terça-feira, 13 de outubro de 2015

'Igreja é homofóbica, cheia de medo e ódio', diz padre gay afastado pelo Vaticano Liana Aguiar De Barcelona para a BBC Brasil

Foto: Liana Aguiar
Image captionCharamsa: 'Quem viveu tanto tempo no armário precisa de uma palavra de aceitação, esperança, reconhecimento de sua dignidade'
Sacerdote católico há 17 anos, o polonês Krysztof Charamsa, de 43 anos, causou alvoroço dentro e fora do Vaticano após se declarar homossexual e apresentar seu companheiro, o catalão Eduard Planas, em Roma.
Para o anúncio, o padre escolheu uma data estratégica: dia 3, véspera do início do Sínodo de Bispos, reunião em que líderes da Igreja Católica discutem, até 24 de outubro, questões relacionadas à família.
Em entrevista à BBC Brasil, ele defendeu o anúncio naquele momento por acreditar que "um sínodo que quer falar da família não pode excluir nenhum modelo familiar. Homossexuais, lésbicas e transexuais têm direito ao amor e a construir famílias".
Charamsa também tornou público seu "Manifesto de liberação gay", no qual pede o fim da discriminação de pessoas homossexuais por parte da Igreja Católica.
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Image captionCharamsa se declarou homossexual e apresentou seu companheiro, o catalão Eduardo, na véspera do Sínodo de Bispos (Foto: Liana Aguiar)
Após o anúncio, o padre Charamsa foi afastado de seu trabalho como funcionário da Congregação para a Doutrina da Fé (o antigo Santo Ofício, cuja função é promover e tutelar a doutrina da fé e da moral em todo o mundo católico), em que também era secretário-adjunto da Comissão Internacional Teológica. Além disso, foi demitido das duas universidades católicas em que dava aulas, em Roma.
Apesar das consequências imediatas, afirma que sente aliviado. "Sou um padre gay e estou feliz em poder dizer isso abertamente", declara nesta entrevista, concedida em um hotel em Badalona, perto de Barcelona, na Espanha.
BBC Brasil – Após anunciar sua homossexualidade, o senhor tem recebido demonstrações de apoio e críticas. Como vê a repercussão da sua declaração?
Krysztof Charamsa – Por parte do Vaticano, a consequência foi automática. Perdi meu trabalho na Congregação e nas universidades pontifícias. Por outro lado, tenho recebido palavras de conforto, apoio, gratidão e relatos de pessoas que se sentem identificadas e liberadas com meu gesto. Admito que foi um gesto dramático, quase de desespero diante de uma igreja que considero homofóbica, cheia de medo e ódio. Eu vivi o pesadelo da homofobia da minha igreja.
BBC Brasil – Por que o senhor diz que a igreja é homofóbica?
Charamsa – Porque ainda não é capaz de encarar a realidade, não deu o passo dado pela medicina e leis de alguns Estados. Não há nada o que curar na homossexualidade, não é delito ser homossexual. Não se pode viver toda a vida no armário, numa quase esquizofrenia de não aceitação de si mesmo. Você não pode imaginar o sentimento de culpa de um gay crente! A mentalidade cristã fundiu em nós que ser homossexual é pecaminoso e diabólico.
BBC Brasil – Qual é o desafio da Igreja Católica para atrair esse coletivo?
Charamsa – A igreja não faz nada para atrair essas pessoas! Eu trabalhava na Congregação para a Doutrina da Fé, que preparou, de 1975 até hoje, quatro documentos sobre a homossexualidade. Todos se referem aos homossexuais em termos negativos, não à luz da ciência moderna. Os documentos dizem que todo desejo ou ato homossexual não é humano. Como se pode falar assim de uma grande comunidade que sempre existiu em cada época da história?
BBC Brasil – Quando o senhor decidiu que era o momento de dizer ao mundo que é gay?
Charamsa – Sair do armário é um processo difícil e longo, mas hoje vejo o quanto foi necessário e salvífico para mim, me fez feliz, me fez forte. Ao tomar essa decisão, pensei também nas pessoas que por anos vivem em um armário de medo e de ódio.
BBC Brasil – Por que resolveu fazer esse anúncio justo às vésperas do início do Sínodo de Bispos?
Foto: Liana AguiarImage copyright
Image captionCharamsa ainda acredita que a Igreja Católica aceitará o sacerdócio sem o celibato (Foto: Liana Aguiar)
Charamsa – Eu queria chamar a atenção da minha igreja que um sínodo que quer falar da família não pode excluir nenhum modelo familiar. Homossexuais, lésbicas e transexuais têm direito ao amor e a construir famílias. Mas até agora o assunto foi marginalizado e estigmatizado.
BBC Brasil – O sr. acredita que a Igreja Católica admitirá o sacerdócio sem celibato?
Charamsa – Isso certamente acontecerá. Diferente da igreja latina, na oriental um padre pode escolher ser celibatário ou casado. Celibato não é uma verdade de fé, é uma disciplina, uma imposição. Vamos em direção a um celibato opcional, muito mais saudável.
BBC Brasil – No Brasil, o Congresso discute o Estatuto da Família, que delimita o conceito de família para homem, mulher e filhos. Até que ponto a igreja influencia discussões desse tipo?
Charamsa – A igreja é uma autoridade mundial e em países latino-americanos sua influência é muito forte, mas pode ser fonte de profundo sofrimento. A igreja tem a ideia falsa de que homossexuais não podem formar família. Acredita que só buscam sexo. Isso é horrível. Não somos maníacos que buscam prazer sexual, somos humanos que buscam amor.
BBC Brasil – Nos últimos anos, a Igreja Católica no Brasil tem perdido fiéis para outras igrejas. Qual o desafio diante desse êxodo?
Charamsa – No Brasil, algumas comunidades evangélicas deram um passo importante para entender os homossexuais. Na Europa, entre anglicanos e evangélicos, já há um pensamento mais adequado sobre homossexualidade. A ética sexual necessita de uma profunda revolução, adequada a uma nova consciência de humanidade e sexualidade.
BBC Brasil – O senhor disse que lhe emocionaram as palavras do papa Francisco, voltando de uma viagem ao Brasil, quando afirmou: "Quem sou eu para julgar um gay?". Por que lhe marcou?
Charamsa – Estou muito agradecido ao papa Francisco, ele é um verdadeiro homem de Deus. As pessoas veem sua transparência, sua verdade, querem escutá-lo. O papa Francisco disse essa frase, mas na igreja há uma instrução de 2005 que julga todos os gays e contradiz suas palavras.
BBC Brasil – O senhor escreveu ao papa para explicar a declaração que faria. Acha que ele vai responder sua carta?
Charamsa – Não sei. Mas comuniquei ao papa Francisco meu estado de ânimo, de alma, de coração. Pedi que a reunião de bispos que ele preside possa discutir não somente a família heterossexual, mas todas as famílias.
BBC Brasil – Acha que a igreja vai proibi-lo de exercer o sacerdócio?
Charamsa – Sim, é possível.
BBC Brasil – Que planos o senhor tem? Pensa ser ativista dos gays católicos?
Charamsa – Ainda não sei, mas penso servir os valores da minha vocação. Sou um padre chamado por Deus como homossexual. Quem viveu tanto tempo no armário precisa de uma palavra de aceitação, esperança, reconhecimento de sua dignidade. Esta é a mensagem do cristianismo: o que podemos dar a esse mundo senão o amor?

Rebelião populista abala a elite republicana nos EUA Aspirantes sem experiência e contrários ao establishment encabeçam as pesquisas Dúvidas sobre Hillary Clinton impulsionam candidatura de Biden

John Boehner. / EVAN VUCCI (AP)
Partido Republicano chega transformado ao final da presidência de Barack Obama. É um partido mais direitista e imprevisível. A ala radical, que bloqueou as iniciativas do presidente democrata, volta-se contra os dirigentes internos. As dificuldades para encontrar um speaker – o presidente da Câmara dos Deputados – refletem essas divisões. Na campanha para suceder Obama nas eleições presidenciais de 2016, os aspirantes sem experiência política e contrários ao establishment encabeçam as pesquisas no lado republicano.
Em seu principal bastião de poder, o Congresso, os republicanos estão sem um líder. Em 25 de setembro, John Boehner anunciou que abandonaria a presidência da Câmara, cargo que faz dele o segundo na linha de sucessão do presidente, atrás apenas do vice-presidente do país. Boehner se declarou cansado dos “falsos profetas” da ala direitista da sua bancada.

Para o historiador Geoffey Kabaservice, autor de Rule and Ruin(Governe e arruíne), um ensaio sobre o declínio dos republicanos moderados, os rebeldes fazem lembrar Barry Goldwater, senador pelo Arizona que foi o candidato republicano na eleição presidencial de 1964.Quem deveria substituir Boehner era Kevin McCarthy, o líder da maioria na Câmara dos Deputados. Mas na quinta-feira, de forma surpreendente, McCarthy anunciou que renunciava ao cargo de líder da bancada. Também ele não teve forças para domesticar os cerca de 40 deputados mais conservadores.

Focos da rebelião

RINO é a sigla em inglês de “republicanos só no nome”. O inimigo não é apenas Obama, mas também Boehner e seus aliados no establishment. Os rebeldes se reúnem em fóruns como o Freedom Caucus (bancada da liberdade), hostil a qualquer concessão aos democratas e às elites do seu próprio partido. São uma minoria sem disposição para construir consensos, mas capaz de forçar medidas extremas, como o fechamento da Administração federal por falta de orçamento e a suspensão de pagamentos se o Congresso impedir a elevação do teto legal de endividamento.
A campanha para a indicação do Partido Republicano à eleição presidencial de novembro de 2016 é um mundo diferente do Capitólio, mas as fissuras são semelhantes. Faltam três meses e meio para que tenha início o processo de primárias e caucus (assembleias eleitorais) que decidirão o indicado, mas hoje o magnata Donald Trump, o neurocirurgião Ben Carson e a ex-executiva da Hewlett Packard Carly Fiorina são os favoritos. Os três com uma mensagem antipolítica.
Não é certeza que um dos três será o indicado. E é provável que, apesar das turbulências, o Partido Republicano manterá o controle do Congresso. Mesmo nesse caso, resta a polarização, a crispação, a paralisia. Também esse é o legado dos anos Obama.

Promessas frustradas da direita

Há cerca de três anos, três deputados escreveram um manifesto intitulando-seYoung Guns – literalmente, pistolas jovens, as promessas do partido.
Um deles era Eric Cantor, que perdeu em 2014 o seu feudo da Virgínia para um candidato ligado ao grupo conservador Tea Party. Outro era o californiano Kevin McCarthy, favorito ao cargo de speaker até renunciar dias atrás. O terceiro era Paul Ryan, de Wisconsin, cabeça pensante da nova direita e candidato frustrado à vice-presidência dos EUA em 2012. Depois da renúncia de McCarthy, aumenta a pressão para que o presidente da Câmara seja Ryan.
No processo para a definição dos candidatos presidenciais, os republicanos contam com talentos consagrados, do veterano Jeb Bush à promessa latina Marco Rubio, senador pela Flórida. Também eles precisam fazer frente ao cansaço do eleitorado com os políticos tradicionais, uma sombra que agita o Capitólio e a campanha para a Casa Branca.
“O extremismo na defesa da liberdade não é nenhum vício”, dizia Goldwater. “E deixem-me recordar a vocês”, acrescentava, “que a moderação na busca pela justiça não é nenhuma virtude”. A liberdade e a justiça consistiam em uma oposição taxativa à expansão dos poderes do Estado federal e em uma defesa inabalável do livre mercado. O radicalismo de Goldwater se voltou contra os republicanos. Contribuiu para que seu rival, o democrata Lyndon B. Johnson, obtivesse uma das vitórias mais amplas na história das eleições presidenciais norte-americanas. Com o Congresso a seu favor, Johnson pôde aprovar leis progressistas, como a saúde gratuita para os mais pobres e os maiores de 65 anos.
A revolta atual tem suas origens no entorno do Tea Party, o movimento populista que, depois da eleição de Obama em 2008, ressuscitou o combalido Partido Republicano com uma oposição virulenta ao Obamacare – o nome coloquial pelo qual ficou conhecida a reforma da saúde de 2010 – e ao intervencionismo econômico da Administração Obama. A origem mais imediata, segundo Kabaservice, são as eleições parlamentares de 2014, em que o Partido Republicano assumiu o controle do Senado e da Câmara.
“Há um segmento da base republicana que está muito irritado”, diz Kabaservice. “Ele acreditava que as eleições de 2014 representavam o repúdio a Obama e que, como os republicanos tinham o controle do Congresso, repudiariam o Obamacare e outras inovações de Obama. Simplesmente não entendem por que isso acontece. E concluíram que foram traídos pelos líderes do Congresso e pelos RINOs, termo que usam para se referir a qualquer que tenha interesse em governar.”

Cafeicultores do sudeste do Brasil investem em café gourmet


Produtores da região da Serra do Caparaó, no Espírito Santo, estão conseguindo transformar o café novamente em um produto lucrativo.
Nos últimos cinco anos os cafeicultores estão investindo na criação de marcas diferenciadas em vez de simplesmente colher e exportar.
Jhone Lacerda é um destes. Aos 26 anos ele é provador de café licenciado. Usando grãos de qualidade e combinando técnicas de produção diferentes ele agora produz um café premiado.

O jovem também ajuda outros fazendeiros vizinhos a produzirem o café gourmet que vai parar em cafeterias sofisticadas do Rio de Janeiro, São Paulo e até outros países.
Os fazendeiros também abriram suas próprias cafeterias e pousadas para atrair visitantes interessados em turismo de degustação.
Reportagem: Daniel Gallas, correspondente de economia da BBC para a América do Sul

Destino de Dilma Rousseff começa a ser definido nesta terça-feira Encurralado por denúncias, Cunha decidirá se vai ou não abrir o pedido de impeachment Singer: “A democracia vai pagar um preço alto se o impeachment vingar” Linha sucessória de Cunha tem acusado de sequestro e da Lava Jato

Dilma Rousseff e seu vice Michel Temer, em reunião no último dia 8. / ERALDO PERES (AP)
O momento é mais de perguntas do que de respostas. Mas as próximas cenas da trama política brasileira programadas para esta semana podem começar a esclarecer qual será o destino dapresidenta Dilma Rousseff (PT) diante desta crise. Eduardo Cunha, o presidente da Câmara cada vez mais envolvido em denúncias de corrupção, promete decidir nesta terça-feira se aceitará ou não o pedido de abertura de impeachment feito pela oposição.
Cunha se segura no cargo por um fio depois de terem se tornado públicos os documentos enviados pela Suíça que comprovam que as quatro contas da família dele no país teriam sido alimentadas por verba desviada de um contrato de 34,5 milhões de dólares da Petrobras em Benin, na África. Neste sábado, líderes da oposição, incluindo os do PSDB e do DEM, assinaram uma nota pedindo o afastamento dele do cargo.
A jogada da oposição trouxe ainda mais dúvidas para cenário. Seria apenas um posicionamento burocrático dos parlamentares para passar a imagem de que seus partidos não toleram a corrupção? A intenção seria a de chantagear o presidente e pressioná-lo a aceitar o pedido de impeachment rapidamente? Ou tudo faria parte de uma encenação maior em que Cunha aceitaria o pedido de abertura do processo de afastamento da presidenta e, logo em seguida, renunciaria? Nesta última hipótese, a carta da oposição seria importante para mostrar que ele se afastou por pressão destes parlamentares e não dos deputados de esquerda que fizeram o mesmo pedido semana passada. Com o acordo, ele teria a garantia da oposição de que não perderia o mandato e garantiria o foro privilegiado que evitaria sua prisão por envolvimento na Lava Jato.
Cunha já afirmou que só aceitaria o pedido de impeachment caso ele tivesse embasamento técnico. Isso é importante, inclusive, para evitar que haja questionamentos jurídicos posteriores. Para isso, seria necessário que as eventuais irregularidades de Rousseff tivessem sido cometidas no atual mandato, iniciado em 2015. A oposição já avalia acrescentar ao principal pedido de impeachment, feito pelo jurista e ex-petista Helio Bicudo, o argumento de que as pedaladas fiscais, que levaram a condenação do Governo de Rousseff no Tribunal de Contas da União na semana passada teriam acontecido também em 2015. A tese foi favorecida, também no final da semana passada, quando o procurador Júlio Marcelo de Oliveira, que atua no TCU, pediu a abertura de uma representação no tribunal alegando que as pedaladas ocorreram no primeiro semestre deste ano –segundo ele, o Governo atrasou o pagamento de 40 bilhões para os pagamento de programas assistenciais, o que levou os bancos públicos a arcarem com a dívida e cobrarem juros dos cofres federais, segundo O Estado de S. Paulo.

Segundo essa tese, que já circula há algumas semanas, Cunha rejeitará todos os pedidos de abertura de impeachment (são dez, no total). Com isso, a oposição poderia, de acordo com uma interpretação do regulamento da Câmara, recorrer da decisão no próprio Plenário, precisando apenas de uma maioria simples para iniciar o processo (257 parlamentares). A avaliação da articulação política de Rousseff é que ela conta apenas com 180 deputados fiéis no momento.A dúvida que resta é: seria interessante para Cunha, neste momento em que precisa de todo o apoio que conseguir, deixar claro seu rompimento com Rousseff ao adotar uma postura de enfrentamento tão clara como essa? Ele poderia preferir optar por uma tática de menos confronto na tentativa de manter um eventual apoio de petistas?
Com o processo de impeachment aberto, uma comissão para avaliar as irregularidades é formada e, depois de os trabalhos serem concluídos, o pedido volta para a apreciação do Plenário que votará a favor ou não da saída de Rousseff do cargo. Para aprovar o impeachment, entretanto, a oposição precisará de maioria qualificada (o voto de dois terços da Casa, ou seja, de 342 deputados favoráveis). Chegando a esse ponto, a situação de Rousseff se complica muito porque nada garante que os 180 deputados hoje fiéis permanecerão ao lado dela. Primeiro porque a pressão popular pode mudar alguns votos. Segundo porque eles podem passar a exigir ainda mais cargos para manter o apoio e ela acabou de realizar uma reforma ministerial para aplacar as chantagens dos aliados.
Se passar pela Câmara, a avaliação do impeachment segue para o Senado, onde ela tem como aliado o presidente Renan Calheiros e uma base aliada menos volátil. Mas se a decisão final chegar a esta Casa, dificilmente ela negará a saída de Rousseff porque a pressão popular será insustentável, avaliam especialistas.
Enquanto a oposição arma seu ataque neste momento decisivo, o Governo prepara sua defesa.
Nesta segunda, Rousseff uniu os principais ministros para avaliar como será o contra-ataque na Câmara. A presidenta também armou uma equipe de juristas renomados para rebater os argumentos pró-impeachment. A estratégia será recorrer ao Supremo Tribunal Federal caso qualquer pedido de afastamento da presidenta seja aberto. O argumento será que, em qualquer das hipóteses, a abertura de um pedido de impeachment só poderia ser feita com a aprovação da maioria qualificada da Casa. 
Rousseff teria ainda uma outra possibilidade para se salvar, mas de enormes custos políticos. Seria a de tentar interferir para que as investigações contra Cunha tomem rumos mais amenos. Na última quarta-feira, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, se reuniu com Cunha numa tentativa de reaproximação, segundo os jornais. Para salvar Rousseff, Cunha poderia evitar qualquer decisão sobre os pedidos de impeachment. Por outro lado, o presidente da Câmara enfrentaria a fúria da oposição, que faria de tudo para retirá-lo do cargo, com o apoio da opinião pública.
A avaliação da oposição é de que se o processo de impeachment não ocorrer agora, não deve acontecer mais, já que ele se estenderia até depois do recesso de final de ano da Casa e, no ano que vem, as articulações políticas começam a se movimentar por causa das eleições municipais.
Enquanto os analistas já dão como certa a queda de Cunha, o que resta saber agora é: para qual lado ele vai pender?

Pré-candidatos democratas participam de debate nesta terça G1 transmite e faz cobertura em tempo real de evento promovido pela CNN. Líder nas pesquisas, Hillary Clinton ficará no centro do cenário.

Pré-candidatos democratas Webb, Sanders, Hillary, O´Malley e Chafee (Foto: AP, AFP e Wikimedia Commons)Pré-candidatos democratas Webb, Sanders, Hillary, O´Malley e Chafee (Foto: AP, AFP e Wikimedia Commons)
Acontece nesta terça-feira (13), a partir das 21h30 (horário de Brasília), o debate entre cinco dos seis pré-candidatos democratas à presidência dos EUA. Promovido pela rede CNN, ele será exibido pelo G1 em inglês e terá cobertura em tempo real em português.
Participam do debate os cinco políticos que disputam a vaga de indicado pelo Partido Democrata para as eleições de 2016.
Para definir em que posição do palco eles ficarão, a emissora se baseou em suas posições nas pesquisas.
Hillary Clinton, por ser a mais cotada, fica na posição central. O primeiro à sua direita é Bernie Sanders. À esquerda de Hillary ficara Martin O´Malley. Jim Webb e Lincoln Chafee ficarão nas pontas, à direita e esquerda de Hillary, respectivamente.
Caso o vice-presidente Joe Biden ainda decida participar da corrida presidencial a tempo de participar do debate, a CNN disse que ele tem lugar garantido também, mas fontes próximas a ele afirmam que isso não deve acontecer.
Laurence Lessig, pré-candidato que aparece com menos de 1% na média das pesquisas usadas pela CNN como critério, não participará do debate. O evento ocorre em Las Vegas.

Após 5 meses, universidades federais encerram greve a partir desta terça Docentes de 40 instituições diferentes estavam parados desde 28 de maio. Decisão unificada foi de retomar as aulas entre esta terça (13) e sexta (16).

Professores e funcionários técnico-administrativos das instituições federais em greve começam a voltar às aulas e aos trabalhos a partir desta terça-feira (13) em todo o país. Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), a greve durou 139 dias e afetou "cerca de 50 instituições federais de ensino", entre universidades e institutos.
Entre outras reivindicações, eles exigiam valorização salarial e melhores condições de trabalho. Durante a paralisação, sindicatos e Ministério da Educação (MEC) trocaram críticas sobre falta de diálogo e intransigência.
Renato Janine Ribeiro, então ministro da Educação, afirmou, em setembro, que "o MEC negocia desde o início da greve" com os sindicatos. "Negociamos e aceitamos o que consideramos justo e viável", afirmou ele, em seu perfil pessoal no Facebook. "Os secretários continuam recebendo [os professores e funcionários grevistas], sempre sob minha orientação e direção."
Em um comunicado divulgado neste domingo (11), o Andes afirmou que reduziu sua reivindicação de reajuste salarial de 27,3% para 19,7%, além de uma reestruturação do plano de carreira docente. O governo ofereceu reajuste de 5,5% para agosto de 2016 e 5% em janeiro de 2017.
Segundo o sindicato, apesar da decisão de encerrar a greve, os docentes e técnicos não aceitaram a proposta, e vão substituir os comandos locais de greve por comandos de mobilização, para seguir reivindicando um aumento salarial mais alto.
Atraso no Sisu
A greve de professores e servidores fez com que as matrículas dos aprovados na edição do segundo semestre do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) fosse adiada, em alguns casos, sem prazo. Estudantes ouvidos em reportagem do Jornal Nacional reclamaram da medida e se disseram inseguros sobre a indefinição. Ao telejornal, o secretário-executivo do MEC, Luiz Cláudio Costa, afirmou que todas as vagas dos candidatos aprovados no Sisu estão garantidas.
Professores protestam em frente ao MEC contra falta de investimento na educação do país  (Foto: Divulgação/Anes-SN)Professores protestam em frente ao MEC contra falta de investimento na educação do país (Foto: Divulgação/Anes-SN)
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