sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Obama anuncia plano de imigração que protege 5 milhões da deportação.

France Presse
20/11/2014 23h08 - Atualizado em 21/11/2014 07h45

Obama anuncia plano de imigração que protege 5 milhões da deportação

Ilegais com filhos americanos poderão ter visto de trabalho por 3 anos.
Presidente afirmou em pronunciamento que medida 'não é anistia'.

Da France Presse
O presidente americano, Barack Obama, apresentou em discurso na Casa Branca seu aguardado plano de reforma migratória, afirmando que o conjunto de medidas que assinou para regularizar a situação de cerca de cinco milhões de imigrantes em situação ilegal tornará o sistema 'mais justo e equilibrado'. A ação, tomada por decreto e sem consulta ao Congresso, gerou reações de líderes do Partido Republicano, que terá maioria no Legislativo a partir do próximo ano. A oposição considera a proposta ilegal.
Com o novo programa, cerca de quatro milhões de imigrantes sem documentos poderão solicitar, a partir da primavera no hemisfério norte, uma permissão de trabalho de três anos, e uma proteção contra a deportação.
As condições para pedir a permissão são:
- estar presente em território americano há pelo menos cinco anos
- ter um filho com cidadania americana ou residência permanente ('green card'), nascido antes de 20 de novembro de 2014, sem importar a idade.
- para os jovens: estar presentes em território americano desde 1º de janeiro de 2010 (ao invés de 15 de junho de 2007), ter chegado aos Estados Unidos antes dos 16 anos, ter completado ao menos o ensino médio e não apresentar antecedentes criminais.
Lembrando que os Estados Unidos "sempre serão uma nação de imigrantes", Obama destacou que a alternativa de reunir e deportar milhões de pessoas não é realista e que, por isso, decidiu assinar um pacote de medidas que permitirá às pessoas em situação ilegal "sair das sombras e ficar em dia com a lei".
"Meus companheiros americanos, nós somos e sempre seremos uma nação de imigrantes. Nós também já fomos forasteiros", lembrou Obama, em alusão aos pioneiros que construíram o país, em seu discurso de 15 minutos. "O que faz de nós americanos é nosso compromisso compartilhado com um ideal: o de que todos nós somos criados como iguais e que todos nós temos a chance de fazer o que quisermos com as nossas vidas", prosseguiu.
Obama durante pronunciamento na Casa Branca na noite desta quinta-feira (20) (Foto: Jim Bourg/Reuters)Obama durante pronunciamento na Casa Branca
nesta quinta-feira (20) (Foto: Jim Bourg/Reuters)
Obama reforçou, no entanto, que o programa não é "um passe livre para a cidadania americana" sem que se dê os passos apropriados.
O governo estima que o programa, além de ampliar a elegibilidade de jovens imigrantes a tirar os documentos segundo um programa diferente, ajudará quase a metade dos cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais do país.
Cerca de 11 milhões de imigrantes em situação ilegal vivem nos Estados Unidos, menos que em 2007, quando somavam 12,2 milhões, segundo o Pew Research Center. Ao menos 60% deles vivem em seis estados: Califórnia, Flórida, Illinois, Nova Jersey, Nova York e Texas. Quase a metade do total dos imigrantes ilegais é de origem mexicana e a metade vive nos Estados Unidos há mais de 13 anos.
Os adversários republicanos do presidente argumentam que ele está se excedendo em sua autoridade e estendendo a oferta sem a aprovação da lei no Congresso, e que o plano representa uma anistia para os imigrantes que descumpriram a lei. "Bem, não é isto", argumentou Obama.
"Anistia é o sistema migratório que temos hoje: milhões de pessoas que vivem aqui sem pagar seus impostos ou seguindo as regras, enquanto os políticos usam a questão para assustar as pessoas e arrebatar votos em época de eleição", afirmou. "Eu tomarei as medidas para administrar responsavelmente a situação dos milhões de imigrantes em situação ilegal que vivem no nosso país", disse Obama.
As novas medidas - prosseguiu - "não se aplicam às pessoas que entraram no país recentemente" nem às que vierem no futuro, tampouco garante a cidadania americana.
"Tudo o que estou dizendo é que não vamos deportá-lo", acrescentou, dirigindo-se aos imigrantes.
Obama chegou a comparar as próprias filhas com os jovens em situação ilegal que buscam construir seu caminho estudando. "Tenho acompanhado a coragem de estudantes que, salvo pelas circunstâncias de seu nascimento, são tão americanos quanto Malia e Sasha; estudantes que se ergueram como ilegais para fazer a diferença no país que amam", declarou.
Pouco antes do discurso, a Casa Branca informou que o pacote de medidas de Obama beneficiaria cinco milhões de imigrantes ilegais.
Reação
O anúncio de Obama é uma bomba política em Washington, e seus adversários republicanos, que dominarão o Congresso a partir de janeiro, prometeram contra-atacar.
Muitos deles questionam a legalidade das medidas. "Não é assim que funciona a nossa democracia", disse o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner. "O presidente já disse que não é um rei, nem um imperador, mas se comporta como tal", acrescentou.
O senador republicano Lindsey Graham, por sua vez, antecipou: "Tentarei bloquear todas estas medidas. Vamos questioná-las na Justiça."
Enquanto isso, o ultraconservador senador republicano Ron Paul pediu que a Câmara alta adote uma resolução repudiando o projeto presidencial como ilegal, o que abriria as portas a um questionamento judicial das medidas.
Promessa de campanha
A adoção de uma reforma completa de todo o sistema migratório foi uma promessa central na campanha de Obama à reeleição, em 2012.
Na ocasião, a proposta motivou uma mobilização poucas vezes vista na comunidade latina nos Estados Unidos, que foi fundamental para Obama conquistar o segundo mandato.
Mas a via legislativa não deu nenhum resultado.
Já em 1986, durante o governo de Ronald Reagan, todas as tentativas de reforma do sistema de imigração fracassaram. No começo deste ano, o presidente tinha anunciado sua determinação de usar suas prerrogativas como chefe do Executivo para assinar decretos, caso a Câmara de Representantes não discutisse e votasse uma lei a respeito.
Em um primeiro momento, adiou a decisão para o fim do verão no hemisfério norte e, depois, resolveu deixar a assinatura para depois das eleições legislativas, celebradas em 4 de novembro.
Com a vitória sólida do Partido Republicano, Obama se convenceu de que o Congresso não agiria, e determinou a preparação dos decretos, provocando a ira dos republicanos.
"Todo mundo está de acordo em que nosso sistema migratório fracassou, infelizmente Washington permitiu que o problema se prolongasse durante tempo demais", disse, em discurso publicado pela Casa Branca em sua página na rede social Facebook.
O presidente garante que agirá apenas para responder às insuficiências de um "sistema que não funciona mais".
Várias das principais emissoras americanas de TV (ABC, NBC e CBS) entraram em acordo para não transmitir ao vivo o discurso de Obama, realizado à 1h GMT (23h de Brasília). A CNN e a Fox News confirmaram a transmissão.
A rede de TV em espanhol Univisión iniciou a transmissão da cerimônia dos prêmios Grammy Latinos para a costa leste depois do discurso de Obama.
Detalhes do plano
População em situação ilegal: Cerca de 11 milhões de imigrantes em situação ilegal vivem nos Estados Unidos, menos que em 2007, quando somavam 12,2 milhões, segundo o Pew Research Center.
Ao menos 60% deles vivem em seis estados: Califórnia, Flórida, Illinois, Nova Jersey, Nova York e Texas.
Quase a metade do total dos imigrantes ilegais é de origem mexicana e a metade vive nos Estados Unidos há mais de 13 anos.
Novo programa: Com o novo programa, cerca de quatro milhões de imigrantes sem documentos poderão solicitar, a partir da primavera no hemisfério norte, uma permissão de trabalho de três anos, e uma proteção contra a deportação.
Os pretendentes devem:
- Estar presentes em território americano há pelo menos cinco anos.
- Ter um filho com cidadania americana ou residência permanente ('green card'), nascido antes de 20 de novembro de 2014, sem importar a sua idade.
Via especial para os jovens: Os critérios de um programa criado em julho de 2012, especialmente para os imigrantes que foram levados crianças pelos pais serão ampliados, o que permitirá potencialmente agregar uns 270.000 imigrantes aos 600.000 que já se beneficiaram do mesmo, em 30 de junho passado.
Os novos critérios são:
- Estar presentes em território americano desde 1º de janeiro de 2010 (ao invés de 15 de junho de 2007).
- É eliminado o teto de 31 anos de idade em 2012 para ingressar ao programa.
- Os solicitantes devem ter chegado aos Estados Unidos antes dos 16 anos (invariável).
- As condições de diploma (ensino médio) e antecedentes criminais (não ter sido condenado) são mantidas.
Expulsões: As autoridades federais concentrarão seus recursos em expulsar os imigrantes em situação irregular considerados perigosos, detidos na fronteira ou que chegaram a partir de 1º de janeiro de 2014, inclusive menores de idade.
Também serão destinados recursos para reforçar a fronteira com o México e o sistema judicial para acelerar o processo dos casos de deportação.
Imigração legal: O governo se prepara também para aumentar a entrega de vistos a trabalhadores muito qualificados e estudantes cientistas, o que poderá abranger 500.000 pessoas.
Em particular, os estrangeiros formados em universidades americanas em carreiras com demanda (ciência, engenharia, matemática) poderão trabalhar por mais tempo nos Estados Unidos após obter seus títulos sem ter que passar por trâmites de visto, devido à ampliação do programa 'Optional Practice Training' (Treinamento Prático Opcional).

Dono da UTC tinha contato com pessoas ligadas a campanhas do PT e do PSDB

Investigação sobre PetrobrasDono da UTC tinha contato com pessoas ligadas a campanhas do PT e do PSDB

Especialista explica cultura da corrupção no Brasil e avalia o escândalo da Petrobras


Especialista explica cultura da corrupção no Brasil e avalia o escândalo da Petrobras

Por Jovem Pan

O cientista político Leonardo Barreto, da Universidade de Brasília, disse neste domingo (16) que a corrupção é algo do caráter e do espírito humano. Para ele, países que enfrentam bem a corrupção são os que têm regras claras, eficientes e rápidas para prevenir, apurar e condenar os seus corruptos.

“No nosso caso, o que nós temos, é uma cultura muito longa e muito grande de impunidade, de instrumentos falhos de controle e um processo de apuração de julgamento muito precário. Acho que ele [o mensalão] ter sido um marco (...), o fato é que ele aconteceu em 2005 e a pena só saiu em 2013”, afirmou.

Ainda de acordo com o especialista, as penas do julgamento do mensalão, como prisão domiciliar, mostrou que as nossas instituições não estão preparadas para julgar casos de corrupção.


Barreto explicou também que no caso do escândalo da Petrobras há um conjunto de pessoas importantes do PT, do PMDB e do PP. Com isso, se espera da presidente Dilma Rousseff um processo de isenção, não intervenção política, e que ela coloque as instituições para funcionar por meio de propostas que ela fez durante a última campanha presidencial.

“Lá no processo eleitoral, ela apontou cinco projetos de combate à corrupção que se vierem a ser aprovados serão muito importantes. Existe agora um momento que se ela não estiver envolvida, se ela não tiver conhecimento, que ela não apenas permita todas as condições institucionais para que tudo seja apurado como também apresente um pacote muito contundente de mudanças contra a corrupção”, avaliou.

CHINA

O banco central da segunda maior economia do mundo reduziu esta sexta-feira os custos de financiamento no país ao cortar as taxas de juro de referência.
A autoridade monetária cortou tanto as taxas de crédito como as de depósito, com efeitos a partir de amanhã, esperando assim dar novo impulso à economia.

A taxa de juro de referência a um ano foi reduzida em 0,4 pontos percentuais para 5,6%, enquanto a taxa de depósito foi estabelecida em 2,75%, menos 0,25 pontos percentuais.

O corte de taxas de juro como forma de estimular a economia aproxima a política monetária chinesa ao BCE, em contraciclo com o Fed norte-americano, que já terminou o seu programa de compra de activos e discute agora o calendário para retomar um ciclo menos expansionista.

O facto de este se prever ser o ano de maior abrandamento económico desde 1990 - o ritmo de arrefecimento aprofundou-se em Outubro com um aumento menor do que o esperado na produção industrial - levou o banco central a muscular a sua política monetária, já que até aqui privilegiava uma política selectiva de injecção de liquidez.

STF remarca audiência de mediação sobre Sistema Cantareira para dia 27

STF remarca audiência de mediação sobre Sistema Cantareira para dia 27

Por Agência Brasil



O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux adiou para o próximo dia 27 a audiência de mediação, convocada em ação do Ministério Público Federal (MPF), que questiona a captação de água do Rio Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro, para abastecer o Sistema Cantareira, em São Paulo.

A audiência estava marcada para hoje (20), mas foi adiada devido à dificuldade de algumas autoridades confirmarem presença.

O MPF sustenta a necessidade de estudos adicionais sobre os impactos ambientais da captação, que diminuiria a vazão do rio. Segundo o órgão, a realização de obras de captação de águas oferece sérios riscos ao meio ambiente, bem como à vida e à saúde das populações dos estados de São Paulo, Minas Gerais e do Rio de Janeiro.

Na ação, o MPF pede que a Agência Nacional de Águas (ANA) não autorize as obras de captação, ou suspenda eventual autorização concedida até que sejam feitos estudos ambientais pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com participação dos órgãos estaduais de licenciamento ambiental de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Pede, ainda, que seja feita consulta pública a todas as comunidades possivelmente afetadas pela diminuição da vazão do rio.

Segundo o ministro Luiz Fux, é “imprescindível [que haja] diálogo propositivo entre os estados da Federação diretamente afetados pelo problema, especialmente porque todos os entes envolvidos buscam um mesmo objetivo: a melhor maneira de fornecer água para suas populações”.

Além do MPF, foram convidados para participar da audiência a União, a ANA, o Ibama e os estados de São Paulo, Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Segundo a mediação divulgada ontem (19), pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o nível dos reservatórios do Sistema Cantareira atingiu 10%.

Operação da PF em Rondônia envolve governador em desvio de dinheiro público


Operação da PF em Rondônia envolve governador em desvio de dinheiro público

Por Agência Brasil




A Polícia Federal (PF) iniciou hoje (20) a Operação Plateias, que objetiva desarticular uma organização criminosa formada por lobistas e agentes públicos, acusados de desvio de dinheiro público e direcionamento de licitações no estado de Rondônia. O governador Confúcio Moura foi levado à sede da PF, em Porto Velho, para prestar depoimento.

O mandado de condução coerciva contra Moura é um dos 163 que a PF está cumprindo, um deles  na Espanha. Nesse caso, a pessoa não é presa, mas obrigada a prestar depoimento. Conforme a PF, quatro mandados de prisão temporária foram expedidos e, até agora, três deles cumpridos. Outros 23 mandados de busca também estão sendo executados.

Envolvendo aproximadamente 300 policiais, a operação, além de Rondônia, ocorre no Distrito Federal e nos estados do Acre, Amazonas, Pará, Rio de Janeiro, de Goiás, São Paulo, Sergipe e da Bahia .

Dados da PF indicam que as empresas interessadas nas licitações do governo de Rondônia precisavam doar, formal ou informalmente, para campanhas eleitorais. A licitação era direcionada para ser vencida pelas empresas que faziam parte do esquema. Em alguns casos, havia, inclusive, dispensa de concorrência pública.

“Os desvios são de milhões de reais. As licitações indicadas como fraudadas superam R$ 290 milhões. Os depoimentos e as colhidas de provas são para que possamos apresentar, em breve, a responsabilidade criminal de cada um”, informou o delegado Arcelino Vieira Damasceno, da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado no estado.

Conforme a polícia, o prejuízo aos cofres públicos de Rondônia ultrapassa R$ 57 milhões. As investigações também apontaram pagamentos indevidos a agentes públicos e a criação de um “fundo de propina”, que chegava a movimentar R$ 2 milhões por mês.

Segundo o procurador Héverton Alves de Aguiar, do Ministério Público de Rondônia, as investigações começaram em 2012, após a conclusão de uma outra em 2011. “Quando detectamos um segundo núcleo atuando em Rondônia, fizemos o desmembramento, foi instaurado o inquérito policial e reiniciamos o processo até a deflagração da operação”, salientou.

De acordo com a PF, em oito secretarias estaduais foram registradas irregularidades em contratos para construção de uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), fornecimento de alimentação a hospitais e presídios, compra de medicamentos, aluguel de viaturas, serviço de vigilância armada em escolas e hospitais e contratação de empresa de publicidade, entre outros.

Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, fraudes à licitações, concussão e corrupção ativa e passiva. A operação teve apoio do Ministério Público Federal, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado e da Controladoria-Geral da União.

Por meio de nota, o governo de Rondônia revelou que Confúcio Moura "colocou-se à disposição da Polícia Federal para prestar estas e outras informações necessárias ao bom andamento das investigações". Salientou que o governador "não compactua com ações criminosas" e que "apoia integralmente qualquer iniciativa que tenha por fim combater eventuais crimes ao Erário público". O documento informou, ainda, que governo "mantém sua rotina de trabalho".

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10:16 21.11.2014

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