terça-feira, 3 de novembro de 2015

Como o esforço da Suíça para limpar imagem de paraíso fiscal ajuda a Lava Jato Daniela Fernandes De Paris para a BBC Brasil

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Image captionA Suíça está reformando suas práticas bancárias e passou a cooperar em investigações
Após vários escândalos de evasão ilegal de dinheiro e forte pressão internacional, a Suíça tenta mudar sua imagem de maior paraíso fiscal do planeta.
O país está reformando suas práticas bancárias e passou a cooperar de maneira mais espontânea em investigações sobre contas secretas de estrangeiros no país, como vem ocorrendo atualmente no caso da Lava Jato.
O maior passo nesse sentido foi dado recentemente pelo Conselho Nacional (a câmara baixa do Parlamento) do país, que aprovou, em setembro, a troca automática de informações tributárias com administrações fiscais internacionais a partir de janeiro 2018.
Na prática, isso porá fim ao famoso sigilo bancário suíço, praticado desde o século 19 e regulamentado por uma lei de 1934.
As instituições financeiras do país serão obrigadas a comunicar ao Fisco suíço os dados bancários de estrangeiros, que serão repassados às autoridades fiscais dos países dos titulares das contas.
Em maio, a Suíça já havia firmado com a União Europeia (da qual o país não faz parte) um acordo sobre a troca automática de informações fiscais de cidadãos europeus não residentes na Suíça.
Para analistas, o fim do sigilo bancário suíço é uma etapa importante para a "normalização" do país, criticado durante décadas por sua falta de transparência e sua recusa em cooperar com as administrações tributárias ou a Justiça de países estrangeiros em casos de investigações fiscais.
"A Suíça tem sofrido forte pressão internacional. A transparência fiscal está no foco da comunidade internacional nos últimos dois anos", disse à BBC Brasil Monica Bhatia, chefe do secretariado do Fórum Mundial para a Transparência e Troca de Informações Tributárias, integrado por 129 membros, entre eles a Suíça e o Brasil.
"Há cada vez menos lugares para esconder dinheiro no mundo. Estamos avançando fortemente nesta direção", assegura Bhatia.
O fórum foi criado em 2000, organizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). No total, 96 países já se comprometeram a realizar a troca automática de informações tributárias.
A Suíça sofreu pressão nos últimos anos sobretudo dos Estados Unidos. Em 2009, o banco suíço UBS aceitou - sob a ameaça de ter sua licença retirada nos Estados Unidos - entregar à Justiça americana o nome de algumas centenas de clientes acusados de fraude fiscal, apesar de não haver, na época, um acordo de cooperação administrativa com o país.

Cooperação com o Brasil

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Image captionA Suíça sofreu pressão sobretudo dos Estados Unidos
Contas não declaradas representam evasão fiscal, mas isso não significa que os recursos foram obtidos com atividades ilegais. Para evitar que o país receba recursos de práticas criminosas como tráfico de armas ou corrupção – o que afeta sua imagem - a Suíça tem reforçado sua colaboração com investigações internacionais.
O Ministério Público (MP) suíço informou em março ter bloqueado cerca de US$ 400 milhões ligados ao escândalo da Petrobras, dos quais US$ 120 milhões já foram devolvidos ao Brasil.
"O escândalo de corrupção no Brasil afeta a praça financeira suíça e seu sistema de defesa contra lavagem de dinheiro. Por isso, o Ministério Público da Confederação tem todo o interesse em participar da melhor forma possível por meio de suas próprias investigações para elucidar esse escândalo", afirma um comunicado do órgão suíço.
O MP da Suíça informou que as investigações permitiram descobrir mais de 300 contas suspeitas ligadas à operação Lavo Jato em cerca de 30 bancos do país
Em abril, a Suíça também devolveu ao Brasil US$ 19,4 milhões (cerca de R$ 77,4 milhões) ligados a uma organização criminosa que negociava decisões judiciais, desmantelada na operação Anaconda.
O dinheiro havia sido depositado na Suíça pelo ex-juiz federal João Carlos da Rocha Mattos.
Em 2009, entrou em vigor um acordo de cooperação judicial em assuntos penais entre o Brasil e a Suíça.
"A cooperação entre os dois países, que já é forte, será facilitada", havia afirmado, na época, o MP suíço.
Houve outros casos de colaboração com o Brasil. Alguns exemplos: em 2010, a Suíça bloqueou uma conta de US$ 13 milhões de Fernando Sarney, filho do ex-presidente José Sarney. Em 2013, o Ministério Público do RS obteve o bloqueio de contas na Suíça de um advogado acusado de arquitetar um esquema de fraudes no sistema do ICMS do Rio Grande do Sul.
Para mostrar seu empenho na luta por "limpeza", o país lançou, em setembro, um serviço online para permitir denúncias anônimas à polícia de supostos atos de corrupção.
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Image captionSegredo bancário é praticado na Suiça desde o século 19
"A nova plataforma tem o objetivo de apoiar de forma eficaz a luta contra a corrupção internacional, o que representa um dos principais objetivos do Ministério Público da Confederação", diz um comunicado.
No ano passado, o escritório suíço de luta contra lavagem de dinheiro (MROS, na sigla em inglês) recebeu 1,7 mil denúncias de atividades suspeitas (assinaladas pelos bancos do país), um recorde - que representa aumento de 25% na comparação com o ano anterior.
Apesar do fim do segredo bancário previsto para 2018, a Suíça permanece o primeiro centro offshore do planeta, com mais de US$ 2,1 trilhões de ativos privados depositados por clientes estrangeiros.
Sua participação de mercado no "private banking" internacional é de 25%, segundo a associação dos bancos estrangeiros na Suíça.

Caso HSBC

E em meio aos esforços de limpar a imagem de seus bancos, continuaram a aparecer escândalos de evasão fiscal e lavagem de dinheiro, como o ocorrido no início deste ano com a filial suíça do banco britânico HSBC, no caso batizado de "Swissleaks”.
Segundo dados vazados por um ex-funcionário da filial, o banco facilitou a abertura de contas sem se importar com a origem dos recursos e ainda ajudando clientes com dicas sobre como contornar tributos - um esquema de evasão fiscal que envolveu mais de 100 mil contas de clientes e de 20 mil empresas offshore que movimentaram mais de 180 bilhões de euros.
Nesta segunda-feira, começou na Suíça o julgamento de Hervé Falciani, ex-analista de informática do HSBC que furtou os documentos do banco e os repassou para o Fisco francês, no final de 2008.
Falciani foi indiciado por "espionagem econômica, furto de dados e violação do segredo bancário e comercial" e decidiu não comparecer ao seu julgamento no Tribunal Penal Federal suíço.
Cidadão francês, ele reside na França e não será extraditado.
Já o HSBC pagou cerca de US$ 40 milhões às autoridades suíças para encerrar as investigações por lavagem de dinheiro com fatores agravantes contra o banco.

Primeiro-ministro do Japão quer cooperação com EUA e Coreia do Sul sobre mar do sul da China

SEUL (Reuters) - O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse ao presidente da Coreia do Sul na segunda-feira que ele quer a cooperação entre os dois países e os Estados Unidos para manter aberto e pacífico o mar do sul da China, disse um porta-voz do governo japonês.
Abe foi no passado crítico da assertividade da Pequim no mar da China meridional, através do qual muito do comércio do Japão e da Coreia do Sul e do suprimento de energia passam.
"Ele disse que o Japão gostaria de colaborar com a Coreia do Sul e os Estados Unidos em várias ocasiões para preservar o mar aberto, livre e pacífico", disse o vice-chefe de gabinete Koichi Hagiuda a repórteres depois de Abe manteve conversações com o presidente Park Geun-hye da Coréia do Sul em Seul.
Hagiuda não entrou em detalhes, mas na sexta-feira, o ministro da Defesa japonês Gen Nakatani reiterou que Tóquio não tem planos de tomar parte nas "patrulhas de liberdade de navegação" lideradas pelos EUA no mar do sul da China.
(Por Kiyoshi Takenaka)

Itaú Unibanco tem lucro líquido de R$5,945 bi no 3º tri

SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú Unibanco, maior banco privado brasileiro, informou nesta terça-feira que teve lucro líquido de 5,945 bilhões de reais no terceiro trimestre.
Excluindo efeitos extraordinários, o lucro da instituição financeira no período somou 6,117 bilhões de reais. A previsão média de analistas consultados pela Reuters era de lucro recorrente de 5,761 bilhões de reais. [nL1N12R0B5]
(Por Aluisio Alves)

Novo estudo revela que leões estão em grave ameaça de extinção‏

Foto: Shutterstock
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Leões são animais venerados por todo o mundo, mas as perspectivas para eles na África estão cada vez mais sombrias. Tendo perdido 80 por cento de sua faixa de habitat histórica, a sua população selvagem encolheu em 42 por cento nas duas últimas décadas. E de acordo com um estudo recém publicado, as coisas estão se tornando ainda piores para esses animais icônicos. As informações são do Mother Nature Network.
As populações de leões nas regiões central e ocidental da África estão projetadas para declinar outros 50 por cento nas próximas duas décadas, conforme reportado por pesquisadores na Proceedings of the National Academy of Sciences, a menos que “um grande esforço de preservação” possa ser convocado a seu favor. Esses felinos também estão desaparecendo na África Oriental, que vinha sendo há muito tempo considerada um reduto para a espécie. De todas as populações de contavam com pelo menos 500 indivíduos, aproximadamente todas estão em declínio.
No entanto, ainda há esperança. O estudo, que é baseado em dados de tendência para as populações de 47 diferentes grupos da África, também revelou que os números de leões estão aumentando em quatro países do sul: Botsuana, Namíbia, África do Sul e Zimbábue. Tais ganhos não são suficientes para compensar os problemas nas demais partes da África, mas eles podem lançar luz sobre como os humanos podem ajudar outros leões a voltar da beira do abismo.
“Essas descobertas indicam claramente que o declínio dos leões pode ser interrompido e até mesmo revertido no sul da África”, diz Hans Bauer, autor do estudo e especialista em leões da Unidade de Preservação da Vida Selvagem da Universidade de Oxford (WildCRU), em um comunicado sobre o novo estudo. “Infelizmente, a conservação dos leões não está acontecendo em mais largas escalas, levando a um status de vulnerabilidade global. Na verdade, a queda em muitos países é por demais severa e tem enormes implicações”.
Estima-se que 75.000 leões selvagens ainda existiam em 1980, mas graças a ameaças de humanos – ou seja, perda de habitat, caça, envenenamento e matança de suas presas – eles diminuíram para cerca de 20.000. A África Ocidental e a Central viram os piores declínios, porém o novo estudo sugere que a Oriental possa também estar perdendo os seus leões.
O estudo prevê uma chance de 67 por cento dos leões das Áfricas Ocidental e Central perderem metade de sua população nos próximos vinte anos. E encontra uma tendência similar, embora menos acelerada, na África Oriental, calculando uma chance de 37 por cento dos leões da região também perderem metade de  sua população até 2035. Por outro lado, os autores do estudo afirmam que os leões do sul da África estão desafiando essa tendência, largamente graças a uma melhor proteção.
Foto: Shutterstock
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Embora muitos leões ainda vivam livremente na África Oriental, seus parentes do sul estão confinados a reservas menores e cercadas, que são financiadas e mais intensivamente gerenciadas. Essas reservas ajudam a manter leões isolados das pessoas, reduzindo não só a caça dos leões como também de suas presas, o que frequentemente força esses animais a caçar animais em fazendas, resultando em matanças retaliatórias por fazendeiros locais e representando mais um problema a colocar os leões em uma espiral descendente.
Segundo a reportagem, além de isolá-los, os governos também podem reverter  essa situação através do aumento de recursos para fiscalização e segurança contra caçadores. “Nós temos as soluções”, disse o co-autor do estudo e presidente da ONG Panthera Luke Hunter à Scientific American, “mas o desafio é trazê-las a uma escala massiva”.
Apesar de ser encorajador que os leões ainda estejam prosperando em alguns lugares, a velocidade na qual eles estão desaparecendo em outros ameaça transformar a espécie de um ícone da África para uma novidade regional. “Se os orçamentos de gerenciamento de terras selvagens não pode acompanhar os níveis crescentes de ameaças”, disse o autor, “a espécie pode depender cada vez mais das áreas do sul e não será mais uma espécie emblemática dos ecossistemas naturais outrora vastos no resto do continente”.
Essas podem ser más notícias não só para os leões, aponta Hunter, como também para ecossistemas inteiros. “O leão desempenha um papel fundamental como carnívoro no continente”, diz ele, “e a queda livre das populações dos leões africanos que estamos assistindo hoje poderá mudar inexoravelmente toda a paisagem dos ecossistemas africanos”.
“Se não lidarmos com esses declínios urgentemente e em uma escala massiva, as populações intensivamente gerenciadas do sul da África serão pobres substitutas para as que vagam livremente nas icônicas savanas da África Oriental”, acrescentou o co-autor Paul Funston, diretor do programa de leões da Panthera. “No nosso ponto de vista, esta não é uma opção”.

Inclusão social perde brilho com crise no Brasil e na América Latina Menor crescimento vai impactar capacidade dos Estados de seguir no combate à pobreza No Brasil, reversão na trajetória de alta da renda e desemprego ameaçam os mais pobres

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Bruno Lino, que trabalhava em loja que fechou em São Paulo. / FERNANDO CAVALCANTI
O presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, resumia a princípios deste mês de outubro de 2015 os avanços sociais da América Latinano último meio século: “A esperança de vida aumentou de 59 anos a 75 anos, a mortalidade infantil reduziu-se de 96 por 1.000 a 16 por 1.000, a pobreza extrema caiu pela metade e pela primeira vez na história, há mais latino-americanos na classe média do que na pobreza”.
No Brasil, a queda da renda é muito pior que a queda do PIB. O prognóstico é bem negativo para o futuro, principalmente nas zonas metropolitanas
Marcelo Neri, pesquisador e ex-ministro do Governo Dilma
A síntese de Kim não detalhava que esses avanços se interromperam quase por completo na década perdida dos anos oitenta. E que devem muito ao que Eduardo Gudynas, do Centro Latino-americano de Ecologia Social, chama da “conjugação inesperada”na década vencida (2004-2013): “Os altos preços de matérias-primas geraram maiores excedente e reforçou-se o papel do Estado no combate à pobreza”.
Gudynas sublinha que se privilegiaram as compensações em dinheiro, em referência a programas de transferência de renda como o brasileiro Bolsa Família. Houve também avanços na redistribuição dos rendimentos, embora a América Latina continua sendo, de longe, a área mais desigual do mundo. Guillermo Calvo, da Universidade Columbia, teme que os lucros sociais não consigam se manter: “O déficit fiscal leva a um ajuste. Pode ser que as transferências aos pobres se mantenham, mas vai se tirar do investimento, o continente crescerá menos e serão criados menos empregos”, prognostica. “Muitos dos que ingressaram nas classes médias vão cair de nariz.”

No caso do Brasil, a desaceleração da economia já cobra fatura na área social, segundo o economistaMarcelo Neri, ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos do Governo Dilma. "A desigualdade parou de cair no país e agora ela está andando de lado. O que me preocupa nessa era de desajustes de contas públicas é que a desigualdade não vai voltar a cair nos próximos anos e estagnamos em um nível alto", afirma Neri, chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV-RJ e ex-presidente do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas).No Brasil: queda da renda e desemprego

O especialista explica que nos últimos anos, a melhora na distribuição de renda brasileira não se deu apenas pela implementação de programas sociais, como o Bolsa Família. Segundo Neri, o fator que mais contribuiu para melhorar a vida dos 40% de brasileiros mais pobres foi o aumento da renda média do trabalhador. Durante a última década, a parcela mais pobre do Brasil viu seus ingressos crescerem 5,8% ao ano. "Ou seja, avançava muito mais que o PIB brasileiro, sendo que, desse valor, 3,9% vinham da renda do trabalho. Eles subiram na vida porque trabalharam, pois o mercado estava aquecido e algumas questões estruturais avançaram, como a educação. Claro que os programas sociais deram um empurrão, mas a maior parte veio do esforço do trabalhador", explica.
Pode ser que as transferências aos pobres se mantenham, mas serão criados menos empregos. Muitos dos que ingressaram nas classes médias vão cair
Guillermo Calvo, da Universidade Columbia
É justamente esta renda do trabalhador que tem caído fortemente neste ano de recessão e de certo panorama de estagflação, uma combinação de inflação edesemprego altos. "A queda da renda é muito pior que a queda do PIB em si. Na virada deste ano, a reversão foi muito rápida e o prognóstico é bem negativo para o futuro, principalmente nas zonas metropolitanas".
O economista avalia que ainda é cedo para concluir que os avanços conquistados estejam em risco em nível nacional, no entanto já vê alguma regressão “do que foi conquistado pelas classes mais baixas principalmente nas regiões metropolitanas e nas periferias". Um das pressões contra essas conquistas é a queda do emprego formal. Só neste ano foramfechados mais de 600.000 postos formais de trabalho nos dados contabilizados até setembro pelo Ministério do Trabalho. É o pior resultado desde 1992. Nos últimos 12 meses, as perdas chegam a 1,2 milhão de vagas.
Na opinião do cientista político Pedro Fassoni de Arruda, da PUC, a nova política de ajustes das contas públicas no país, que avalia necessária, inevitavelmente implicará em cortes na educação e saúde. "Mas os avanços estruturais dos últimos anos foram importantes e não devem voltar a estaca zero. Ainda estamos em um momento conjuntural", conclui.

Defesa e família já aguardam José Maria Marin nos Estados Unidos Se fechar o mesmo acordo que outros envolvidos no caso, ex-presidente da CBF nunca mais poderá falar com Marco Polo Del Nero

José Maria Marin convocação seleção brasileira (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)José Maria Marin convocação seleção brasileira (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)
A defesa e a família do ex-presidente da CBF, José Maria Marin, esperam que ele seja extraditado da Suíça para os Estados Unidos já nesta terça-feira. A pedido de autoridades americanas, Marin foi preso em Zurique no dia 27 de maio junto com outros dirigente da Fifa acusados de corrupção, e depois de cinco meses aceitou ser extraditado para os EUA. O prazo para sua chegada a Nova York - o caso corre na Corte Federal do Brooklyn - termina no final desta semana, mas tanto seus advogados quanto sua família trabalham com a informação de que Marin chegará aos EUA no máximo até quarta-feira.

Assim que desembarcar, Marin ficará um ou dois dias preso nos EUA e então passará por uma audiência, na qual vai se declarar inocente, mas vai aceitar o acordo proposto pelos promotores americanos: entregar o passaporte, pagar uma fiança milionária, não entrar em contato com os outros acusados e cumprir pena em prisão domiciliar. José Maria Marin tem, desde 1989, um apartamento na luxuosa Trump Tower, na 5a Avenida, em Nova York.

Outros dois envolvidos no mesmo escândalo fecharam acordos semelhantes. O empresário argentino Alejandro Burzaco -- que segundo as acusações era um dos corruptores -- pagou uma multa de US$ 20 milhões. O ex-presidente da Concacaf Jeffrey Webb fechou um acordo por US$ 10 milhões. Os valores negociados pela defesa de Marin são mantidos em sigilo tanto pela defesa quando pelas autoridades americanas.
Portaria Trump Tower apartamento José Maria Marin Nova York (Foto: GloboEsporte.com/Martin Fernandez)O ex-presidente da CBF cumprirá pena domiciliar em seu belo apartamento em NY (Foto: GloboEsporte.com/Martin Fernandez)


Para fechar esses acordos, Burzaco e Webb tiveram que recorrer a bens e dinheiro de seus familiares - algo que provavelmente vai acontecer também com José Maria Marin. Burzaco e Webb estão em prisão domiciliar e sob vigilância eletrônica - feita por uma empresa privada que é remunerada por eles. Os dois só podem deixar suas casas com autorização expressa do FBI, a polícia federal americana. Ambos concordaram em receber "visitas aleatórias" de agentes americanos. 

Outro ponto do acordo fechado pelos antecessores de Marin á proibição total de manter contato com outros indiciados ou suspeitos de participar do mesmo esquema de corrupção. Se essa parte do acordo também for aplicado ao ex-presidente da CBF, significa que José Maria Marin nunca mais poderá falar com Marco Polo Del Nero. O atual presidente da CBF é identificado pela investigação do caso como alguém que também recebia dinheiro de subornos. Ele nega.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Promoções de Dezembro - Previsão