A dor pela perda de
um animal querido
O luto é uma resposta normal a qualquer perda
importante na vida. Acontece quando a morte veio após uma longa doença, ou
quando foi um acidente súbito. Pessoas enlutadas experimentam traumas tanto
físicos quanto emocionais enquanto tentam adaptar suas vidas aos abalos
trazidos pela perda.
Há muito tempo os psicólogos reconheceram que o
luto experimentado pelos proprietários de animais após a morte destes é o mesmo
experimentado após a morte de uma pessoa. A morte de uma animal de estimação
significa a perda da fonte de um amor incondicional. Não há mais para o
proprietário o objeto de carinho e proteção. Assim, o proprietário perde o
contato com "o mundo natural." Esses sentimentos podem ser
especialmente intensos nos idosos, solitários, ou casais sem filhos (para quem
o animal é também um substituto da criança).
1. AS FASES DO LUTO
Na verdade o processo do luto não é um objeto
concreto que pode ser dividido distintas. O luto é um processo contínuo, com
cada pessoa vivenciando-o de uma forma forma diferente. Dividir o luto em to
"fases" ajuda a pessoa enlutada a entender que as seus sentimentos
são normais. Algumas pessoas passam rápido por todas as fases, enquanto outras
parecem ficar "presas" numa fase específica. Rapidamente, as fases do
luto são as seguintes:
1. CHOQUE E NEGAÇÃO
A realidade da morte ainda não foi aceita. Ele ou
ela se sente atordoado e atônito - como se tudo aquilo fosse
"irreal."
2. RAIVA
A pessoa enlutada frequentemente se volta contra a
família, amigos, elas mesmas, Deus, o veterinário ou o mundo em geral. Vão
aparecer também sentimentos de culpa ou medo nesse estágio.
3. BARGANHA
Nessa fase a pessoa pede por um trato ou uma
recompensa de Deus, do veterinário ou do padre. Comentários do tipo "Eu
vou à Igreja todo dia se o meu animal voltar para mim" são comuns.
4. DEPRESSÃO
A depressão ocorre como uma reação à mudança do
modo de vida ocasionada pela perda. A pessoa enlutada se sente extremamente
triste, desesperançada, inútil e cansada. Ele ou ela sente falta do animal e
pensa nele constantemente.
5. ACEITAÇÃO
A aceitação acontece quando as mudanças que a perda
trouxe para a pessoa se estabilizam em um novo estilo de vida.
A intensidade e a duração do processo de luto
dependem de vários fatores. A idade do proprietário, circunstâncias referentes
à morte, relacionamento do animal com o proprietário e com os outros membros da
família são todos fatores importantes. Uma morte recente de uma pessoa
importante na vida do proprietário também pode afetar como se lida com a morte
do animal. Geralmente crianças se recuperam mais rápido , enquanto os idosos
são os que mais demoram a se recuperar. Às vezes a morte de um animal de
estimação vai permitir que o proprietário finalmente lamente a perda de uma
pessoa cuja morte ainda não tivesse sido aceita.
2. A MORTE DO ANIMAL DE ESTIMAÇÃO E AS CRIANÇAS
Muitas pessoas não percebem como a morte pode ser
traumática e confusa para uma criança. As crianças tendem a ficar enlutadas por
um período mais curto, mas a sua dor não é menos intensa. Crianças também
tendem a voltar ao assunto com mais frequência , então muita paciência é
necessária quando se lida com uma criança enlutada. Algumas dica importantes
para ajudar uma criança nessa situação incluem:
1. Dar à criança permissão de lidar com a sua dor.
- contar ao professor sobre a morte do animal.
- encorajar a criança a falar livremente sobre o animal.
- dar à criança muito carinho e conforto.
- discutir a morte, o morrer e a dor honestamente.
- contar ao professor sobre a morte do animal.
- encorajar a criança a falar livremente sobre o animal.
- dar à criança muito carinho e conforto.
- discutir a morte, o morrer e a dor honestamente.
2. NUNCA dizer coisas como "Deus levou o seu
bichinho," ou o animal está "dormindo para sempre."
- A criança pode temer que Deus vá levá-la, seus pais ou seus irmãos.
- A criança pode ficar com medo de ir dormir.
- A criança pode temer que Deus vá levá-la, seus pais ou seus irmãos.
- A criança pode ficar com medo de ir dormir.
3. Inclua a criança em tudo o que se passa.
4. Explique que a morte é permanente.
3. OS ANIMAIS SOFREM COM A MORTE?
Muitas pessoas acham difícil acreditar que animais
criem laços muito fortes um com o outro. Mesmo animais que parecem mal se
suportar podem exibir fortes sinais de stress quando separados. Na verdade,
animais que perderam um companheiro podem exibir vários sintomas idênticos aos
experimentados pelo pelo proprietário enlutado. O animal sobrevivente pode
ficar inquieto, ansioso e deprimido. Ele pode suspirar com frequência, e ter a
respeito de comer e dormir. É comum que os animais procurem por seus companheiros
mortos e exijam mais atenção dos seus donos.
Como o proprietário pode ajudar um animal que
sofre? Atenção para as seguintes recomendações:
1. Mantenha a rotina do animal sobrevivente o mais
normal possível.
2. Tente não reforçar (mesmo que não intencionalmente)
as mudanças de comportamento.
- se o
animal fica "escolhendo" comida, não fique trocando o
"cardápio". Isso só leva a um animal ainda mais difícil.
- não
exagere na atenção dada ao animal sobrevivente, já que isso pode levar à
ansiedade de separação.
3. Permita que os animais sobreviventes trabalhem a
nova hierarquia por eles mesmos.
- podem
haver brigas enquanto isso não fica resolvido (principalmente com
cachorros).
4. Não adote um novo animal para fazer companhia
para o animal sobrevivente a não ser que o proprietário esteja pronto.
- não
funciona a não ser que o proprietário esteja emocionalmente pronto para um
novo animal.
- pessoas
que ainda estejam enlutadas não terão a energia necessária.
O proprietário deve permitir que os outros animais
vejam e cheirem o companheiro morto?
Não há evidências que afirmem que esse gesto vá
ajudar os animais sobreviventes, mas algumas pessoas afirmam que sim.
Geralmente tudo o que acontece é que o proprietário se sente melhor. Assim, se
o proprietário deseja que os outros animais "digam adeus," então isso
deve ser permitido.
4. FICANDO CURADO
Passado algum tempo, o processo de luto cheaga ao
fim. Ainda ssim há diversas coisas que o proprietário entristecido pode fazer
para apressar esse processo:
1. Dê a si mesmo permissão para sofrer.
- só
VOCÊ sabe o que o animal representava para você.
2. Organize um tributo ao seu animal.
- faz
que a perda pareça real e ajuda a concretizar.
- permite
que a pessoa expresse seus sentimentos e reflita.
- reforça
o apoio social.
3. Descanse bastante, coma bem e faça exercícios.
4. Fique rodeado de pessoas que entendam o que você
está passando.
- deixe
que outros cuidem de você.
- se
beneficie de grupos de apoio para pessoas que perderam seus animais.
5. Aprenda tudo o que puder sobre o processo do
luto. - ajuda os proprietários a perceber que o que eles sentem é normal.
6. Aceite os sentimentos que vêm com a dor.
- fale,
escreva, cante ou desenhe.
7. Permita a você mesmo pequenos prazeres.
8. Seja paciente com você.
- NÃO
deise que ninguém diga o quanto o processo de luto deve durar.
9. Dê a si mesmo a permissão da recaída.
- isso
VAI acabar e sua vida VAI ser normal de novo.
- a
dor é como as ondas do oceano: no começo as ondas vêm rápidas e fortes,
mas conforme o tempo passa, elas ficam menos intensas e mais esporádicas.
- não
se surpreenda se feriados, cheiros, palavras ou sons provoquem uma
recaída.
10. Não tenha medo de pedir ajuda.
- grupos
de apoio para a perda de animais
- conselheiros
emocionais.
11. Tenha certeza de consultar sua "Força
Maior."
- religiosa
ou espiritual.
5. CONCLUSÃO
O luto é provavelmente a sensação mais confusa,
frustrante e emocional que uma pessoa pode sentir. É ainda mais para
proprietários de animais. A sociedade em geral não dá a essas pessoas
"permissão" para demostrar a sua dor abertamente. Dessa forma, os proprietários
frequentemente se sentem isolados e sozinhos. Felizmente mais e mais recursos
ficam disponíveis para ajudas essas pessoas a perceber que elas NÃO estão
sozinhas e que o que elas sentem é completamente normal.
Margaret Muns MV é a veterinária do site da Best
Friends: http://www.bestfriends.org - No Members & Pets Forum
Referências:
1.Lagoni, L.,
Butler, C. and Hetts, S: The Human-Animal Bond and Grief WB Saunders,
Philadelphia 1994. Capítulos 2 e 10.
2.
Oblas-Walshaw, S: Consoling Bereaved Clients. Proceedings, 12th Annual Seminar
for Veterinary Technicians, Western States Veterinary Conference, 1983
3. Malay, M:
Grieving the Loss of Your Beloved Pet . Panfleto distribuído pelo Community
Service Systems, Fairview, Pennsylvania
4. Guntzelman,
J. and Riegger, M. : Supporting Clients Who are Grieving the Death of a Pet. Veterinary Medicine Jan 1993
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