quinta-feira, 10 de setembro de 2015

‘Dilma é linda’, diz argentino criador de dieta da presidente Marcia Carmo De Buenos Aires para a BBC Brasil

Máximo RavennaImage copyrightBBC Brasil
Image captionMáximo Ravenna é autor da dieta que fez Dilma Rousseff emagrecer 17 kg e se diz 'tiete' da presidente
Em seu momento de popularidade mais baixa, a presidente Dilma Rousseff mantém ao menos um admirador fiel: o autor da dieta que a fez emagrecer 17 kg em menos de um ano, o médico argentino Máximo Ravenna.
Em entrevista à BBC Brasil em sua clínica em Buenos Aires, o médico disse que Dilma "é linda, inteligente, culta, amável, nada pedante, nada arrogante".
Dilma e Ravenna se conheceram no ano passado, pouco antes de ela assumir o segundo mandato.
Ele contou detalhes do encontro que tiveram no Palácio da Alvorada, acompanhados por "dez ministros" que fizeram o seu mesmo tratamento para emagrecer, além de médicos da clínica Ravenna em Brasília e da presidente. Ravenna contou que ficou "emocionado" ao conhecê-la pessoalmente.
"Foi uma relação fantástica e até fui um pouco cholulo (tiete) ao pedir uma foto com ela", disse, sorrindo.
"Eu disse, 'presidenta, não sei se a senhora conhecerá o Ravenna (de verdade), porque estou emocionado de estar aqui com a senhora'", conta. "Ela respondeu, 'não sei se poderei ser eu mesma porque estarei sendo vigiada pelo senhor neste jantar'."

Bacalhau sim, vinho não

O prato servido foi bacalhau, e Ravenna recusou o vinho porque costuma obedecer a mesma receita que recomenda a seus pacientes: baixa ingestão de calorias e nada de bebida alcoólica.
Segundo ele, os dois conversaram longamente sobre assuntos diversos.
"Ao contrário do que pensam alguns brasileiros, a presidenta Dilma é uma mulher muito preparada. Sabe muito de história, de China, de tudo. E éramos duas pessoas conversando apaixonadamente".
Ele disse que houve "muita química" entre os dois e que a respeita por sua trajetória.
"Por mais que se equivoque ou não com a economia e etc, eu a vejo como uma pessoa coerente com sua própria história."
Image copyrightReuters
Image caption'Ela já demonstrou que tem tendência para engordar e precisa estar atenta, saindo para ler um livro, para andar de bicicleta, como tem feito', diz Ravenna

'Precisa estar atenta para não engordar'

Para Ravenna, a presidente deve estar sempre atenta para não voltar a engordar, seja por motivos de euforia ou de estresse - ante a grave crise econômica e política do país, as críticas à condução da economia, a dificuldade em unificar a base aliada e os protestos populares.
Os dois se falaram por telefone duas ou três vezes após aquele jantar de apresentação, e agora ela continua sendo atendida pela equipe de Ravenna em Brasília.
"Ela está bem e eu disse que ela tem de manter entre 62 e 69 (quilos). Mas ela já demonstrou que tem tendência para engordar e precisa estar atenta, e longe das áreas de risco (de tentação pela comida) - saindo para ler um livro, para andar de bicicleta, como ela tem feito", disse.
De calça jeans, sapatos de couro marrom, paletó, colete e camisa branca, Ravenna é um homem magro - diz praticar atividades físicas com regularidade.
É uma metralhadora na hora de falar sobre sua receita para emagrecer, sobre os que a criticam - por ser muito restrita em termos de calorias - e sobre as comidas e "condutas" que engordam.

Estilo polêmico

Autor de cinco livros sobre suas dietas, ele afirma que em 23 anos, desde que inaugurou sua primeira clínica, 78 mil pacientes já passaram por suas sedes na Argentina, no Brasil, no Paraguai e na Espanha. E ninguém morreu de fome, disse.
Na recepção de um dos dois edifícios da clínica, no bairro de Colegiales, um quadro com fotos de pacientes mostram "o antes e o depois" de quem obedeceu ao seu "sistema".
Para Ravenna, que é psicanalista e clínico geral, determinados alimentos, como o carboidrato, podem ser um "vício"; o açúcar e a farinha "provocam a mesma dependência que a cocaína" e as pessoas com compulsão pela comida devem ter um limite – "como se você tivesse um filho que começa a experimentar drogas e você tem que dizer chega".
Ele mesmo conta que seus críticos acusam suas clínicas de serem "campos de concentração".
Nutricionistas brasileiros rejeitaram sua dieta - que restringe o consumo diário a entre 800 e mil calorias -, dizendo que ela pode provocar perda de massa muscular e de água. Ele responde dizendo que ela pode ser complementada com vitaminas e magnésio e garante que as pessoas não passam fome.
"Eu seria Josef Mengele (médico nazista do campo de Auschwitz) se fizesse isso (causasse danos à saúde dos pacientes) e estaria aqui respondendo a processos, o que não aconteceu; não dormiria e desistiria da medicina", diz.
Para ele, "agressividade ao organismo" é receitar remédios para emagrecer, diuréticos ou cirurgia para redução do estômago.
Quanto a outro de seus clientes famosos, o ex-jogador de futebol Diego Maradona, que voltou a engordar, Ravenna afirma que "ele emagreceu 25 quilos quando era meu paciente, mas depois achou melhor fazer a redução do estômago. E se sentiu tranquilo, magrinho e comendo de tudo, voltou a engordar e o estômago cresceu de novo."
Image copyrightBBC Brasil
Image captionBaixa quantidade de calorias de sua dieta e motivo de críticas a Ravenna
Durante as duas horas de entrevista, Ravenna admitiu que se inspirou em métodos de consumo de baixas calorias como Atkins e Howard, e chama seus críticos de ignorantes: "acho que nunca frequentaram congressos internacionais".
Ele também repetiu algumas se suas frases mais polêmicas: "Os fins de semana são uma fábrica de gordos"; "O pão é um assassino"; "Assim como as mulheres devem fazer check-up com o ginecologista, o gordo deve visitar permanentemente com o 'gordologista'".
Na parede atrás da sua cadeira destacam-se vários diplomas, incluindo cursos na Universidade Harvard.

Terapia de grupo

Ravenna defende o livre consumo de frutas, legumes, verduras, carne vermelha, peixes, mas de menos frango (que pode, segundo ele, ser mais gorduroso e menos saudável do que um bife por exemplo). Ele sugere quatro alimentações diárias em porções pequenas. E pede que seus pacientes frequentem diariamente uma espécie de terapia grupal para motivá-los a emagrecer e a não cair na tentação e voracidade da comida.
Ele orienta os grupos também nos fins de semana e algumas vezes por ano viaja com alguns deles. Comem no máximo 500 calorias diárias – 800 já são consideradas poucas pelos seus críticos.
Ele sugere que, além do estômago, é preciso lembrar da força da mente. Seu tratamento pode incluir meditação e técnicas de respiração e é baseado nos pilares clássicos de dieta – alimentação, atividade física e mente -, mas com "firmeza".
"Se uma pessoa que está fazendo o tratamento diz insistentemente no grupo, 'ah, não consigo parar de comer', eu digo que procure outra clínica que dê muita comida", diz. "Mas falo sério e também com afeto porque cada paciente é, sinceramente, uma pessoa que merece meu carinho, minha atenção."

Brasil rebaixado: com perda de grau de investimento, dólar e juros podem ficar mais caros Adriano Brito e Ruth Costas Da BBC Brasil em São Paulo

Escritório da S&P em Nova York (Foto: Henny Ray Abrams/AP)Image copyrightAP
Image captionAgência de classificação de riscos Standard & Poor's é a primeira a tirar do Brasil selo de bom pagador
Em meio à crise política e econômica, o Brasil teve sua nota de crédito rebaixada nesta quarta-feira pela agência Standard & Poor's (S&P). Com isso, o país perde seu grau de investimento pela agência, ou seja, status de bom pagador, e entra no grau especulativo – a nota caiu de BBB- para BB+.
A agência ainda sinalizou uma tendência negativa, ou seja, risco de o país ter a nota rebaixada novamente – o que os economistas já alertam que deve ocorrer.
Em seu comunicado, a S&P diz que “os desafios políticos que o Brasil enfrenta continuaram a aumentar”, tendo reflexos sobre “a capacidade e a vontade do governo” em submeter um Orçamento para 2016 “coerente com a significativa sinalização de correção” da política econômica no segundo governo Dilma Rousseff.
O país ainda tem grau de investimento nas outras duas principais agências de classificação de risco – Moody’s e Fitch. Segundo André Perfeito, economista-chefe da consultoria Gradual Investimentos, a tendência é que elas sigam, porém, o rebaixamento feito pela S&P, e que, mesmo antes disso, o país já seja afetado.
“Vamos supor que eu seja um fundo de pensão que, para investir em um país, precisa ter ao menos duas agências dizendo que ele país é OK. Se de repente há três, mas o país perde uma, eu posso já decidir sair de forma antecipada”, afirmou ele, ao lembrar que esse rebaixamento já era esperado.

Metas

Em seu comunicado, a S&P diz acreditar que o perfil de crédito do Brasil ficou ainda mais fraco desde o fim de julho, quando a agência revisou a tendência do país para negativa. “Naquele momento, sinalizamos o avanço dos riscos à execução das políticas de correção então em curso decorrente da dinâmica no Congresso Nacional”.
Para Perfeito, a tendência é que, uma vez que o grau de investimento já tenha sido perdido, governo “relaxe” no cumprimento das metas fiscais.
O ministro Joaquim Levy e a presidente Dilma Rousseff (Foto: Antonio Cruz/Ag. Brasil)Image copyrightAg. Brasil
Image captionS&P lembrou, em seu comunicado, que alertou para os riscos ao ajuste fiscal de Dilma e Levy
Embora o comunicado da Standard & Poor's cite a apresentação do projeto de Orçamento para 2016 do governo com uma previsão de deficit, o especialista vê em outro aspecto um peso maior para a decisão da agência de rebaixar a nota brasileira.
“A questão não era nem tanto mais o superavit primário ou não, na minha opinião. E sim que os juros nominais (encargos sobre a dívida) explodiram em 2015 no Brasil”, afirmou. Segundo o economista, até julho o pagamento desses juros chegou a R$ 278 bilhões, 95% a mais que no mesmo período do ano passado – ampliando a dívida pública bruta.

Efeitos

De acordo com Perfeito, o principal problema no país não foi o aumento das despesas, mas “uma queda brutal das receitas”.
Para ele, o dólar pode avançar ainda mais e chegar aos R$ 4. “Vai ter uma elevação, talvez, dos juros mais longos. O crédito pode ficar um pouco mais caro”, disse sobre os efeitos do rebaixamento no cotidiano dos brasileiros.
“A perda do grau de investimento afeta a economia como um todo”, explicou Alessandra Ribeiro, economista da consultoria Tendências.
Segundo ela, o rebaixamento provoca uma queda nos investimentos, fazendo com que as empresas enfrentem mais dificuldades para se financiar – o que acaba afetando, como consequência, emprego e renda.
Em nota, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que o governo "reafirma seu compromisso com a consolidação fiscal", em esforço para "equilibrar a economia" e complementando medidas tomadas desde o início do ano, "que já têm se refletido no processo de reequilíbrio das contas externas e na queda das expectativas de inflação para 2016 e 2017".

10/09/2015 09h12 - Atualizado em 10/09/2015 09h44 Dólar sobe forte após Brasil perder grau de investimento Agência Standard & Poor's rebaixou nota do Brasil na quarta-feira. Alta reverte o movimento da moeda nos dois dias anteriores.

10/09/2015 09h12 - Atualizado em 10/09/2015 09h44

Dólar sobe forte após Brasil perder grau de investimento

Agência Standard & Poor's rebaixou nota do Brasil na quarta-feira. 
Alta reverte o movimento da moeda nos dois dias anteriores.

Do G1, em São Paulo

O dólar opera em alta nesta quinta-feira (10), depois que a agência de risco Standard & Poor's tirou o grau de investimento – o "selo de bom pagador" do Brasil.
Às 9h30, a moeda dos EUA subia 2,69%, a R$ 3,9015. Veja cotação
G1 acompanha a reação dos mercados à perda do grau de investimento em TEMPO REAL. Acompanhe aqui.

Veja cotação da moeda ao longo do dia:

Às 9h10, subia 2,53%, a R$ 3,8955.
Às 9h10, subia 2,53%, a R$ 3,8955.
Na noite de quarta-feira, o Brasil perdeu o grau de investimento na classificação de crédito da Standard and Poor's (S&P).

A nota do país foi rebaixada de "BBB-" para "BB+", com perspectiva negativa. O rebaixamento do rating do Brasil para a categoria "especulativa" acontece menos de 50 dias após a agência ter mudado a perspectiva para negativa.
A alta desta quinta reverte o movimento do dólar nos dois dias anteriores. Na quarta, a moeda caiu 0,51%, para R$ 3,7994 na venda, após recuar 1,07% na véspera.

A desvalorização do dólar frente ao real aconteceu em meio ao bom humor nos mercados externos diante de nova alta da bolsa chinesa e movimentos de ajustes após as recentes e fortes valorizações
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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

COLAÇÃO DE GRAU UNICEUB 2015

Filhotes são abandonados em caixa na chuva e postagem comove na web Morador tentou entrar em contato com a zoonoses mas não obteve retorno. Foto foi divulgada em rede social e atraiu milhares de pessoas.

Treze filhotes em uma caixa foram deixados em frente a residência (Foto: Reprodução Facebook)Treze filhotes foram deixados em uma caixa debaixo de chuva (Foto: Arquivo Pessoal)
Uma caixa com 13 filhotes de cachorros foi deixada na porta de uma residência nesta terça-feira (8), no bairro Parque Bitaru, em São Vicente, no litoral de São Paulo. Os donos do imóvel, que encontraram os animais ensopados por causa da chuva, decidiram acolher os filhotes e resolveram postar a imagem nas redes sociais pedindo ajuda. Em poucas horas, milhares de pessoas se sensibilizaram e os animais ganharam um novo lar.
O caso aconteceu por volta das 9h, quando Wagner Aparecido de Souza Santos, de 23 anos, foi até o portão de casa e viu uma caixa fechada em baixo da chuva com apenas um buraco na tampa para circulação de ar. Segundo Gabriela Alves, quando o marido se deparou com os filhotes ele não pensou duas vezes. “Meu marido pegou e foi correndo para casa me contar sobre o que estava acontecendo”, explica.
A família se comoveu com a situação e decidiu publicar a história em um perfil no Facebook. Até a manhã desta quarta-feira (9) mais de 3 mil pessoas compartilharam a história e 11 cães ganharam um novo dono. “Ninguém atendeu na zoonoses. As minhas filhas são alérgicas e, por isso, não posso ficar com nenhum. Foi aí que tive a ideia de divulgar”, conta Gabriela.
A iniciativa de Gabriela deu certo e, agora, apenas dois filhotes esperam por uma nova casa. Essa foi a primeira vez que o casal passou por esse tipo de situação. “Nunca tinha acontecido algo assim. Geralmente vejo cachorros abandonados na rua e sempre levo para casa, tiro foto e consigo um novo lar para eles, mas dessa vez a crueldade foi assustadora. Isso não se faz com ninguém, nem com um animal”, finaliza Gabriela.

BBC mostra destruição na Síria que refugiados deixam para trás Há 7 horas

A guerra civil na Síria continua a ter um impacto devastador e mais de 4 milhões de pessoas deixaram o país em busca de segurança.

Sírios se arriscam em travessias perigosas para chegar à Europa, que está dividida em como responder à crise, a maior desde a Segunda Guerra Mundial.
Muitos moravam no campo de refugiados palestinos de Yarmouk, em Damasco, completamente destruído pelo conflito. A BBC teve raro acesso ao que sobrou da área.
Outros 7,5 milhões de sírios foram deslocados internamente e a violência continua a matar civis. Entre os que escaparam da morte está Um Alaa. Ela vive num campo de refugiados na cidade de Latakia, que abriga 7 mil sírios.
O filho mais velho morreu enquanto defendia o Exército sírio e outro filho ficou gravemente ferido. Ela escapo de Idlib, que foi tomada por rebeldes em março, com o marido e outros cinco filhos.
"Passamos pelos grupos armados, mas graças a Deus eles não nos reconheceram. Eu vi com os meus olhos: eles estavam matando um homem, e brincando com a cabeça dele. Eu corri com meus filhos", diz ela.

S&P corta rating soberano e retira do Brasil selo de bom pagador

SÃO PAULO (Reuters) - A agência de classificação de riscos Standard & Poor's retirou o selo de bom pagador do Brasil nesta quarta-feira, ao cortar o rating do país para "BB+" ante "BBB-", após o governo brasileiro mudar o cenário fiscal para 2016, com uma projeção de déficit primário.
Além de retirar do Brasil o grau de investimento, a S&P sinalizou que pode colocar o Brasil ainda mais para dentro do território especulativo ao manter a perspectiva negativa para a nota brasileira.
O movimento da agência é um grande revés para o governo brasileiro, que enfrenta uma crise econômica e política e vinha buscando meios de se manter entre os países reconhecidos como bons pagadores pelas agências de classificação de riscos.
A S&P foi a primeira das três principais agências de classificação de riscos a conceder ao Brasil o selo de bom pagador, em abril de 2008, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E agora é a primeira a colocar o Brasil de volta ao grau especulativo.