Banco Central bloqueia R$ 47 mi de pessoas e empresas na Lava Jato
Juiz Sérgio Moro determinou, na semana passada, o bloqueio de R$ 720 milhões nas contas bancárias dos investigados na Operação Lava Jato.
O Banco Central bloqueou quase R$ 47 milhões das contas pessoais e de empresas ligadas a envolvidos na Operação Lava Jato para garantir o pagamento de multas, se eles forem condenados.
O juiz Sérgio Moro determinou, na semana passada, o bloqueio de R$ 720 milhões nas contas bancárias dos investigados na Operação Lava Jato. Mas o Banco Central conseguiu bloquear, até agora, quase R$ 47 milhões, dinheiro de 16 pessoas e três empresas. As maiores quantias foram encontradas nas contas de três investigados.
Quase a metade do valor total bloqueado estava na conta de Gerson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix. Ele tinha R$ 22.615.150,27 em cinco contas diferentes. Foram bloqueados R$ 20 milhões, porque este foi o limite de bloqueio, por pessoa, fixado pelo juiz. Almada tem ainda 16 contas em diferentes bancos. Todas zeradas.
Em duas contas de Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente da UTC Engenharia, foram bloqueados R$ 10.221.860,68. Ele tem mais 17 contas, com saldo zero.
Renato Duque, ex-diretor de serviços da empresa, teve R$ 3.247.190,63 bloqueados.
As contas de onze investigados tinham valores, individuais, bem mais baixos. Entre eles, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, que tinha R$ 8.873,79. Mas nas contas de duas empresas em que ele é sócio - a Hawk Eyes Administração de Bens e a Technis Planejamento e Gestão em Negócios, os bancos bloquearam R$ 8.562.419,58.
As contas de onze investigados tinham valores, individuais, bem mais baixos. Entre eles, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, que tinha R$ 8.873,79. Mas nas contas de duas empresas em que ele é sócio - a Hawk Eyes Administração de Bens e a Technis Planejamento e Gestão em Negócios, os bancos bloquearam R$ 8.562.419,58.
Dois investigados aparecem com as contas zeradas. Valdir Lima Carreiro, presidente da Iesa Equipamentos, tem 17 contas, sem nenhum centavo. E Erton Medeiros Fonseca, diretor da Galvão Engenharia, tem oito contas, também zeradas, segundo o Banco Central.
Mas o banco Itaú também mandou um relatório para a Justiça informando que o executivo tem uma conta com R$ 4.336,39, como mostra reportagem do jornal “O Globo”. A reportagem já havia antecipado que as contas de alguns investigados tinham valores muito baixos ou estavam sem saldo.
O Banco Central não comentou a diferença por se tratar de informação protegida por sigilo bancário.
Quatro órgãos federais de fiscalização vão analisar as informações obtidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público na Operação Lava Jato. Eles vão investigar a ocorrência de crimes como formação de cartel, sonegação de impostos e superfaturamento dos contratos. As punições podem ser a proibição de assinar contratos com o governo, o pagamento de impostos e multas, que podem chegar a R$ 2 bilhões, se for comprovada a existência de cartel.
A Receita Federal já vê suspeitas de fraudes.
“Em se identificando fraude do crime, as multas são agravadas. Cada empresa vai ser analisada individualmente, cada pessoa física. Mas, à luz do que temos, muito provavelmente serão identificados elementos que indicam crimes contra ordem tributaria: sonegação fiscal”, disse o coordenador-geral de Pesquisa e Investigação da Receita, Gerson Schann.