sexta-feira, 4 de setembro de 2015

ONU diz que são necessárias 200.000 vagas de realocação para refugiados Crise migratória vem beneficiando traficantes de pessoas, diz organismo. União Europeia deve ter participação obrigatória, afirma ONU.

Mais de 150 mil imigrantes chegaram a Hungria este ano, a maioria vindo através da fronteira sul com a Sérvia (Foto: Petr David Josek / AP Photo)Mais de 150 mil imigrantes chegaram a Hungria este ano, a maioria vindo através da fronteira sul com a Sérvia (Foto: Petr David Josek / AP Photo)
ONU informou nesta sexta-feira (4) que as necessidades de realocação para os refugiados que estão chegando à Europa se elevam até 200.000, e que o fracasso do continente em dar uma resposta comum a esta crise beneficiou às redes de traficantes de pessoas.
"Uma estimativa muito preliminar indica que potencialmente será necessário aumentar as vagas de realocação até 200.000", afirmou o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), António Guterres.
Na linha da posição comum anunciada na quinta (3) por França e Alemanha, o alto responsável declarou que todos os países da União Europeia (UE) devem ter "uma participação obrigatória" no programa de realocação em massa, do qual devem beneficiar-se todos aqueles que precisam de proteção internacional.
"A solidariedade não pode ser responsabilidade apenas de alguns poucos membros da UE", comentou Guterres.
Os países mais afetados pela crise migratória são, por uma parte, Itália e Grécia, que atuam como portas de entrada da UE após o cruzamento do Mediterrâneo, e Alemanha, Áustria e Suécia, os principais países de destino dos refugiados.Alemanha e França estão finalizando uma proposta comum que apresentarão nos próximos dias às instâncias europeias para a instauração de um sistema de cotas de acolhida de refugiados no qual participem de forma obrigatória todos os países do bloco.
A esse respeito, Guterres ressaltou que "nenhum país pode negar-se a fazer sua parte" e considerou que os desacordos no seio da UE frente a esta crise eram esperados. "Não é surpreendente que, quando um sistema está desequilibrado e é disfuncional, tudo se bloqueie quando a pressão sobe", comentou.
O chefe da Acnur destacou que um programa coerente de realocação para refugiados deve ir acompanhado de capacidades adequadas de recepção, particularmente na Grécia.
Além disso, a ONU considerou que a UE deve preparar-se para, com o consentimento prévio dos países afetados - neste caso, Grécia, Itália e Hungria -, colaborar na recepção, assistência e registro de pessoas que solicitem asilo.

Greve do INSS completa dois meses e atinge pelo menos nove estados Servidores pedem reajuste salarial e melhores condições de trabalho. STJ determinou a manutenção de 60% da força de trabalho nas unidades.

Por causa da greve, usuários são impedidos de entrar na sede do INSS (Foto: Carolina Sanches/G1)Por causa da greve, usuários são impedidos de entrar na sede do INSS (Foto: Carolina Sanches/G1)
A greve de servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) completa dois meses nesta sexta-feira (4) e atinge pelo menos nove estados. Há servidores ainda parados em estados comoAlagoasMato Grosso do SulParaíbaRio de JaneiroSanta Catarina, Bahia, Paraná, Amapá e Tocantins.
Os funcionários pedem reajuste salarial de 27,5%, a incorporação das gratificações, 30 horas de trabalho semanal para todos os funcionários, realização de concurso público e melhoria das condições de trabalho.
Uma decisão liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no mês passado determinou aos sindicatos a manutenção de 60% do efetivo trabalhando nas agências do INSS enquanto durar a greve. O quantitativo deve ser respeitado dentro de cada unidade do órgão, segundo nota doMinistério da Previdência Social. Números sobre a paralisação só são informados ao STJ.
Segundo o comando nacional de greve, 1100 agências em todo o país estão fechadas, com adesão 85% da categoria, formada por 33 mil funcionários. Em alguns estados, os sindicatos dizem que há um percentual maior que 90% paralisado.
Veja a situação de cada estado abaixo.
Como remarcar atendimentos
As unidades e a Central de teleatendimento 135 estão orientando quem não for atendido quanto às providências de reagendamento. A remarcação pode ser realizada diretamente pelo telefone 135.
A GREVE NOS ESTADOS
Ângela vai ter de esperar 'cartinha' do INSS até dia 19 de setembro (Foto: Maria Ângela/ Arquivo Pessoal )Ângela vai ter de esperar 'cartinha' do INSS até dia
19 de setembro
(Foto: Maria Ângela/ Arquivo Pessoal )
MATO GROSSO DO SUL
A greve do INSS no estado já dura 60 dias e prejudica beneficiários como a secretária Maria Ângela Luiz. Depois de retirar um tumor ósseo na cabela, ela está sem receber o benefício desde julho, porque teve a perícia da cirurgia adiada em um mês pelo INSS.
Segundo o movimento grevista, das 37 agências, seis estão totalmente paradas em seis cidades: Campo GrandeBonito,SidrolândiaSão Gabriel do OesteJardim eMiranda. As demais estão funcionando parcialmente.
A assessoria de imprensa do INSS no estado informou que são cerca de 600 servidores federais e aproximadamente 70% aderiram à paralisação entre atendentes e servidores do administrativo. Por causa disso, alguns serviços agendados estão sendo remarcados.
“Por dia, de 1,7 mil a 2 mil pessoas são deixadas de serem atendidas”, afirmou a representante do movimento grevista, Anita Borba. Segundo ela, a partir desta sexta-feira (4), os médicos peritos também vão aderir à paralisação. Ainda não há previsão para o fim do movimento.

Usuarios dizem que serviços essenciais não estão sendo realizados (Foto: Carolina Sanches/G1)Usuarios dizem que serviços essenciais não estão
sendo realizados (Foto: Carolina Sanches/G1)
ALAGOAS
A paralisação dos servidores no estado tem provocado transtornos aos beneficiários. O aposentado Teodoro Amaro, 51 anos, diz que o cartão que ele recebe dinheiro está bloqueado. Ele esteve na agência do INSS na Rua das Árvores, mas ninguém deixou ele entrar no prédio. “Disseram que o serviço de desbloqueio estava funcionando, mas chego aqui e ninguém me deixar entrar. Não posso ficar sem receber”, afirma.
O Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social e Trabalho no Estado de Alagoas (Sindprev) afirma que os funcionários continuam realizando 30% dos serviços considerados de urgência e emergência, como a perícia médica e o desbloqueio de pagamento para o usuário. No estado, a greve começou no dia 10 de julho.
“Estamos funcionando de acordo com as determinações judiciais. Até agora, só recebemos promessas, e propostas verbalmente. Caso o governo se manifeste, realizaremos uma assembleia para decidir o rumo da greve”, explica o secretário de finanças do Sindprev, Cícero Lourenço.

Jean entrou com um processo para receber uma pensão, mas a greve interrompeu a demanda (Foto: Jean Emmerick/Arquivo pessoal)Jean entrou com um processo para receber
uma pensão, mas a greve interrompeu a
demanda (Foto: Jean Emmerick/Arquivo pessoal)
PARAÍBA
Segundo o diretor de políticas sindicais do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Previdência e Trabalho do Estado da Paraíba (SindsprevPB), Heleno Teixeira, todas as 39 agências do INSS estão fechadas ou funcionamento apenas parcialmente. A estimativa é que 90% dos cerca de mil funcionários do órgão na Paraíba tenham aderido à paralisação.
Ainda de acordo com Teixeira, 80% dos atendimentos que estavam agendados para acontecer durante a greve não aconteceram.
Um desses atendimentos é o de Jean Emmerick: ele já foi três vezes à agência do INSS em João Pessoa para concluir um processo para receber uma pensão. A mãe do estudante já foi outras mais de dez vezes ao local, mas também não conseguiu ser atendida. O pai de Jean morreu em abril, e eles ainda não conseguiram concluir o processo.
Para Jean, que é deficiente físico, a pensão que recebia do pai era essencial. “Eu sou deficiente físico desde que nasci porque tive paralisia cerebral. Eu não tenho formação e ainda estou na faculdade, mas preciso pagar tratamentos, fazer fisioterapia. Por isso, preciso dessa renda, que meu pai já pagava desde que se separou da minha mãe, para ajudar”, explicou.

Cristiane conseguiu agendar nova ida ao posto para novembro  (Foto: Elisa Souza/G1)Cristiane conseguiu agendar nova ida ao posto
para novembro (Foto: Elisa Souza/G1)
RIO DE JANEIRO
A paralisação no estado também completa 60 dias e tem promovido uma luta diária de milhares de beneficiários para conseguir atendimento, seja em postos do INSS, pela internet ou por telefone.
A dona de casa Cristiane Oliveira, de 30 anos, conseguiu agendar uma nova ida ao posto, mas somente para novembro. Desde 2009, ela luta na Justiça para receber a pensão deixada pelo pai. Quando a história parecia estar perto de um final feliz, veio a greve.
“Hoje (quinta) vim aqui trazer todos os termos para tentar dar entrada e começar a receber esse dinheiro. Não queriam nem deixar eu entrar, expliquei meu caso e tive que pedir muito ao guarda, porque eles não queriam me atender”, conta ela, indignada.
O último balanço divulgado pelo Ministério da Previdência Social no estado, em 27 de agosto, contabilizava 47 agências fechadas e 13 funcionando parcialmente, das 106 espalhadas pelo Rio de Janeiro.

A auxiliar de serviços gerais Luzia Braz tenta fazer perícia médica (Foto: Reprodução/RBSTV)A auxiliar de serviços gerais Luzia Braz tenta fazer
perícia médica (Foto: Reprodução/RBSTV)
SANTA CATARINA
A greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no estado chega ao 60º dia nesta sexta-feira (4). De acordo com o sindicato, a paralisação segue por tempo indeterminado, conforme assembleia feita na última terça (1º). Segundo o sindicato, 90% das 63 agências catarinenses aderiram ao movimento. Santa Catarina tem cerca de 3 mil funcionários do INSS.
A paralisação tem afetado a vida de quem precisa entrar com pedidos de aposentadoria, seguro-desemprego e auxílio-doença, por exemplo. É o caso da auxiliar de serviços gerais Luzia Braz, que há poucos dias perdeu a viagem ao procurar um posto de atendimento do INSS no Centro de Florianópolis.
Com problemas de saúde, ela  precisa dar entrada no pedido de perícia médica. “Minha perícia venceu dia 12 e agora vou ficar sem salário, e não sei o que fazer. Por telefone elas não dizem nada. A mulher disse que tem que vir aqui.”
Conforme o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência do Serviço Público Federal (Sindprevs/SC) 35 cidades catarinenses têm agências em estado de greve parcial e 20 municípios têm paralisação total.

Greve dos servidores do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) - agência da Pedreira.  (Foto: Tarso Sarraf)Greve dos servidores do INSS - agência da
Pedreira (Foto: Tarso Sarraf)
BAHIA
A greve dos servidores começou no dia 7 de julho na Bahia. De acordo com estimativa do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social do Estado da Bahia (Sindprev-BA), 92% dos servidores aderiram ao movimento. Nesta sexta-feira (4), os médicos peritos do INSS também pararam de trabalhar.
Das 133 agências no estado, cerca de 70 estão fechadas, segundo o sindicato. E a greve continuará por tempo indeterminado caso não haja negociação concreta com o governo. Todas as sete gerências do estado, localizadas em Salvador, Vitória da Conquista, Barreiras, Juazeiro, Feira de Santana, Santo Antônio de Jesus e Itabuna, estão paradas.
Uma das seguradas que está sendo impactada com a greve do INSS é a aposentada Itana Vieira Lima. Ela está com o benefício atrasado desde quando começou a greve.
Itana trabalhava em uma empresa química e petroquímica brasileira e se aposentou por conta de problemas de saúde há quatro anos. Anualmente ela precisa passar por perícia para continuar recebendo o benefício.
"Eu faço a perícia porque é uma forma de provar que estou viva, que não morri e alguém recebe o benefício por mim. Eu fui lá na agência do INSS no dia que deflagraram a greve e desde então não consegui mais fazer a perícia. Até consegui marcar por uma central de atendimento do INSS, mas quando chego lá não tem ninguém para atender", disse Itana.

Sirlene chegou à uma agência do INSS, em Curitiba, para fazer perícia e a encontrou fechada (Foto: Arquivo Pessoal)Sirlene chegou à uma agência do INSS, em
Curitiba, para fazer perícia e a encontrou fechada
(Foto: Arquivo Pessoal)
PARANÁ
As 74 agências de atendimento no estado estão realizando os serviços parcialmente, conforme o Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Saúde, Trabalho, Previdência Social e Ação Social do Estado do Paraná (Sindprevs-PR).
Auxiliar administrativa de uma confeitaria emCuritiba, Sirlene Aparecida Ferracini Volpato, de 50 anos, fez duas cirurgias na coluna em julho. Por causa dos procedimentos, precisou ficar afastada do trabalho por 90 dias, com atestado médico.
Ela contou que, logo que saiu do hospital, já ligou para o INSS para marcar a perícia, que ficou agendada para quarta-feira (2), mais de um mês depois da cirurgia. Mas, ao chegar à unidade na Vila Hauer, no horário marcado, encontrou a agência com as portas fechadas. "Cheguei lá de manhã e estava tudo fechado, apenas guardas lá dentro. Pedimos [ela e as outras pessoas que estavam no local] para abrirem a porta. Não abriram nem para dar informação", relatou.
De acordo com o Sindprevs-PR, 90% dos serviços previdenciários não estão sendo feitos no estado. Algumas unidades atendem agendamento (referentes à pensão e ao salário-maternidade, por exemplo) e a maioria atende perícias, conforme o diretor jurídico do sindicato, Nelson Luiz Malinowski, informou ao G1.
A partir desta sexta-feira (4), a perícia médica deve ser reduzida a 30%, conforme o diretor do Sindprevs-PR, porque os médicos-peritos devem aderir à greve. "As perícias serão drasticamente reduzidas – onde teriam dez médicos, três vão trabalhar", disse.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Angelina Jolie decide deixar projeto de caridade Atriz saiu da Halo Trust, ONG que recebeu apoio da Lady Di

Angelina Jolie decide deixar Halo Trust (foto: AP)
Angelina Jolie decide deixar Halo Trust (foto: AP)
03 SETEMBRO, 20:15SÃO PAULOZAR
(ANSA) - A atriz norte-americana Angelina Jolie, conhecida mundialmente pelo seu trabalho voluntário, decidiu se afastar de um dos projetos do qual participava. A organização abandonada pela artista foi a Halo Trust, associação humanitária que retira minas terrestres de antigas zonas de conflito.
    A saída de Jolie aconteceu em maio do ano passado, mas só agora foram divulgados os motivos do fim da sua ajuda à entidade, que ficou famosa após a visita da princesa Diana a um campo de minas em Angola em 1997.
    Segundo o jornal "The Times", a atriz deixou a ONG porque se sentiu "extremamente desconfortável" com a atitude de dois administradores da associação que recebem 500 libras esterlinas por dia, pagam taxas escolares de filhos de funcionários e se deram 120 mil libras por terem realizado uma revisão "do regime estrutural, de remuneração e de governança" da organização.
    De acordo com a publicação, Jolie ficou inconformada com Amanda Pullinger e Simon Conway, nomes de grande importância dentro da Halo Trust, pois eles teriam usado o dinheiro da ONG de maneira errada. "Se esses administradores querem fazer uma revisão, eles que a paguem", disse a atriz, segundo afirmou ao jornal uma fonte próxima a ela. (ANSA)
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Ilustrações na internet homenageiam menino sírio morto em praia Imagem de Aylan Kurdi, de 3 anos, virou símbolo da crise migratória. Desenhos mostram garoto com asas de anjo e dormindo em quarto.

Ilustrações divulgadas nas redes sociais homenageiam Aylan Kurdi, o menino sírio de três anos que morreu afogado na quarta-feira (2) em Bodrum, na Turquia.
fotografia que mostra o corpo de Aylan na praia, sendo resgatado por um policial, tornou-se um símbolo da crise migratória na Europa.
Além do menino, um de seus irmãos e sua mãe também morreram no naufrágio. O pai dele sobreviveu e falou sobre a tragédia nesta quinta-feira (3). A fotógrafa que captou as imagenstambém deu um depoimento.
Os desenhos, compartilhados no Twitter e no Facebook, mostram Aylan com asas de anjo ou dormindo em um quarto. Alguns posts foram acompanhados da hashtag #KiyiyaVuranInsanlik (humanidade levada com as águas). Veja alguns deles a seguir.
Ilustração homenageia Aylan Kurdi, menino sírio que morreu em praia na Turquia (Foto: Reprodução/Twitter)
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Ilustração homenageia Aylan Kurdi, menino sírio que morreu em praia na Turquia (Foto: Reprodução/Twitter)
Ilustração homenageia Aylan Kurdi, menino sírio que morreu em praia na Turquia (Foto: Reprodução/Twitter)
Ilustração homenageia Aylan Kurdi, menino sírio que morreu em praia na Turquia (Foto: Reprodução/Twitter)
Ilustração homenageia Aylan Kurdi, menino sírio que morreu em praia na Turquia (Foto: Reprodução/Twitter)
Ilustração homenageia Aylan Kurdi, menino sírio que morreu em praia na Turquia (Foto: Reprodução/Twitter)
Ilustração homenageia Aylan Kurdi, menino sírio que morreu em praia na Turquia (Foto: Reprodução/Twitter)
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Ilustração homenageia Aylan Kurdi, menino sírio que morreu em praia na Turquia (Foto: Reprodução/Twitter)
Ilustração homenageia Aylan Kurdi, menino sírio que morreu em praia na Turquia (Foto: Reprodução/Facebook)
Ilustração homenageia Aylan Kurdi, menino sírio que morreu em praia na Turquia (Foto: Reprodução/Twitter)
Ilustração homenageia Aylan Kurdi, menino sírio que morreu em praia na Turquia (Foto: Reprodução/Twitter)
Ilustração homenageia Aylan Kurdi, menino sírio que morreu em praia na Turquia (Foto: Reprodução/Twitter)
Ilustração homenageia Aylan Kurdi, menino sírio que morreu em praia na Turquia (Foto: Reprodução/Twitter)
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Ilustração homenageia Aylan Kurdi, menino sírio que morreu em praia na Turquia (Foto: Reprodução/Facebook)

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Ilustração homenageia Aylan Kurdi, menino sírio que morreu em praia na Turquia (Foto: Reprodução/Twitter)Ilustração homenageia Aylan Kurdi, menino sírio que morreu em praia na Turquia (Foto: Reprodução/Twitter)
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Ilustração homenageia Aylan Kurdi, menino sírio que morreu em praia na Turquia (Foto: Reprodução/Twitter)
Pai sobreviveu: 'Meus filhos escorregaram das minhas mãos'
A família de Aylan Kurdi tentava reencontrar parentes no Canadá. O pai das crianças, Abdullah,disse nesta quinta-feira que seus filhos "escorregaram de suas mãos".  "Tínhamos jalecos salva-vidas, mas o barco afundou porque várias pessoas se levantaram. Carreguei a minha mulher nos braços. Mas meus filhos escorregaram das minhas mãos", contou ele.
A tia de Aylan, Tima Kurdi, que mora no Canadá desde 1992, declarou nesta quinta-feira (3) que considera o governo canadense "e o mundo inteiro" responsável pela morte de seus familiares. Chorando, ela mostrou fotos dos dois sobrinhos.
A fotógrafa que registrou as imagens do corpo de Aylan na praia da Turquia também falou sobre o caso nesta quinta. Nilüfer Demir disse ter ficado "petrificada" com a cena e contou que também viu Galip, irmão de Aylan, no chão, a 100 metros dali. “A única coisa que eu poderia fazer era tornar seu clamor ouvido. Naquele momento, eu pensei que poderia fazer isso ao acionar minha câmera e fazer sua foto”, afirmou a fotógrafa.
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Policial paramilitar recolhe o corpo de uma criança morta que apareceu em praia da ilha de Kos, na Grécia. Vários migrantes morreram afogados e alguns seguem desaparecidos após botes lotados naufragarem durante tentativa de chegar ao território grego (Foto: AP/DHA)Policial paramilitar recolhe o corpo de Aylan Kurdi em praia na Turquia (Foto: AP/DHA)
Demir cobre as imigrações na região há 15 anos. “Eu testemunhei muitos incidentes com imigrantes nesta região, suas mortes, seus dramas. Espero que isso agora mude. Fiquei chocada, me senti mal por eles. A melhor coisa a fazer era tornar sua tragédia conhecida.”

Nome de Filippelli aparece em CPI

O nome do ex-vice governador Tadeu Filipelli (PMDB) foi citado na CPI do Transporte. O ex-chefe da assessoria jurídica do DFTrans Samuel Barbosa afirmou que Marco Antônio Campanella, diretor geral da autarquia à época, o convocou para uma reunião na residência oficial do vice-governador após ele dar parecer contrário à participação da Pioneira na licitação do transporte público.
Caso o parecer fosse aceito, a Pioneira não sairia vencedora de um dos lotes da licitação, segundo Samuel. Ele ainda disse que Filippelli afirmou que ele “não tinha competência para dar o parecer”. “Você deve fazer o que eu ordenar”, teria dito Filippelli ao então chefe jurídico.

Ministro Joaquim Levy: “Não tenho a intenção de deixar o Governo”

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, nesta quarta. / M.PISANI
Em meio a uma semana de fortes especulações sobre a falta de sintonia entre a equipe econômica do Governo Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse ao EL PAÍS Brasil que não pretende sair do cargo. “Não tenho a intenção de deixar o Governo”, afirmou ele na noite desta quarta-feira, quando questionado sobre o tema que movimentou o mercado. A declaração faz parte de uma entrevista, já marcada com o jornal, que será publicada na íntegra neste domingo. Na segunda-feira, dia 7, Levy vai participar de um evento sobre infraestrutura, em Madri, promovido pelo EL PAÍS.
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O ministro reiterou sua permanência à frente da Fazenda no mesmo dia em que a presidenta Dilma Rousseff utilizou uma entrevista coletiva para desmentir os rumores de que ele estivesse desgastado dentro do Governo. A possibilidade de que Levy deixe Brasília abalou a confiança do mercado financeiro, que vê nele um alicerce para a frágil economia neste momento. Nesta quinta, o dólar disparou porque os boatos sobre a sua saída se espalharam como pólvora entre os investidores, o que obrigou Levy a adiar sua viagem para a Turquia, onde participaria da reunião do G-20, para atender a um chamado de Rousseff a participar de uma reunião improvisada com ele, e seu colega do Planejamento, Nelson Barbosa, além do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante.
 Mercadante garantiu que há um clima de “convergência” - uma expressão bastante utilizada inclusive por Levy em sua conversa com o EL PAÍS - , entre a equipe do Governo.“É evidente que fica. Ele tem compromisso com o Brasil. Tem compromisso com o projeto. Sabe da importância do trabalho que ele tem com a sétima economia do mundo", afirmou Mercadante depois do encontro.  "Em um momento de estabilidade tem uma aliança entre os mal informados e os mal intencionados. Tem gente especulando e tentando ganhar dinheiro com turbulência, mas pode ter certeza que isso não está na pauta do Governo. Ele mesmo já disse eu estou reafirmando, ele está na equipe, ajuda muito e vai continuar ajudando o Brasil".
A presidenta já havia qualificado como um “desserviço para o país” as informações que circularam ao longo desta semana, de que o titular da Fazenda está desgastado. Os boatos sobre a sua saída só cresceram depois que Levy apareceu, nesta segunda-feira, ao lado de Nelson Barbosa, para apresentar o Orçamento de 2016, reconhecendo um déficit de 30 bilhões de reais. Normalmente falante, Levy estava calado. Coube a Barbosa dar todas as explicações necessárias. Mas o desconforto do ministro era nítido entre os jornalistas que acompanharam a coletiva de imprensa.
Levy se sentiu contrariado com a apresentação final do Orçamento, pois ele desejava apresentar uma proposta com mais cortes e sem déficit. Foi voto vencido nas negociações com o ministro Barbosa. Apesar de não ter ficado 100% satisfeito, o ministro manteve, então, seus compromissos na agenda e suas viagens para a Turquia e para Madri confirmadas. Na conversa com o EL PAÍS, ele estava de bom humor e confiante na evolução do seu projeto para retomar a confiança. “Em 2016 já veremos trimestres de crescimento”, afirmou.
A bolsa de apostas sobre o tempo de permanência do ministro da Fazenda no Governo de Rousseff começou desde o primeiro dia em que ele assumiu o cargo no dia primeiro de janeiro. A impressão geral de seus colegas economistas é que ele não aguentaria trabalhar num ambiente em que a liderança não acata medidas impopulares. Mas Levy saiu-se vitorioso em uma série de medidas consideradas neoliberais para um Governo petista, e despertou a fúria de categorias que se sentiram atingidos pelas suas tesouras.
Para o mercado financeiro, Levy representa um bastião de estabilidade ao lado do vice-presidente, Michel Temer. Há quem atribua a manutenção do grau de investimento do país ao ministro, que trabalhou por três anos no Governo Lula, e antes de aceitar o convite de Rousseff esteve no Bradesco. Por isso, sua saída seria considerada desastrosa num momento delicado em que o Executivo e o Congresso tentam se pacificar. A opinião geral é que Levy é respeitado no Parlamento. Mas o momento de incertezas do país, com um imbróglio político que parece infindável, virou terreno fértil para as especulações sobre o quanto o ministro vai aguentar o clima de pressão política, ou se a presidenta pode ceder a setores do próprio PT que gostariam de ver o economista fora do cargo.

Tia de meninos sírios mortos em praia mostra fotos da família Ela mora no Canadá e queria receber o irmão e os sobrinhos no país. Foto de Aylan Kurdi, de 3 anos, tornou-se símbolo da crise migratória.

Tima Kurdi, tia de Aylan e Galip, mostra fotos dos dois sobrinhos em sua casa no Canadá (Foto: Darryl Dyck/The Canadian Press via AP)Tima Kurdi, tia de Aylan e Galip, mostra fotos dos sobrinhos em sua casa no Canadá (Foto: Darryl Dyck/The Canadian Press via AP)
Tima Kurdi, tia de Aylan Kurdi, a criança síria de 3 anos que morreu afogada junto com seu irmão e sua mãe quando tentavam atravessar o Mediterrâneo fugindo da Síria, declarou nesta quinta-feira (3) que considera o governo canadense "e o mundo inteiro" responsáveis pela morte de seus familiares.
foto de Aylan morto na praia após o naufrágio do barco onde estava na quarta-feira (2) se tornou uma das mais representativas da crise migratória na Europa.
Aylan Kurdi, de 3 anos, e o irmão, Galip, de 5 anos, em foto mostrada pela tia dos meninos (Foto: Cortesia de Tima Kurdi/The Canadian Press via AP)Aylan Kurdi, de 3 anos, e o irmão, Galip, de 5, em foto mostrada pela tia dos meninos (Foto: Cortesia de Tima Kurdi/The Canadian Press via AP)
Tima, que chegou ao Canadá em 1992, chorou durante uma entrevista coletiva que concedeu em sua casa em Coquitlam, na província da Colúmbia Britânica, e mostrou fotos de Aylan e seu irmão de 5 anos, Galip.
Pedido de refúgio
Ela disse que ajudou financeiramente a família do irmão para que eles fossem aceitos como refugiados pelo governo canadense. Segundo ela, o Canadá rejeitou o pedido de refúgio por "um documento".
"Eles não mereciam morrer, não mereciam. Estavam indo para uma vida melhor. Isso não devia ter acontecido. Não devia ter acontecido com eles", disse.
Tima Kurdi, tia de Aylan, fala em sua casa, no Canadá (Foto: Darryl Dyck/The Canadian Press via AP)Tima Kurdi, tia de Aylan, fala em sua casa, no Canadá (Foto: Darryl Dyck/The Canadian Press via AP)
Tima Kurdi se referiu várias vezes aos seus dois sobrinhos e contou que há duas semanas eles tinham pedido uma bicicleta. "Pobrezinhos, nunca tiveram uma boa vida."
"Honestamente, não quero só responsabilizar o Canadá. Estou responsabilizando todo o mundo por não ajudar o suficiente aos refugiados e por não parar esta guerra. E sei que o podem fazer. Se ninguém financiar os rebeldes, a guerra parará", afirmou.
Aylan Kurdi, de 3 anos, e o irmão, Galip, de 5 anos, em foto mostrada pela tia dos meninos; eles morreram em um naufrágio tentando sair da Síria (Foto: Cortesia de Tima Kurdi/The Canadian Press via AP)Aylan Kurdi, de 3 anos, e o irmão, Galip, de 5, em foto mostrada pela tia dos meninos; eles morreram em um naufrágio tentando sair da Síria (Foto: Cortesia de Tima Kurdi/The Canadian Press via AP)
Aylan Kurdi em fotos mostradas por sua tia, que mora no Canadá (Foto: Cortesia de Tima Kurdi/The Canadian Press via AP)Aylan Kurdi em fotos mostradas por sua tia, que mora no Canadá (Foto: Cortesia de Tima Kurdi/The Canadian Press via AP)
A cidadã sírio-canadense afirmou que, pouco antes de seus familiares tentarem abandonar a Turquia em uma embarcação com destino à Grécia, falou por telefone com sua cunhada Rehan Kurdi. Segundo Tima, ela confessou ter dúvidas sobre a viagem. "Estou tão assustada com a água. Não sei nadar", teria dito Rehan Kurdi.
"Tínhamos jalecos salva-vidas, mas o barco afundou porque várias pessoas se levantaram. Carreguei a minha mulher nos braços. Mas meus filhos escorregaram das minhas mãos", contou ele.

“Numa delas, os guardas nos pararam. Aí fomos libertados. Da segunda vez, os organizadores não cumpriram com a promessa e não trouxeram o barco. Então conseguimos um barco por nossos próprios meios", relatou à agência turca Dogan.
Abdullah disse que a família pagou para atravessar da Turquia para a ilha grega de Kos duas vezes.
"Mas, depois de navegarmos 500 metros, começou a entrar água no barco. Nossos pés ficaram molhados. Criou-se um pânico, e quando as pessoas tentaram ficar de pé, a situação piorou", disse.