso ocorre porque há uma série de normas previstas na Constituição Federal que dão proteção extra aos congressistas teoricamente com o objetivo de preservar sua autonomia durante o exercício do mandato para o qual foram eleitos democraticamente. A legitimidade dessas regras, porém, não é consenso entre juristas.
O artigo 53 da Constituição, por exemplo, prevê que um parlamentar só pode ser preso se for pego em flagrante cometendo crime inafiançável – ou seja, para o qual não está prevista a possibilidade de pagamento de fiança para obter a liberdade.
Além disso, esse artigo estabelece também que a decisão da prisão deverá ser submetida rapidamente ao plenário da respectiva Casa do parlamentar preso, ou seja, o Senado ou a Câmara dos Deputados.

Foro privilegiado

Outra norma constitucional que tem o objetivo de preservar parlamentares é o foro privilegiado. Segundo essa regra, o congressista só pode ser investigado e preso após autorização do Supremo Tribunal Federal.
Isso impede, por exemplo, que o juiz federal Sergio Moro, responsável pelas prisões da Lava Jato na primeira instância, decida sobre os parlamentares citados no caso.
Image copyrightAgencia Brasil
Image captionPelo foro privilegiado, o congressista só pode ser investigado e preso após autorização do STF
Ele já condenou dois ex-deputados, André Vargas (ex-PT) e Luiz Argolo (ex-SDD), mas isso só ocorreu porque eles haviam perdido seus mandatos.
“Não é uma proteção, um privilégio, digamos, ao congressista”, entende o advogado e jurista Ives Gandra. “É a garantia de que as instituições não vão correr risco na medida em que pessoas com muita experiência, no topo da magistratura, é que vão examinar a pertinência ou não de uma prisão. Essa é a razão pela qual a Constituição prevê que os parlamentares só podem ser presos nessas circunstâncias (específicas)”, acrescenta.
Segundo o criminalista Alberto Zacharias Toron, garantias como essas estão presentes nos parlamentos de todos os países para evitar prisões arbitrárias de congressistas.
“Muita gente questiona a validade dessas regras num país em que os tribunais funcionam com independência. Mas, apesar de haver esse questionamento, até hoje prevalece o entendimento de que os congressistas devem ter essa proteção para poder atuar com independência e não serem alvos fáceis de regimes autoritários que possam colocar a polícia no encalço do parlamentar”, destacou.

Casta

A procuradora regional da República e professora da FGV-Rio Silvana Batini tem visão diferente. Na sua opinião, o foro privilegiado compromete a eficiência do combate à corrupção no país.
“Nós temos um sistema de foro privilegiado muito, muito amplo, maior que qualquer outro país no mundo. Precisamos repensar a questão do foro privilegiado, sim. Eu acho que ele cria uma casta. É uma situação que não se justifica na evolução democrática que nós temos hoje no Brasil”, afirma.
Ela observa que, quando a Constituição foi escrita, em 1988, o país havia acabado de sair de um regime autoritário, a Ditadura Militar (1964-1985) e, por isso, havia uma preocupação grande em proteger a liberdade do parlamentar.
“Foram regras criadas numa reação ao período antidemocrático, para blindar o parlamentar contra as investidas de um poder autoritário”, lembra.
“Hoje o jogo democrático é completamente diferente. O risco de um parlamentar criminoso continuar praticando crimes no Brasil de hoje é maior que o risco autoritário de um Poder querer cooptar o outro como numa ditadura. Aquela regra foi concebida dentro de uma visão de homens republicanos honestos, mas a realidade é outra”, argumenta.

Crime continuado

Para solicitar a prisão de Delcídio ao STF, a Procuradoria-Geral da República argumentou que havia uma ação criminosa continuada do senador no sentido de obstruir as investigações da Lava Jato.
A principal prova apresentada foi a gravação de um diálogo entre Delcídio e Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras preso pela Lava Jato.
Na conversa, gravada pelo próprio Bernardo, o senador tentava convencer o ex-diretor da estatal a não fechar acordo de delação premiada – mecanismo pelo qual o acusado concorda em ajudar os investigadores em troca de penas mais brandas.
Image copyrightLuis Macedo . Camara dos Deputados
Image captionAgentes da Polícia Federal fazem busca e apreensão no gabinete de Delcídio
Para tentar convencê-lo disso, Delcídio ofereceu apoio para uma fuga de avião, pelo Paraguai, rumo a Madri, na Espanha. Além disso, oferecia uma "mesada" de R$ 50 mil e disse que influenciaria ministros do STF para que colocassem Cerveró em liberdade.
O ministro Teori Zavascki aceitou o argumento da Procuradoria e decretou na noite da terça a prisão de Delcídio e outras três pessoas, entre elas o banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual. A decisão de Zavascki foi referendada por unanimidade na manhã de quarta pela segunda turma do STF, que inclui também os ministros Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Dias Toffoli.
Para a professora da FGV Silvana Batini, o Supremo fez uma leitura atualizada da Constituição Federal, o que permitiu decretar a prisão do senador nesse caso.
“A regra constitucional literalmente prevê que (o parlamentar) só pode ser preso em flagrante por crime inafiançável. Mas essa regra foi concebida num momento que a imunidade parlamentar era muito mais ampla, quando o parlamentar só podia ser processado após autorização da Câmara ou Senado”, observa.
No entanto, destaca Batini, desde 2001, após uma emenda à Constituição ser aprovada no Congresso, parlamentares podem ser processados pelo STF independentemente de autorização da Casa legislativa.
“Então, a tese do procurador-geral da República, que foi acolhida pelo Supremo, é que aquele dispositivo que restringia a prisão do parlamentar à prisão em flagrante tinha que ter uma interpretação condizente com o atual sistema”, diz a professora.
Já o criminalista Alberto Toron não concorda que os atos praticados por Delcídio possam ser caracterizados como flagrante.
“No meu modo de ver, não existe flagrante algum. O fato de ele lá atrás, em conversa, ter dito isso ou aquilo poderia dar ensejo a uma prisão preventiva se fosse um cidadão comum, mas não é uma hipótese de flagrante. Isso ocorreu no passado, não existe no presente”, diz.

Palavra final do Senado

Caberá aos senadores votarem e decidirem em breve se a prisão de Delcídio deve ser mantida ou não. Caso os senadores decidam soltá-lo, não há nada que o STF possa fazer imediatamente, dizem os analistas ouvidos pela BBC Brasil. No entanto, isso não impede que o senador responda a um processo em liberdade e, caso condenado, volte à prisão, nesse caso sem a possibilidade de ser solto por seus pares.
A gravação que revelou a conversa de Delcídio com o filho de Cerveró, porém, dificulta uma decisão favorável ao senador, acreditam os juristas.
“Teoricamente o Senado poderia (soltar Delcídio), a impressão que tenho é que não o fará. Se fizer, cria uma crise entre Poderes, porque, para o Supremo declarar isso, as provas devem ser inequívocas”, diz Gandra.
“É possível que o Senado derrube a decisão", opina Batini. "Mas quem ler o pedido do procurador-geral e a decisão do STF dificilmente vai poder se afastar da necessidade daquela prisão. Por muito menos se prende cautelarmente no Brasil”.
Segundo a professora, "a gente não pode esquecer que há outros senadores envolvidos também na Operação Lava Jato e que isso pode significar um peso para eles também. É uma situação muito delicada”.
Ainda assim, para a professora da FGV, a “força dos fatos” torna “absolutamente constrangedor” ao Senado liberar o petista.
“Acho que a opinião pública também está muito atenta a isso”, destaca.

Suíça diz que sistema financeiro do país foi seriamente afetado por escândalo da Petrobras Marina Wentzel Da Basileia para a BBC Brasil

(Thinkstock)Image copyrightThinkstock
Image captionDesdobramentos da operação Lava Jato gerou investigações e denúncias de lavagem de dinheiro contra bancos do país
As investigações do Ministério Público suíço sobre contas suspeitas de movimentarem dinheiro obtido no esquema de corrupção na Petrobras ainda não foram encerradas, mas o órgão já afirma que o centro financeiro do país foi seriamente afetado pelo escândalo.
As apurações da operação Lava Jato no Brasil sobre a corrupção na estatal chegaram a contas suspeitas no exterior, grande parte delas na Suíça.
Mas qual é a dimensão do impacto do escândalo brasileiro sobre o sistema financeiro suíço?
Procurado pela BBC Brasil, o Ministério Público em Berna diz que o escândalo gerou denúncias de lavagem de dinheiro em níveis "muito acima da média" e que isso desencadeou extensas investigações - que ainda estão em andamento.
"Os resultados iniciais das investigações indicaram que o sistema financeiro da Suíça foi seriamente afetado pelo escândalo, uma vez que diversas pessoas e companhias que já foram indiciadas e condenadas no Brasil conduziam transações suspeitas envolvendo contas na Suíça", afirmou a porta-voz Walburga Bur.
Nesta semana, a agência reguladora do mercado financeiro suíço, FINMA, anunciou ter aberto investigações contra três bancos que não observaram as práticas de combate à lavagem de dinheiro em contas relacionadas ao escândalo da Petrobras.
As investigações são resultado de um amplo levantamento que vinha sendo feito com diversas instituições financeiras ligadas aos correntistas monitorados pelo MP suíço.

(Reuters)Image copyrightReuters
Image captionTrês bancos suíços são suspeitos de terem abrigado contas milionárias irrigadas com dinheiro da Lava Jato
Não foram divulgados os nomes das três instituições financeiras que estão sob investigação desde setembro.
"Em alguns bancos os esclarecimentos preliminares ainda não foram concluídos", ressaltou à BBC Brasil Tobias Lux, representante da FINMA.
De acordo com Lux, a diligência busca estabelecer até que ponto esses bancos estão envolvidas no caso e como resguardaram ─ ou não ─ as resoluções de vigilância financeira.
Se ficar comprovado que os bancos agiram incorretamente, eles poderão sofrer sanções que incluem reestruturações compulsórias, confisco de valores, revogação da licença de operação e, em última instância, a liquidação.
A notícia da investigação foi dada com destaque pela imprensa local. Um dos principais jornais do país, a Neue Zürcher Zeitung, disse que as investigações do escândalo brasileiro colocam a Suíça sob "forte pressão" e representam "um alto risco à reputação" do país, ecoando preocupações do MP.

Extensão das irregularidades

Em março foi divulgado que pelo menos 30 bancos suíços tinham contas investigadas pela Lava Jato. Essas contas, que totalizavam US$ 400 milhões (R$ 1,5 bilhão), foram congeladas.
O MP se negou a divulgar dados atualizados, mas confirmou que o número de contas e bancos investigados aumentou.
A título de referência, em 2014, o MROS (Money Laundry Report Office Switzerland), departamento que recebe denúncias de lavagem de dinheiro, contabilizou cerca de US$ 3 bilhões (R$ 11,3 bilhões) em ativos ilegais reportados.

(Reuters)Image copyrightReuters
Image captionValor depositado em contas na Suíça supera R$ 1,5 bilhão
A BBC sondou o MROS sobre a existência de dados específicos sobre Brasil, mas o órgão disse não organizar estatísticas por países. Consta, entretanto, que 60 denúncias enviadas ao MP ligadas à Petrobras desencadearam a onda de investigação atual.

Problema sistêmico

Para Maximilian Heywood, da ONG anticorrupção Transparência Internacional, o impacto do escândalo brasileiro na Suíça "é mais um exemplo das múltiplas falhas de prevenção à lavagem de dinheiro no setor financeiro".
"Assim como no caso da FIFA, o que nós vemos aqui é evidência de múltiplas transações, espalhadas em diversos bancos por um longo período de tempo", diz. "Sim, há sem sombra de dúvida vulnerabilidades sistêmicas",afirmou.
A representante da Associação dos Bancos Suíços, Sindy Schmiegel, interpreta o impacto do escândalo brasileiro sob um outro viés. "Prefiro tomar isso como exemplo de que o sistema funciona", defende.
"Não se tratam de falhas endêmicas, mas sim de provas de que o sistema responde, pois os casos foram devidamente reportados e esperamos agora que a FINMA aja", reforçou.
Apesar de não estipular prazo para encerrar as investigações, a agência supervisora prometeu emitir um relatório quando concluir o trabalho.
O trabalho do Ministério Público, por sua vez, também não dá sinais de arrefecimento.
"Ao conduzir essas investigações, o Procurador Geral da Suíça está cumprindo seu dever de combater a corrupção internacional e proteger o centro financeiro suíço, que está exposto a altos riscos de reputação em incidentes desse tipo", disse a porta-voz Walburga Bur.

25/11/2015 17h19 - Atualizado em 25/11/2015 18h57 Bovespa recua após seis altas consecutivas; BTG cai quase 30% Ibovespa, principal índice da bolsa, recuou 2,94%, aos 46.866 pontos. Prisão do sócio do BTG Pactual fez ações do banco despencarem.

O principal índice da Bovespa recuou nesta quarta-feira (25), pressionado por desdobramentos de nova fase da operação Lava Jato da Polícia Federal, que incluíram as prisões do líder do governo no Senado, senador Delcídio Amaral (PT-MS), e do presidente do BTG Pactual, André Esteves.
O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa, recuou 2,94%, aos 46.866 pontos. Veja a cotação.
Na semana, o índice recuou 2,64%. No mês, o Ibovespa tem alta de 2,17%, enquanto no ano acumula queda de 6,28%.
As ações da Petrobras caíram mais de 7%. Os papéis preferenciais do Bradesco tiveram queda de 5,91%, enquanto as ações do Itaú Unibanco recuaram 5,42%. Já as ordinárias doBanco do Brasil caíram 6,34%.
Já os papéis do BTG Pactual, que não fazem parte do Ibovespa, despencaram 21,01%, depois de caírem quase 30% durante o pregão.
O senador Delcídio do Amaral e o banqueiro André Esteves foram presos na manhã desta quarta-feira por suspeita de obstruírem a operação Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de corrupção que envolve a Petrobras.
De acordo com especialistas, tais eventos afetam a confiança no mercado pois envolvem pessoas relevantes nas cenas política e financeira, assustando inclusive investidores estrangeiros, que vinham sustentando ganhos recentes do Ibovespa apesar dos fundamentos negativos para as ações.
Bovespa nos últimos dias
Veja a variação da pontuação de fechamento
46.84647.24747.43548.13848.15048.28446.866Pontuação16/1117/1118/1119/1123/1124/1125/1146.75047.00047.25047.50047.75048.00048.25048.500
Gráfico elaborado em 25/11/2015
Diante dos eventos, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), suspendeu sessão no Congresso Nacional, quando deveria ser votado o Orçamento de 2016 e a mudança da meta fiscal de 2015.
leilão de concessão de hidrelétricas existentes também foi o foco das atenções no dia, após o Senado aprovar na véspera Medida Provisória 688 de socorro ao setor.
No exterior, em meio a um relativo alívio nas tensões geopolíticas, uma bateria de dados econômicos nos Estados Unidos também esteve no radar do pregão local antes do feriado norte-americano do Dia de Ação de Graças na quinta-feira, entre eles dados de gastos com consumo e pedidos de auxílio-desemprego.
Na véspera, o principal índice da Bovespa fechou em alta pelo sexto pregão consecutivo, após ficar no vermelho na maior parte do dia, com as ações da Petrobras disparando diante da forte alta dos preços do petróleo.
O Ibovespa avançou 0,28%, aos 48.284 pontos. No mês, o indicador tem alta de 5,26%, enquanto no ano acumula queda de 3,44%.

Veja a repercussão da prisão do senador Delcídio do Amaral Senadores, deputados e ministros do STF se manifestaram sobre a prisão. Banqueiro e chefe de gabiente de Delcídio também foram presos.

Após a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado, na manhã desta quarta-feira (25), políticos e juristas se manifestaram sobre o caso. Segundo investigadores, o senador foi preso por estar atrapalhando apurações da Operação Lava Jato. Também foram presos pela PF nesta manhã o banqueiro André Esteves, do banco BTG Pactual e o chefe de gabiente de Delcídio, Diogo Ferreira.
Veja abaixo a repercussão:
Senadores:
Humberto Costa (PT-PE):
"É importante registrar também que não há, em nada que foi dito até agora, qualquer tipo de envolvimento ou participação do governo. Isso é importante dizer. "

José Agripino Maia (DEM-RN):
"As razões da prisão não chegaram ao Senado ainda. Só depois de conhecer as razões poderemos nos manifestar. [...] Conhecendo as razões, o Senado vai deliberar. O Senado vai agir com racionalidade, mas também com autonomia"
Lídice da Mata (PSB-BA):
"Ainda a estamos perplexos. Vamos esperar receber mais informações. [...] Neste momento, o Senado é que está no meio de uma crise. O Senado vai ter que refletir e deliberar."
Paulo Baer (PSDB-SC):
"Só me lembro de um fato. Quando houve o episódio da cassação do senador Demóstenes, o que se ouvia falar, e essa não é uma posição minha, mas uma posição da maioria dos senadores, era que se votava naquele momento para preservar a instituição. E eu não tenho dúvidas que a maioria dos senadores pensa neste momento na instituição. Agora se isso significa votar a favor ou contra [a manutenção da prisão], é uma questão que eu ainda não tenho como responder."
Paulo Paim (PT-RS):
"Todo mundo ficou surpreendido. Todo mundo ficou perplexo e não imaginava que isso ia acontecer. E, claro, constrangimento generalizado aqui na Casa."
Randolfe Rodrigues (Rede-AP):
"Eu defendo, de acordo com as informações que vão chegar aqui em relação aos autos, que nenhuma atitude do Senado seja para obstruir o trabalho da Justiça. Se o trabalho da Justiça for a manutenção da prisão, temos que respeitar a PGR e o STF."

Renan Calheiros, presidente do Senado (PMDB-AL):
Em nota, o senador disse que: "O Senado Federal aguarda a remessa das informações pelo STF, segundo o que estabelece a Constituição Federal em seu artigo 53. Posteriormente, o Senado Federal adotará as medidas que entender necessárias.O presidente do Senado vai reunir os líderes partidários e a Mesa Diretora."

Ronaldo Caiado (DEM-GO):
"Deprimente a informação de que ele estaria atrapalhando as investigações. Pelo menos as instituições aqui não se transformaram em instituições bolivarianas. Ou seja, todas as denuncias estão sendo investigadas."


Ministros do STF:
Marco Aurélio Mello:
"Agora, o detentor do cargo público terá de ter freios inibitórios mais intensos e não cometer ilegalidades porque as instituições estão funcionando. Isso nos dá esperança para gerações futuras, não para a nossa. Mas estamos no caminho da correção de rumos. A população precisa de um alento e este alento está no funcionamento das instituições."
Cármen Lúcia:
“Na história recente da nossa pátria, houve um momento em que a maioria de nós brasileiros acreditou num mote segundo o qual uma esperança tinha vencido o medo. Depois, nos deparamos com a ação penal 470 e descobrimos que o cinismo tinha vencido aquela esperança. Agora parece-se constatar que o escárnio venceu o cinismo"
Celso de Mello
“Quem transgride tais mandamentos [da democracia] não importando posição, não importando se patrícios ou plebeus, se expõem as leis penais e por tais atos devem ser punidos nos termos da lei. (...) Nem cinismo, nem oportunismo, nem desejo de preservar vantagem de caráter pessoal podem justificar práticas alegadamente criminosas (...) Ninguém, nem mesmo o líder do governo do Senado da República, está acima das leis que regem este país. Imunidade parlamentar não é manto para proteger senadores da pratica de crime."

Outros políticos:
José Guimarães (PT-CE), deputado líder do governo na Câmara:
"O governo não pode, em função desse episódio, paralisar o país. Há uma questão inusitada. Há um ineditismo. Mas as coisas tem que caminhar em seus leitos normais. Houve uma decisão do Supremo. Uma decisão inusitada. E cabe ao Senado dar uma solução para o problema”, disse Guimarães.
Rui Falcão, presidente nacional do PT:
"Nenhuma das tratativas atribuídas ao senador têm qualquer relação com sua atividade partidária, seja como parlamentar ou como simples filiado. Por isso mesmo, o PT não se julga obrigado a qualquer gesto de solidariedade", afirmou o petista, em nota.
Tarso Genro, ex-governador do Rio Grande do Sul:
"Trata-se de garantia do andamento de inquérito, livre de interferências que poderiam obstar a busca da verdade", publicou o petista na sua conta pessoal no microblog Twitter.