segunda-feira, 30 de maio de 2016

Quem ajuda precisa de ajuda! POR QUE ESCONDES TEU ROSTO E NÃO TE PREOCUPAS COM NOSSA AFLIÇÃO? Salmo 43,25 Não existe maior amor do que dar a própria vida por causa do amigo. João 15:13


Amigos contamos com sua colaboraçao!hj cuidamos de mais de 200 vidas,mas pra esse trabalho ter continuidade precisamos de doaçoes!seja de dinheiro na conta da entidade,material de limpeza,raçao de gatos,raçao de boa qualidade pra filhotes,raçao para adultos,cobertas,medicacoes!sem a ajuda de vcs nao somos nada!e nem.podemos cuidar desses animais tao carentes,idosos,com sequelas de cinomose,sarna negra cronica,cançer....ajudem nos a continuar ajudando!Associaçao Amor de bicho nao tem preço!Campinas sp.,......vamos ajudar?banco caixa economica federal Ag 1203 ,operaçao 003 conta corrente 1340-5 CNPJ 19.567.799/0001-20
Amor de Bicho Não Tem Preço ABNTP
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Ministro da Transparência pede demissão do cargo

Os chefes regionais dos estados de AL, AP, CE, MG, PB, PE, SP, RJ, RN, RO e RS informaram que entregaram seus cargos.



POLÍTICA ESTADOSHÁ 12 MINSPOR NOTÍCIAS AO MINUTO



Chefes regionais do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle em ao menos 16 estados entregaram seus cargos ou os colocaram à disposição nesta segunda-feira (30), em protesto pela permanência, até às 19h, do ministro Fabiano Silveira na pasta. Contudo, o ministro, através de uma carta, pediu sua demissão do governo.


De acordo com a publicação do portal G1, em gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, Silveira faz críticas à condução da Lava Jato e dá conselhos a investigados na operação.
O Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacom Sindical) afirma que todos os 26 chefes regionais colocaram os cargos à disposição. No total, 250 servidores em funções de chefia colocaram seus cargos à disposição nesta segunda, de acordo com o sindicato.
Os chefes regionais dos estados de AL, AP, CE, MG, PB, PE, SP, RJ, RN, RO e RS informaram que entregaram seus cargos. Em BA, PA, PR, MS e RR, eles colocaram o cargo à disposição.

Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira Todo esse mar de lama de corrupção, enriquecimentos ilícitos, nos dar a certeza da putrefação da política já que não existe ideologia. Um mandato parlamentar concede ao mau político a fazer negociatas com o erário público de interesses pessoais, sem o mínimo interesse com os sérios problemas e dificuldades enfrentadas pela nação, se esquecendo de que a pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. O voto no Brasil precisa deixar de ser obrigatório, pois a democracia séria e justa contempla esses benefícios a todos que não se identifiquem com as propostas de candidatos.


Edição de maio/2016

Edição de maio/2016

O governo interino de Michel Temer revelou-se, em velocidade estontante, enganação até mesmo perante brasileiros que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff. E humilha o país em escala global. Esta edição faz um registro desse triste momento da história nacional em editorial, reportagens e textos de Mauro Santayana, Marcio Pochmann, Emir Sader e Flávio Aguiar. Traz também o empenho das forças progressistas da sociedade em organizar a resistência. A revista dá atenção especial à educação na análise dos novos movimentos da juventude  e nas entrevistas, uma com Lenine, outra como Renato Janine Ribeiro. A ousadia e a contundência do legendário jornal Ex-, os desafios da robótica, o abandono de patrimônios históricos no Rio de Janeiro e o novo momento da Rádio Brasil Atual também estão presentes nesta edição.

RECÁLCULO Sem questionar, governo Alckmin pagou 290% a mais à OAS por Rodoanel Norte Segundo jornal, obra, que hoje não apresenta nem metade de sua conclusão ainda deve receber aditivos que acrescentarão ao menos 10% no valor total inicialmente licitado


alckmin rodoanel
Polícia Federal de São Paulo investiga em inquérito os aditivos no contrato que reajustaram a terraplanagem
GGN - A Polícia Federal investiga o contrato da empreiteira OAS com a empresa Dersa, controlada pelo governo paulista Geraldo Alckmin (PSDB), nas obras do Rodoanel Norte, que sem ouvir técnicos recebeu R$ 390 milhões de recálculo de um trecho adicional. Para o incremento do que representou 290% a mais do custo da terraplanagem do espaço, a estatal paulista assinou um relatório produzido pela própria OAS. A reportagem é do jornal Folha de S. Paulo, em sua edição de hoje (30)
O documento da empreiteira precisava ter a confirmação de um técnico responsável especialista, como geólogo ou geotécnico, mas não tem, afirma a Folha. O relatório apenas diz que o projeto original da Dersa não previu a grande quantidade de rochas existentes no local, que dificultavam a terraplanagem e justificariam o aumento de 290% no custo do serviço.
A empresa controlada pelo governo estadual de Alckmin concordou com o argumento, sem consultar as áreas técnicas ou especialistas, incluindo os próprios setores de Projeto da Dersa - que supostamente teria errado ao não prever as condições expostas - e o Planejamento.
A obra que hoje não apresenta nem metade de sua conclusão deve, ainda, receber outros aditivos que acrescentarão ao menos 10% no valor total da obra licitada, em 2012, prevista à época pela quantia de R$ 3,9 bilhões.
De acordo com a reportagem, que não especificou em sua manchete de capa, título ou linha-fina a relação da obra com o governo tucano, as obras também atrasaram pela demora nas desapropriações - uma responsabilidade, também, do governo estadual para o Rodoanel Norte. Com isso, a obra prevista para março deste ano ficou para 2018.
Agora, a PF de São Paulo investiga em inquérito os aditivos no contrato que reajustaram a terraplanagem, em setembro de 2015. Os documentos são alvos de interesse não somente os investigadores do núcleo paulista, como também da equipe da Lava Jato, uma vez que contratos da OAS para grandes obras, como nos casos da Petrobras, são investigados.
Além da OAS, o Consórcio Mendes Júnior-Isolux, a Acciona Infraestrutura e a Construcap-Copasa também são responsáveis por outros lotes do Rodoanel Norte. Apesar de o maior aumento ocorrer no lote 2, da OAS, todos eles sofreram aditivos semelhantes, em apuração na PF.

Ex-presidente do PSDB de MG, amigo de Aécio é preso por suspeita de desvio de R$ 2 bi


Narcio Rodrigues, ex-deputado federal, ex-presidente do PSDB de Minas, de 2004 a 2007 e de 2009 a 2011, e ex-secretário de Ciência e Tecnologia no governo Anastasia, o relator do impeachment de Dilma no Senado, acaba de ser preso em Belo Horizonte.

Sua prisão é fruto de uma operação conjunta da Polícia Militar, do Ministério Público e da Polícia Federal. A assessoria de imprensa da Polícia Militar informou que seis pessoas foram presas, entre elas Nárcio Rodrigues.

Entre as seis prisões, uma foi realizada em São Paulo. A identidade do preso ainda não foi revelada. A operação, batizada de Aequalis, também cumpriu 16 mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte e Frutal, no Triângulo Mineiro, cidade natal de Narcio.

O noticiário de Minas Gerais dá conta de que a investigação teria como objeto desvios da ordem de 2 bilhões de reais.

Narcio é um dos homens fortes de Aécio e Anastasia e sua prisão está sendo tratada como uma bomba em Minas Gerais.

A partir de Narcio, pode-se abrir a caixa preta do que aconteceu nos 12 anos de governo tucano no estado.

Seu filho, Caio, votou pelo Impeachment de Dilma na Câmara dos Deputados:

"Por um Brasil aonde (sic) meu pai e meu avô diziam que decência e honestidade não era possibilidade, era obrigação. Por um Brasil aonde (sic) os brasileiros tenham decência e honestidade", foi o que pediu o dep. Caio Nárcio (PSDB-MG) na votação do golpe na Câmara, no dia 17 de abril. Hoje (30/5), seu pai - ex-deputado federal e ex-secretário do governador tucano Antonio Anastasia - foi preso por corrupção.

Filho de 7 anos de Michel Temer tem mais de R$ 2 milhões em imóveis

A assessoria de imprensa de Temer informou que a transferência foi feita como doação, uma espécie de antecipação da herança, e que as filhas do presidente em exercício também já receberam imóveis em outros momentos

postado em 30/05/2016 08:34

EVARISTO SA/AFP - 18/5/2016

Aos 7 anos de idade, completados em 2 de maio, Michel Miguel Elias Temer Lulia Filho, mais conhecido como Michelzinho, é proprietário de pelo menos dois imóveis cujos valores somados superam R$ 2 milhões. O pai, Michel Miguel Elias Temer Lulia, de 75 anos, presidente em exercício da República, passou para o nome do único herdeiro do seu casamento com Marcela Temer dois conjuntos comerciais que abrigam seu escritório político em São Paulo.

Localizados no Edifício Lugano, no Itaim-Bibi, zona sul da capital paulista, cada conjunto tem 196 m² e valor venal de R$ 1 024.802, segundo a Prefeitura de São Paulo - os dados são públicos e podem ser consultados na internet. O valor de mercado costuma ser de 20% a 40% mais alto do que o valor de referência usado pela Prefeitura para calcular o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).


Mesmo assim, na declaração de bens que Temer apresentou à Justiça Eleitoral em 2014, cada conjunto é avaliado em apenas R$ 190 mil. Isso é comum nas declarações de políticos, pois os imóveis costumam ser declarados pelo valor de quando foram comprados. A legislação não obriga a atualização do valor.

Doação
A assessoria de imprensa de Temer informou que a transferência foi feita como doação, uma espécie de antecipação da herança, e que as filhas do presidente em exercício também já receberam imóveis em outros momentos. A assessoria não esclareceu quais imóveis foram doados para as filhas, nem em que data isso ocorreu.

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Luciana, Maristela e Clarissa, fruto do primeiro casamento de Temer, são proprietárias de imóveis residenciais na zona oeste de São Paulo, segundo a Prefeitura. A primeira também é dona de um escritório no mesmo prédio onde ficam os imóveis transferidos para seu irmão.

Outros bens
No caso da declaração de bens de Temer apresentada quando foi candidato a vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff, a casa que possui na zona oeste de São Paulo também está subavaliada. Em 2014, o presidente em exercício declarou a residência de 415 m² no Alto de Pinheiros, comprada em 1998, por R$ 722.977,41. Na Prefeitura, o valor venal é de R$ 2.875,109. Sobre esse valor incide a cobrança de IPTU.

Se a casa e os dois conjuntos do Itaim-Bibi tivessem seu valor corrigido para pelo menos o valor venal, o patrimônio declarado de Temer aumentaria em pelo menos R$ 3,6 milhões e chegaria a um total de mais de R$ 11 milhões. Isso não inclui outra casa, de R$ 1.434.558, no bairro do Pacaembu, pela qual ele responde a uma ação por não pagamento de IPTU, e que Temer diz ter vendido

O patrimônio do presidente interino cresceu rapidamente desde 2006. Naquele ano, Temer foi candidato a deputado federal e declarou bens no valor de R$ 2.293.645,53. Se corrigido pelo IGP-M da Fundação Getúlio Vargas, eles corresponderiam, em 2014, a R$ 3.678.526,22. Porém, seu patrimônio declarado à Justiça Eleitoral em 2014 já havia crescido para R$ 7.521.799,27. Ou seja, mais do que dobrou acima da inflação entre duas eleições - e isso sem levar em conta a valorização dos imóveis.

FALTA FUNDAMENTO STF está envolvido no processo do golpe, afirma professor da UnB

Para Marcelo Neves, golpe é fundado numa ideologia, numa criação ilusória de que se está atuando de acordo com a Constituição, quando, na verdade, está se atuando para corroer a Constituição
por Marco Weissheimer

CRISELLI MONTIPÓ/REPRODUÇÃO/UNIBRASIL
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Marcelo Neves: golpe envolve parlamentares,TCU, grande mídia e Judiciário, incluindo o Supremo Tribunal Federal
Sul 21 – Em dezembro de 2015, Marcelo da Costa Pinto Neves, professor titular de Direito Público da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília e visiting scholarda Faculdade de Direito da Universidade de Yale (EUA), divulgou um parecer classificando o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, acolhido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), como “inconsistente e frágil, baseando-se em impressões subjetivas e alegações vagas”. “Os denunciantes e o receptor da denúncia”, disse ainda o constitucionalista, “estão orientados não em argumentos jurídicos seguros e sustentáveis, mas sim em avaliações parciais, de caráter partidário ou espírito de facção”. “Denunciantes e receptor afastam-se não apenas da ética da responsabilidade, mas também de qualquer ética do juízo, atuando por impulsos da parcialidade, do partidarismo e da ideologia, em prejuízo do povo brasileiro”, acrescentou.
Passados cerca de seis meses, a abertura do processo de impeachment foi aprovada na Câmara e o mesmo encontra-se atualmente tramitando no Senado, com o afastamento da presidenta Dilma por um período de até seis meses. Enquanto isso, o vice Michel Temer assumiu o governo, trocando não só todo o ministério e escalões intermediários do governo, mas também o programa do governo eleito pelas urnas em 2014. Impeachment ou golpe? Em entrevista ao Sul21, Marcelo Neves não tem dúvidas em apontar a segunda opção. “É um golpe fundado numa ideologia, numa criação ilusória de que se está atuando de acordo com a Constituição, quando, na verdade, está se atuando para corroer a Constituição, prejudicando o funcionamento normal da ordem constitucional”, afirma o professor da UnB. Para ele, o processo golpista envolve parlamentares, o TCU, a grande mídia e o Judiciário, incluindo o próprio Supremo Tribunal Federal que, em tese, deveria zelar pelo cumprimento da Constituição:
“Acho que o STF está envolvido neste processo, pois está muito parcial. Ele tem tomado medidas que, às vezes, são muito duras para setores do governo e muito parcimoniosas, lenientes e favoráveis a grupos pertencentes à política tradicional brasileira. Além disso, o STF tem se manifestado e prejulgado casos que ainda vai avaliar”.
O sr. é autor de um parecer, divulgado em dezembro de 2015, que classificou o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff como frágil e inconsistente. Passados quase seis meses da divulgação desse parecer e com o processo de impeachment já tramitando no Senado, como definiria a situação política que estamos vivendo hoje no país?
A situação do impeachment foi uma criação para destituir a presidente que não tem nenhum fundamento. Toda a estrutura desse processo configura o que tem se chamado de golpe, um golpe parlamentar com a ajuda do Judiciário e da grande mídia, que não tem nada a ver com a prática de crime de responsabilidade pela presidente da República. Há vários elementos que apontam no sentido oposto. O afastamento da presidente tem a ver, principalmente, com a tentativa de abafar as investigações para que elas não atingissem certos políticos hegemônicos da tradição brasileira. Recentes gravações mostram que a presidente vinha permitindo as investigações sem interferência, deixando o Ministério Público e a Polícia Federal com autonomia para atuar. A questão é que isso incomodava muitos grupos. Um ponto fundamental foi esse.
Outro, evidentemente, é que as políticas sociais incomodavam grupos tradicionais das elites brasileiras. Esses foram os elementos fundamentais. Crise econômica, nós já passamos mais graves no governo Sarney e no governo Fernando Henrique. Isso não justificou o impeachment desses presidentes porque, no presidencialismo, uma política econômica frágil e mal conduzida em certo momento não é suficiente para a destituição do chefe de governo. Isso ocorre no sistema parlamentarista.
As chamadas pedaladas fiscais não configuram caso de crime de responsabilidade. Já existem muitos estudos sobre isso. Além disso, essas pedaladas foram praticadas abundantemente antes pelo próprio presidente Fernando Henrique Cardoso, que abusou de decretos para a abertura de créditos suplementares. Na época, o Tribunal de Contas da União só encaminhava recomendações para que as contas fossem saneadas. Nunca houve sequer reprovação das contas, quanto mais um impeachment que implica crime de responsabilidade. Então, o TCU também está envolvido nesta trama, na construção deste casuísmo para enfraquecer a presidente e permitir esse impeachment que, na verdade, fere a Constituição porque a tipificação do crime de responsabilidade inexiste.
No presidencialismo, a destituição de um presidente exige que se caracterize o crime de responsabilidade ou o crime comum, que iria para o Supremo. Mas não há caracterização de crime comum nem de crime de responsabilidade. Então, o que vem se dizendo sobre o golpe justifica-se amplamente.
O sr. concorda, então, que estamos vivendo um golpe em curso ou mesmo já efetivado?
Sim, é um golpe que está em curso e que pode se consumar. Não é um golpe clássico, no sentido estrito do termo, com o emprego de violência. É um golpe fundado numa ideologia, numa criação ilusória de que se está atuando de acordo com a Constituição, quando, na verdade, está se atuando para corroer a Constituição, prejudicando o funcionamento normal da ordem constitucional.
Quais são as possíveis consequências dessa quebra da ordem constitucional para a vida do país no médio e longo prazo?
O que pode ocorrer, caso se consume um abuso desse tipo, é termos sempre um perigo pairando sobre qualquer governo contrário aos interesses das elites dominantes. Esse governo não vai conseguir se manter no poder, pois sempre se poderá recorrer a esse precedente. O grande perigo é que essa prática se torne uma rotina na nossa vida política, tendo como alvo presidentes que tenham uma postura transformadora, vinculada a movimentos populares. Isso cria mais instabilidade inconstitucional no país.
O sr. mencionou a participação do Judiciário neste processo de construção do golpe, juntamente com parlamentares e a grande mídia. O STF, que é a nossa última trincheira constitucional, também foi arrastado para essa crise ou está envolvido ativamente nela. Qual sua avaliação sobre a conduta do STF neste processo do golpe?
Acho que o STF está envolvido neste processo, pois está muito parcial. Ele tem tomado medidas que, às vezes, são muito duras para setores do governo e muito parcimoniosas, lenientes e favoráveis a grupos pertencentes à política tradicional brasileira. Além disso, o STF tem se manifestado e prejulgado casos que ainda vai avaliar. Isso tem acontecido com vários ministros, como Gilmar Mendes, Celso de Mello e Cármen Lúcia, que se manifestaram dizendo que o que está acontecendo não é golpe. Estão se manifestando sobre algo que eles podem ter que vir a julgar. Isso fere todas as normas de imparcialidade. Eles não poderiam se manifestar sobre o assunto exatamente porque eles poderão ter que julgar se há vícios no processo do impeachment. Eles estão prejulgando ao falar antecipadamente. Isso poderia, em certos casos mais graves, levar até mesmo ao impeachment de um ministro do Supremo se a gente estivesse atuando, realmente, de acordo com as regras do Estado de direito.
Considerando que o STF é o guardião da Constituição, a quem a sociedade pode recorrer quando ocorre uma quebra da ordem constitucional e aquele que deveria ser o principal defensor do Estado de direito se comporta dessa maneira?
Acho que aí vamos precisar dos movimentos populares. Isso tem que vir mais de baixo. A mobilização popular pode pressionar e provocar uma modificação da situação atual e reorientar algumas posições. Como a coisa está ficando tão descarada com as recentes gravações, isso também vai aumentando o constrangimento dos poderes públicos. É possível que até mesmo o Supremo se veja constrangido a mudar suas posições e ser mais rigoroso com esses grupos de elites tradicionais, em relação aos quais eles não tomam nenhuma providência em processos que duram de cinco a dez anos. Políticos como Sarney e Renan têm um poder muito grande no Judiciário porque eles definem normalmente quem entra lá. Você não pode ir para o Supremo sem beijar a mão de Sarney. Isso torna muito difícil esses ministros fazerem alguma coisa contra esses políticos que controlam as nomeações para os altos postos do Judiciário.
Toda a estrutura está corrompida. O Judiciário também está corrompido, neste sentido. Agora, a natureza das gravações que estão surgindo pode aumentar o constrangimento desses poderes e, em certo momento, inverter o jogo, pois pode ficar mais difícil justificar certas decisões.
Há alguns dias, o sr. advertiu para o risco do surgimento de um Estado policial no Brasil em função do perfil de Alexandre de Moraes, novo ministro da Justiça de Michel Temer. Qual a dimensão desta ameaça, na sua opinião?
O perfil do atual ministro da Justiça é um perfil muito mais de repressão. A ligação dele com os cargos públicos sempre foi ligada à dimensão repressiva e nunca à dimensão dos direitos. Então, evidentemente, vai haver uma fragilização dessa dimensão dos direitos e uma ênfase na repressão. Isso já foi dito explicitamente e está registrado em gravações. Em uma delas, o ex-ministro do Planejamento Romero Jucá disse que já tinha falado com os militares para reprimir o MST. Ou seja, há toda uma ordenação de um aparelho repressivo mais eficiente contra os movimentos sociais. Não há pessoa com perfil mais adequado à essa orientação do que o atual ministro.
Na sua avaliação, a Constituição de 1988 deixou alguma fragilidade institucional que está ajudando a desestabilizar a relação entre os poderes e a própria democracia brasileira?
Acho que o problema básico não é a Constituição como texto elaborado. A Constituição sempre deixa um campo aberto para as práticas constitucionais. O problema é a forma como ela foi construída. É claro que é possível pensar novos mecanismos de participação como, por exemplo, para a escolha de ministros do Supremo. Mas isso, me parece, não é o mais importante. O que é mais importante está ligado à prática de funcionamento das instituições. Em um país onde existem algumas pessoas muito privilegiadas, que eu chamo de sobrecidadãos, que estão acima da lei, e uma massa de pessoas, que eu chamo de subintegrados ou subcidadãos, que não têm acesso aos direitos básicos, é muito fácil para os primeiros manipular a Constituição. Então, eu penso que é mais o momento da realização, da prática, que acaba deformando a Constituição.
O modelo americano de escolha é muito parecido com o nosso, mas o Senado tem um papel muito sério. Quando um ministro é indicado pelo presidente para assumir a Suprema Corte americana, professores e especialistas são convidados para avaliar esse nome. Há um amplo debate público e funciona relativamente bem. No Brasil, essa indicação virou apenas um jogo particularista de esquemas políticos para colocar uma pessoa que vai corresponder não a uma determinada visão de mundo, mas sim a determinados particularismos de grupos. Aí, realmente, a deformação e a deturpação da Constituição se tornam o problema mais grave no nosso caso.
O “ativismo jurídico” tornou-se uma expressão muito repetida hoje no debate político e jurídico brasileiro. Qual sua avaliação sobre o sentido dessa expressão?
Esse ativismo judicial que seria uma tendência à judicialização da política tem sido entendido como se o Direito se ampliasse no campo político. Essa é uma interpretação um pouco infeliz porque, na verdade, em grande parte o que há é uma politização do judiciário. Não é que o Judiciário, com critérios jurídicos, se amplia e se torna forte para controlar o poder político. No caso brasileiro, há uma dimensão mais grave neste fenômeno: o Judiciário é politizado e acaba se vinculando aos interesses de grupos políticos. Isso é muito mais grave e representa uma ameaça para o próprio funcionamento da democracia. São pessoas com poder vitalício, adquirido sem eleição e sem periodicidade, podando e prejudicando o funcionamento do processo democrático.
O sr. defende a possibilidade de eleição no Poder Judiciário?
Não. Acho que isso seria problemático. O que defendo é que o Judiciário reconheça as suas funções e seus limites, ficando ligado à Constituição e aos critérios constitucionais. Em alguns países como a Suíça, em nível municipal, e os Estados Unidos, os juízes são eleitos pela comunidade. Acho que no Brasil isso seria um tanto catastrófico em função da forma pela qual o nosso sistema eleitoral é conduzido.