REFORMA DA PREVIDÊNCIA
A uma semana de distância do dia de paralisação nacional contra as reformas chamado pelas centrais sindicais no 28 de Abril, base aliada e governo Temer admitem a possibilidade de adiar a votação da Reforma da Previdência na Câmara.
sexta-feira 21 de abril| Edição do dia
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, a votação da Reforma da Previdência estava prevista para ocorrer na segunda semana de maio. Agora líderes e articuladores da base de Temer na Câmara dos Deputados afirmaram que vão precisar de mais tempo para convencer as bases eleitorais, como o próprio presidente da casa Rodrigo Maia (DEM) afirmou. Ainda reside mistério sobre qual a data prevista para a votação, mas caso não seja possível levar à votação nas semanas seguintes, a tendência é passar para Junho, o que faria com que o Senado apenas votasse no segundo semestre do ano.
A aposta do governo é retirar alguns pontos que estavam presentes na antiga proposta, mas sem alterar o centro do ataque, e ao mesmo tempo investir em propagandas a fim de convencer a população.
O que a reportagem da Folha não fala é sobre o dia de paralisação nacional do 28 de Abril. A grande pedra no sapato do governo e de todos os setores da elite econômica que desejam a reforma da previdência é a força que os trabalhadores podem expressar nesse dia 28 de Abril.
O último dia de paralisação nacional ocorrido no 15 de Março já demonstrou uma enorme disposição de luta em distintas categorias espalhadas pelo país, com destaque para o setor dos transportes e educação. Apesar da trégua que as centrais haviam dado de mais de um mês entre um dia de paralisação e outro, deixando a lei da terceirização irrestrita ser aprovada de maneira silenciosa, agora o 28 de Abril promete ser ainda maior.
Combinado aos escândalos de corrupção envolvendo o governo e partidos aliados, com inúmeros ministros e parlamentares envolvidos em escândalos, a correlação de forças começa a ficar mais desfavorável para a aprovação da reforma da previdência, incluindo outros ataques como a própria reforma trabalhista.
Ao mesmo tempo em que existe um enorme rechaço à proposta de reforma da previdência, que vai fazer com que tenhamos que trabalhar até morrer, começa a se desenvolver uma resistência da classe trabalhadora, que ganha apoio popular cada vez maior, e que pode fazer com que o conjunto dos ataques de Temer seja barrado, incluindo a possibilidade de derrubá-lo pela força da mobilização.