domingo, 10 de maio de 2015

A pedra de Sísifo e os trabalhadores prejudicados A semelhança entre os trabalhadores brasileiros e o castigo imposto pelos deuses a Sísifo

O mito grego da pedra do rei grego Sísifo, que Homero narra na Odisseia, me veio à memória neste momento de inquietude de milhões de trabalhadores brasileiros aos quais a crise econômica pode privar, mais do que a outros mais favorecidos, de seus direitos trabalhistas.
O rei Sísifo foi condenado pelos deuses a subir uma montanha empurrando uma pesada pedra. Quando chegava ao topo, a pedra escorregava de suas mãos e rolava de novo até o chão. E Sísifo devia carregá-la de volta montanha acima, repetidas vezes, até o infinito.
Uma das interpretações mais conhecidas do mito grego é a do escritor e filósofo francês Albert Camus, que afirma que “não existe castigo mais terrível que o do trabalho inútil e sem esperança”.
Os trabalhadores que dependem de um salário para viver e sustentar sua família, têm de fazer muitas contas para não cair nas garras do cheque especial ou dos juros estratosféricos do cartão de crédito, têm de fazer cada vez mais malabarismos para terminar o mês sem dívidas.
A classe trabalhadora brasileira suporta uma das maiores cargas tributárias do mundo e recebe muito menos do Estado em benefícios sociais que seus colegas dos países mais desenvolvidos.

É essa sensação de inutilidade de que escrevia Camus que devem sentir milhões de trabalhadores brasileiros cada vez que veem cortados seus direitos, diminuir seu salário e aumentar os preços. Eles nos recordam o castigo que os deuses impuseram a Sísifo.Esses trabalhadores que sempre encontravam trabalho e que hoje começam a temer o fantasma do desemprego são os menos escolarizados e profissionalizados, os primeiros a escorregar para o desemprego forçoso.
No Brasil, um país rico e de pessoas criativas, os trabalhadores sentem a angústia do personagem do mito grego de ter de fazer, todo mês, o esforço de subir a montanha com a pedra de seu trabalho até que, por fim, ela escorregue e se vejam outra vez de mãos vazias ou, o que é pior, sujas de dívidas.
Como recordou com ironia o professor de Políticas Públicas da Universidade de Harvard Felipe Campante em um simpósio da Fecomercio em São Paulo, não é verdade que os governos brasileiros são incompetentes. Pelo contrário, segundo ele, existe um campo em que o Brasil se mostra mais desenvolvido que a maioria dos governos do mundo: na arte de impor aos trabalhadores impostos diretos ou indiretos.
O Brasil figura, de fato, entre os países com maior carga tributária do planeta. Com 36,4%, a maior em 30 anos, os brasileiros são hoje os que pagam mais impostos entre os países da América Latina, segundo a OCDE, e estão entre os 14 países mais taxados do mundo.
É cruel que países como os Estados Unidos tenham uma carga tributária de 24,3% ; o Japão, de 28%; a Suíça, de 28%; o Canadá, de 30% e até o México, de 19,7% e o Chile, de 20,8%, e o Brasil ganhe de todos eles com seus 36,4%, que o governo ainda gostaria de aumentar.
Com a diferença de que nesses outros países o Estado oferece aos trabalhadores uma série de serviços públicos e sociais de primeira qualidade do berço até a morte. Pagam, mas recebem. Os brasileiros, pagam e recebem serviços que só os mais pobres usam. Disso resulta que uma família de classe média é mais sacrificada no Brasil que em outros países com impostos maiores.
Segundo o Índice de Arrecadação Tributária (IVAT), a carga fiscal brasileira cresceu 164,40% entre 2001 e 2010 e, desde então, não parou de aumentar. No primeiro governo Dilma, aumentou quase 2%.
Os especialistas calculam que um trabalhador brasileiro precisa trabalhar cinco meses para pagar impostos e outros cinco para pagar serviços públicos que deveriam estar a cargo do Estado, como transportes de qualidade, ensino ou saúde. O que sobra para viver?
E enquanto o Brasil é um dos países mais sobrecarregados de impostos, o PIB per capita contrasta com o de outros países.
Em uma lista do PIB de 80 países, o Brasil figura, segundo dados do FMI, entre os três últimos, com menos riqueza pessoal.
Enquanto o PIB brasileiro seria hoje, segundo a cotação do dólar, de pouco mais de 8.000 dólares, o dos Estados Unidos, por exemplo, é de 51.248, o do Canadá, 43.594, o da Alemanha, 39.993, o da França, 35.942 e o do Reino Unido, 51.248.
Até na América Latina, o PIB per capita brasileiro é menor que o do Chile (19.475) ou que o do México (15,932) e até menor que o da Venezuela (13.634)
Os números podem parecer frios, mas a realidade dos trabalhadores que sofrem uma das maiores cargas tributárias do mundo, que gozam de um PIB per capita menor e sofrem índices de violência que estão entre os maiores do planeta, constitui uma triste realidade.
Não se parecem esses trabalhadores brasileiros com o rei Sísifo, condenado pelos deuses ao trabalho duro e inútil de subir a montanha com uma pedra para, ao final de tanto esforço, ficar de mãos vazias?
Às vezes cruzo na rua com algum desses trabalhadores socialmente mais frágeis, que limpam o que ninguém quer limpar, erguem edifícios pendurados no vazio e na insegurança ou vigiam as noites tristes dos doentes amontoados nos hospitais públicos.
Minha tentação é pensar que estão realizando o castigo dos deuses imposto a Sísifo, mas prefiro ficar com a interpretação do mito grego que fazia Camus, quando escrevia que devemos, apesar de tudo, fazer um esforço para conseguir “ver Sísifo feliz”, às voltas com sua pedra montanha acima.
Esses trabalhadores cujos direitos o poder tem a tentação de morer quando aumentam as crises, são, como dizia o escritor francês, “donos de seu destino”, orgulhosos do que fazem por vocação ou necessidade.
Sem eles, o mundo, a começar pelo dos privilegiados cuja pedra outros levam montanha acima, seria um deserto ou um inferno.
Eles não merecem ser as cinderelas da crise, os sacrificados, mas sim os mais bem cuidados e protegidos.
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Grécia pede que UE e FMI mostrem desejo político de fechar acordo

ATENAS (Reuters) - O principal negociador da dívida da Grécia pediu que a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) mostrem sua disposição de quebrar um impasse nas negociações, antes de reunião crucial de ministros das Finanças da zona do euro na segunda-feira.
O governo do primeiro-ministro Alexis Tsipras, que assumiu o poder prometendo acabar com os termos de austeridade sob o acordo de dívida existente da Grécia de 240 bilhões de euros, está travado há meses em negociações com seus credores devido a reformas que poderiam destravar fundos de resgate.
"Qualquer atraso em alcançar esse compromisso tem a ver com uma e apenas única razão, as diferenças políticas entre o governo e as instituições", disse Euclid Tsakalotos, o recém-nomeado coordenador da Grécia nas negociações, ao jornal Avgi.
Com a ajuda congelada enquanto está fora dos mercados de dívida, a Grécia corre o risco de ficar sem dinheiro a menos que um acordo seja alcançado em breve.
"Após semanas de negociações trabalhosas, se houver um desejo real do outro lado, ficará claro que a discussão chegou a um nível em que um acordo está muito perto e será alcançado no próximo período", completou Tsakalotos.
Os credores de Atenas exigem mais austeridade em troca de fundos, enquanto o irritado público grego tem sentido as dores de cortes de renda em meio a seis anos de recessão.
(Reportagem de Renee Maltezou)

Jair Bolsonaro agiliza votação do PL que propõe fim da taxa de Exame da OAB

Responsive imageDeputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ). Foto: Wilson Dias/Ag.BrasilOAB & CIA
Sexta-Feira, Dia 08 de Maio de 2015
Matéria Atualizada – Na tarde de hoje (9), por volta das 17:50hs.
 
 
Brasília - O deputado Jair  Bolsonaro (PP-RJ), quer que a Câmara agilize votação do PL que propõe fim da taxa de Exame da OAB, para isso, ele apresentou na última quarta-feira(6/5), à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados, requerimento para desapensar o Projeto de Lei 8.220/14, que propõe fim da taxa de Exame da Ordem dos Advogados do Brasil, do Projeto de Lei 5.054/05 que torna obrigatório o Exame de Ordem para todos os que quiserem inscrever-se como advogado, já que hoje, determinadas categorias são isentas de prestá-lo.
 
Jair  Bolsonaro destacou na justificativa que desapensamento do PL 8.220/14  vai agilizar a tramitação do projeto na Câmara dos Deputados. "É importante, garantir a isenção do pagamento de taxas ou despesas de qualquer natureza para a realização do exame, tornando-se premente sua aprovação para beneficiar a sociedade brasileira, em especial os bacharéis em direito", ressaltou o deputado. 
 
UNBA
 
A vice-presidente da União Nacional dos Bacharéis em Ação(UNBA), Gisa Moura, ligou para a redação do site Justiça em Foco, e disse: “Os deputados estão entendendo que a situação é grave, e que a OAB, as custas de nós bacharéis em Direito desempregados, arrecada milhões com inscrições para o Exame de Ordem. Além disso - bacharéis em Direito estão tendo cerceada a garantia de exercer a profissão.  Por isso não podemos nos acomodar. A meta agora é reunir um grupo de bacharéis de todo o Brasil e chegar a Brasília no próximo dia 25, e atrair apoio de outros deputados para defender os interesses dos bacharéis em Direito”, disse Gisa Moura. 
 
"O Deputado Jair Messias Bolsonaro e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), são merecedores de um apoio especial dos bacharéis em Direito, pois eles nunca deixaram  de provar sua lealdade com a nossa causa", afirmou Gisa Moura por telefone à redação.
 
 
MNBD
Neste sábado (9/5), o presidente do Movimento Nacional dos Bacharéis em Direito(MNBD), Reynaldo Arantes, enviou e-mail a nossa redação com informações sobre o requerimento apresentado pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ).
Segundo Reynaldo Arantes, o requerimento apresentado, na última quarta-feira(6/5), foi uma estratégia acertada entre o MNBD e o deputado Eduardo Cunha no início do 2º semestre de 2014. Daí a proposta de gratuidade da taxa do exame da OAB desapensada em 2015 (separada do grupo de projetos que tratam do exame, todos apensados ao PL 5.054/2005 do ex-deputado Almir Moura sem partido/RJ, que prevê exame da OAB para todos que quiserem advogar)  para que tramite separada e isoladamente, a fim de ser uma proposta “pura e direta” para análise parlamentar.
“O requerimento será agora analisado pela Mesa Diretora da Câmara, onde temos o presidente Eduardo Cunha e o 2º secretário Felipe Bornier (PSD/RJ) como signatários do PL 8.220/14. Aprovado, o PL retorna para a CCJC para tramitação em separado”, informou Reynaldo Arantes.
Reynaldo Arantes, também informou que será colocado em votação a proposta do fim do exame, conforme promessa do deputado Eduardo Cunha. “O deputado Eduardo Cunha vem destacando que a prioridade é o PL 8.220/14 da gratuidade da taxa do Exame OAB, mas que colocará todas as propostas em votação e que estará lutando pela aprovação de todas as propostas”, disse o presidente do MNBD.

Força Aérea Real britânica suspende voos do Airbus A400M após acidente na Espanha

PARIS (Reuters) - A Força Aérea Real da Grã-Bretanha (RAF, na sigla em inglês) suspendeu operações de seu Airbus A400M de transporte militar enquanto aguarda mais informações sobre a causa de um acidente envolvendo uma aeronave semelhante durante testes na Espanha, neste sábado, informou o Ministério da Defesa.
A RAF recebeu dois dos 22 aviões que solicitou.
A aeronave que caiu não estava destinada à RAF, mas as operações foram interrompidas como medida de precaução, disse uma porta-voz.
(Reportagem de Tim Hefer)

Alemanha disponibiliza 100 milhões de euros para setor energético na América Central

Reuters


A Alemanha vai disponibilizar uma nova linha de financiamento de 100 milhões de euros para projetos de energia geotérmica na América Central, informou, este sábado, o portal El 19.


O Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, manteve um encontro com o diretor da Divisão Regional da América Central, México e Caribe do Ministério da Cooperação e Económica e Desenvolvimento da Alemanha, Klaus Krämer.

Após o encontro, o embaixador alemão em Manágua, Karl-Otto König, explicou que há um acordo quadro com o Sistema de Integração Centro-americana (SICA), mas implementado com cada Estado, e que a cooperação ascende a 250 milhões de dólares (223 milhões de euros), de acordo com o diário digital governamental.

"Por exemplo, decidimos abrir uma nova linha de financiamento de mais de 100 milhões de euros para utilizar a energia geotérmica. É um programa em que a Nicarágua também pode participar", disse o diplomata, citado pelo portal El 19, assinalando que ser preciso acrescentar projetos em matéria de segurança.

König, que esteve presente na reunião, disse ter havido "um intercâmbio interessante e sincero" e que existem "boas perspetivas" no plano do reforço da cooperação.

O Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW) concedeu, na passada quinta-feira, à Nicarágua um empréstimo de 6 milhões de euros para financiar um projeto de tratamento de águas residuais na capital.

Presidente da FIFA juntou líderes da federações de Israel e Palestina

Dirigente suíço prometeu visita os dois países e reunir-se com os governos locais antes do Congresso da FIFA.
FIFA Executive Committee meeting in Zurich
Foto: Lusa
Presidente da FIFA Joseph Blatter
Por SAPO Desporto c/Lusa sapodesporto@sapo.pt
Os presidentes das federações de futebol de Israel e a da Palestina reuniram-se hoje com o líder da FIFA, o suíço Joseph Blatter, informou o organismo que tutela o futebol mundial.
Após algumas reuniões individuais nas últimas semanas, com responsáveis da FIFA, o israelita Ofer Eini e o palestino Jibril Rajoub juntaram-se hoje num encontro presidido por Blatter e no qual estiveram outros representantes dos três organismos.
Um dos principais temas em discussão foi o pedido da federação palestina para a FIFA suspender a sua congénere israelita, por considerar que esta compactua com uma posição inalterável de opressão e discriminação para com os desportos palestinianos em geral e para com o futebol em particular.
De acordo com a FIFA, as duas federações aceitaram continuar o diálogo, com Blatter a prometer visitar os dois países e reunir-se com os governos locais antes do Congresso da FIFA, marcado para o final de maio.

Como parar o maior ataque do mundo?

Guardiola com receio de uma goleada catalã em Munique

Técnico espanhol receia contra-ataque do Barcelona.
Pep Guardiola durante o jogo com o Barcelona
Foto: Josep Lago
Pep Guardiola durante o jogo com o Barcelona
Por SAPO Desporto sapodesporto@sapo.pt
O treinador do Bayern Munique reconhece que a tarefa dos bávaros contra os catalães, no jogo da segunda mão das meias-finais da Liga dos Campeões, vai ser muito complicada, e até assume que a sua equipa terá de ter muito cuidado de forma a evitar uma derrota pesada à imagem do que aconteceu com o Real Madrid na época passada (derrota por 4-0).
"Se pensarmos apenas em marcar golos, acontece-nos o mesmo que no ano passado contra o Real Madrid. Temos de manter a calma, controlar o jogo e ver o que acontece", começou por dizer Pep Guardiola citado pela imprensa alemã após a derrota com o modesto Augsburgo por 1-0.
"Não é fácil jogar 80 minutos com menos um homem depois do jogo em Barcelona. Não temos mais jogadores para jogar com amplitude, o que obriga os nossos defesas a atacar. Estou muito orgulhoso da equipa", acrescentou Guardiola sobre a expulsão de Pepe Reina, aos 13 minutos.