quinta-feira, 1 de março de 2018

Quase metade dos médicos formados no exterior foram reprovados em ao menos uma das seis edições do Revalida

Levantamento obtido com exclusividade pelo G1 mostra que 4.117 médicos que fizeram a faculdade fora do país conseguiram nota suficiente no exame para revalidarem o diploma entre 2011 e 2016.



Por Ana Carolina Moreno, G1
 

Desde 2011, o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeira, conhecido como Revalida, recebeu a participação de 7.821 médicos. Porém, 47,4% deles foram reprovados em pelo menos uma edição do exame. Sem a aprovação no Revalida, os formados no exterior não podem atuar na medicina brasileira.
Os dados fazem parte de um levantamento obtido com exclusividade pelo G1, com informações sobre as edições do Revalida aplicadas entre 2011 e 2016. Nas seis edições já finalizadas, 4.117 médicos que fizeram a faculdade fora do país conseguiram nota suficiente no exame para revalidarem o diploma. Três quartos deles são brasileiros, bolivianos ou cubanos.
A edição de 2017 ainda não terminou – o resultado da primeira fase foi divulgado em janeiro, depois de passar dois meses suspenso, e a data da aplicação da segunda etapa, inicialmente prevista para março, ainda não foi redefinida.
O Inep afirmou ao G1 que os atrasos se devem ao alto número de candidatos do Revalida que recorreram à Justiça para participar do exame sem apresentar o diploma e a questões burocráticas da lei de licitações.
Os brasileiros que decidiram estudar medicina no exterior respondem por 51,9% de todas as participações registradas nesse período (uma mesma pessoa pode ter participado mais de uma vez no exame), e também são a maioria (52,9%) dos aprovados. Nas seis edições, 2.176 brasileiros conseguiram passar no Revalida, seguidos de 491 bolivianos e 459 cubanos.
Veja as nacionalidades de quem fez medicina no exterior e passou em uma das edições do Revalida entre 2011 e 2016 (Foto: Alexandre Mauro/G1)Veja as nacionalidades de quem fez medicina no exterior e passou em uma das edições do Revalida entre 2011 e 2016 (Foto: Alexandre Mauro/G1)
Veja as nacionalidades de quem fez medicina no exterior e passou em uma das edições do Revalida entre 2011 e 2016 (Foto: Alexandre Mauro/G1)

Um brasileiro na Rússia

No Revalida 2016, 1.531 pessoas foram aprovadas, sendo que 831 são cidadãos brasileiros. Um deles é Cauê Alberto de Gouveia, de 30 anos, que tem uma trajetória cada vez mais comum, de brasileiros que, ao não conseguirem aprovação em vestibulares de medicina em universidades públicas no Brasil, optam por estudar em uma faculdade no exterior.
Os motivos variam: desde as mensalidades mais baixas que as das instituições particulares brasileiras até a oportunidade de viver uma experiência diferente, caso do médico nascido em Santo André, na Grande São Paulo.
Assim que concluiu o ensino médio, o estudante chegou a prestar vestibular para alguns cursos, como farmácia e nutrição, porque acreditava que medicina tinha uma concorrência alta demais.
"Fiz um ano de cursinho, não entrei em nenhuma faculdade e fui trabalhar num pronto-socorro em São Bernardo do Campo", conta Gouveia. Apesar de atuar no setor administrativo, ele diz que foi nesse emprego que definiu sua vocação. "Falei: 'realmente medicina é o que eu quero fazer pra minha vida’. Então fui estudando, saí do trabalho, voltei para o cursinho, focado realmente em fazer o curso de medicina."
Após dois anos de tentativas frustradas em todos os principais vestibulares, o jovem descobriu que vários brasileiros estavam escolhendo faculdades estatais na Rússia, com cursos em inglês, para estudar medicina. "Pensei: 'poxa, por que não?' Sempre tive vontade de sair do Brasil, para ter uma experiência nova e diferente", lembra ele, que embarcou em abril de 2010.
Seu primeiro destino foi um curso preparatório para a faculdade em Kursk, cidade russa perto da fronteira com a Ucrânia para onde vão muitos brasileiros. "Se corresse tudo bem no curso preparatório eu faria uma prova de entrada na faculdade. Se passasse nessa prova de entrada poderia começar o curso de medicina. E foi isso que aconteceu."
No meio da faculdade, Gouveia pediu transferência para outra universidade, em São Petersburgo, em busca de uma experiência em uma cidade maior. Ele concluiu a graduação em medicina em agosto de 2016 e recebeu seu diploma no mesmo dia da colação de grau.

Dois anos de preparação para o Revalida

Já um médico formado, ele retornou ao Brasil em agosto com sua inscrição aprovada no Programa Mais Médicos, onde trabalha até hoje. Ele se inscreveu também no Revalida 2016 e foi aprovado no mesmo ano nas duas etapas do exame.
"Para mim as coisas funcionaram muito bem, porque me programei bastante. Em 2014, dois anos antes, já comecei a estudar para o Revalida. Estudei todas as provas de 2011 até 2016."
Gouveia criou um grupo no Facebook para estudar para o Revalida com amigos, que depois foi aberto a outros candidatos. Hoje, conta com mais de 3 mil membros. O médico também criou um canal no YouTube, com mais de 2 mil inscritos, um podcast e um canal no Telegram, que auxilia outros médicos brasileiros e estrangeiros a se prepararem para o exame.

Participação crescente

Desde 2011, quando foi criado para unificar o processo de validação de diplomas de medicina obtidos no exterior, o Revalida viu o número de candidatos aumentar quase 14 vezes. A taxa de aprovação na primeira etapa, porém, nunca passou de 50% – nível registrado na edição 2015. A edição que mais reprovou candidatos na primeira etapa foi a de 2013, quando nove em cada dez participantes foram eliminados.
A edição 2017, que ainda não terminou, teve recorde de participantes: 7.379 médicos fizeram a primeira etapa, mas até o fim de janeiro só 963 deles haviam sido aprovados para a segunda etapa, que ainda não tem data definida.
O Inep afirma que esse número pode mudar porque há candidatos esperando decisões judiciais para validar sua participação no exame, o que garantirá seu acesso ao resultado. Neste ano, dados obtidos pelo G1 mostram que 1.377 candidatos do Revalida entraram na Justiça para se inscrever para o exame sem ter em mãos o diploma de medicina, ou por outro problema na homologação – desses, 91 estão no grupo de 963 aprovados para a segunda etapa.
A evolução do Revalida
Veja o crescimento no número de médicos que fizeram a primeira fase do Revalida entre 2011 e 2017
Número de PARTICIPANTES5365367827821.5951.5951.9991.9993.9933.9936.1626.1627.3797.379969698981551558438432.0092.0092.3082.3089639631.5311.531PARTICIPANTES da primeira etapaParticipantes aprovados na PRIMEIRA ETAPAParticipantes aprovados na SEGUNDA ETAPARevalida2011Revalida2012Revalida2013Revalida2014Revalida2015Revalida2016Revalida201702k4k6k8k

Revalida 2014
 PARTICIPANTES da primeira etapa: 1.999Fonte: Inep (*Os números levam em conta os médicos que se inscreveram e de fato participaram das provas da primeira etapa)NacionalidadesEm todas as seis edições do Revalida, a taxa média de aprovação em cada ano é de 21,4% do total de médicos que participaram do exame.Considerando a taxa média de aprovação por país nas últimas edições, o Brasil fica em penúltimo lugar, atrás apenas da Bolívia. Com o maior número de participantes, o Brasil tem média de 20,7% de aprovações por edição.Os três países com a maior taxa média de aprovações são Equador, Portugal e Uruguai. São também os três países com o menor número absoluto de participantes e de aprovados, e os únicos que não tiveram participantes em todas as seis edições.A Bolívia, que tem o segundo maior número de participações por nacionalidade, tem uma taxa média de aprovação de 14,1%. Cuba, o terceiro país em número de participações e aprovações, tem taxa média mais alta: 28,8% dos participantes cubanos são aprovados em média por edição.
Cálculo da média das taxas de aprovação por país nas edições do Revalida entre 2011 e 2016 (nos anos em que o país teve pelo menos um participante) (Foto: Alexandre Mauro/G1)Cálculo da média das taxas de aprovação por país nas edições do Revalida entre 2011 e 2016 (nos anos em que o país teve pelo menos um participante) (Foto: Alexandre Mauro/G1)
Cálculo da média das taxas de aprovação por país nas edições do Revalida entre 2011 e 2016 (nos anos em que o país teve pelo menos um participante) (Foto: Alexandre Mauro/G1)
Os números mostram ainda que, dos 7.821 médicos e médicas que já participaram do Revalida entre 2011 e 2016, a maioria (5.550) só realizou o exame uma única vez.
Porém, 609 pessoas fizeram pelo menos três das seis edições já finalizadas (o Inep, que fez o levantamento a partir do CPF ou documento de identidade dos inscritos, ainda não tem dados tabulados sobre a participação no Revalida 2017). Um grupo de 11 médicos realizou todas as seis edições – não há informações sobre quantos deles conseguiram a aprovação em 2016, ou se algum deles também está participando da edição de 2017.
Número de vezes em que cada participante do Revalida se inscreveu e realizou a prova (Foto: Alexandre Mauro/G1)Número de vezes em que cada participante do Revalida se inscreveu e realizou a prova (Foto: Alexandre Mauro/G1)
Número de vezes em que cada participante do Revalida se inscreveu e realizou a prova (Foto: Alexandre Mauro/G1)

BENS De R$ 11 MILHÕES De DIRCEU Vão A LEILÃO Em ABRIL. Quando JOSÉ DIRCEU Será PRESO ?







BENS de R$ 11 MILHÕES de DIRCEU vão a LEILÃO em ABRIL


…>{{Quando JOSÉ DIRCEU será PRESO ??? => Em maio/17, com votos de TOFFOLI, LEWANDOWSKI e GILMAR MENDES, os Três Mosqueteiros “ANTI-LAVA JATO”, ele Conseguiu a Liberdade. Em setembro o TRF-4 julgou uma das condenações e elevou sua PENA para 30 anos e 9 meses => Em 21/11/2017 – TRF-4 NEGA EMBARGOS de DECLARAÇÃO => Esperam O QUÊ para ENJAULAR esse CRÁPULA ??}}
……….> Quatro imóveis, no valor global de R$ 11.050.375,00, do Ex-Ministro José Dirceu (Casa Civil/GOVERNO LULA), vão a leilão no dia 26 de abril. Segundo o edital, os bens serão vendidos ‘no estado em que se encontram, de forma individual’ e os lances poderão ser ofertados pela internet.
………> “O leilão será realizado no dia 26 de abril de 2018, a partir das 14 horas e, caso não haja arrematação do(s) bem(ns), haverá uma segunda praça, no dia 4 de maio de 2018, a partir das 14 horas”, informa o edital.

O juiz Sérgio Moro mandou alienar os imóveis para leilão em janeiro. Na ocasião, o magistrado apontou que ‘nenhum dos imóveis é utilizado atualmente como moradia’ por Dirceu e que havia ‘inequívoco risco de esvaziamento do confisco’.
Serão leiloados o imóvel sede da JD Assessoria, empresa de consultoria do ex-ministro, em São Paulo, no valor de R$ 6 milhões, um imóvel em nome da filha de Dirceu, também na capital paulista, avaliado em R$ 750.375,00, uma chácara em Vinhedo, interior paulista, de R$ 1,8 milhão, e uma casa em Passa Quatro – cidade onde morava a mãe do petista -, em Minas Gerais, de R$ 2,5 milhões.
Não primeiro leilão o valor mínimo de cada unidade será o da avaliação judicial. Caso haja um novo leilão, o valor mínimo para a venda ‘corresponderá a 80% do valor da avaliação judicial’.
“Não será de responsabilidade do arrematante o pagamento de débitos fiscais e tributários incidentes sobre o(s) imóvel(is) arrematado(s) (art. 130, CTN), lançados até a data da arrematação. Fica, todavia, responsável pelo pagamento dos débitos de outra natureza, tais como condomínio, fornecimento, energia elétrica e gás, cujos valores serão apurados e juntados aos autos pelo leiloeiro para ciência do(s) arrematante(s)”, determina o edital.
Em novembro do ano passado, a defesa de Dirceu informou dois imóveis tinham dívidas de IPTU e condomínio em atraso. Os advogados relataram à Justiça que as dívidas da casa de Passa Quatro estavam ‘longe de comprometer os imóveis’ e afirmaram que o petista usaria a aposentadoria da Câmara – de R$ 10 mil – para quitar as dívidas ‘o quanto antes’.
O petista foi preso em agosto de 2015 na Operação Pixuleco, 17.ª fase da Lava Jato. O ex-ministro ganhou liberdade em maio do ano passado, por decisão do Supremo Tribunal Federal.
Dirceu foi condenado por Moro em duas ações penais a 32 anos e 1 mês de prisão – 20 anos e 10 meses em um processo e 11 anos e 3 meses em outro. Em setembro do ano passado, o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4) – a Corte de apelação da Lava Jato – julgou a primeira ação que condenou Dirceu e aumentou a pena de 20 anos e 10 meses para 30 anos, 9 meses e 10 dias por corrupção passiva, pertinência a organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Após a decisão da 2.ª instância, o ex-ministro entrou com embargos de declaração. O recurso foi negado em novembro. O Tribunal da Lava Jato está analisando embargos infringentes do petista.
A reportagem está tentando contato com o defensor de José Dirceu.
QUANDO JOSÉ DIRCEU SERÁ PRESO?

Publicado em 13 de Fevereiro de 2018 por Editor em ReaçaBlog com 3 Comentários
A prisão mais aguardada a ser efetivada nos próximos meses é, sem dúvida, a do ex-presidente Lula. Enquanto torcemos pela celeridade nos trâmites burocráticos deste caso especial, cabe lembrar que um dos mais perigosos bandidos da história política brasileira tem, legalmente, todos os pré-requisitos para ser preso imediatamente. Estamos falando de José Dirceu.
O ex-ministro e ex-presidente do PT estava preso preventivamente desde 2015 graças a uma ordem do juiz Sérgio Moro. Em maio de 2017, com votos de Toffoli, Lewandowski e Gilmar Mendes, os Três Mosqueteiros anti-Lava Jato na Segunda Turma do STF, ele conseguiu a liberdade. Porém, em setembro o TRF-4 julgou uma das condenações já decretadas pela primeira instância e elevou sua punição para 30 anos e 9 meses. Dirceu recorreu e teve seu pedido negado no final de novembro. Uma vez que o STF já decidiu sobre a permissão de se prender condenados em segunda instância sem aguardar apelações a tribunais superiores, fica a pergunta: por que José Dirceu ainda não foi preso? Ou melhor: quando José Dirceu será preso?
VEJAM O RESUMO – ETAPAS no TRF-4 REFEREM-SE EXCLUSIVAMENTE ao CASO Engevix:
15/04/2015 – José Dirceu diz à Justiça que está dispost a prestar esclarecimentos.
03/08/2015 – José Dirceu é preso preventivamente na Operação Pixuleco, por ordem de Sérgio Moro.
18/09/2015 – Gebran, no TRF-4, nega habeas corpus e Dirceu continua preso.
18/05/2016 – Sérgio Moro condena José Dirceu no caso Engevix a 20 anos de prisão. .
08/03/2017 – Sérgio Moro condena o petista novamente, agora a 11 anos. .
02/05/2017 – Toffoli, Lewandowski e Gilmar Mendes libertam José Dirceu.
13/09/2017 – Desembargador pede vista no julgamento no TRF-4.
26/09/2017 – TRF-4 confirma condenação e aumenta punição.
21/11/2017 – TRF-4 nega embargos de declaração.

Ganancioso e Arrogante, Lula Foi duramente atingido pelas consequências de seus erros Históricos E perdeu praticamente tudo.








Nem ainda foi preso, e o ex-presidente Lula já está pagando por todos os seus pecados. E crimes. Ganancioso e arrogante, o petista foi duramente atingido pelas consequências de seus erros históricos e perdeu praticamente tudo que tinha.
Ficou sem o tão querido sítio de Atibaia, sem o triplex, sem a cobertura em São Bernardo, sem as palestras, sem o tesouro que roubou do Palácio do Planalto, sem a mulher, sem moral e sem credibilidade. Lula é o primeiro ex-presidente do país a ser condenado por crime de corrupção e lavagem de dinheiro.
AINDA NÃO PERDEU TUDO …> FALTA-LHE CERCEAR SUA LIBERDADE , TRANCAFIANDO-O …..BEM TRANCADO NUMA CELA , NO COMPLEXO PENAL DE PIRAQUARA – CURITIBA >> DE PREFERÊNCIA

Gilmar Mendes Defende A Tese De Que Temer Não Deve Sequer Ser Investigado








O ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal (STF) afirmou nesta quarta-feira, dia 28, que existe uma discussão sobre se o presidente da República pode ser investigado por crimes que teriam ocorrido antes do atual mandato. Para ele, no entanto, há argumentos para os dois lados, mas “faz sentido que não seja sequer investigado, para não ter perturbação e dar uma imunidade ao presidente em relação a fatos anteriores”.
Nesta terça-feira, dia 27, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao STF para incluir o presidente Michel Temer no inquérito que apura o repasse ilegal de R$ 10 milhões da Odebrecht ao PMDB, acertado em um jantar em 2014. No mesmo dia, à noite, o ministro Gilmar Mendes se encontrou com o presidente Temer e o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, no Palácio do Jaburu. O ministro afirmou que eles discutiram “assuntos gerais” e também segurança pública.

INVESTIGAÇÃO – Questionado sobre a inclusão de Temer no novo inquérito, o ministro disse que existe uma decisão na corte, do ministro Celso de Mello, no sentido de que o presidente pode ser investigado, mas não processado, em relação a atos cometidos antes do mandato.
Mas, que, na sua avaliação, “logicamente faz sentido que não seja sequer investigado, para não ter perturbação e dar uma imunidade ao presidente em relação a fatos anteriores”. “Acho que seria essa a lógica do sistema. Mas tem argumento contra também: as provas podem ficar prejudicadas, pessoas podem morrer, testemunhas. Tem argumento para os dois lados”, explicou o ministro.
DEMISSÃO DE SEGOVIA – Sobre a demissão de Fernando Segovia da direção da Polícia Federal, Gilmar criticou a forma da demissão, que chamou de “desajeitada”, reconheceu que ele perdeu as condições junto à Polícia Federal, mas fez críticas à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, de quem Mendes é amigo.
“Sou amigo dela, mas por que não faz nada com os procuradores que ficam falando? Por que não suspende os procuradores? Eles palpitam sobre tudo”, afirmou o ministro. O ministro também falou do seu colega de corte, o ministro Luis Roberto Barroso.
O ministro é relator do inquérito que apura se Temer beneficiou a empresa Rodrimar com a edição de um decreto que prorroga contratos de concessão no porto de Santos, em maio de 2017. Inquérito sobre o qual Segóvia se manifestou. Barroso cobrou oficialmente Segovia por suas declarações sobre o andamento da investigação.
MALINHA –  “Ele antecipa julgamento. Ele fala da malinha, da rodinha. Teria de suspender a própria língua. Mas, enfim, ele (Segovia) perdeu as condições”, disse Gilmar Mendes. “Malinha” se refere ao epsódio em que o ex-assessor especial da Presidência e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) foi filmado recebendo uma mala de dinheiro em restaurante nos Jardins, na capital paulista.
Loures é apontado como intermediário do presidente Michel Temer para assuntos do grupo J&F com o governo. A suspeita da PGR na denúncia é de que Temer seria o destinatário final do dinheiro. A procuradora pediu ao STF que impedisse Segovia interferir novamente no inquérito, sob pena de afastamento do cargo da direção da PF.

Temer Avisa Que Não Vai ‘Tolerar’ Acusações De Que É Corrupto








O presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira (28), em entrevista à rádio Jovem Pan, que não vai “tolerar” acusações de que tenha praticado atos de corrupção. Temer deu a declaração após ser questionado sobre o pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) para incluí-lo em um inquérito que apura supostos pagamentos ilícitos pela Odebrecht, em contrapartida a interesses da empresa atendidos pela Secretaria de Aviação Civil no período em que a pasta era comandada pelo PMDB.
Segundo a procuradora-geral, Raquel Dodge, o delator Cláudio Melo Filho relatou em depoimento um jantar, no Palácio do Jaburu, com a participação de Temer, em que teria sido discutida a divisão de valores destinados pela Odebrecht ao partido do presidente.

DENÚNCIAS PÍFIAS – “Eu digo a você na maior tranquilidade: as denúncias são pífias. Elas fizeram parte de um esquema que hoje veio à luz. Gente que me acusou foi para a cadeia e está desmoralizada. […] Não vou tolerar que minha atuação é ligada à corrupção”, afirmou o presidente.
Na mesma entrevista, o presidente informou que Fernando Segovia, demitido nesta terça da direção-geral da Polícia Federal, passará a atuar como adido especial na Itália.
Segovia foi demitido do cargo pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, novo responsável pela PF. Jungmann indicou para função Rogério Galloro, atual secretário nacional de Segurança Pública. De acordo com o presidente, o ministro terá autonomia para montar a equipe na pasta.
DENÚNCIAS DA PGR – No ano passado, a PGR, sob o comando de Rodrigo Janot, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) duas denúncias contra Temer, pelos crimes de corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa.
As denúncias foram apresentadas com base nos depoimentos de executivos do grupo J&F e nas delações de pessoas como Lúcio Funaro, apontado como operador do PMDB.
O STF só poderia analisar as denúncias, contudo, se a Câmara autorizasse, mas a maioria dos deputados rejeitou o prosseguimento dos dois processos para a Corte. Com isso, as duas denúncias só poderão ser analisadas pela Justiça após o fim do mandato de Temer, em 31 de dezembro deste ano.